Fotografia de Hélder Gonçalves
O
Tomas Vasques apanhou-me numa corrente à qual não tenho coragem, nem razão, para escapar. Há dias assim! Livros/leituras, mais presentes que passadas, ou, no meu caso, uma simbiose pois sou daqueles que, na verdade, lêem sempre o mesmo livro, no que diz respeito à prosa, mas que se dispersa, com mais liberdade, como leitor de poesia.
Mas como é regra do jogo deter-me na indicação de 5 livros, não querendo fugir à realidade, aí vão as leituras presentes e as mais próximas (passadas e futuras):
1 –
“D. Afonso Henriques”, de José Mattoso, Edição do Círculo de Leitores – uma obra-prima imprescindível para compreender Portugal; é uma obra, ao contrário do que se possa pensar, de leitura relativamente fácil, que assume as limitações das fontes, reconhece os mitos, buscando dar a conhecer aos leigos a realidade dos factos históricos (leitura em curso);
2 –
“Correspondance, 1946 – 1959”, Albert Camus/René Char, organizada por Franck Planeille,
Edições Gallimard – uma novidade surpreendente e sedutora para os apreciadores, como é o meu caso, de publicações revelando a correspondências entre criadores, amantes das artes ou da vida. A revelação de uma amizade, com laivos de paixão, entre dois criadores que se reconhecem, não só na convergência das sensibilidades artísticas, como nas posições políticas de ruptura, no início dos anos 50, com os mitos da esquerda comunista pró soviética.(leitura concluída.)
3 –
“Camus et l’homme sans Dieu”, de Arnaud Corbic, Les Édition du Cerf – uma reflexão aprofundada acerca da presença de Deus na obra de Camus. Uma boa ideia para a compreensão da obra pode encontrar-se no título, e no primeiro parágrafo, da
“Conclusão”:"Um mundo sem Deus mas não sem sagrado”. “A obra de Camus lança os fundamentos de uma filosofia do homem sem Deus numa tripla perspectiva: uma maneira de conceber o mundo (o absurdo); uma maneira de existir (a revolta); uma maneira de se comportar (o amor)." (Tradução livre, leitura concluída).
4 –
“A Longa Marcha”, de Ed Jocelyn e Andrew mcEwen, edição da QUIDNOVI, -leitura iniciada e a retomar nas próximas férias para matar uma curiosidade antiga acerca dessa epopeia extraordinária, seja qual for a nossa apreciação política, que foi “A Longa Marcha”. (leitura a prosseguir).
5 –
“Poesia III”, de Jorge de Sena, das Edições 70 – para reler nas férias que, tempos atrás, descobri que não tinha o livro, propriamente dito, e o comprei. Nele se encontram algumas obras-primas de Sena, o poeta que mais marcou a minha sensibilidade para a poesia:
“Peregrinatio ad loca infecta”, “
Exorcismos”, “
Conheço o sal … e outros poemas”. “
Peregrinatio …” começa com a palavra PORTUGAL e, em epígrafe:
”Eis aqui quase cume da cabeça/de Europa toda, o reino Lusitano” –
Camões – Os Lusíadas, III, 20. (leitura/releitura)
E, na sequência de ter assumido o desafio, com as minhas desculpas para as/os mais avessos a estas cadeias, passo o desafio sem nenhum critério de ordenamento:
CATATAU,
O BLOG QUE NINGUÉM LÊ,
FIM DE SEMANA ALUCINANTE,
LINHA DE CABOTAGEM,
MACHINA SPECULATRIX .