terça-feira, julho 10

FASCISTA


"Que se exija uma lealdade aos chefes que proíbem a crítica política é algo que não merece outra qualificação senão a de fascista"
José Vítor Malheiros, PÚBLICO, 10-07-2007

A minha boca abre-se de espanto. Estes jornalistas, que assim falam, estavam no activo entre Março de 2002 e Março de 2005? O Dr. José Manuel Barroso, e os seus ministros, o Dr. Portas e os seus ministros, incluindo o actual comentarista Bagão Félix, o Dr. Santana Lopes, e os seus ministros, são fascistas? Estes jornalistas, cuja profissão é o uso do verbo, não sabem medir o alcance das suas palavras? Sabem o que é o fascismo? Sinceramente começa a ser demasiado evidente que há gente a ocupar o espaço público que ensandeceu de vez. Terá sido, simplesmente, no caso dos jornalistas, pelo facto do governo ter acabado com a “Caixa” que lhes concedia benefícios na saúde? Se é essa a razão da espiral de irracionalidade que emerge na pena de muitos jornalistas estamos no reino da pura “vendetta” política. Das duas uma: ou metem baixa psiquiátrica ou apresentam queixa dos crimes de que têm conhecimento às autoridades competentes!



A NOTÍCIA DO DIA: "PEPE" NO REAL MADRID

segunda-feira, julho 9

ZECA AFONSO - 1963

Posted by PicasaFotografia de A Defesa de Faro
(Clicar na fotografia para aumentar)

Ainda acerca das fotografias de A Defesa de Faro aqui lhes deixo uma imagem extraordinária de um grupo em que avulta o Zeca Afonso. Conheci quase todos os que nela surgem e como os seus rostos serenos, estranhamente, me comovem.
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PÚBLICOS

Posted by PicasaFotografia de A Defesa de Faro
(Clicar na fotografia para ampliar)

O Nuno de A Defesa de Faro enviou-me uma fotografia da série dos públicos de que já tenho publicado outras. É difícil saber a data e o local exactos onde foram fixados os rostos dos espectadores num tempo em que o estádio de futebol era um local, ao mesmo tempo, de convivência e rivalidade.

A curiosidade desta fotografia é que, à semelhança de outra já anteriormente publicada, é provável que eu próprio nela figure. O prélio em causa deve ter sido disputado fora de portas. Não tenho a certeza absoluta mas é bem provável que esteja por ali entre a multidão.

Sei que o Nuno está a organizar uma exposição de fotografias desta série para a qual escrevi o texto de apresentação. A Defesa de Faro está a fazer um caminho de âncora da informação e, ao mesmo tempo, de apoio à descoberta e preservação de uma parte do património cultural da cidade que, de outra forma, corria o risco de se perder.

É uma iniciativa particular e, outro dia, em conversa com o Nuno, disse-lhe que se não admirasse com as exigências para com A Defesa de Faro de muitos agentes culturais e personalidades da região. A explicação é simples: é que A Defesa de Faro, sendo uma iniciativa particular, se transformou, paulatinamente, num serviço público. Agora é preciso aguentar o balanço!

Declaração de interesses: o Nuno é meu sobrinho.
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LEITURAS - FRESCAS E BOAS

Posted by PicasaPoetry Reading, de Irene Sheri

A corrente de leituras rola e diversifica-se, leva-nos a conhecer “novos mundos”, aí está o seu encanto, como é o caso do Ciências ao Natural desafiado pelo Porfírio. E, indo mais além, no Brasil, encontra resposta, através do catatau, no Márcio Pimenta e no Hermenauta. E a corrente aí vai até que seja impossível dar mais notícias dela …
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AS LIBERDADES

Posted by PicasaFotografia de Hélder Gonçalves

"Sócrates e os seus ministros nada fizeram para convencer os militantes de que não é assumindo o papel de agentes infiltrados que melhor servem o partido e o país".

Manuel Carvalho, PÚBLICO, 08-07-2007


Os jornalistas mais novos não conhecem o ambiente opressivo e repressivo da ditadura. Os jornalistas mais velhos estão, quase todos, na reforma ou afastados dos lugares onde se fazem as notícias. Basta fazer as contas para entender esta realidade cronológica.

Do lado daqueles que confeccionavam os instrumentos da opressão e da repressão, nas suas diversas facetas, também já restam poucos no activo embora ainda seja possível ouvir algum eco dos seus métodos e mesmo das suas vozes.

Hoje não é possível reproduzir o discurso do método da opressão construído pela ditadura, ao longo de décadas, nem inculcar na opinião pública o medo de que ela retorne, sufoque, elimine ou condicione as liberdades.

Lembro-me do erro de João Soares quando no final da campanha autárquica de Dezembro de 2001 puxou pelos galões do anti fascismo, apoiado no seu parceiro de coligação – o PCP, – tendo feito até projectar, no derradeiro comício no Pavilhão dos Desportos, uma declaração de Cunhal. Logo vi, nessa noite, que iria perder!

