quinta-feira, setembro 13

Fotografias de Hélder Gonçalves

O Hélder Gonçalves – Professor Engenheiro – meu companheiro, fotógrafo amador, dos bons, para meu gosto, também nunca esqueceu o 11 de Setembro – não é esse! – É o do Chile – 1973. Coisas que nos ficam na memória! Não há nada a fazer. São as lições da história! As marcas das balas, o bombardeamento do Palácio de La Moneda, com Allende lá dentro, o apelo desesperado através da rádio, a sua vida dada em troca da defesa da honra.

Coisa de heróis românticos. Neruda, já estava doente, vistoriaram-lhe a casa, morreu poucos dias depois. Ruy Belo, numa praia portuguesa, com certeza, escreveu um poema daqueles de cortar o coração – pelo menos o meu – e nós recebemos, por aqueles meses da revolução portuguesa, os resistentes chilenos. O Hélder Gonçalves mandou-me as fotografias a tempo, estranhou o silêncio do lado de cá, insistiu, eu agradeço, mas a máquina pifou, de vez em quando acontece, e não postei.

O 11 de Setembro passou e o que o Hélder sugere é uma homenagem aos desaparecidos, que a ditadura chilena não era de modas e “desembarcou”, no alto mar, com a conivência dos “democratas” americanos, os opositores que se deixaram apanhar, alguns deles, antes de terem percebido a tragédia em que mergulhara o Chile cuja história sempre tinha ensinado, e praticado, a tradição democrática.
.

Sem comentários: