Kyle Ford
Taxa de variação homóloga do IPC diminui para -0,4% - Março de 2009
A notícia foi divulgada e apresenta uma faceta da evolução da economia nacional. Para não complicar pode dizer-se que a tendência de evolução dos preços no consumidor é para a baixa. Fala-se, com frequência, nos comentários dos especialistas, no fenómeno da deflação. Do que estamos a falar? O contrário da inflação que é na linguagem dos políticos uma coisa má. Será a deflação uma coisa boa? Não parece.
Quando os preços tendem, de forma consistente, no tempo e em todas – ou quase todas - as categorias de bens e serviços, a baixar, gera-se uma dinâmica de contracção do consumo. É fácil de compreender: pois se a expectativa é de os preços baixarem no futuro próximo os consumidores tendem a adiar as suas decisões de compra. “Mais tarde poderei comprar mais barato e/ou em melhores condições.” As famílias com mais poder de compra também são aquelas com mais capacidade para acomodar o adiamento de decisões.
A economia tende a reagir com cortes na capacidade produtiva, redução de custos, em mão-de-obra, em aquisição de matéria-prima e serviços …. É um cenário desolador. Mesmo aqueles, como os funcionários públicos, que obtiveram aumentos salariais acima da inflação esperada, neste contexto, serão prejudicados a médio prazo. As contas do estado vão degradar-se pela acção conjugada da queda de receitas e aumento da despesa. Mais tarde o estado vai acertar as contas. É inevitável.
Numa situação de crise aguda mais vale distribuir os sacrifícios, entre todos, de forma o mais equitativa possível, ao longo do tempo. Mas o pior cenário é o da conjugação da deflação, da escassez do crédito e do crescimento da dívida externa. Não andamos longe desse cenário a nível mundial. E em Portugal também. Ver o caso japonês.
Verdadeiramente curioso é que até este momento não sejam conhecidas reacções substanciais dos partidos à divulgação deste indicador. Devem estar a estudar a matéria. Na verdade é uma matéria complexa. Mas assim se vê quem tem unhas para apresentar alternativas, quer de política económica, quer de governo.
Taxa de variação homóloga do IPC diminui para -0,4% - Março de 2009
A notícia foi divulgada e apresenta uma faceta da evolução da economia nacional. Para não complicar pode dizer-se que a tendência de evolução dos preços no consumidor é para a baixa. Fala-se, com frequência, nos comentários dos especialistas, no fenómeno da deflação. Do que estamos a falar? O contrário da inflação que é na linguagem dos políticos uma coisa má. Será a deflação uma coisa boa? Não parece.
Quando os preços tendem, de forma consistente, no tempo e em todas – ou quase todas - as categorias de bens e serviços, a baixar, gera-se uma dinâmica de contracção do consumo. É fácil de compreender: pois se a expectativa é de os preços baixarem no futuro próximo os consumidores tendem a adiar as suas decisões de compra. “Mais tarde poderei comprar mais barato e/ou em melhores condições.” As famílias com mais poder de compra também são aquelas com mais capacidade para acomodar o adiamento de decisões.
A economia tende a reagir com cortes na capacidade produtiva, redução de custos, em mão-de-obra, em aquisição de matéria-prima e serviços …. É um cenário desolador. Mesmo aqueles, como os funcionários públicos, que obtiveram aumentos salariais acima da inflação esperada, neste contexto, serão prejudicados a médio prazo. As contas do estado vão degradar-se pela acção conjugada da queda de receitas e aumento da despesa. Mais tarde o estado vai acertar as contas. É inevitável.
Numa situação de crise aguda mais vale distribuir os sacrifícios, entre todos, de forma o mais equitativa possível, ao longo do tempo. Mas o pior cenário é o da conjugação da deflação, da escassez do crédito e do crescimento da dívida externa. Não andamos longe desse cenário a nível mundial. E em Portugal também. Ver o caso japonês.
Verdadeiramente curioso é que até este momento não sejam conhecidas reacções substanciais dos partidos à divulgação deste indicador. Devem estar a estudar a matéria. Na verdade é uma matéria complexa. Mas assim se vê quem tem unhas para apresentar alternativas, quer de política económica, quer de governo.
.
.