sábado, setembro 15

A FRONTEIRA

Os combates feudais não puseram em causa o traçado da fronteira entre Portugal e a Galiza que, por consenso largamente aceite, seguia o curso do rio Minho e, mais para leste, o do rio Lima. (...) antes de meados do século XII, Portugal já era considerado um “reino”, o que significa, pelo menos, que tinha um território próprio.

Apesar disso, Afonso Henriques não desistiu facilmente de incorporar no seu reino os condados do Sul da Galiza. Em 1140, voltaria a tentar apoderar-se do território de Toroño, e na década de 1160 retomaria as suas pretensões sobre os distritos de além-Minho, conseguindo, até, uma posição de supremacia que o então rei de Leão Fernando II teve dificuldade em abalar, até que a conjuntura se alterou para sempre devido ao “infortúnio” de Badajoz.

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, ”9. “A homenagem a Afonso VII”, pg. 104 (24).
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DIAS FELIZES


Já não vou falar mais deste infeliz acontecimento. Mas esta é uma boa notícia: ao manter Scolari a FPF garante que Portugal conseguirá a proeza de não perder os quatro jogos que lhe faltam disputar: Cazaquistão, Azerbeijão, Arménia e Finlândia. Adversários de tomo está bem de ver. O problema está em que para garantir a qualificação Portugal deverá precisar de os ganhar a todos ...
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sexta-feira, setembro 14

CASO RENAN

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REGRA V

Posted by PicasaIlustração daqui

Regra V“Todo o método consiste na ordem e disposição dos objectos sobre os quais é preciso fazer incidir a penetração da inteligência para descobrir qualquer verdade. A ele permaneceremos cuidadosamente fiéis, se reduzirmos gradualmente as proposições complicadas e obscuras a proposições mais simples, e em seguida, se, partindo da intuição das que são as mais simples de todas, tratarmos de nos elevar pelos mesmos graus ao conhecimento de todas as outras.”

René DescartesIn “Regras para a Direcção do Espírito”

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CATATAU RESPONDEU AO DESAFIO: “Os Livros que NÃO mudaram minha vida”.
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ESTRANHA FORMA DE VIDA!


É possível que, mais uma vez, tenha que ser uma organização internacional a tomar uma decisão que caberia às entidades nacionais responsáveis: despedir Scolari! Quer dizer, a UEFA pode suspendê-lo de funções, por um período mais ou menos longo, a FPF segura-o, pagando, e um tal senhor Murtosa, que dizem que é muito competente, passa a dar a cara. E os patrocinadores de Scolari vão continuar a pagar a alguém que já não (ganha) vende nada? É que o mercado das ilusões é muito sensível. Estranha forma de vida!
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quinta-feira, setembro 13

CHILE - 11 DE SETEMBRO

Fotografias de Hélder Gonçalves

O Hélder Gonçalves – Professor Engenheiro – meu companheiro, fotógrafo amador, dos bons, para meu gosto, também nunca esqueceu o 11 de Setembro – não é esse! – É o do Chile – 1973. Coisas que nos ficam na memória! Não há nada a fazer. São as lições da história! As marcas das balas, o bombardeamento do Palácio de La Moneda, com Allende lá dentro, o apelo desesperado através da rádio, a sua vida dada em troca da defesa da honra.

Coisa de heróis românticos. Neruda, já estava doente, vistoriaram-lhe a casa, morreu poucos dias depois. Ruy Belo, numa praia portuguesa, com certeza, escreveu um poema daqueles de cortar o coração – pelo menos o meu – e nós recebemos, por aqueles meses da revolução portuguesa, os resistentes chilenos. O Hélder Gonçalves mandou-me as fotografias a tempo, estranhou o silêncio do lado de cá, insistiu, eu agradeço, mas a máquina pifou, de vez em quando acontece, e não postei.

O 11 de Setembro passou e o que o Hélder sugere é uma homenagem aos desaparecidos, que a ditadura chilena não era de modas e “desembarcou”, no alto mar, com a conivência dos “democratas” americanos, os opositores que se deixaram apanhar, alguns deles, antes de terem percebido a tragédia em que mergulhara o Chile cuja história sempre tinha ensinado, e praticado, a tradição democrática.
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A VERDADE

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Regra IV – “Para a investigação da verdade é necessário o método.”

