terça-feira, outubro 13

CIBERDÚVIDAS

Jean Gaumy - PORTUGAL. Lisbon. Firts parliamentary elections. Electoral campaign. Woman selling newspapers. April 1975.

O CIBERDÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA CONTINUARÁ A RECEBER, POR MAIS UM ANO, APOIO MECENÁTICO DA FUNDAÇÃO VODAFONE E DOS CTT. UMA BOA NOTÍCIA PARA O MUNDO DA LÍNGUA PORTUGUESA QUE É, A NÍVEL GLOBAL, UMA DAS LÍNGUAS COM MAIOR NÚMERO DE FALANTES.
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segunda-feira, outubro 12

ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS - A TRAGÉDIA DE LISBOA

A realidade das eleições autárquicas de 2009 – contados os votos e comparados com os resultados de 2005 – é mais forte do que todas as previsões e desejos. O resultado final aponta para uma situação surpreendente: o PS ganhou as eleições autárquicas em votos e em número de mandatos; o PSD ganhou em número de presidências de Câmaras apesar do PS ter ganho mais cerca de três dezenas de presidências de Câmaras face às eleições de 2005. Mas, no final de noite, tais factos foram, no plano político, ultrapassados pela vitória do PS, por maioria absoluta, na Câmara de Lisboa. Este resultado é notável porque representa a maior vitória eleitoral de sempre do PS em Lisboa derrotando, pela primeira vez, uma coligação dos partidos da direita, ainda para mais, sendo o PS governo e havendo de continuar a sê-lo, no futuro próximo. Os resultados do PS, a nível nacional, ultrapassaram as melhores expectativas.

O PSD sai dos últimos pleitos eleitorais, por outro lado, politicamente derrotado e com uma direcção fragilizada para não dizer dizimada. A tragédia da candidatura de Santana Lopes a Lisboa (e, não esqueçamos, também de Portas e Bagão Félix …), é emblemática da tragédia do PSD. Em duas palavras o partido recua a cada vitória que anuncia. Os líderes que ocupam o palco têm que o abandonar mas sempre ameaçam regressar, “andando por aí”, e voltando, ciclicamente, a ocupá-lo. Os pretendentes vão, em breve, iniciar uma luta de morte pela sucessão de uma líder exangue mas ameaçam, no seu decurso, autodestruir-se. Um PS, de geometria variável, no governo e na gestão autárquica, e não só … é uma verdadeira ameaça para a sobrevivência do PSD. Não sei se os seus dirigentes já se aperceberam da ameaça de extinção – ou de redução à insignificância política - que paira sobre as suas cabeças.

O PCP perdeu influência e Câmaras emblemáticas, como Beja, Aljustrel e Sines, não tendo sido bafejado pelo prémio de uma posição arbitral em Lisboa que a maioria absoluta do PS impede. O Bloco de Esquerda sofreu uma derrota em toda a linha não tendo feito eleger um único vereador em Lisboa e no Porto.

O PS, é verdade, também perdeu Câmaras emblemáticas, como Faro, a única capital de distrito perdida, que foi, no entanto, mais que compensada pelas vitórias em Leiria e em Beja suponho que derrotas humilhantes, respectivamente, para o PSD e o PCP. Apesar de não ter conseguido retirar a maioria absoluta a Rui Rio, no Porto, o PS, no saldo dos ganhos e perdas, saiu claramente reforçado destas eleições que são mais importante do que muita gente poderá ser levada a pensar.

Muita coisa vai mudar na política portuguesa nos próximos quatro anos, inclusive para o PS, e para a esquerda democrática no seu conjunto. É esse o principal sinal dado pela vitória de António Costa. Penso que os resultados das duas últimas eleições são também sinais encorajadores para futuras reformas da democracia portuguesa, e dos partidos que lhe dão corpo. Umas das medidas a tomar deve dirigir-se à abstenção que se mantém, persistentemente, a níveis demasiado altos. Alguém terá que colocar a debate duas medidas que não são originais nas democracias ocidentais: o voto obrigatório e o voto electrónico. Por exemplo, o que se passou, nas legislativas, com a votação dos emigrantes, apresentando uma taxa de abstenção escandalosamente elevada, não deveria mais poder repetir-se.
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domingo, outubro 11

AUTÁRQUICAS - PRIMEIRAS IMPRESSÕES


As primeiras projecções dos resultados, através de sondagens à boca das urnas, anunciam que o PS pode aguentar-se bastante bem. António Costa, em Lisboa, à frente – resta saber se alcança a maioria absoluta – Elisa Ferreira, no Porto, atrás de Rui Rio, pode ameaçar a sua maioria absoluta – também é conveniente esperar pela contagem - e, noutros concelhos mais populosos, e emblemáticos, salvo qualquer surpresa, mantêm-se os equilíbrios herdados de 2005. A abstenção pode baixar o que será um sinal de quão estão enganados aqueles que sempre prognosticam a fraqueza da democracia e o desinteresse dos portugueses pelas eleições livres e democráticas.

