Fotografia daqui
Pelas ruas ouve-se o silêncio estranho da espera
Ou será de quem desespera por esperar o dia
Que há-de vir de novo e lhes traga uma alegria
Pelas ruas rareia o movimento como um regresso
Ao passado que se não reconhece no presente
Os homens transformados na sua sombra ausente
Pelas ruas não se notam sinais do riso de mulheres
Nem os fumos de verão saídos dos seus decotes
E nada se parece com as cores dos dias felizes
Pelas ruas não vagueiam os cães nem as carroças
Puxadas a cavalo nem quase uma só bicicleta
E os cheiros são vagamente inodoros de vícios
Pelas ruas corre o vento e o sol por vezes abrasa
Nada faz dormir a natureza e levá-la para casa
É decerto impossível mesmo a golpes de espada
Pelas ruas caminho com pressa ou devagarinho
E olho com fervor aqueles que em certos dias
Me olham com atenção que em outros dias não
Pelas ruas ouve-se um silêncio estranho de espera
Do dia em que desfilem às arrecuas as fanfarras
Anunciando uma boa nova porque se desespera
Pelas ruas por vezes acontece a solidão das mãos
Estendidas mas nada de notícias de boas vindas
Nem braços de polícias sinaleiros nas esquinas
Pelas ruas secou o rio do formigueiro humano
Vejo filas de espera por um lugar no autocarro
Que é feito do teu coração cidade que eu amo?
Lisboa, 12 de Abril de 2005
Pelas ruas ouve-se o silêncio estranho da espera
Ou será de quem desespera por esperar o dia
Que há-de vir de novo e lhes traga uma alegria
Pelas ruas rareia o movimento como um regresso
Ao passado que se não reconhece no presente
Os homens transformados na sua sombra ausente
Pelas ruas não se notam sinais do riso de mulheres
Nem os fumos de verão saídos dos seus decotes
E nada se parece com as cores dos dias felizes
Pelas ruas não vagueiam os cães nem as carroças
Puxadas a cavalo nem quase uma só bicicleta
E os cheiros são vagamente inodoros de vícios
Pelas ruas corre o vento e o sol por vezes abrasa
Nada faz dormir a natureza e levá-la para casa
É decerto impossível mesmo a golpes de espada
Pelas ruas caminho com pressa ou devagarinho
E olho com fervor aqueles que em certos dias
Me olham com atenção que em outros dias não
Pelas ruas ouve-se um silêncio estranho de espera
Do dia em que desfilem às arrecuas as fanfarras
Anunciando uma boa nova porque se desespera
Pelas ruas por vezes acontece a solidão das mãos
Estendidas mas nada de notícias de boas vindas
Nem braços de polícias sinaleiros nas esquinas
Pelas ruas secou o rio do formigueiro humano
Vejo filas de espera por um lugar no autocarro
Que é feito do teu coração cidade que eu amo?
Lisboa, 12 de Abril de 2005