Ninguém hoje, na verdade, acredita no perigo do regresso a uma qualquer forma de autoritarismo que ponha em causa as liberdades consagradas na ordem constitucional e na prática quotidiana das relações sociais.

Mas talvez valesse a pena que, quer o governo, quer a oposição, quer os jornalistas, explicassem, com factos concretos, o que querem dizer com certas afirmações como aquela que tomo como epígrafe: “militantes assumindo o papel de agentes infiltrados”? Ponham lá, se faz favor, os “nomes aos bois” para ver se nos entendemos!
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domingo, julho 8

FERNÃO PERES CATIVO

“Não menos paradoxal do que a franca colaboração prestada pelos fidalgos de origem galega durante os primeiros anos do governo de Afonso Henriques (…) é o facto de um dos seus principais auxiliares, Fernão Peres Cativo, ser, talvez, um parente muito próximo de Fernão Peres de Trava. Como vimos, desempenhou as funções de alferes- mor entre 1129 ou 1130 e 1136, e de mordomo-mor entre 1146 e 1155. Foi, portanto, um dos principais auxiliares do nosso primeiro rei durante mais de um quarto de século desde que assumiu o poder.
(…)
Ora, segundo afirma o
Livro de Linhagens do Conde D. Pedro, Fernão Cativo era filho do Conde de Sobrado.(…) Se Fernão Peres Cativo era filho do conde de Sobrado, era também irmão de Fernão Peres de Trava. Se este surpreendente parentesco é verídico, teríamos, assim, que um dos principais auxiliares de Afonso Henriques membro da sua corte desde Dezembro de 1128 teria sido o próprio irmão do seu principal inimigo, Fernão Peres de Trava. A hipótese de identificação não parece ter ocorrido a nenhum investigador, ou, se ocorreu, deve ter parecido tão inverosímil que ninguém se atreveu a exprimi-la ou sequer discuti-la.
(…)
…Afonso Henriques contou, afinal, com uma grande quantidade de adeptos galegos, além das famílias de Entre Douro e Minho, ao passo que o senhor de Trava não foi apoiado por nenhum dos seus primos vindos para Portugal nem pelo seu próprio meio-irmão.
(…)
Seja com for, Afonso Henriques sabia escolher bem os seus colaboradores. Fernão Mendes Cativo foi, sem dúvida alguma, um fiel vassalo.”

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, ”5. As relações com a Galiza e o reino de Leão”, pgs. 72/74 (19).
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O ESTADO DE DIREITO
Escutas com Portas levam PJ a seguir rasto de 24 milhões

sábado, julho 7

JANIS JOPLIN

Posted by PicasaJanis Joplin

Janis Joplin lembrada no Legendas & Etcaetera na verdade uma legenda, uma voz original, estranha e divinal, que me estimulava, em fundo, na maratona dos estudos. Mais do que uma voz, um símbolo da revolta contra os “bons costumes” e de busca desenfreada dos caminhos da liberdade.

Janis Joplin - Summertime (Live Gröna Lund 1969)
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"AS LIBERDADES EM PERIGO"

Posted by PicasaFotografia de Hélder Gonçalves

"De repente, acordámos e o país é outro. O clima de medo e delação está instalado. Na função pública principalmente, mas não só."
São José Almeida, PÚBLICO, 07-07-2007

"Vive-se hoje, com a conivência do primeiro-ministro, um clima de asfixia e intolerância democrática"
Zita Seabra, Expresso online

Duas frases apanhadas, em destaques, na imprensa “on line” para mostrar como, subitamente, emergiu na nossa vida pública a preocupação com as liberdades. Em debates, declarações, depoimentos, artigos e posts surgem frases conhecidas da boca dos mais estrénuos defensores das liberdades.

O PSD, para não falar do PP, aparentemente, uma espécie em vias de extinção, à falta de ideias alternativas à governação de Sócrates lança mão de uma “bomba atómica”, para uso doméstico, reclamando as liberdades que são uma componente estruturante do património programático e histórico do PS, e também do PSD.

Mas esta campanha, em prol das liberdades, não é mais do que uma comédia de terceira categoria. O PSD passou, sem peso nem medida, da referência aos “tiques autoritários” do primeiro-ministro à mais grave acusação que se pode encontrar no glossário da terminologia empregue na luta política: as liberdades estão em perigo!

O PSD, como qualquer outro partido, caso estivessem em causa as liberdades, o que deveria fazer? Apresentar uma moção de censura ao governo no sítio próprio, a Assembleia da República? Avançar com um pedido de intervenção do PR tendo em vista o pronunciamento do Tribunal Constitucional? Conclamar o povo à rua para que desse o corpo na defesa do bem mais precioso pelo qual se bateu no 25 de Abril? Estão à espera do quê?

