quarta-feira, maio 27

MICHELLE BRITO - PARA A HISTÓRIA DO DESPORTO PORTUGUÊS

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Européennes : le débat Kahn-Cohn-Bendit

"Les Echos " mettent face à face deux têtes d'affiches connues pour leur franc-parler : l'écologiste Daniel Cohn-Bendit, tête de liste Europe Ecologie en Île-de-France, et le centriste Jean-François Kahn, tête de liste MoDem dans l'Est.

Daniel Cohn-Bendit: (…) Pour s'attaquer à l'abstention, la meilleure stratégie est que chaque force politique cherche à mobiliser au plus large son potentiel. Pour moi, cela consiste à dire que face aux crises auxquelles nous sommes confrontés, l'Europe doit et va jouer un rôle, positif ou négatif selon le rapport de force politique à l'intérieur, entre autres, du Parlement européen.
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Jean-François Kahn: (…) Face à cette crise économique, mais aussi morale, de civilisation, les gens ont la possibilité de dire quel modèle ils veulent. Et quel modèle ils ne veulent pas.
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A AUDIÇÃO PARLAMENTAR

Não me interessam os detalhes mais ou menos pitorescos da audição de Oliveira e Costa. O que me interessa é assinalar que esta audição prestigiou o parlamento. Durante muitas horas senti a sensação de viver num país democrático a sério. A um banqueiro indiciado pela prática de crimes, e por essa razão, em prisão preventiva, foi dada a oportunidade de se explicar, em público, respondendo a quase todas as perguntas dos deputados. Foram muitas horas de afirmações em defesa própria, e de exercício do contraditório, acerca de um assunto do qual, naturalmente, não conheço os meandros. Mas para além de algumas tentativas tacanhas de aproveitamento político-partidário, sem sucesso, esta audição foi um acontecimento prestigiante para a instituição parlamentar. Foi, do meu ponto de vista, um salutar exercício democrático. Seria mais uma injustiça insuportável que o único acusado do caso BPN fosse obrigado a manter o silêncio enquanto todos os restantes envolvidos, directa ou indirectamente, têm gozado da liberdade de expressar, publicamente, as suas opiniões. Desta forma se equilibraram, tanto quanto possível, os pratos da balança no inevitável julgamento da opinião pública. Do mal o menos …
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sábado, maio 23

A PROPÓSITO DO 60º ANIVERSÁRIO DA CONSTITUIÇÃO DA ALEMANHA

De vez em quando é salutar lembrar, e lembrar-me a mim próprio, que este blogue é pessoal. Quando me refiro, explicitamente, a assuntos da esfera pessoal, familiar ou profissional, o que acontece raramente, fico com a estranha sensação de estar a ferir um estatuto editorial construído, e aplicado, por mim próprio. É que, afinal, após tantos anos a expor-me através da emissão de opiniões neste blogue posso ficar cativo da opinião que dele façam os seus visitantes. E não quero ficar cativo senão da minha própria temperança no uso da sagrada liberdade de opinião. O meu filho Manuel escolheu a disciplina de história (alemã) para oral das provas finais do 12º ano. O tema forte de estudo, apesar de não ter “saído”, foi a ascensão e queda do nazismo. Explicou-me, no decurso desse tempo de estudo, alguns detalhes, que eu não conhecia, do fenómeno terrível que foi o nazi-fascismo. Quando olho as fotografias, imagens e notícias acerca da manifestação dos alunos de Escola António Arroio, arremessando contra o primeiro-ministro José Sócrates o epíteto de fascista, assusto-me não só com o absurdo da sua utilização mas, fundamentalmente, com o efeito de banalização do termo fascista pela extensa divulgação que este tipo de acontecimentos suscita. A profunda ignorância da história da Europa, e de Portugal, por parte dos jovens estudantes é preocupante e faz-me entender melhor o rigor, e a dureza, com que as autoridades alemãs, a todos os níveis e em todos os sectores, tratam toda e qualquer manifestação que possa confundir a opinião pública acerca da realidade do nazi fascismo. Haviam de ver as consequências da cena passada na Escola António Arroio se a mesma, ou semelhante, pudesse ocorrer, a título individual ou colectivo, no espaço da uma escola alemã! No dia em que se celebra o 60º aniversário da Constituição da Alemanha.
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quinta-feira, maio 21

JOÃO BÉNARD DA COSTA

Morreu João Bénard da Costa. Identifico a sua figura pela voz que era de tonalidade rouca. A arte dos obituários está repleta de surpresas, omissões e, nalguns casos, de injustiças. No caso de João Bénard da Costa, nestas primeiras horas, após o conhecimento da sua morte, os obituários são de teor “oficialista”. Assinalo, como nota de rodapé, que enquanto uns são, indevidamente, dados como tendo sido dirigentes do extinto MES no caso do Bénard da Costa, ocorre o oposto. Tendo sido dirigente do MES, nos primórdios da revolução, oriundo da chamada corrente católica progressista, essa faceta do seu CV é omissa em todos os obituários. Honra à sua memória.
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SHARON STONE - NA LUTA CONTRA A CRISE

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quarta-feira, maio 20

A tropa e a nobreza do major


Em Outubro de 1971, cumpri a jornada obrigatória de me apresentar em Mafra. O velho Convento era o destino de todos os jovens licenciados (ou estudantes universitários) que fossem considerados aptos para cumprir o serviço militar obrigatório. Na verdade a minha entrada para o serviço militar deu-se em 7 de Outubro de 1971.

