quinta-feira, maio 6

As sevícias

Homem nú com trela: A notícia é perturbadora.

Dar lições de civilização ao mundo árabe é algo que se está a mostrar uma tarefa complexa para os EUA e seus aliados. Aliás as civilizações são algo muito complexo.

Não sei se os altos responsáveis dos EUA percebem algo da matéria. Mas devem dispor de conselheiros e especialistas. Acontece que existem diversas civilizações, diversas religiões, diversas tradições, línguas, ou famílias de línguas, em suma, diversidade.

A diversidade carece de ser reconhecida e certamente que os altos responsáveis de todas as partes em conflito a reconhecem. Mas falta a capacidade de aceitação das diferenças. Aí está a fronteira entre o fanatismo e a tolerância.

É esta capacidade de aceitação que está em deficit nos conflitos no Iraque e, em geral, no Médio Oriente. Ninguém, de boa fé, acredita que a paz se alcance, neste caso, com a guerra. Não se trata de combater uma ideologia totalitária, expansionista e alucinada, como no caso do nazismo, mas uma tendência, ou uma corrente, radical do Islão. A religião estabelece toda a diferença.

Combatem-se os extremistas e os fanáticos isolando-os dos povos de que são originários e não dando razões aos povos para apoiar os extremistas e os fanáticos. As notícias de violência sobre prisioneiros e, em particular, as sevícias são mais uma acha para a fogueira do fanatismo.




quarta-feira, maio 5

ABANDONO ESCOLAR

A propósito deste importante tema, abordado pelo Presidente da República na "presidência aberta" em curso, podem ler o artigo que publiquei no dia 2 de Abril passado clicando em Semanário Económico

Trabalhar faz mal à saúde

Manchete do Expresso online refrente aos dados de um estudo do Eurostat acerca da "segurança e saúde no trabalho" nos países da UE ainda a 15.

Este é um exemplo de "manchete enganosa" que vai ao encontro de um sentimento comum que em nada abona o jornalismo nem estimula as boas práticas sociais.

VEJA A NOTÍCIA AQUI

Fragmentos de Leituras

"Os amigos


Por vezes, na antiga literatura, encontramos esta expressão aparentemente estúpida: a religião da amizade (fidelidade, heroísmo, ausência de sexualidade). Mas, uma vez que da religião apenas subsiste ainda o fascínio do rito, ele gostava de conservar os pequenos ritos da amizade: festejar com um amigo a conclusão dum trabalho, o afastamento de uma preocupação; a celebração reforça o acontecimento, acrescenta-lhe um suplemento inútil, um prazer perverso. Assim, por magia, este fragmento foi escrito em último lugar, após todos os outros, como que à maneira de dedicatória (3 de Setembro de 1974).

É preciso fazer esforço para falar da amizade como de uma pura tópica: isso liberta-me do campo da afectividade - que não poderia ser referida sem embaraço, já que é da ordem do imaginário (ou melhor, reconheço pelo meu embaraço que o imaginário está muito perto: estou a escaldar)."

"Roland Barthes por Roland Barthes" -6
(Fragmento 1 de 2, pag. 4)

Edição portuguesa: "Edições 70"

Abandono escolar: o Presidente tem Razão

Hoje na Escola Profissional de Idanha-a-Nova o Presidente disse aquilo que tem de ser dito acerca do abandono escolar. O abandono escolar é uma tragédia nacional.

Divulguei no absorto e no Semanário Económico, tempos atrás, os dados desta tragédia. Dando um forte sinal público da gravidade da situação o Presidente da República cumpre a preceito a sua função.

A mim, em particular, muito me apraz que o tenha feito numa escola profissional pois fui, desde 1989, coordenador da equipa de projecto que no Ministério da Educação dinamizou a criação das escolas profissionais no nosso país.

O desenvolvimento e crescimento da oferta de ensino profissional é uma das respostas mais eficazes para combater o abandono precoce da escola.