Acho que o problema, como diria a saudosa Zita, ao contrário do que disse acerca dos comunistas, não são as ideias mas os processos. Deixo um conselho ao PSD: ousem inovar, ponham a Zita a mandar, ela muda os processos, pois de ideias já mudou, e logo terão a liberdade de volta!

Entretanto, no dia 15 de Julho, vamos ter oportunidade de assistir a um teste ao vivo para saber qual o sentimento da opinião pública – Lisboa é uma amostra significativa e dizem que o candidato do PS era a segunda mais importante figura do governo – acerca dos níveis de medo, asfixia e intolerância democrática (?) em Portugal.

Não se esqueçam de votar nas eleições, às quais até concorre um partido de extrema-direita, diria, fascista. Os amantes das liberdades são uns “mãos rotas” insistindo em jogar o seu jogo, apesar do governo que temos, segundo o PSD, todos os dias, por todos os meios, contra elas atentar!
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MARIZA

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sexta-feira, julho 6

PORTUGAL NA PRESIDÊNCIA

Posted by PicasaFotografia de Hélder Gonçalves

Já está disponível no “Semanário Económico” e no IR AO FUNDO E VOLTAR o artigo, com o título em epígrafe, de que reproduzo a entrada.

Portugal chegou tarde à Europa das nações bastando, para ilustrar esse afastamento, lembrar que entre as esperanças de democratização que afloraram no imediato pós guerra, na primavera/verão de 1945, e a revolução de 25 de Abril de 1974, mediaram 29 anos e que, após o 25 de Abril, decorreram mais onze anos até à concretização da adesão de Portugal à CEE.

Entre o fim da 2ª guerra mundial, período decisivo para a reconstrução democrática e económica da Europa, e a adesão de Portugal à CEE, mediaram, nada mais, nada menos, de 40 anos que podem ser levados, salvo algumas tímidas experiências de abertura, ao deve e haver do nosso atraso estrutural.

Chegados onde chegamos não há outra porta de saída para o nosso destino colectivo senão a Europa. Voltámos às origens.
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FIM DE SEMANA ALUCINANTE

O António Pais, o fotógrafo amador que registou para a posteridade o Jantar de Extinção do MES, porque estava lá, e é minucioso a preservar as memórias, foi o primeiro a responder à corrente das leituras e o último a que faço referência. A razão é simples: ele inicia a lista dos seus cinco livros preferidos com “O Estrangeiro”, de Albert Camus, exactamente aquele que é o marco maior na história das minhas próprias leituras.
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quinta-feira, julho 5

As relações com a Galiza e o reino de Leão

“As concessões de D. Teresa e de Afonso Henriques aos Templários e às instituições que protegiam os peregrinos da Terra Santa colocam o Condado Portucalense na órbita do grande movimento que projecta a Cristandade em direcção a Jerusalém, o que, só por si, desmente o carácter periférico que quase sempre se atribui à história portuguesa. Nos anos seguintes, esta característica, por assim dizer “europeia”, acentuar-se-á ainda mais devido à repetida conjugação da conquista do território com as expedições de cruzados que se lhe seguiram, até ao princípio do século XIII. ”
(…)
A vitória obtida em São Mamede excluiu Fernão Mendes de Trava das funções que desempenhava em Portugal, e retirou o poder a D. Teresa. O conde não tinha outra alternativa senão abandonar o condado.
(…)
Procurando na documentação da época os indícios dos acontecimentos verificamos, em primeiro lugar, que Fernão Peres se retirou, de facto, para a Galiza com a “rainha" D. Teresa, decerto já com as duas filhas que dela teve, Sancha e Teresa Fernandes, sem dúvida ainda pequenas.”
(…)
D. Teresa morre em 1 de Novembro de 1130 e sucedem-se um conjunto de acontecimentos que comprovam a renúncia de Peres de Trava ao Condado Portucalense o que leva José Mattoso a concluir:

“A reconciliação do senhor de Trava com Afonso Henriques foi, portanto, anterior à morte da “rainha”. Estes factos contrariam as especulações de sentido quase freudiano que por vezes se atribuem ao comportamento do nosso primeiro rei para com sua mãe, obviamente fantasistas, embora inspiradas nas fontes narrativas de carácter popular que exploram o conflito entre eles e o interpretam como origem de uma severa maldição.” [sublinhado de minha autoria].

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, ”5. As relações com a Galiza e o reino de Leão”, pgs. 67/68 (18).
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O BLOG QUE NINGUÉM LÊ

As leituras de O BLOG QUE NINGUÉM LÊ, nesta corrente, nas quais se inclui uma das minhas preferidas [Constantin Cavafy].
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CATATAU

Uma chamada de atenção para as escolhas do catatau internacionalizando, com muito prazer, esta corrente de leituras.
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UMA MEDIDA HISTÓRICA: LIBERALIZAÇÃO DA PROPRIEDADE DAS FARMÁCIAS
AH! A SITUAÇÃO JÁ ERA CONHECIDA? MUITO NOS CONTA SENHOR BASTONÁRIO!

ELIS REGINA

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