quinta-feira, fevereiro 10

MACRON - ATIVO TÓXICO

Macron é um ativo tóxico perigoso para a Europa e o mundo. A existência da UE periga cada vez mais com o afastamento politico na questão do nuclear entre a Alemanha e a França. Não parece possível a médio prazo a persistência do eixo franco alemão com tão profundas divergências na questão geoestratégica da energia. Se romper esta aliança o que nos diz a história é que teremos guerra. O problema na verdade não é a Rússia... "A aposta no nuclear será um dos pilares da estratégia com que a França espera atingir a neutralidade carbónica em 2050. Esta quinta-feira, o Presidente Emmanuel Macron anunciou a construção de até 14 novos reatores nucleares, num discurso realizado numa cidade industrial do leste do país" (In "Expresso")

quarta-feira, fevereiro 9

Apontamentos políticos pós eleições (7)

O PR fez algumas declarações acerca do PRR na receção dos campeões da Europa de futebol de salão. No dia seguinte declarou que não declarava mais até ao dia da posse do governo (23 fevereiro). Faz bem. Só para nós: as dificuldades de execução do PRR não serão devidas à inépcia de nenhum governo mas do volume de investimento a executar num tão curto periodo de tempo. Não há em toda a Europa nem capacidade de produção, nem mão de obra disponível, para não falar da inflação e correspondente subida dos preços, das dificuldades nas redes de distribuição, ameaças de guerra para cumprir o PRR de forma integral em tal prazo... 2026 é já amanhã... "O primeiro-ministro considerou hoje que as mais recentes mensagens do Presidente da República sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) se destinam a alertar o conjunto do país sobre a importância da rápida execução do programa." (Dos jornais).

terça-feira, fevereiro 8

Os movimentos protofascistas estão aí

Os movimentos protofascistas estão aí, com ampla cobertura dos OCS, de fininho ou à descarada, com o seu objetivo de sempre: destruir a democracia tomando o poder usando-a a seu favor. Os alertas são mais que muitos, cuidados e caldos de galinha, muita pedagogia e não temer utilizar os mecanismos democráticos para lhes barrar o caminho, antes que o caldo se entorne... . "O “comboio da liberdade”, que partiu para Ottawa a 23 de janeiro, é impulsionado por grupos neonazis, negacionistas e anti-vacinas, guiados pelas ideias de James Bauder, um defensor de teorias da conspiração que apoiou o movimento QAnon e que definiu a covid-19 como “o maior golpe político da História”, escreve o “The Guardian”." (In "Expresso".)

Apontamentos políticos pós eleições (6)

"O Estado social deve ser modernizado, tornado mais enxuto, menos parasitado e mais focado em objetivos e metas. Enfraquecer o Estado social com a teoria do Estado mínimo, como pretendem velhos e novos liberais por crença acrítica no mercado, é destruir equilíbrios e pactos sociais de quase um século. Há registo de como se alcançou o Estado social, mas desconhecem-se os efeitos do seu desmantelamento." (Correia de Campos, in "Público".)

domingo, fevereiro 6

MARIA CARRILHO - RIP

Apontamentos políticos pós eleições (5)

Oh Minha Senhora, Oh Minha Senhora ...dois primeiros versos de poema erótico de Drummond, ... "apanhado de surpresa" ... "Marcelo prepara vigilância ativa Apanhado de surpresa, PR festejou estabilidade ao centro e encara a maioria absoluta como uma exigente oportunidade. Para os dois?" (In Expresso/Ângela Silva)

sábado, fevereiro 5

Apontamentos políticos pós eleições (4)

Clara Ferreira Alves, na sua coluna no Expresso, faz um "libelo acusatório" contra os velhos portugueses. É uma forma velhaca de explicar a vitória do PS repondo a metáfora da "peste grisalha". A memória coletiva tem uma força indestrutível. É essa mesma memória coletiva que levou os alemães a criarem um "cordão sanitário" que impede a extrema direita de aceder a altos cargos nas instituições do regime democrático. Assim se faça também em Portugal sem medo nem pruridos, em defesa da democracia contra os seus inimigos.

