Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
segunda-feira, dezembro 26
sábado, dezembro 24
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quarta-feira, dezembro 21
segunda-feira, dezembro 19
8 ANOS
2003-2011 – O ABSORTO que hoje faz 8 (oito) anos de existência, em laboração ininterrupta, tem sido para mim uma janela para o mundo dos afectos, memórias, amizades e conhecimentos. Flutuei, ao longo do tempo, entre a pura diversão, a reflexão fugaz, a partilha de paixões, incensando temas e autores, sem nunca, até hoje, me ter sentido incendiado pelo desprazer. O ABSORTO é um lugar de estar em paz comigo próprio, e com os outros, através de um exercício solitário de apaziguamento. Nada mais. Escreverei mais tarde o que hoje não tenho tempo para escrever. Agradeço a todas, e todos, que me têm dado uma atenção constante que pressinto por entre os silêncios cúmplices. A eternidade é uma ideia sem futuro, escreveu Camus, e subscrevo. Somos natureza com suas virtudes e defeitos. Somos mundo por entre os rumores e as dores do mundo. Somos Portugal mesmo quando a desesperança se intromete nos nossos sonhos. Prossigamos.
sábado, dezembro 17
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domingo, novembro 27
BOLO DE AMÊNDOA E DE GILA (5501 POST)
No dia em que a UNESCO declarou o Fado Património Imaterial da Humanidade deixo, em homenagem a minha mãe, que tanto gostava de fado, um dos posts mais visitados deste blogue.
No outro dia num pequeno café/restaurante aqui para os lados de Campolide serviram-me um doce de sobremesa. Senti o sabor da gila e da amêndoa, uma textura que me reenviou para o “bolo de gila” da minha mãe. Uma especialidade. São os momentos em que nos reencontramos, de verdade, com a vida.
Lembrei-me de uma história que ela contava. Já tarde, decidiu tirar a carta de condução. Fez o que tinha que fazer. Código, lições de condução, exames. Em todos passou. Aprovada. Carta na mão.
Alegria. Era mais um passo na afirmação da sua autonomia. O examinador, segundo ela, era muito simpático. Vai daí minha mãe, como sempre fazia, sem falsos pudores, preparou, com esmero, um bolo de gila para lhe oferecer. Dirigiu-se a ele e o Eng.º não quis receber a prenda. A minha mãe tomou-se de uma indignação sem limites. Insistiu.
Voltou a insistir. Não compreendia os problemas do homem que, finalmente, se deu por vencido e aceitou o bolo. Cedência a uma manifestação de regozijo? Ou aceitação do pagamento de um favor? O que a minha mãe queria era festejar!
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