BELENENSES

Tenho o mesmo problema!!! Sou do Belenenses e os meus amigos do Sporting, Benfica ou do FCP não acreditam que alguém possa ser de um clube que nunca será Campeão Nacional. Porquê??? Pela mesma razão dos que acham que não se deve votar num partido que não poderá ganhar eleições.

"É o único clube que me faz sofrer." Discordo desta tua frase. O Belenenses é o clube que mais me faz sofrer: tenho andado angustiado sempre que penso no jogo decisivo que ocorrerá no próximo domingo com o Braga. Só ganhando teremos a certeza de não baixar de divisão!!! Mas discordo do único porque tenho sofrido muito com os jogos do FCP na Liga dos Campeões.

De resto, estou de acordo contigo. Temos amigos comuns que pensam de outra forma!!! Teremos de continuar a ter paciência com eles...

(Texto enviado pelo meu amigo Ludgero Pinto Basto comentando o post FCP)


FCP

Hoje não podia deixar passar em claro o FCP. Quando digo que sou do Farense todos pensam que pretendo esconder um secreto fervor benfiquista. Não é verdade. Sou mesmo do Farense. Desde a mais tenra idade. É o único clube que me faz sofrer. É, ao que suponho, pelo sofrimento que se mede a temperatura do fulgor clubista.

Mas é bom que exista em Portugal, hoje e agora, o FCP. O FCP em campo é tudo ao contrário do espírito da época que se vive em Portugal. Organização e estratégia, crença na vitória e espírito de luta, optimismo e realismo, trabalho e risco…uma imagem de um grupo sem fama universal que ganha mesmo e parece crescer em determinação com a adversidade.

Haverá quem não sinta orgulho ou mesmo que se corroa de inveja com os êxitos do FCP. Mas esses são os mesmos que tornam Portugal mais pequeno, mais triste e mais pobre. É deixá-los morrer desde que não queiram levar consigo para o fundo o melhor de nós e do nosso Portugal.

terça-feira, maio 4

Fragmentos de Leituras

"Decompor/destruir


Admitamos que a tarefa histórica do intelectual (ou do escritor) seja hoje em dia acentuar a decomposição da consciência burguesa. Será então necessário conservar na imagem toda a sua precisão; isto quer dizer que fingimos voluntariamente permanecer no interior dessa consciência e que vamos a seguir corroê-la, rebaixá-la, fazê-la ruir, no próprio local, como faríamos com um bocado de açúcar ao embebê-lo em água.

A decomposição opõe-se portanto aqui à destruição: para destruir a consciência burguesa é preciso estar ausente dela, e essa exterioridade só é possível numa situação revolucionária: na China, hoje em dia, a consciência de classe está em vias de destruição, não de decomposição; mas noutros lados (aqui e agora) destruir não seria afinal senão reconstruir uma ligação de palavra cujo carácter exclusivo seria a exterioridade: exterior e imóvel, assim é a linguagem dogmática.

Para destruir é preciso, em suma, poder saltar. Mas saltar para onde? Para que linguagem? Para que centro da boa-consciência e da má-fé? Ao passo que, decompondo, aceito acompanhar essa decomposição, decompondo-me a mim mesmo a par e passo: escorrego, agarro-me e arrasto."

"Roland Barthes por Roland Barthes" -5
(Fragmento 3 de 3, pag. 3)

Edição portuguesa das "Edições 70"

AMIGOS

O Eurico que me enviou o texto abaixo publicado é o melhor amigo da minha primeira juventude vivida em Faro. Ele e o Assis. Os três, anos a fio, fomos companheiros inseparáveis. Na escola, na rua e na praia que frequentamos na nossa cidade de Faro.

Lembro as aulas de piano da D. Simone, mãe do Eurico, na sua casa, à Pontinha. Ao contrário dele, exímio pianista, nunca cheguei verdadeiramente a aprender. Mas fiz o gosto a minha própria mãe. Partilhamos um longo percurso de vida repleta das discussões, estudos, descobertas e perplexidades próprias da juventude.

