Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
domingo, agosto 25
ALBANO MARTINS
Frutos
Quando a amada oferece
o seu corpo, ela sabe
que dos frutos apenas
se colhe o sabor.
É então
que os dedos
separam as películas,
que a lâmina desce e a água
e o fogo se misturam.
E é então que a vida
e a morte convivem
sob o mesmo tecto.
sábado, agosto 24
MANUEL BANDEIRA
Lua Nova
Meu novo quarto
Virado para o nascente:
Meu quarto, de novo a cavaleiro da entrada da barra.
Depois de dez anos de pátio
Volto a tomar conhecimento da aurora.
Volto a banhar meus olhos no mônstruo incruento das madrugadas.
Todas as manhãs o aeroporto em frente me dá lições de partir:
Hei de aprender com ele
A partir de uma vez
- Sem medo,
Sem remorso,
Sem saudade.
Não pensem que estou aguardando a lua cheia
- Esse sol da demência
Vaga e noctâmbula.
O que eu mais quero,
O de que preciso
É de lua nova.
Manuel Bandeira
Meu novo quarto
Virado para o nascente:
Meu quarto, de novo a cavaleiro da entrada da barra.
Depois de dez anos de pátio
Volto a tomar conhecimento da aurora.
Volto a banhar meus olhos no mônstruo incruento das madrugadas.
Todas as manhãs o aeroporto em frente me dá lições de partir:
Hei de aprender com ele
A partir de uma vez
- Sem medo,
Sem remorso,
Sem saudade.
Não pensem que estou aguardando a lua cheia
- Esse sol da demência
Vaga e noctâmbula.
O que eu mais quero,
O de que preciso
É de lua nova.
Manuel Bandeira
sexta-feira, agosto 23
VITORINO NEMÉSIO
NOMEIO O MUNDO
Com medo de o perder nomeio o mundo,
Seus quantos e qualidades, seus objectos,
E assim durmo sonoro no profundo
Poço de astros anónimos e quietos.
Nomeei as coisas e fiquei contente:
Prendi a frase ao texto do universo.
Quem escuta ao meu peito ainda lá sente,
Em cada pausa e pulsação, um verso.
Seus quantos e qualidades, seus objectos,
E assim durmo sonoro no profundo
Poço de astros anónimos e quietos.
Nomeei as coisas e fiquei contente:
Prendi a frase ao texto do universo.
Quem escuta ao meu peito ainda lá sente,
Em cada pausa e pulsação, um verso.
14.9.59
terça-feira, agosto 20
Federico García Lorca
Romance Sonambulo
Verde que te quiero verde.Verde viento. Verdes ramas.
El barco sobre la mar
y el caballo en la montaña.
Con la sombra en la cintura
ella sueña en su baranda,
verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Verde que te quiero verde.
Bajo la luna gitana,
las cosas la están mirando
y ella no puede mirarlas.
Verde que te quiero verde.
Grandes estrellas de escarcha,
vienen con el pez de sombra
que abre el camino del alba.
La higuera frota su viento
con la lija de sus ramas,
y el monte, gato garduño,
eriza sus pitas agrias.
¿Pero quién vendrá? ¿Y por dónde?
Ella sigue en su baranda,
verde carne, pelo verde,
soñando en la mar amarga.
-Compadre, quiero cambiar
mi caballo por su casa,
mi montura por su espejo,
mi cuchillo por su manta.
Compadre, vengo sangrando,
desde los puertos de Cabra.
-Si yo pudiera, mocito,
este trato se cerraba.
Pero yo ya no soy yo,
ni mi casa es ya mi casa.
-Compadre, quiero morir,
decentemente en mi cama.
De acero, si.puede ser,
con las sábanas de holanda.
¿No ves la herida que tengo
desde el pecho a la garganta?
-Trescientas rosas morenas
lleva tu pechera blanca.
Tu sangre rezuma y huele
alrededor de tu faja.
Pero yo ya no soy yo,
ni mi casa es ya mi casa.
-Dejadme subir al menos
hasta las altas barandas,
dejadme subir!, dejadme
hasta las verdes barandas.
Barandales de la luna
por donde retumba el agua.
Ya suben los doscompadres
hacia las altas barandas.
Dejando un rastro de sangre.
Dejando un rastro de lágrimas.
Temblaban en los tejados
farolillos de hojalata.
Mil panderos de cristal
herían la madrugada.
Verde que te quiero verde,
verde viento, verdes ramas.
Los dos compadres subieron.
El largo viento dejaba
en la boca un raro gusto
de hiel, de menta y de albahaca.
-¡Compadre! ¿Dónde está, dime?
¿Dónde está tu niña amarga?