Seguiram-se três meses de dura instrução. Os meus companheiros mais próximos foram o José Pratas e Sousa e o Raul Pinheiro Henriques. Na tropa faziam-se fortes amizades e cumpriam-se as regras estritas da instituição militar. Não me desgostou pois me tinha preparado para todas as provações.

Cumpri 3 anos menos dois dia de serviço militar obrigatório. Passei à disponibilidade em 4 de Outubro de 1974. Apesar de um incidente no dia 16 de Março – o dia da «Revolta das Caldas» – em que fui mandado recolher ao quarto por um dia, a minha folha de serviços está impecavelmente limpa.

O problema maior que assaltava as preocupações de mancebos (conscritos) e famílias, de todas as classes e condições, era o espectro da mobilização para uma das frentes da guerra colonial. No primeiro dia fiz a viagem de autocarro. Fui sem revolta e em busca de nada. Cumprir uma obrigação e, se possível, lutar contra a guerra colonial.

Eu sabia que o quartel era uma instituição concentracionária de tipo clássico, como o convento ou a prisão, tinha-o lido em diversos livros, e sabia que sempre seria possível cumprir com as regras subvertendo as regras.

A tropa, naquela época, não era uma curta experiência de aprendizagem dos métodos próprios da guerra. Era um longo exercício de sobrevivência psicológica e física às exigências da defesa de Portugal como «Pátria una e indivisível do Minho a Timor».

Era um teste à capacidade pessoal de resistência a uma caminhada pelo inferno dos labirintos da irracionalidade da guerra. Fui e ganhei forças para combater, por dentro, a solidão e as provações.

Dessa experiência nunca esqueci um episódio que me ensinou como é preciso ter cuidado com as aparências. Um dia, pela manhã, na parada, o Major, Comandante da Companhia, que tinha na conta de um militarão, aproximou a sua boca ao meu ouvido e, em voz ciciada, avisou-me de que estava na lista dos «subversivos». Ouvi, estremeci e calei. Não o conhecia. Era, na verdade, um oficial discreto que cumpria com os seus deveres. Eu cumpria com os meus. Nada o obrigava a correr o risco de me avisar.

Este episódio ajudou-me a aprender como é difícil, no mundo dos homens, ajuizar acerca da natureza do seu carácter e dos valores que os movem na sua relação com os outros. Nunca mais esqueci a nobreza do gesto do major que tomei à conta de generosidade.

[A partir de um conjunto de posts publicadas no Absorto em 2004.]
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terça-feira, maio 19

Personagens absurdas.


Calígula. O gládio e o punhal.

“Creio que não me compreenderam bem anteontem quando ataquei o sacrificador com o maço com que ele ia matar a bezerra. No entanto era muito simples. Por uma vez, quis alterar a ordem das coisas – para ver, em suma. O que vi, é que nada mudou. Um pouco de espanto e de pavor nos espectadores. Quanto ao resto, o sol pôs-se à mesma hora. Concluí que era indiferente alterar a ordem das coisas.”
Mas por que motivo um dia o sol não nascerá a oeste?

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Id. (Ptolémée). Mandei-o matar porque não havia razão para que ele fizesse um casaco mais belo que o meu. De facto não havia razão. Claro que também não havia razão para que o meu casaco fosse o mais belo. Mas ele não estava consciente disso e, visto que eu era o único a ver claro, é normal que obtivesse vantagens.

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Dom Quixote e La Pallice.

La Pallice. – Um quarto de hora antes da minha morte, ainda estava com vida. Isso bastou para a minha glória. Mas essa glória é usurpada. A minha verdadeira filosofia é que um quarto de hora após a minha morte, já não estarei com vida.

Dom Quixote. – Sim. Combati moinhos de vento. Pois é profundamente indiferente combater moinhos de vento ou gigantes. A tal ponto indiferente que é fácil confundi-los. Tenho uma metafísica míope.

In Cadernos (Caderno nº 3 – Abril 1939/Fevereiro 1942) - Albert Camus – Edições Livros do Brasil
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A ABSTINÊNCIA SINDICAL

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segunda-feira, maio 18

MANIFESTA

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ELEIÇÕES COM FARTURA

Guy Le Querrec - BAIXO ALENTEJO. Village de Serpa. Vote pour les élections à l'Assemblée Constituante

O ambiente político está tenso com os partidos da oposição a tentar cavalgar a crise económica e financeira que pode desembocar numa crise social à qual se pode juntar uma crise política. A tensão existiria sempre com eleições à vista. Faz parte das regras do jogo democrático. Mas o regime deveria dispor de mecanismos eficazes para regular o calendário eleitoral. Não é saudável que num período de menos de cinco (5) meses decorram três (3) actos eleitorais, de âmbito nacional, ainda para mais convocados por diferentes autoridades.
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domingo, maio 17

EUROPEIAS: ABSTENÇÃO E PS


Saiu mais uma sondagem acerca das eleições para o Parlamento Europeu (7 de Junho) que dá como vencedores a abstenção… e o PS. Sem novidade. Para o eleitorado a realidade política da UE está muito distante do seu quotidiano. O fenómeno não é sequer uma particularidade de Portugal. Em todas as sondagens publicadas até hoje, acerca das próximas eleições, o PS surge sempre como vencedor e nas duas últimas alcança os seus melhores resultados. Nesta questão de sondagens cada partido valoriza, ou desvaloriza, conforme o seu interesse particular. Mas se o PS, mesmo com uma forte taxa de abstenção, ganhar as “Europeias”, atenta a turbulência dos tempos, tornará ciclópica a tarefa de Manuela Ferreira Leite para as legislativas. Não admira que a agenda do PSD se resuma quase só ao “Caso Freeport”.
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