Fragmentos de Leituras
"Roland Barthes por Roland Barthes" -2
"O à-vontadeEdonista (pois pensa sê-lo), aspira a um estado que é, em suma, o conforto; mas esse conforto é mais complicado do que o conforto doméstico, cujos elementos são fixados pela nossa sociedade: trata-se de um conforto que ele vai conseguindo, que ele vai construindo para si próprio (como o meu avô B., que tinha arranjado, no fim da vida, um pequeno estrado junto da janela para poder ver melhor o jardim ao mesmo tempo que trabalhava).
Poder-se-ia chamar, a esse conforto pessoal, o à-vontade. Ao à-vontade é conferido uma dignidade teórica. ("Não temos nada que nos pôr à distância do formalismo mas, simplesmente, à-vontade", 1971, I*) e igualmente uma forma ética: é a perda completa de todo e qualquer heroísmo, mesmo em pleno gozo."
* referência a um texto do autor de 1971: "Digressions"
(Fragmento 2 de 3, pag. 2)
Edição portuguesa das "Edições 70"
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