quinta-feira, fevereiro 3

Apontamentos políticos pós eleições (3)

Para qualquer observador atenta tornam-se pungentes as dificuldades dos OCS, comentadores e quejandos, para encontrarem um novo registo pós eleitoral face ao resultado das legislativas antecipadas. Desorientados, espera-se o pior quando acordarem do pesadelo. "Os números de cirurgias programadas e de consultas hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS) voltaram aos níveis da pré-pandemia." (In Público")

quarta-feira, fevereiro 2

MONICA VITTI - MORREU UMA DAS DIVAS DO CINEMA

1962 - Monica Vitti com Alain Delon, In "L'Eclipse"

NEVE A SUL

Na madrugada do dia 1 para 2 de fevereiro de 1954 a meteorologia fez uma surpresa ao sul de Portugal. Para surpresa de todos - pois as previsões não seriam tão meticulosas e divulgadas - nevou a sul. Da janela da casa onde nasci, em Faro, na manhã de dia 2 de fevereiro de 1954, pude ver pela primeira vez neve ainda assim abundante. Foi uma festa que nunca mais esqueci, nem se repetiu pelo menos com aquela intensidade. Vejam só como as surpresas do clima são coisa antiga.

Apontamentos políticos pós eleições (2) - "O CDS já foi …"

Reproduzo o que escrevi em dezembro passado: Outro acontecimento relevante do dia politico foi a decisão do PSD de não fazer uma coligação pré eleitoral com o CDS. Não é dificil alcançar o resultado desta decisão: o CDS, partido histórico da nossa democracia pluripartidária, terá um resultado desastroso ficando reduzido à insignificãncia. Assim a última barreira à extrema direita será o próprio PSD correndo o risco de, no final das contas, ficar prisioneiro dela. A ver vamos.

terça-feira, fevereiro 1

Apontamentos políticos pós eleições (1)

O posicionamento politco do BE e do PCP chumbando a proposta de OE para 2022 mostrou uma incompetência politica das respetivas direções confrangedora. Todos os argumentos justificativos para aquele chumbo sabem a falso. Costa joga na politica como um judoca de alto nível no judo.

segunda-feira, janeiro 31

PS - UMA VITÓRIA HISTÓRICA

Extraordinária vitória do PS nas eleições legislativas. Um feito daqueles que fica para a história alcançado nas mais dificeis condições de crise pandémica, económico social, ainda para mais por maioria absoluta. Deixo, por hoje, simplesmente o registo que correspondeu ao meu anseio e também ao meu voto. Que no próximo futuro Costa, como primeiro ministro e a equipa que venha a escolher, sejam dignos da confiança que o povo poturguês, sábio como sempre, lhes concedeu.