Evolução da contagem AQUI.
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FIDEL E OBAMA - NOBEL DA PAZ


Estava em vias de manifestar a minha opinião de como as reacções à atribuição do Nobel da Paz a Obama permitem separar os campos entre os defensores consequentes da liberdade e da democracia e os outros. Mas não se podem fazer distinções apressadas, nem juízos definitivos, acerca das convicções dos homens e, muito menos, dos políticos. A confirmação desta realidade foi-me dada pela tomada de posição de Fidel Castro acerca do Nobel atribuído a Obama no final de um longo artigo intitulado Las campanas están doblando por el dólar:

En horas de la mañana de hoy viernes 9, el mundo se despertó con la noticia de que "el Obama bueno" del enigma, explicado por el Presidente Bolivariano Hugo Chávez en las Naciones Unidas, recibió el Premio Nobel de la Paz. No siempre comparto las posiciones de esa institución, pero me veo obligado a reconocer que en estos instantes fue, a mi juicio, una medida positiva. Compensa el revés que sufrió Obama en Copenhague al ser designada Río de Janeiro y no Chicago como la sede de las Olimpiadas del 2016, lo cual provocó airados ataques de sus adversarios de extrema derecha.

Muchos opinarán que no se ha ganado todavía el derecho a recibir tal distinción. Deseamos ver en la decisión, más que un premio al Presidente de Estados Unidos, una crítica a la política genocida que han seguido no pocos presidentes de ese país, los cuales condujeron el mundo a la encrucijada donde hoy se encuentra; una exhortación a la paz y la búsqueda de soluciones que conduzcan a la supervivencia de la especie.
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sexta-feira, outubro 9

VOTAR ANA GOMES


O PSD percebeu que Ana Gomes pode ganhar as eleições autárquicas em Sintra. Sintra é, em termos demográficos, o maior concelho do país. O resultado de Sintra poderá ser a surpresa destas eleições. Nem sequer há sondagens, pelo menos publicadas, que permitam especular, com um mínimo de segurança, acerca do resultado. Falo, pois, de um vago sentimento, e mais do que isso, de um desejo. Mas Sintra ficaria a ganhar, o PS ficaria a ganhar e o País também. Acho que a maioria da população de Sintra também já percebeu as vantagens de eleger uma Presidente de Câmara com o perfil de Ana Gomes.
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VOTAR ANTÓNIO COSTA

A vitória, por maioria absoluta, de António Costa, em Lisboa, * significará, no plano político nacional, a vitória do PS nas eleições autárquicas. Se tal acontecer, apesar de todas as leituras, desde as heranças do passado, passando pelos genes políticos do candidato, até aos sinais de novos alinhamentos da esquerda no futuro, será uma vitória política do PS com expressão nacional. Em Lisboa vencerá, nesse caso, a renovação dos autarcas (pois Costa é, em todos os sentidos, o rosto de uma nova liderança autárquica), fundada numa aliança política original de esquerda. Costa conseguiu o milagre de criar uma coligação política informal assente num consenso programático, da esquerda radical à direita moderada, sem lançar ao lixo, antes pelo contrário, o PS tornando-o numa plataforma de encontro de vontades e de fusão de políticas modernizadoras. Mas para que esta experiência frutifique é preciso que António Costa ganha nas urnas. E PARA QUE GANHE É PRECISO VOTAR ANTÓNIO COSTA, OU SEJA, PS. VAMOS A ISSO!
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OBAMA - NOBEL DA PAZ 2009


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terça-feira, outubro 6

CARLA BRUNI

O SITE DE CARLA BRUNI JÁ ESTÁ ACESSÍVEL. UMA FÓRMULA DE INTERVENÇÃO POLÍTICA MAIS DO QUE COMPLEMENTAR DO MARIDO-HOMEM-PRESIDENTE. A CONTINUIDADE E A DIFERENÇA. UMA CONTIDA REBELDIA INSTITUCIONAL. A MULHER CIDADÃ NA BUSCA DE UM MODELO DE INTERVENÇÃO POLÍTICA AUTÓNOMA. A INTERNET ELEVADA À CATEGORIA DE MEIO DE PRIMEIRA GRANDEZA. BASTAVA ESTE PORMENOR PARA TORNAR ESTE SITE UM SINAL DOS TEMPOS.
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OS TEMPOS NA POLÍTICA



