Imagem cedida por Margarida BotoClicar no cartaz para aumentar
Cartaz do MES – Lisboa, Ano: 1977, Arquivo: BN
O MES (Movimento de Esquerda Socialista), na sua curta existência, realizou quatro Congressos. A sessão de encerramento do terceiro teve lugar em 11 de Fevereiro de 1978, na “Voz do Operário”, em Lisboa, e este foi, na verdade, o Congresso do “canto de cisne”.
Sei que, para alguns, estas referências ao MES, um partido jurídica e politicamente morto, parecem estranhas. Mas acontece que o MES está vivo na memória de muitos de nós. Abordo o tema porque tenho memória, e não a quero alienar, e também porque sei quanto alguns dirigentes políticos e fazedores de opinião contemporâneos desprezam, em conspícuo silêncio, aqueles que não estão dispostos a aceitar os silêncios da memória.
Estou convicto que lembrando alguns símbolos, ideias e acontecimentos do passado do MES, com seus vícios e virtudes, dou um pequeno contributo para a saúde da nossa jovem democracia. E ainda não entrei na parte dura do tema, nem sei se nela um dia entrarei, que estou certo merecia uma mais extensa e profunda abordagem.
É interessante verificar como este cartaz demonstra, graficamente, a perda de claridade da mensagem que era muito evidente nos cartazes da fase inaugural do MES. A imagem obscurece e como que anuncia o ocaso.
Tenho, aliás, na minha posse as fotografias, a preto e branco, que o António Pais fixou da sessão final do III Congresso que constituem uma extraordinária demonstração visual desse ocaso. Em breve publicarei – apesar das dificuldades técnicas – algumas delas.
[A referência, na ficha técnica, ao ano de 1977 deve-se, naturalmente, ao facto do cartaz ter sido produzido na parte final desse ano atenta a data de realização do III Congresso.]