René DescartesIn “Regras para a Direcção do Espírito”
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JÁ BASTA

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terça-feira, setembro 11

"A DIRECÇÃO DO ESPÍRITO"

Posted by PicasaIlustração daqui

Regra III – “No que respeita aos objectos considerados, não é o que o que o outro pensa ou aquilo que nós próprios conjecturamos que é preciso procurar, mas aquilo que podemos ver por intuição com clareza e evidência, ou aquilo que podemos deduzir com certeza: nem é de outro modo, com efeito, que se adquire a ciência.”

René DescartesIn “Regras para a Direcção do Espírito”
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CORRENTES DE LEITURA

Posted by PicasaIlustração daqui

O António – Fim de Semana Alucinante, o Joaquim - Respirar o Mesmo Ar e o Porfírio – Machina Speculatrix já corresponderam ao desafio da corrente “10 Livros que Não Mudaram a Minha Vida”. Como seria de esperar, como soe dizer-se, “cada cor seu paladar”. É mesmo esse o encanto destas coisas…
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segunda-feira, setembro 10

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UMA PRENDA PARA O DIOGO

Posted by PicasaFotografia de Família
(Clique para ampliar)


No primeiro dia de aulas do meu filho, lembrei-me que, este verão, ele foi acampar, pela primeira vez, com os amigos. Coube-me em sorte ir buscá-los, a Porto Covo, no fim da aventura. Acho que nunca na minha vida tinha ido a Porto Covo.

Já sem falar no Parque de Campismo a única coisa que se aproveita é a paisagem natural que a custo vai sobrevivendo aos desvarios da intervenção devastadora do homem. Mas os rapazes sobreviveram e exercitaram a sua capacidade de gerir, com autonomia, o quotidiano incluindo uma ida a pé a Sines caminhando 3 horas e meia.

Mas esta prosa vem a propósito de ter descoberto, à vinda, que o meu filho tinha levado com ele “A Cabana do Pai Tomás”, de Harriet Beecher Stowe, para que um amigo o lesse. Reparei que esse exemplar me foi oferecido pelo Carlos Diogo, um colega de escola, certamente pelo meu aniversário.

Ele vive nos Estados Unidos e está representado na fotografia oficial da turma do 1º ano no liceu de Faro que ilustra este post. Que a tome como prenda minha em retribuição daquele livro que tanto me comoveu.
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O Diogo é o nono, na fila de cima, a contar da esquerda. Eu próprio sou o terceiro, na fila do meio, a contar da direita. O António Bexiga é o terceiro, na fila de baixo, a contar da direita. As professoras são a Dra. Madruga (mãe de muitos filhos entre eles a atriz Teresa Madruga - que será feito dela?) e a Dra. Maria José(?).
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SALVADOR ALLENDE

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domingo, setembro 9

UMA SEPULTURA EM LONDRES

Posted by PicasaKarl Marx

Quem estiver interessado pode ler o poema “Uma sepultura em Londres”, de Jorge de Sena, a que faço referência no artigo “Apetecia-me escrever …”
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"A BAIXA" À DIREITA

Posted by PicasaMaria José Nogueira Pinto

Nogueira Pinto à frente da Baixa

Estava à vista esta nomeação. É uma ideia que vem de longe. A falência da aliança de direita no governo e na CML deixou despojos entre ruínas. Depois do “Zé” vem a “Zézinha” e está fechado o arco do poder na CML. Os extremos unem-se em torno do PS. Manobras perigosas! Um amigo pergunta-me quando chegará a hora de Louçã assumir a Economia e Paulo Portas a Administração Interna. Humor negro está bem de ver …
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Movimento religioso feminino

