sexta-feira, agosto 22

agosto - dia 22

Uma tarde quente povoada pelos medos que as notícias acalentam. Além das heranças do nosso passado doméstico, e seu reflexo no presente, continua a alastrar a violência por esse mundo. Leio a notícia de execuções públicas em Gaza em retaliação pela eliminação física de dirigentes militares do Hamas levadas a cabo por Israel. Assinalo as mais cruéis manifestações da guerra fazendo lembrar, de forma impressiva, outras guerras de todos os tempos passados. Esta cavalgada da guerra a que assistimos tem que ser refreada sem ilusões de alcançar uma paz impoluta. As potências - sempre as potências! - com argumentos de força militar ou económica, ou ambos, têm que se entender globalmente forçadas por um movimento que somente os cidadãos podem impulsionar. O Papa Francisco apela, o Secretário Geral das Nações Unidas, apela, alguns lideres políticos apelam, à paz, mas não se vê luz ao fundo do túnel que acalente a esperança de um retrocesso dos movimentos extremistas/belicistas. Alastra mesmo entre a intelectualidade, como sempre aconteceu, nos períodos que antecedem as grandes guerras, um amolecimento do espírito crítico face ao alastramento de ideologias populistas e de nacionalismos exacerbados (caso da Hungria, país membro da UE!) que, sejam quais forem as suas raízes ou tendências, todas por igual, têm que ser combatidas, e confinadas, sob pena de virmos, enquanto cidadãos do mundo, a ser responsáveis por um  novo holocausto.          

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