Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
terça-feira, julho 31
Hélène Tysman
The Symphony Orchestra of the Liszt School Of Music (Conductor: Prof. Nicolás Pasquet) plays Maurice Ravels Piano concerto for the left hand, which he composed 1929 for austrian pianist Paul Wittgenstein who lost his right arm during WW I. On the piano Hélène Tysman (29) who finishes her final exam at the Liszt School with this concert.
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domingo, maio 6
NO DIA DE UMA QUASE CERTA MUDANÇA POLÍTICA EM FRANÇA
Fotografia de Albert Lemoine
A Europa e o mundo vivem sob o espectro de uma crise financeira, energética e alimentar. Três choques, em simultâneo, que põem em risco o equilíbrio em que assenta o mundo do pós guerra. Os chamados países emergentes, com a China à cabeça, estão no centro da crise. Esses países passaram de sociedades miseráveis a sociedades de consumo. A China é como uma fogueira gigante que consome crescentes recursos que afluem de todo o mundo e, ao mesmo tempo, alimenta outras fogueiras que, de igual modo, consomem mais do que a humanidade é capaz de produzir. Entramos numa nova fase da vida das nações que exigirá mudanças profundas também nas estruturas das instituições internacionais. A questão: como gerir essas mudanças sem guerra?
[7/5/2008]
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ALBERT CAMUS (Apontamento fotográfico) 9
Aniversário (um dia após)
Reconheço o amor nos olhos que me olham com desmedida atenção enquanto durmo. Os olhos de minha mãe adoravam ter esperança no futuro no qual jogava a sua crença de ir mais longe. A primeira mulher da minha vida. A mais ousada na sua imprevisível arte de romper barreiras e chegar mais além. A fonte da força que me mantém de pé contra todas as adversidades. Uma mulher de um só homem que não era homem de uma só mulher. A fidelidade nascida da tradição que não na fraqueza ou na futilidade. A irreverência herdada da rudeza do campo, das agruras da natureza à força de puxar a besta e de encaminhar a água à raiz certa não fosse perder-se uma gota. A escola da escassez sonhando a fartura que havia de vir fruto do trabalho honrado. Não perder tempo chorando o tempo perdido. Fazer do tempo um passeio para espairecer e voltar ao arado da vida com sonhos lá dentro. A mulher que se fez a si própria descobrindo os outros e o que se pode e se não pode fazer com eles. Aceitar mudar e escolher o caminho da mudança. Tactear o caminho levando ao colo os seus amores. A primeira mulher que acreditou no caminho hesitante que me havia de fazer homem. Sem saber para onde ia ao certo. Nem ninguém sabia, ninguém nunca sabe, mas não duvidou que havia de chegar a um lugar onde brilharia o sol e sou capaz de a lembrar como a minha primeira mulher. Aquela que mais me amou, sempre me amou além do que a vida pode conter de riqueza material. Um dia ao fim de uma longa caminhada sem sequer saber dos meus males escolheu morrer nos meus braços. A mais sublime homenagem que alguém pode prestar a alguém. De súbito suavemente, na alegria da celebração da juventude, deixou para sempre a esfusiante tradição de me abraçar como se fosse a criança que para ela nunca deixara de ser. [21/1/2008]
[Fotografia de família retratando minha mãe, um dia após o meu aniversário, em homenagem às famílias de sangue e alargada nas quais encontro apoio e alento para prosseguir em frente.]
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