“Não menos paradoxal do que a franca colaboração prestada pelos fidalgos de origem galega durante os primeiros anos do governo de Afonso Henriques (…) é o facto de um dos seus principais auxiliares, Fernão Peres Cativo, ser, talvez, um parente muito próximo de Fernão Peres de Trava. Como vimos, desempenhou as funções de alferes- mor entre 1129 ou 1130 e 1136, e de mordomo-mor entre 1146 e 1155. Foi, portanto, um dos principais auxiliares do nosso primeiro rei durante mais de um quarto de século desde que assumiu o poder.
(…)
Ora, segundo afirma o Livro de Linhagens do Conde D. Pedro, Fernão Cativo era filho do Conde de Sobrado.(…) Se Fernão Peres Cativo era filho do conde de Sobrado, era também irmão de Fernão Peres de Trava. Se este surpreendente parentesco é verídico, teríamos, assim, que um dos principais auxiliares de Afonso Henriques membro da sua corte desde Dezembro de 1128 teria sido o próprio irmão do seu principal inimigo, Fernão Peres de Trava. A hipótese de identificação não parece ter ocorrido a nenhum investigador, ou, se ocorreu, deve ter parecido tão inverosímil que ninguém se atreveu a exprimi-la ou sequer discuti-la.
(…)
…Afonso Henriques contou, afinal, com uma grande quantidade de adeptos galegos, além das famílias de Entre Douro e Minho, ao passo que o senhor de Trava não foi apoiado por nenhum dos seus primos vindos para Portugal nem pelo seu próprio meio-irmão.
(…)
Seja com for, Afonso Henriques sabia escolher bem os seus colaboradores. Fernão Mendes Cativo foi, sem dúvida alguma, um fiel vassalo.”
In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, ”5. As relações com a Galiza e o reino de Leão”, pgs. 72/74 (19).
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Ora, segundo afirma o Livro de Linhagens do Conde D. Pedro, Fernão Cativo era filho do Conde de Sobrado.(…) Se Fernão Peres Cativo era filho do conde de Sobrado, era também irmão de Fernão Peres de Trava. Se este surpreendente parentesco é verídico, teríamos, assim, que um dos principais auxiliares de Afonso Henriques membro da sua corte desde Dezembro de 1128 teria sido o próprio irmão do seu principal inimigo, Fernão Peres de Trava. A hipótese de identificação não parece ter ocorrido a nenhum investigador, ou, se ocorreu, deve ter parecido tão inverosímil que ninguém se atreveu a exprimi-la ou sequer discuti-la.
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…Afonso Henriques contou, afinal, com uma grande quantidade de adeptos galegos, além das famílias de Entre Douro e Minho, ao passo que o senhor de Trava não foi apoiado por nenhum dos seus primos vindos para Portugal nem pelo seu próprio meio-irmão.
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Seja com for, Afonso Henriques sabia escolher bem os seus colaboradores. Fernão Mendes Cativo foi, sem dúvida alguma, um fiel vassalo.”
In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, ”5. As relações com a Galiza e o reino de Leão”, pgs. 72/74 (19).
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