O Dr. Alberto João Jardim habituou o país – a partir de uma espécie de mandato vitalício que lhe tem sido atribuído, por via democrática, para governar a Região Autónoma da Madeira - a todo o tipo de afirmações, tomadas de posição, propostas, graças, festividades e dislates. É a política e não devemos tomar a política à laia de burocracia da qual está apartada a polémica, a contundência, o excesso verbal e por aí fora. Acho, aliás, que está em curso uma mudança de fundo do modo de fazer política em Portugal que se aproximará, a partir do próximo ciclo eleitoral, do modelo espanhol ou norte-americano. Só quem nunca viu um debate eleitoral nesses países não entenderá o que afirmo. O debate político vai extremar-se o que quer dizer que será mais agressivo, assente em demarcações ideológicas mais vincadas o que conduzirá a que as diferenças entre os diversos programas políticos de governo, em confronto, sejam mais perceptíveis. Acho que é preferível a clarificação resultante do confronto de ideias à confusão resultante da omissão de divergências. O PS, no campo da esquerda democrática, só terá a ganhar com o confronto. O PSD, no campo da direita democrática, nada terá a perder. Depois de uma boa refrega política eleitoral, estou em crer, todos sairemos mais esclarecidos e, como consequência, mais forte sairá a democracia. Se assim for, como espero, Alberto João Jardim ficará reduzido à sua verdadeira dimensão: insignificante!
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