¡Cuántas veces te esperó!
¡Cuántas veces te esperara,
cara fresca, negro pelo,
en esta verde baranda!
Sobre el rostro del aljibe
se mecía la gitana.
Verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Un carámbano de luna
la sostiene sobre el agua.
La noche se puso íntima
como una pequeña plaza.
Guardias civiles borrachos
en la puerta golpeaban.
Verde que te quiero verde,
verde viento, verdes ramas.
El barco sobre la mar.
Y el caballo en la montaña.
Federico García Lorca
(Há uma magnífica tradução em português
deste poema de autoria de
Eugénio de Andrade em "Trinta
e Seis Poemas e Uma Aleluia Erótica",
Editorial Inova, 1968)
BUENOS AIRES - ARGENTINA
Pero yo estoy de pie, de frente al enemigo,
la vida, y no temo su arrebato fatal
porque tengo en la mano siempre pronto un puñal.
Alfonsina Storni
la vida, y no temo su arrebato fatal
porque tengo en la mano siempre pronto un puñal.
Alfonsina Storni
sábado, agosto 17
POLÍTICA - 15
Os acontecimentos trágicos do Egipto suscitam a velha questão da liberdade. Nestes momentos face às circunstâncias do tempo que é o nosso, sem meias palavras, é preciso proclamar, além das conveniências políticas do momento, a defesa da liberdade e a condenação da tirania. Mesmo que os argumentos do caminho que conduz à tirania sejam "embrulhados" em palavras da defesa de uma liberdade futura. Os povos do Ocidente deviam envergonhar-se da tibieza dos seus politicas que esgotam a condenação da violência, e a negação da liberdade, em pura retórica balofa.
quinta-feira, agosto 15
" É TARDE, MUITO TARDE DA NOITE ..."
É tarde, muito tarde da noite,
trabalhei hoje muito, tive de sair, falei com vária gente,
voltei, ouço música, estou terrivelmente cansado.
Exactamente terrivelmente com a sua banalidade
é o que pode dar a medida do meu cansaço.
Como estou cansado. De ter trabalhado muito,
ter feito um grande esforço para depois
interessar-me por outras pessoas
quando estou cansado demais para me interessarem as pessoas.
E é tarde, devia ter-me deitado mais cedo,
há muito que devera estar a dormir.
Mas estou acordado com o meu cansaço
e a ouvir música. Desfeito de cansaço,
incapaz de pensar, incapaz de olhar,
totalmente incapaz até de repousar à força de
cansaço. Um cansaço terrível
da vida, das pessoas, de mim, de tudo.
E fumo cigarro após cigarro no desespero
de estar tão cansado. E ouço música
(por sinal a sonata para violino e piano
de César Franck, e depois os Wesendonck Lieder)
num puro cansaço de dissolver-me
como Brunhilda ou como Isolda
no que não aceitarei nunca,
l' amor che muove il sole e l' altre stelle.
Nada há de comum entre esse amor de que estou cansado,
e o outro que não ama, apenas queima e passa , e de cuja
dissolução no espaço e no tempo em que vivo
estou mais cansado ainda. Dissolvam-se essas damas
que eram princesas ou valquírias, se preferem, no eterno.
Eu estou cansado de não me dissolver
continuamente em cada instante da vida,
ou das pessoas, ou de mim, ou de tudo.
Qu' ai-je à faire de l' eternel? I live here.
Non abbiamo confusion. E aqui é que
morrerei danado de cansaço, como hoje estou
tão terrivelmente cansado.
Jorge de Sena
Dez. 22/70
In “Visão Perpétua” [1982]
trabalhei hoje muito, tive de sair, falei com vária gente,
voltei, ouço música, estou terrivelmente cansado.
Exactamente terrivelmente com a sua banalidade
é o que pode dar a medida do meu cansaço.
Como estou cansado. De ter trabalhado muito,
ter feito um grande esforço para depois
interessar-me por outras pessoas
quando estou cansado demais para me interessarem as pessoas.
E é tarde, devia ter-me deitado mais cedo,
há muito que devera estar a dormir.
Mas estou acordado com o meu cansaço
e a ouvir música. Desfeito de cansaço,
incapaz de pensar, incapaz de olhar,
totalmente incapaz até de repousar à força de
cansaço. Um cansaço terrível
da vida, das pessoas, de mim, de tudo.
E fumo cigarro após cigarro no desespero
de estar tão cansado. E ouço música
(por sinal a sonata para violino e piano
de César Franck, e depois os Wesendonck Lieder)
num puro cansaço de dissolver-me
como Brunhilda ou como Isolda
no que não aceitarei nunca,
l' amor che muove il sole e l' altre stelle.