No dia em que me desloquei a Lisboa para fazer o exame de admissão a Económicas foi acolhido em casa de seu pai. Nunca deixou de me dar todas as atenções. Não esqueço. Descobri depois que divergimos nas opções ideológicas e políticas. Coisa de somenos. Mas não divergimos na estima recíproca e na difícil disciplina da verdadeira amizade.

Obesidade mental

Foi em 2001 que o Prof. Andrew Oitke publicou o seu polémico livro Mental Obesity, que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações sociais em geral. Nessa obra, o catedrático de Antropologia em Harvard introduziu o conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior problema da sociedade moderna.

"Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física por uma alimentação desregrada. Está na altura de se notar que os nossos abusos no campo da informação e conhecimento estão a criar problemas tão ou mais sérios que esses."

Segundo o autor, "a nossa sociedade está mais atafulhada de preconceitos que de proteínas, mais intoxicada de lugares-comuns que de hidratos de carbono. As pessoas viciaram-se em estereótipos, juízos apressados, pensamentos tacanhos, condenações precipitadas. Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada. Os cozinheiros desta magna fast-food intelectual são os jornalistas e comentadores, os editores da informação e filósofos, os romancistas e realizadores de cinema. Os telejornais e telenovelas são os hamburgers do espírito, as revistas e romances são os donuts da imaginação."


O problema central está na família e na escola. "Qualquer pai responsável sabe que os seus filhos ficarão doentes se comerem apenas doces e chocolate. Não se entende, então, como é que tantos educadores aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por desenhos animados, videojogos e telenovelas. Com uma "alimentação intelectual" tão carregada de adrenalina, romance, violência e emoção, é normal que esses jovens nunca consigam depois uma vida saudável e equilibrada."


Um dos capítulos mais polémicos e contundentes da obra, intitulado Os abutres, afirma: "O jornalista alimenta-se hoje quase exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, de restos mortais das realizações humanas. A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular."

O texto descreve como os repórteres se desinteressam da realidade fervilhante, para se centrarem apenas no lado polémico e chocante. "Só a parte morta e apodrecida da realidade é que chega aos jornais." Outros casos referidos criaram uma celeuma que perdura. "O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades. Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy. Todos dizem que a Capela Sistina tem tecto, mas ninguém suspeita para que é que ela serve. Todos acham que Saddam é mau e Mandella é bom, mas nem desconfiam porquê. Todos conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um cateto."

As conclusões do tratado, já clássico, são arrasadoras. "Não admira que, no meio da prosperidade e abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência. A família é contestada, a tradição esquecida, a religião abandonada, a cultura banalizou-se, o folclore entrou em queda, a arte é fútil, paradoxal ou doentia. Floresce a pornografia, o cabotinismo, a imitação, a sensaboria, o egoísmo. Não se trata de uma decadência, uma "idade das trevas" ou o fim da civilização, como tantos apregoam. É só uma questão de obesidade. O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos. O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos. Precisa sobretudo de dieta mental."

(Texto enviado pelo meu amigo Eurico Pimenta de Brito)


segunda-feira, maio 3

"Antes de Começar"

A peça de teatro que foi dada a estudar a meu filho na escola é de autoria de Almada Negreiros. Fiquei surpreendido. Não pela escolha da leitura de uma peça de teatro, que é uma boa opção pedagógica, mas pela escolha do autor.

Um grande autor português pouco dado a conhecer na nossa actualidade. É uma peça em um acto, representada no Teatro Nacional D. Maria II, em 8 de Junho de 1956, pelo "Teatro Universitário de Lisboa", sob a direcção de Fernando Amado. A peça é "Antes de Começar" e tem dois protagonistas: A Boneca e o Boneco. Mais não digo acerca da mesma.

