sábado, junho 30

A NOTÍCIA DA NOTÍCIA

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MEMÓRIAS - I

Posted by PicasaFotografia de Hélder Gonçalves

Aquela singular corrente de memórias voa no tempo
Revolto-me em mudança permanente com o espelho
No qual espreito e nele me revejo em reminiscências
De mim naqueles olhares pacientes de mãos quentes
Abertas ao contar dos dias ou fechadas como punhos
Em seus gestos diligentes revendo o futuro do futuro
Com a morte pendurada nas paredes, os meus muros
São transparentes de cal pura brancos sem espessura
E o meu sangue goteja dos retratos sem que me veja.

Lisboa, 5 de Setembro de 2006
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COSTA SOBE

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sexta-feira, junho 29

CAMUS/CHAR - VERÃO DE 57

Posted by Picasa"Ne te courbe que pour aimer..." René Char

O verão de 57 parece ter causado uma estranha sensação de ausência em ambos os amigos cada um deles viajando para seu lado. Era o tempo das cartas e dos postais, letras desenhadas à mão, (tenho uma grande colecção de postais trocados entre os meus pais, enquanto namorados, e a minha mãe escreveu-me cartas e postais até à morte.), o tempo tinha um outro sentido, a urgência a dimensão de alguns dias,

Char, em 14 de Setembro de 1957, interrogava Camus através de um postal ilustrado intitulado “Les Dernières Feuilles”: “Un peu, où êtes-vous, cher Albert? J’ai la sensation cruelle, tout à coup, de vous avoir perdu. Le Temps se fait en forme de hache. À quand ? Votre »

Camus, três dias depois, escrevia uma carta que duvido seja de resposta : "Cher René: Je suis en Normandie avec mes enfants, prés de Paris en somme, et encore plus près de vous par cœur. (…) Je rentre dans une semaine. Je n’ai rien fait pendant cet été, sur lequel je comptais beaucoup, pourtant (…)

Triste Normandie ! Sage, médiocre et bien peignée. Et puis un été de limaces. Je meurs de soif, privé de lumière
[écrit dans la marge gauche de la lettre.]
Chez Michel Gallimard (…)"

E Char, ainda em Setembro, numa carta sem data, rematava, certamente, em resposta : «Cher Albert, Merci pour votre présence réclamée comme un verre d’eau pure, un matin d’extrême désert. Ils sont en si petit nombre ceux que nous aimons réellement et sans réserve, qui nous manquent et à qui nous savons manquer parfois, mystérieusement, si bien que les deux sensations, celle en soi et celle qu’on perçoit chez l’autre apportent même élancement et même souci …
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RESPOSTA DE FIDEL À AFIRMAÇÃO DE BUSH: "UN DÍA EL BUEN DIOS SE LLEVARÁ A FIDEL CASTRO". PRÓPRIO DE UM COMPÊNDIO ACERCA DA POLÍTICA.
BLAIR DESPEDE-SE: "THE END". REPAREI COMO, NO FINAL, OS TRABALHISTAS SE LEVANTARAM E, A UM PEQUENO GESTO DO SEU LEADER, OS CONSERVADORES SE LEVANTARAM TAMBÉM E TODOS APLAUDIRAM. O ESPECTÁCULO DA DEMOCRACIA NO SEU MELHOR!

E DEUS CRIOU A MULHER

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quinta-feira, junho 28

Calirezo
























Puro Prazer
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PLANANDO SOBRE O REFERENDO

Posted by PicasaBart Pogoda

"Sócrates tem medo que um referendo à Europa se transforme num teste penalizador para o seu Governo"

Áurea Sampaio, "Visão", 28-06-2007



A Áurea Sampaio lá sabe mas parece-me uma audácia só ao alcance de adivinhos, ou políticos de grande envergadura, atribuir ao actual primeiro-ministro tal medo. O que me parece resultar da realidade das coisas é que ao assumir a Presidência da UE Sócrates não poderia comprometer-se com a realização de um referendo, em Portugal, já que a redacção do chamado Tratado Reformador será o tema central do seu mandato e, como é evidente, a assumpção de tal compromisso referendário, à cabeça, contaminaria todo o processo de negociação.

Pois, ao contrário do que afirma com zelo, Pacheco Pereira, e outros zelotes do compromisso referendário imediato, a negociação destinada à redacção do projecto de Tratado, apesar do compromisso escrito que saiu da reunião do Conselho de 21 e 22 de Junho, não é um trabalho de casa fácil e com sucesso garantido à partida. Para o provar basta atentar na pergunta que um jornalista polaco fez, hoje, ao Secretário de Estado, Lobo Antunes, numa conferência de imprensa em Bruxelas.

Em qualquer caso não há dúvida que, tal como na questão da localização do novo aeroporto de Lisboa, o programa do governo é claro: no que respeita ao aeroporto aquele programa diz, expressamente, que é na OTA; no que respeita ao Tratado europeu diz o seguinte:

“O Governo entende que é necessário reforçar a legitimação democrática do processo de construção europeia, pelo que defende que a aprovação e ratificação do Tratado deva ser precedida de referendo popular, amplamente informado e participado, (…)”

Pela parte que me toca defendo que, salvo qualquer situação absolutamente excepcional que ponha em causa o interesse nacional, o governo, oportunamente, deve propor ao Senhor Presidente da República a realização de um referendo. Para tal será necessário que o Conselho Europeu, previsto para Outubro próximo, aprove o projecto de Tratado que coube à Presidência portuguesa elaborar.