Nada há de comum entre esse amor de que estou cansado,
e o outro que não ama, apenas queima e passa , e de cuja
dissolução no espaço e no tempo em que vivo
estou mais cansado ainda. Dissolvam-se essas damas
que eram princesas ou valquírias, se preferem, no eterno.
Eu estou cansado de não me dissolver
continuamente em cada instante da vida,
ou das pessoas, ou de mim, ou de tudo.
Qu' ai-je à faire de l' eternel? I live here.
Non abbiamo confusion. E aqui é que
morrerei danado de cansaço, como hoje estou
tão terrivelmente cansado.
Jorge de Sena
Dez. 22/70
In “Visão Perpétua” [1982]
quarta-feira, agosto 14
POLÍTICA - 14
Foram tornados públicos indicadores que confirmam indícios de recuperação da economia em Portugal. Nos países com as economias mais representativas da UE (Alemanha e França) o movimento vai no mesmo sentido. Ou ao contrário em Portugal a recuperação segue a dos países centrais da UE (e também dos USA). Se estes indícios se consolidam se verá mais adiante. Quero crer que sim pois há quem estude a matéria (fora da luta partidária) e confere a tendência. Face a estes indícios há duas linhas de opinião que a meu ver devem ser combatidas: 1ª a que desliga a política da economia seja em que sentido for, ou seja, os que tendem a defender que qualquer evolução positiva da economia nada tem a ver com as politicas associadas; em duas palavras é perigoso para a democracia não valorizar a politica e "apagar" os partidos das boas notícias da frente económica; 2ª a tendência das oposições para seguir uma ideia feita qual seja a de que o poder não se conquista mas nos cai no regaço pelos erros e inépcia dos adversários que ocupam o lugar do governo ou, pior, a tendência dos partidos de protesto que diabolizam o lugar do governo. Mais vale apreciar os resultados da economia, em cada momento, como um resultado de um conjunto de movimentos para os quais todos contribuem e dos quais, seja qual for o sinal que emanam, todos são responsáveis.
terça-feira, agosto 13
LUIS DE CAMÕES
Oh! Como se me alonga de ano em ano
A peregrinação cansada minha!
Como se encurta e como ao fim caminha
Este meu breve e vão discurso humano!
Vai-se gastando a idade e cresce o dano;
Perde-se-me um remédio que inda tinha;
Se por experiência se adivinha,
Qualquer grande esperança é grande engano.
Corro após este bem que não se alcança;
No meio do caminho me falece;
Mil vezes caio e perco a confiança.
Quando ele foge, eu tardo; e na tardança,
Se os olhos ergo, a ver se inda parece
Da vista se me perde e da esperança.
Luís de Camões
Sonetos - Edição de Lobo Soropita, de 1595
Lírica - Círculo de Leitores
A peregrinação cansada minha!
Como se encurta e como ao fim caminha
Este meu breve e vão discurso humano!
Vai-se gastando a idade e cresce o dano;
Perde-se-me um remédio que inda tinha;
Se por experiência se adivinha,
Qualquer grande esperança é grande engano.
Corro após este bem que não se alcança;
No meio do caminho me falece;
Mil vezes caio e perco a confiança.
Quando ele foge, eu tardo; e na tardança,
Se os olhos ergo, a ver se inda parece
Da vista se me perde e da esperança.
Luís de Camões
Sonetos - Edição de Lobo Soropita, de 1595
Lírica - Círculo de Leitores
domingo, agosto 11
sábado, agosto 10
LIVRARIA SÁ DA COSTA - FIM
LIVRARIA SÁ DA COSTA
Lembrei-me, subitamente, das livrarias e tipografias com as quais me habituei a conviver, nas ruas de Faro, na minha juventude. Algumas (poucas) resistem. Numa delas comprei o primeiro romance que li na minha vida: Imitação da Felicidade, de Urbano Tavares Rodrigues, que vai hoje a enterrar. (honra à sua memória!). Na mesma, ou noutra perto, pela mesma época comprei os Cadernos de Camus, da Livros do Brasil, que curiosamente, ou talvez não, li na mesma época. O mercado é implacável e o Estado complacente com o mercado. Uma questão de fundo que todos os dias se discute mais pelos danos colaterais que provoca, e atores menores que se agigantam na sua pequenez, do que pelas próprias raízes da questão. A sociedade, e os poderes públicos, terão que voltar a ela mais cedo do que tarde.