As eleições na Grécia realizaram-se uma semana após as eleições legislativas em Portugal. O que é que a Grécia tem de diferente? Na terça-feira seguinte ao domingo do sufrágio o novo primeiro-ministro grego tomou posse! Por cá decorreram audiências entre os líderes partidários e o PR, ouviram-se declarações de circunstância … e ainda a procissão vai no adro. Talvez seja preciso, nesta legislatura, entre outras mudanças, dar um jeito na Constituição para encurtar prazos e agilizar processos … ingenuidade minha, está bem de ver ...
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segunda-feira, outubro 5

POLÍTICA DE IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL

Foi hoje divulgado o relatório das Nações Unidas: Development Report 2009 - Overcoming barriers: Human mobility and development

São muito positivas as referências à política de imigração em Portugal. A questão das migrações e, em particular, o fenómeno da imigração, é uma das áreas mais sensíveis da política social de qualquer governo estabelecendo, em regra, uma linha divisória entre políticas de direita - restritivas, quando não repressivas - e de esquerda - reguladoras e integradoras. As referências, contidas neste Relatório, à política de imigração, adoptada em Portugal, pelos governos socialistas, são um pequeno contributo para provar a desnecessidade da participação do CDS/PP em qualquer governo. As medidas que o PP preconiza para a imigração (um dos seus “nichos de mercado eleitoral”) são erradas, desnecessárias ou, em última análise, já foram adoptadas.

Deixo alguns excertos do Relatório nos quais é citado Portugal (sublinhados meus):

Developed countries, which have more migrants, also tend to have rules that provide for better treatment of migrants. For example, India has the lowest score on provision of entitlements and services to international migrants in our assessment, but has an immigrant share of less than 1 percent of the population; Portugal has the highest score while having an immigrant share of 7 percent. (página 38)

Movement sometimes deprives internal migrants of access to health services if eligibility is linked to authorized residence, as in China. In contrast, permanent migrants, especially the high-skilled, tend to enjoy relatively good access, while in some countries health care is open to all migrants, regardless of their legal status, as is the case in Portugal and Spain. (página 56)
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In OECD countries migrant pupils generally attend schools with teachers and educational
resources of similar quality to those attended by locally-born pupils, although there are some exceptions, including Denmark, Greece, the Netherlands and Portugal.
(página 59)

Nevertheless, extension of temporary permits is possible in many developed countries (e.g. Canada, Portugal, Sweden, United Kingdom and United States), and some developing countries (e.g. Ecuador and Malaysia). Whether the permit is renewed indefinitely may depend on bilateral agreements. Some countries grant the opportunity for migrants to convert temporary into permanent status after several years of regular residence (e.g. in Italy after six years, and in Portugal and the United Kingdom after five). This may be conditional on, for example, the migrant’s labour market record and lack of criminal convictions. (página 98)

Several European countries provide language courses for newcomers through programmes offered by central government, state schools, municipalities and NGOs, such as the Swedish for Immigrants programme that dates back to 1965, the Portugal Acolhe programme offered since 2001, and the Danish Labour Market programme introduced in 2007. (página 104)
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CUBA : A LUTA PELA LIBERDADE

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sábado, outubro 3

FIDEL E A VITÓRIA DO BRASIL

Fidel escreveu que o triunfo do Brasil, conquistando a organização dos Jogos Olímpicos de 2016 para o Rio de Janeiro, foi o triunfo do terceiro mundo sobre as grandes potências industrializadas (Estados Unidos e Japão) e, acrescento eu, a Espanha. Mas Fidel está enganado, ou melhor, quer enganar os incautos. A vitória do Rio de Janeiro foi o triunfo da vitalidade de um grande país democrático da América Latina, ao contrário de Cuba. O Brasil será, em breve, uma grande potência (se não o for já!) que tornará obsoleta a divisão actual entre países do 1º e 3º mundo. O Brasil será, além de uma grande potência económica, uma grande potência democrática, à semelhança dos Estados Unidos, Japão e Espanha. Desta vez entre a lista dos países, e cidades, candidatas à realização dos Jogos Olímpicos de 2016 não figuravam ditaduras. Fidel não tem que se regozijar pois o Brasil, de Lula, não é uma ditadura nem sequer, ao contrário de todas as aparências, e anedotas que muitos brasileiros gostam de divulgar, um regime populista. Um dia, mais tarde, muitos daqueles que se dedicam a denegrir o desempenho político de Lula da Silva terão saudades dele. No Brasil e fora do Brasil.
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TEMOS TRATADO DE LISBOA

IRLANDA: parece que o SIM vai ganhar no Referendo ao Tratado de Lisboa: Lisbon Treaty set to be passed by decisive majority
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Importa-se de repetir! ...
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sexta-feira, outubro 2