Fotografia de sophie thouvenin
[Para a Monica]
A fresta da madrugada
respira pela tua boca
ao fundo das ruas desertas.
Luz gris os teus olhos,
doces gotas da madrugada
nas colinas escuras.
O teu passo e o teu hálito
como o vento da madrugada
submergem as casas.
A cidade arrepia-se,
exalam cheiro as pedras –
és a vida, o despertar.
Estrela perdida
na luz da madrugada,
brisa que zune,
calidez, hálito –
a noite chegou ao fim.
És a luz e a manhã.
Cesare Pavese
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[Para a Monica]
A fresta da madrugada
respira pela tua boca
ao fundo das ruas desertas.
Luz gris os teus olhos,
doces gotas da madrugada
nas colinas escuras.
O teu passo e o teu hálito
como o vento da madrugada
submergem as casas.
A cidade arrepia-se,
exalam cheiro as pedras –
és a vida, o despertar.
Estrela perdida
na luz da madrugada,
brisa que zune,
calidez, hálito –
a noite chegou ao fim.
És a luz e a manhã.
Cesare Pavese
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Lo spiraglio dell’alba
respira con la tua bocca
in fondo alle vie vuote.
Luce grigia i tuoi occhi,
dolci gocce dell’alba
sulle colline scure.
Il tuo passo e il tuo fiato
come il vento dell´alba
sommergono le case.
La città abbrividisce,
odorano le pietre –
sei la vita, il risveglio.
Stella sperduta
nella luce dell’alba,
cigolío della brezza,
tepore, respiro –
è finita la notte.
Sei la luce e il mattino.
20 marzo’ 50
Cesare Pavese
In “Trabalhar Cansa”
Tradução de Carlos Leite
Edições Cotovia
1 comentário:
Pavese sempre!
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