Lembrei-me, subitamente, das livrarias e tipografias com as quais me habituei a conviver, nas ruas de Faro, na minha juventude. Algumas (poucas) resistem. Numa delas comprei o primeiro romance que li na minha vida: Imitação da Felicidade, de Urbano Tavares Rodrigues, que vai hoje a enterrar. (honra à sua memória!). Na mesma, ou noutra perto, pela mesma época comprei os Cadernos de Camus, da Livros do Brasil, que curiosamente, ou talvez não, li na mesma época. O mercado é implacável e o Estado complacente com o mercado. Uma questão de fundo que todos os dias se discute mais pelos danos colaterais que provoca, e atores menores que se agigantam na sua pequenez, do que pelas próprias raízes da questão. A sociedade, e os poderes públicos, terão que voltar a ela mais cedo do que tarde.
quinta-feira, agosto 8
quarta-feira, agosto 7
POEMA DUM FUNCIONÁRIO CANSADO
A noite trocou-me os sonhos e as mãos
dispersou-me os amigos
tenho o coração confundido e a rua é estreita
estreita em cada passo
as casas engolem-nos
sumimo-nos
estou num quarto só num quarto só
com os sonhos trocados
com toda a vida às avessas a arder num quarto só
Sou um funcionário apagado
um funcionário triste
a minha alma não acompanha a minha mão
Débito e Crédito Débito e Crédito
a minha alma não dança com os números
tento escondê-la envergonhado
o chefe apanhou-me com o olho lírico na gaiola do quintal em frente
e debitou-me na minha conta de empregado
Sou um funcionário cansado dum dia exemplar
Porque não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever?
Porque me sinto irremediàvelmente perdido no meu cansaço
Soletro velhas palavras generosas
Flor rapariga amigo menino
irmão beijo namorada
mãe estrela música
São as palavras cruzadas do meu sonho
palavras soterradas na prisão da minha vida
isto todas as noites do mundo uma só noite comprida
num quarto só.
António Ramos Rosa
Cadernos de Poesia – Fascículo Nove – Segunda Série
Setembro de 1951
dispersou-me os amigos
tenho o coração confundido e a rua é estreita
estreita em cada passo
as casas engolem-nos
sumimo-nos
estou num quarto só num quarto só
com os sonhos trocados
com toda a vida às avessas a arder num quarto só
Sou um funcionário apagado
um funcionário triste
a minha alma não acompanha a minha mão
Débito e Crédito Débito e Crédito
a minha alma não dança com os números
tento escondê-la envergonhado
o chefe apanhou-me com o olho lírico na gaiola do quintal em frente
e debitou-me na minha conta de empregado
Sou um funcionário cansado dum dia exemplar
Porque não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever?
Porque me sinto irremediàvelmente perdido no meu cansaço
Soletro velhas palavras generosas
Flor rapariga amigo menino
irmão beijo namorada
mãe estrela música
São as palavras cruzadas do meu sonho
palavras soterradas na prisão da minha vida
isto todas as noites do mundo uma só noite comprida
num quarto só.
António Ramos Rosa
Cadernos de Poesia – Fascículo Nove – Segunda Série
Setembro de 1951
terça-feira, agosto 6
A Rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas,
Pensem nas meninas
Cegas inexatas,
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas,
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas.
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa, da rosa!
Da rosa de Hiroshima,
A rosa hereditária,
A rosa radioativa
Estúpida e inválida,
A rosa com cirrose,
A anti-rosa atômica.
Sem cor, sem perfume,
Sem rosa, sem nada.
Vinicius de Moraes
Mudas telepáticas,
Pensem nas meninas
Cegas inexatas,
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas,
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas.
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa, da rosa!
Da rosa de Hiroshima,
A rosa hereditária,
A rosa radioativa
Estúpida e inválida,
A rosa com cirrose,
A anti-rosa atômica.
Sem cor, sem perfume,
Sem rosa, sem nada.
Vinicius de Moraes
sábado, agosto 3
quinta-feira, agosto 1
quarta-feira, julho 31
terça-feira, julho 30
POLÍTICA - 13
Estranho verão como se anunciasse todas as transições, do
clima à política, indeciso e crispado, auspicioso pelo rasgão de Francisco nos
tecidos da ganância, desesperante pelos silêncios dos que descrêem e se
resguardam. A vida continua e todos os movimentos contraditórios se transformarão
em mudanças. Resta saber dos caminhos da justiça e da liberdade. Como regenerar
o regime democrático? A maioria está de acordo num ponto: é preciso reabilitar
a política e os seus protagonistas sem cedências ao populismo. Mas a expectativa
do empobrecimento geral enfraquece a democracia. E a simultânea assunção da
perda de independência, ou da sua drástica limitação, numa pátria aberta ao
mundo, expulsa o talento e retém a resignação. Talvez convocar as Cortes!
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