Assinalo sim o facto de ter sido representada, naquele Teatro Nacional, por uma companhia universitária. Não tenho saudades do passado cultural do Estado Novo mas era bom que pudesse ser possível ver representadas naquele Teatro Nacional, com regularidade, peças de autores clássicos, nacionais e estrangeiros. Uma programação de qualidade, estruturada e atraente, própria de um Teatro Nacional de um país da UE. Pois, isso mesmo...Uma dinâmica…uma dinâmica qualquer…

Quem quiser saber, de um olhar, algo acerca de Almada Negreiros AQUI FICA.


Fragmentos de Leituras

"Pares de palavras-valores


Do mesmo modo, mais particularmente, não é o erótico mas sim a erotização que representa um bom valor. A erotização é uma produção do erótico. Leve, difusa, mercurial; algo que circula sem se deter: um flirt múltiplo e móvel liga o sujeito àquilo que passa, finge deter-se e depois larga-se a favor de outra coisa (e depois, por vezes, esta paisagem cambiante é cortada, seccionada por uma brusca imobilidade: o amor)."

"Roland Barthes por Roland Barthes" -4
(Fragmento 2 de 3, pag. 3)

Edição portuguesa das "Edições 70"

Vítimas ou carrascos

"Detidos em Abu Gharaib foram sujeitos a "abusos criminosos, sádicos e gratuitos"
Abusos a presos iraquianos eram "encorajados" pelos responsáveis dos interrogatórios" - Público

Estas notícias só são surpreendentes para quem não tenha entendido que estamos confrontados, no Iraque e não só, com uma guerra de seitas dirigidas por gente iluminada pela fé que encobre os mais lucrativos negócios.

Essa gente está de ambos os lados da barricada nos mais altos cargos. Claro que ninguém pode, em boa verdade, dispensar a fé e os negócios. Não somos ingénuos. Mas a civilização ocidental que apregoa, todos os dias, os seus pergaminhos de defensora dos direitos humanos e de prosseguir a senda do progresso, a passos gigantescos, deveria ser capaz de banir os assassinos das suas fileiras.

Ou a acção dos assassinos faz parte integrante de uma filosofia e de um programa de legitimação universal da política dos dirigentes no poder nos EUA e em Israel? Há um terrorismo "bom" e outro "mau"? Os direitos humanos são defendidos pelo terrorismo "bom" executado por "bons" assassinos? Ou são todos igualmente desprezíveis mesmo que a retórica de uns e de outros os procure desculpar e justificar à sua maneira?

É possivel que tenhamos atingido o ponto em que esta frase, desencantada, de Camus assume, novamente, actualidade: "Vivemos num mundo em que é preciso escolher sermos vítimas ou carrascos - e nada mais".


ABÉBIA VADIA

A criação de um blog colectivo, concebido e construído a várias vozes, é um desafio à criatividade e responsabilidade cívica e política dos seus autores.

A ABÉBIA VADIA tem uma semana de vida mas começou a ganhar balanço. É uma forma de intervenção que não pretende exorcizar os fantasmas dos seus editores. É mesmo um instrumento de intervenção cívica e política cujo sucesso depende da qualidade intrínseca das suas mensagens e da capacidade para ganhar uma vasta adesão em audiência.

Se ainda não visitaram a ABEBIA VADIA vão lá ver porque vale a pena

sábado, maio 1

Fragmentos de Leituras

"O corpo plural

"Que corpo? Temos vários." …Tenho um corpo digestivo, um corpo nauseável, um terceiro susceptível de enxaquecas, e assim por diante: sensual, muscular (a mão do escritor), secretivo e, principalmente, emotivo: que é emocionado, movido, ou calcado ou exaltado, ou atemorizado sem que isso se note. Por outro lado, sinto-me cativado até ao fascínio pelo corpo socializado, o corpo mitológico, o corpo artificial (o dos "travestis" japoneses) e o corpo prostituído (do actor). E além desses corpos públicos (literários, escritos) tenho, se assim poderei dizer, dois corpos locais: um corpo parisiense (desperto, cansado) e um corpo campesino (repousado, pesado)."
(Fragmento 1 de 3, pag. 3)

"Roland Barthes por Roland Barthes" -3
Edição portuguesa das "Edições 70"

sexta-feira, abril 30

Não sejam hipócritas

Não chorem "lágrimas de crocodilo" para salvar a vossa consciência suja por decisões políticas injustas, interesseiras e desproporcionadas.