domingo, janeiro 30

NUNO TEOTÓNIO PEREIRA - EM MEMÓRIA NO DIA DO SEU 100º ANIVERSÁRIO

O Arquitecto Nuno Teotónio Pereira foi uma daquelas personalidades raras na qual se juntavam um notável curriculum profissional e uma postura de intervenção cívica, persistente e pertinente, assumida desde os tempos da oposição à ditadura. Ele foi, na verdade, um dos arquitectos portugueses contemporâneos capaz, como poucos, de integrar, sem cedências à facilidade, as preocupações sociais e a arte de «arquitectar». Há por esse país muitas obras de sua autoria, ou co-autoria, que testemunham esta simbiose. Nos tempos de brasa do 25 de Abril foi um dos mais proeminentes dirigentes do MES, posição que saiu reforçada aquando da ruptura do grupo de Jorge Sampaio, ocorrida no 1º Congresso de Dezembro de 1974. O MES, na sua curta existência, só participou, de parte inteira, nas duas primeiras eleições da nossa III República: as eleições para a Assembleia Constituinte, disputadas em 25 de Abril de 1975, e as primeiras eleições para a Assembleia da República disputadas em 25 de Abril de 1976. As nossas esperanças iniciais eram muitas elevadas. A lista do MES, pelo círculo de Lisboa, às eleições para a Assembleia Constituinte, foi encabeçada pelo Afonso de Barros a que se seguiram o Eduardo Ferro Rodrigues, o Augusto Mateus e o Luís Martins (padre, ainda a exercer…). A lista candidata às primeiras eleições legislativas, realizadas em 25 de Abril de 1976, foi encabeçada pelo Nuno Teotónio Pereira, seguido do subscritor destas linhas. Poder-se-ia pensar que o MES havia encontrado o seu líder. Puro engano. Ao contrário dos restantes partidos, sem excepção, a personalidade que encabeçava a lista por Lisboa nunca foi, no caso do MES, o líder do partido pela simples razão de que no MES nunca existiu um líder. O que hoje penso é que, por incrível que pareça, sempre assumimos, do princípio ao fim, o que poderia designar-se como uma obsessão pelo colectivo. Estávamos perante as primeiras eleições, verdadeiramente, livres e democráticas, após quase 50 anos de ditadura. Ainda hoje me interrogo como foi possível que tenhamos, no MES, encarado essas eleições, cuja transcendência política era inegável, como meros actos de pedagogia, mais do que actos destinados à disputa do poder. Ainda hoje me questiono acerca das raízes da concepção que permitiram à UDP (com o BE ainda tão longe!) ter obtido, nas eleições para a Assembleia Constituinte, menos votos do que o MES, a nível nacional, e feito eleger um deputado. Existem muitas evidências dessa atitude de participação «não interesseira» do MES, desde o discurso anti-eleitoralista, que emanava de uma desconfiança, de raiz ideológica, acerca da verdadeira natureza da democracia representativa que, na verdade, aceitávamos como um mal menor, até à ausência de sinais de personalização nas campanhas eleitorais nas quais nunca foram utilizadas sequer fotografias dos cabeças de lista pelo círculo de Lisboa. A participação nas campanhas, embora tenha utilizado todos os meios, à época disponíveis, nunca cedeu um milímetro à personalização. Após o fracasso da candidatura do MES à constituinte, ainda mais me parece estranho, a tão grande distância, a abdicação de personalizar na figura do Nuno Teotónio Pereira a campanha para as eleições destinadas a eleger a 1ª Assembleia da República. A sua participação como cabeça de lista pode ser interpretada, não me lembrando dos detalhes do processo decisório, como uma tentativa de credibilizar o MES jogando na refrega eleitoral a figura do seu mais proeminente dirigente. Mas, ao contrário do que aconselharia a mais elementar lógica eleitoral, a campanha não valorizou a figura do Nuno Teotónio Pereira o que acabou por constituir o haraquiri político eleitoral do MES. Lembro-me de ter ocupado o segundo lugar nessa lista e do desconforto que senti quando, chegada a hora de votar, numa secção de Benfica, no meio da multidão, comovido até às lágrimas, sozinho, pressenti a derrota inevitável. E essa derrota foi ainda mais pesada do que aquela que averbámos nas eleições para a Assembleia Constituinte. O Nuno Teotónio Pereira não merecia sair derrotado da aventura política do MES a quem, como escrevi, em 2004 , devemos todos, os jovens quadros dos anos 60 e 70, uma imensidade de ensinamentos, gestos de desprendida solidariedade e humanidade que jamais pudemos retribuir com a mesma intensidade e sentido de dádiva. Que viva! (Texto escrito pelo seu 93º aniversário com ligeiras alterações).

sábado, janeiro 29

CANADÁ

Canadá um país que é lider mundial em tantos indicadores de bem estar .... a contas com os negacionistas - a que se juntam toda a qualidade de arruaceiross - e nós num pacato dia de reflexão antes de umas pacíficas eleições legislativas que espero não levem os arruaceiros cá da terra para a área do poder... .
"O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, bem como a respetiva família, foram deslocados da residência oficial para um local não revelado devido a receios relacionados com os protestos antivacinas para a covid-19, segundo a agência Efe." (Dos jornais).