Nesta, como nas matérias decisivas para o futuro de Portugal e da União Europeia, nenhum político que se preze pode ter medo dos grandes desafios e tenho a certeza que se existir algum entrave à realização do referendo não é problema de Sócrates. Será necessário procurar a origem de eventuais resistências noutro lado, porventura, no campo daqueles que, hoje, proclamam a sua urgência!
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UM HORROR ABSOLUTO!

JANELA INDISCRETA

Na JANELA INDISCRETA o Pedro Rolo Duarte fez, ontem, dia 27, uma referência muito simpática ao Absorto. Obrigada.

Via FLISCORNO.

quarta-feira, junho 27

OS TEMPLÁRIOS

Posted by PicasaO Selo dos Templários

“Em Março de 1129, Afonso Henriques confirma a doação que D. Teresa, sua mãe, havia feito do castelo e do termo de Soure à Ordem Militar do Templo de Jerusalém, exactamente um ano antes”. É assim que José Mattoso abre o Capítulo 4, intitulado “O Apelo de Jerusalém”, da sua obra “D. Afonso Henriques”.

Mais à frente prossegue: “O acto a que nos referimos, isto é, a doação de D. Teresa e dos seus barões à Ordem do Templo, e, logo a seguir, a sua confirmação por Afonso Henriques, depois de ter assumido o poder, representam, de facto, a decidida participação do Condado Portucalense nesse amplo movimento de expansão europeia e de projecção da cristandade para fora do espaço onde, até então, tinha estado encerrada.”
(…)
“Trata-se, na verdade, de um acto surpreendente pela sua precocidade, visto que, em Março de 1128, os templários não tinham ainda sido aprovados como uma ordem religiosa, constituíam uma comunidade com pouco mais de uma dúzia de membros e eram desconhecidos na maior parte da Europa.”

E logo de seguida Mattoso faz uma distinção muito interessante: “Além disso, nunca ninguém tinha tido a ideia de criar um exército de monges nem um convento de soldados. O estado de vida religiosa opunha-se à profissão das armas. A função dos milites (os que combatem) considerava-se não só diferente da função dos oratores (os que rezam) mas era incompatível com ela. (…) “Unir num só “estado” cavaleiros e monges parecia uma inovação absurda”.
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In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, ”4. O Apelo de Jerusalém”, “Entre o oriente e o ocidente” e “Uma novidade no mundo cristão””, pgs. 58/59 (16).
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DEIXA-ME RIR ...
NA MORTE DE FILIPE FERRER
PARLE VITE ET MANGE TARD
NEGRÃO: UMA ANTOLOGIA DE EQUÍVOCOS - DO CONQUILHAS

terça-feira, junho 26

CAMUS/CHAR - HUNGRIA 1956

Posted by PicasaFotografia daqui

«Correspondência – 1946-1959" trocada entre Albert Camus /René Char. Uma carta curta, dirigida por Camus a Char, após ter recebido, enviada por este, a primeira página do France Soir, de 30 de Outubro de 1956, com a manchete: “Budapest: Staline Abattu”, ilustrada com uma fotografia mostrando o derrube de uma estátua de Staline, que Char anotara com diversas frases de regozijo. Acrescento uma nota do organizador da edição na qual descreve, abreviadamente, os acontecimentos da Revolução Húngara de 1956.
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Albert Camus a René Char – 30 octobre 1956

Cher René:
«La terre tourne» a dit Chepilov.* Oui, elle tourne, et la liberté est le soleil levant. Je garde ce tyran débotté, ces moustaches pleines de sang, en souvenir de nous, de notre long combat, fraternel. Le monde a bon goût, soudain!
Votre ami
A.C.

[*“René Char découpe la une de France-Soir du 30 octobre 1956 et la met sous enveloppe pour Camus. Le 23 octobre, le soulèvement de la Hongrie fait reculer un temps l’URSS. Le 30 octobre, les troupes soviétiques se retirent de Budapest. Nagy annonce la fin du parti unique et la préparation d’élections libres. Mais après un revirement du gouvernement soviétique, le 1 novembre les troupes soviétiques, encerclent à nouveau Budapest. Le 3, le gouvernement demande l’aide de la communauté internationale, le 4 les troupes soviétiques attaquent à l’aube. Des milliers de réfugiés quittent le pays. La résistance hongroise se poursuivra malgré les déportations et les exécutions. Chepilov faisait partie de la vieille garde soviétique qui fut limogée par Khrouchtchev après que celui-ci eut condamné la bureaucratie et le culte de la personnalité sous Staline. Cependant Chepilov revint vite aux affaires. Il fut notamment envoyé à Budapest aux premiers temps de l’insurrection. Ce 30 octobre, Albert Camus prend la parole à un meeting organisé en l’honneur de Salvador de Mandariaga et fait aussi référence à l’héroïque et bouleversante insurrection des étudiants et des ouvrier de Hongrie”.]
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EXTINGUIR O MINISTÉRIO DA CULTURA, CRIANDO UMA SECRETARIA DE ESTADO, NADA QUE SEJA NOVIDADE, NEM EM PORTUGAL, NEM EM MUITOS PAÍSES DA UE.
DO ANACRUSES
DEPOIS DE VER OS CARTAZES DA CAMPANHA PSD/NEGRÃO, JÁ ACREDITO EM TUDO!