Não queiram ganhar votos, nos vossos países, à custa de falso arrependimento. De uma falsa descoberta da verdade propalada com a surpresa dos vencedores envergonhados.

Os soldados da coligação cometeram crimes sem o conhecimento dos generais? Não tem novidade!

Maio

"Recordo-me ainda daquela crise de desespero que se apoderou de mim quando minha mãe me anunciou que "eu agora já era muito crescido e passaria a receber presentes úteis no dia de Ano Novo". Ainda hoje não posso evitar uma secreta crispação quando recebo presentes desta categoria.

E eu com certeza sabia que na altura era o amor que falava, mas por que motivo o amor tem por vezes uma linguagem tão absurda?"

Maio de 38

Albert Camus

ANIVERSÁRIO

A propósito do meu aniversário que, sem outra razão senão a do próprio jogo, aqui dei a conhecer no próprio dia, sempre quero assinalar um facto invulgar. Tendo decidido, em família, que a celebração seria um jantar numa pisaria muito do nosso apreço, junto ao rio, lá fomos cedo.

Éramos quatro e pretendíamos alcançar o objectivo, prosaico, de uma mesa de vistas largas. Largamos MM e B ainda antes de aparcar para cravar uma bandeira no sítio desejado.

Surpresa das surpresas lá estava já sentada, no desejado sítio, uma comitiva familiar de três amigos que me tinham acabado de presentear com os telefonemas da praxe mas que, de todo, desconheciam o nosso objectivo. É o que se chama a alquimia do sítio.

Assim se fez, então, uma celebração informal não a quatro mas a oito, ou seja, quase a festa que se não desejava. Por isso mesmo com mais sabor. Tal situação me fez lembrar uma frase de Sena, no prefácio da primeira edição de Poesia-I: "Na peregrinação que é a nossa vida, muito mais somos visitados do que visitamos."

Fragmentos de Leituras


"Roland Barthes por Roland Barthes" -2

"O à-vontade

Edonista (pois pensa sê-lo), aspira a um estado que é, em suma, o conforto; mas esse conforto é mais complicado do que o conforto doméstico, cujos elementos são fixados pela nossa sociedade: trata-se de um conforto que ele vai conseguindo, que ele vai construindo para si próprio (como o meu avô B., que tinha arranjado, no fim da vida, um pequeno estrado junto da janela para poder ver melhor o jardim ao mesmo tempo que trabalhava).

Poder-se-ia chamar, a esse conforto pessoal, o à-vontade. Ao à-vontade é conferido uma dignidade teórica. ("Não temos nada que nos pôr à distância do formalismo mas, simplesmente, à-vontade", 1971, I*) e igualmente uma forma ética: é a perda completa de todo e qualquer heroísmo, mesmo em pleno gozo."
* referência a um texto do autor de 1971: "Digressions"

(Fragmento 2 de 3, pag. 2)

Edição portuguesa das "Edições 70"


quinta-feira, abril 29

DÉFICIT

Uma notícia muito interessante acerca dos progressos da política do governo português na área de contenção da despesa pública.

"Défice público em 2003 foi de 5,3% do PIB sem medidas extraordinárias

O Banco de Portugal situa o défice orçamental português em 2003 no equivalente a 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB), após a dedução das medidas extraordinárias a que o Governo recorreu.

No artigo de abertura do boletim económico de Março de 2004, divulgado esta quinta-feira, a instituição quantifica em 2,5% as medidas extraordinárias tomadas pelo Executivo do lado das receitas." Lusa