(…) “Com efeito, a partir de 1147, o rei concentra a sua política no povoamento e reestruturação do Entre Douro e Mondego, sobretudo nos territórios recém-conquistados. Nessa altura, os seus principais objectivos orientam-se para a defesa e consolidação do território a fim de evitar a sua recuperação pelos sarracenos. Esta concentração de esforços tinha como contrapartida um certo alheamento para com os territórios de regime senhorial a norte da serra de Estrela. Dir-se-ia, pois, que Afonso Henriques considerava o movimento religioso feminino como um assunto que não lhe dizia respeito a si, mas aos nobres e à Igreja. De facto, eram eles os primeiros interessados em proteger os mosteiros onde podiam professar as viúvas e as filhas excluídas do casamento. Como é evidente, este aspecto da política régia não diminui em nada o importante papel desempenhado pelo nosso primeiro rei na história religiosa do seu tempo: mas mostra quais eram as suas preferências espirituais e, ao mesmo tempo, de que maneira ele as articulava com as suas responsabilidades de soberano. Confirma o que anteriormente vimos acerca da sua progressiva consciência daquilo a que podemos chamar, com evidente anacronismo, as suas funções de chefe de Estado. Foi essa consciência que o levou a tornar-se cada vez mais independente da aristocracia nortenha e que o orientou na escolha dos seus auxiliares, nas suas actividades militares, na política de repovoamento, nas relações com o papa, com os bispos e com os outros soberanos.”

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, ”8. “Eremitas, cistercienses e monjas”, pg. 97 (23).
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sexta-feira, setembro 7

APETECIA-ME ESCREVER ...

Posted by PicasaSean Perry

O artigo com o título em epígrafe já está disponível no site do “Semanário Económico”. Reproduzo-o na íntegra com uma chamada de atenção para a nota que pode ser lida no IR AO FUNDO E VOLTAR.
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"Quando se meditou muito sobre o homem, por ofício ou vocação, acontece-nos sentirmos nostalgia dos primatas. Esses ao menos não têm segundas intenções." - Albert Camus

Apetecia-me escrever acerca das relações entre a idiossincrasia dos povos e o mercado; entre a opressão e a criatividade; entre os regimes políticos e a economia; entre a liberdade e a justiça social. Apetecia-me descrever uma visita de férias a Cuba, incensar o seu belo povo, mais as suas conquistas sociais menos a falta de liberdade.

Apetecia-me escrever acerca de falências e taxas de juro, “modelos de governação” e “mercados de risco”, compras e vendas, salários e desemprego. Apetecia-me transcrever o poema “Uma sepultura em Londres”, de Jorge de Sena e a nota em que ele diz que, em 1969, “não podia anotar-se, para notícia dos distraídos, que esta sepultura era obviamente a de Karl Marx”. Estranho não é? Estávamos no tempo da ditadura.

Apetecia-me escrever, à saída de férias, acerca do clima. Das inundações nos países ricos e nos países pobres. De terramotos. De incêndios. De calamidades naturais, suas origens e trágicas consequências, que não escolhem nem os hemisférios nem os indicadores de desenvolvimento sócio económico dos países. Será o “desenvolvimento sustentável” levado a sério na agenda do futuro G8/13?

Apetecia-me escrever acerca da guerra do Iraque e da “tocata e fuga”, ou “fuga sem tocata”, do quarteto dos Açores. Das mentiras planetárias inventadas para a justificar. Dos políticos vulgares que esquecem as promessas, mentem e se contorcem ao sabor das quotas de popularidade, fazendo do verbo omitir a sua religião de todos os dias. Sou dos que ainda acreditam que na política, a”boa moeda” haverá de expulsar a “má moeda”. Imaginem!

Apetecia-me escrever que uma das medidas que, em breve, deverá obter consagração legal, no âmbito da reestruturação do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (MTSS) é a que transformará o INATEL em “fundação de direito privado e utilidade pública”, consagrada no PRACE (“Programa para a Reestruturação da Administração Central do Estado”) da seguinte forma:

“Deixa de integrar o MTSS saindo da Administração Central do Estado: O Instituto Nacional para Aproveitamento dos Tempos Livres dos Trabalhadores, I. P. – INATEL, sob a forma de fundação de direito privado e utilidade pública.”

Apetecia-me escrever que esta reforma está atrasada uns sete anos, uma minudência, e, desculpem a imodéstia, tem direitos de autor pois foi elaborada, do princípio ao fim, com detalhe técnico e consenso com os parceiros sociais, no tempo em que eu próprio era presidente daquela instituição da qual saí vai para cinco anos.

Apetecia-me escrever, com detalhe, acerca do caso em apreço, que é somente um entre muitos que mostram como as reformas da administração pública, em Portugal, sempre se atrasam, prisioneiras de preconceitos ancestrais e cinismos beatos, e ai daqueles que as quiserem prontas, em tempo útil, que o Estado estrebucha, os privados salivam e o povo geme.
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