segunda-feira, fevereiro 19

CONGRESSOS

O Congresso do PSD foi o que seria de esperar de um modelo de Congresso tradicional, passado de moda, que carece de ser, no caso de todo os partidos, metido na gaveta. Não sei será possível acontecer em tempo útil para que evite uma grave crise - já em curso- no modelo da democracia representativa. O PSD, este final de semana, mudou de protagonistas e anunciou uma mudança de posicionamento politico, ou seja, o reconhecimento de que, no pós eleições legislativas de 2015, ocorreu uma mudança de fundo que consistiu, simplesmente, na entrada na área do poder dos partidos de esquerda que até então, desde o 25 de abril de 74, se haviam acantonado numa postura de negação.
A partir de hoje o PSD vai tentar empurrar o PS para a esquerda e, ao mesmo tempo, chamá-lo a compromissos políticos em áreas já enunciadas por PS, PSD e PR. O tempo é escasso para o reposicionamento do PSD ainda para mais cravado por divisões internas bastante expostas. Se os indicadores económicos continuarem positivos, até à véspera das eleições legislativas (verão de 2019), o PS vencerá se souber gerir as expetativas. Só em Portugal, salvo erro, na Europa democrática, o socialismo democrático e a social democracia lutam pelo poder sem, por ora, serem ameaçados por partidos populistas.
É uma bênção. Espero, com sinceridade, que sejamos todos capazes de manter a capacidade de fazer prevalecer a democracia representativa, ou seja, a capacidade do diálogo politico na diversidade.

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