EM REFLEXÃO

sexta-feira, janeiro 28

VOTAR

O apelo ao voto é algo de natural em regime democrático. Ou, não é? Votar é a posição mais natural em regime democrático. Ou, não é? Está na moda escarnecer os políticos, cavar a desilusão, enegrecer o quadro da descrença. Mas as eleições vão ditar vencedores e vencidos. Se nós não votarmos, alguém vai "votar por nós". Se não votarmos o "buraco negro" do não dito, ou do "não inscrito", vai crescer. É a via indolor para a autocracia mediática ou para a autocracia ela própria. Mais vale prevenir que remediar. Mais vale que as sondagens sejam menos promissoras para o PS. Para estimular o voto no PS.

quinta-feira, janeiro 27

VACINAR, VACINAR

Coisas importantes a quem já ninguém liga coisa nenhuma
Mais de 4,629 milhões de pessoas já receberam a dose de reforço da vacina contra a Covid-19, mais de 71 mil das quais esta quarta-feira, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde. Segundo o relatório diário da vacinação, 94% das faixas etárias dos idosos entre os 70 e 79 anos (910 mil) e com mais de 80 anos (609 mil) já foram vacinados com o reforço da imunização contra o coronavírus SARS-CoV-2. Mais de 1,099 milhões (87%) das pessoas entre os 60 e 69 também já levaram a dose de reforço, número que baixa para mais de um milhão no grupo etário dos 50 aos 59 anos (71%). Os dados da DGS indicam ainda que mais de 301 mil crianças entre os 5 e os 11 anos já iniciaram a vacinação contra a Covid-19 e que mais de 8,785 milhões de pessoas têm a vacinação primária completa em Portugal. No que se refere à gripe sazonal, o relatório refere que estão vacinadas perto de 2,552 milhões de pessoas, 3.978 das quais receberam a vacina na quarta-feira. “Relativamente ao dia anterior, foram registadas um total de 78.464 inoculações de vacinas contra a Covid-19 (esquema primário completo e reforço) e contra a gripe”, avançou a DGS.

DIA DA MEMÓRIA DAS VITIMAS DO HOLOCAUSTO

A 27 de janeiro de 1945 as tropas soviéticas chegaram ao campo de concentração de Auschwit e libertaram os sobreviventes. Tenho em casa uma brochura do meu velho professor de liceu Elviro Rocha Gomes, intitulada “Hitler – Quem foi e como chegou ao poder”, um libelo acusatório implacável do nazismo e do seu chefe. Essa brochura abre com os números do holocausto. Entre muitos outros: “250 mil ou talvez perto de 300 mil (mortos) só em 1944, em Auschwitz; 8 milhões de mártires, ao todo, em todos os campos de concentração.” Para que conste neste dia.
.

COMBATER A EXTREMA DIREITA

Algumas notas finais acerca das eleições na fase derradeira da campanha eleitoral: um ponto tenho por adquirido, desde a juventude: não ser complacente, nem por ingenuidade, nem por interesse, com a extrema direita. Não como entidade politica abstrata que concorre a eleições democráticas, pois a tolerância (e a lei que lhe corresponde) é própria da natureza da democracia. Mas combater por todos os meios que a democracia coloca ao nosso dispor, desde logo com o voto livre, a intolerância, seja sob que forma for que é o cerne dos programas, e das práticas politicas, dos partidos populistas de extrema direita. A história está carregada de exemplos terríveis dos resultados nefastos da fraqueza dos democratas em enfrentar e combater as derivas radicais, em particular, de extrema direita populista e quantas vezes protofascista.
"Segundo António Costa, para o PS, o muro que o "separa da extrema-direita, não começa à porta do Conselho de Ministros". "O muro começa nos valores fundamentais no qual assenta a dignidade humana. Já vimos bem que nos Açores não foi preciso que a extrema-direita estivesse sentada no Governo Regional para condicionar a política do PSD. Não queremos que na República aconteça aquilo que acontece nos Açores. E, tal como não há almoços grátis, também não há viabilizações grátis de Governo", acrescentou." (Dos jornais)