Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
segunda-feira, junho 16
junho - dia 16
Hoje foi um dia não para notícias, não que não hajam notícias, todas as antigas e outras novas, os povos da Europa navegando por entre fumos de guerra. Volto a referir a guerra, o Irão oferece uma aliança aos USA na luta contra os insurgentes sunitas no Iraque. Os USA dão sinais de aceitar. Qual será o negócio? A Rússia ameaça o abastecimento de gás à Ucrânia (e à Europa da UE) e a diplomacia da UE aparenta desnorte, qual barata tonta, enquanto todos chatageiam todos, ameaçando em on e off, como se estivéssemos em plena época de manobras bélicas. Hoje numa tribuna de um país de criação portuguesa, o Brasil, nascido da estratégia vencedora da projecção externa de quinhentos, a chanceler alemã, com toda a carga simbólica, aplaudiu a vitória dos seus. Hoje, em Salvador da Baía, não havia quem simbolicamente confortasse os derrotados, no exacto lugar da chegada de Cabral. A primeira capital, coisas sem importância. Honra aos vencidos, glória aos vencedores.
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2 comentários:
"Hajam notícias" constitui um erro grosseiro. A forma correcta, em português, é: haja notícias.
Miguel T. Pereira
2º comentário: o Brasil como país de criação portuguesa? Quer dizer que antes de Cabral aquele era um território despovoado. E quer dizer também que a independência foi obra de portugueses, ou seja, para ela nenhum papel teve o povo, multiétnico e "desvairado", brasileiro. Toda a criação foi obra das iluminadas potências europeias/colonizadoras. Curiosa (e velhíssima) concepção da história. Seria interessante saber qual a concepção da sacrossanta ideia de "liberdade" aplicada à história dos povos colonizados. O mínimo (mínimo, quer dizer que podíamos ir até um máximo) que, perante esta frase absurda, se poderá dizer, é o seguinte: o ideário eurocêntrico e colonialista está mais arreigado em certa pseudo-intelectualidade europeia do que seria hoje admissível.
Miguel T. Pereira
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