sábado, fevereiro 4

A MÃO NO ARADO

Feliz aquele que administra sabiamente
a tristeza e aprende a reparti-la pelos dias
Podem passar os meses e os anos nunca lhe faltará
Oh! como é triste envelhecer à porta
entretecer nas mãos um coração tardio
Oh! como é triste arriscar em humanos regressos
o equilíbrio azul das extremas manhãs do verão
ao longo do mar transbordante de nós
no demorado adeus da nossa condição
É triste no jardim a solidão do sol
vê-lo desde o rumor e as casas da cidade
até uma vaga promessa de rio
e a pequenina vida que se concede às unhas
Mais triste é termos de nascer e morrer
e haver árvores ao fim da rua
É triste ir pela vida como quem
regressa e entrar humildemente por engano pela morte dentro
É triste no outono concluir
que era o verão a única estação
Passou o solitário vento e não o conhecemos
e não soubemos ir até ao fundo da verdura
como rios que sabem onde encontrar o mar
e com que pontes com que ruas com que gentes com que montes [conviver
através de palavras de uma água para sempre dita
Mas o mais triste é recordar os gestos de amanhã
Triste é comprar castanhas depois da tourada
entre o fumo e o domingo na tarde de novembro
e ter como futuro o asfalto e muita gente
e atrás a vida sem nenhuma infância
revendo tudo isto algum tempo depois
A tarde morre pelos dias fora
É muito triste andar por entre Deus ausente
Mas, ó poeta, administra a tristeza sabiamente
Ruy Belo
O Problema da Habitação

quinta-feira, fevereiro 2

INCÓGNITA

Posted by Picasa Van Gogh - O carteiro Roulin - 1888

Está disponível, no “Semanário Económico” e no IR AO FUNDO E VOLTAR, o artigo que intitulei: “Cavaco Silva: uma incógnita!” e que será publicado amanhã, dia 3 de Fevereiro, na edição em papel daquele semanário.

Aqui ficam os parágrafos de abertura.

“Mal seria que tendo manifestado o meu apoio, nestas páginas, à candidatura presidencial de Mário Soares, não voltasse ao tema após a eleição de Cavaco Silva.

Desde logo para afirmar, como mandam as regras do jogo democrático, que após o veredicto das urnas, a despeito das divergências políticas e das idiossincrasias pessoais, o candidato eleito passa a ser, como soe dizer-se, o Presidente de todos os portugueses.

Cavaco aguentou a investida das urnas. Ganhou com cerca de 64.000 votos de diferença face à soma dos votos obtidos pelos restantes candidatos. Bastava um só voto mas é, digam o que disserem, uma vitória escassa face às expectativas da direita. Mas em democracia por um voto se ganha, por um voto se perde.
Soares fez uma declaração de derrota à altura dos seus pergaminhos de democrata. Fiquei, apesar de tudo, confortado. Saber perder é uma grande virtude nas sociedades civilizadas. Honra seja feita.”

TEMPORA NUBILA

Posted by Picasa Léonard de Vinci (1452-1519)
Monna Lisa, 1503-1506 – Huile sur bois/ 77x53 cm – Louvre


(…)
Às flores imóveis vou no vento irrequieto
e regresso a um rosto onde nunca estou
mas passou entretanto tanto tempo
que quando à minha mesa volto não sou já quem dela se ausentou
(…)

Ruy Belo

TEMPORA NUBILA
O problema da Habitação

quarta-feira, fevereiro 1

FUI

Posted by Picasa Fotografia de Philippe Pache

Não me manietei. Dei-me totalmente e fui.
Aos deleites, que metade reais,
metade volteantes dentro da minha cabeça estavam,
fui para dentro da noite iluminada.
E bebi dos vinhos fortes, tal
como bebem os denodados do prazer.

[1913]

C. Kavafis
Tradução de Joaquim M. Magalhães e Nikos Pratsinis
Relógio d´Água

"Em que outros novos olhos..."

Posted by Picasa Van Gogh – Auto-retrato com chapéu de feltro - 1887-88

(…)
Em que outros novos olhos passageiro brilharás,
ó clandestino seguidor de Deus?
(…)

Ruy Belo

NO TÚMULO DE SARDANAPALO
O Problema da Habitação

terça-feira, janeiro 31

CORVOS

Posted by Picasa Van Gogh - Campos de trigo com corvos-1890(julho)

Passa exactamente hoje mais um ano (o terceiro) sobre a publicação de uma entrevista que concedi ao “Semanário Económico”.

A propósito da mesma, que serviu de pretexto ao ex-ministro Bagão Félix para me exonerar de presidente da direcção do INATEL, lembrei-me deste fragmento de Camus:

“Morale Pratique
Ne jamais faire appel aux tribunaux
Donner l´argent, ou le perdre. Ne jamais le faire fructifier, ni le rechercher, ni le réclamer.
Titre: Petit traité de morale pratique – ou (pour provoquer) d´aristrocratie quotidienne.”

Albert Camus

“Carnets – III” - Cahier nº VII (Mars 1951/Juillet 1954)
Gallimard

BILL GATES EM LISBOA

Posted by Picasa Terceiro "Government Leaders Forum Europe"
Bill Gates hoje em Lisboa para "fórum de líderes" e Plano Tecnológico


Este acontecimento parece ser importante!

Não sei qual a engenharia institucional que presidiu aos projectos anunciados por Bill Gates para os países da UE e para Portugal nem sei dos bastidores do negócio.

Mas não creio que Bill Gates se envolvesse no anúncio de projectos que, por um lado, não lhe assegurassem o retorno do investimento nem, por outro, servissem à propaganda política do Plano Tecnológico do governo português.

Este é um sinal forte de viragem do paradigma do desenvolvimento sócio económico de Portugal. Não pode deixar de o ser. À atenção de todos os descrentes e críticos do governo socialista. E dos próprios dirigentes, militantes, simpatizantes e eleitores do PS.

ACTUALIZAÇÃO (In "Público")

José Sócrates e Bill Gates assinam 18 projectos do Plano Tecnológico

O primeiro-ministro, José Sócrates, e o presidente da multinacional de software Microsoft, Bill Gates, assinam amanhã 18 projectos de parceria, principalmente, nas áreas da educação, inovação e do emprego, incluídos no Plano Tecnológico.

Microsoft vai apoiar formação de 50 mil elementos das forças de segurança

A Microsoft Internacional vai apoiar o Ministério da Administração Interna na formação informática de cerca de 50 mil elementos das forças de segurança portuguesas até 2010.

ANO FINITO

Posted by Picasa Fotografia de Angèle

Esta urgência de escrever
Uma palavra

Esta urgência de a lançar
Ao vento

Esta urgência que me toma
Lentamente


*

Sobre um dia inverno
Que dizer?

Perto do mar um rugido
Ecoa

Chovem gotas de longe
Vindas

A luz se adivinha branca
Fria

*

Olho o fundo dos regatos
E vejo no céu
A lua turvada de uma luz
Difusa

Olho a luz na parede branca
E vejo refulgir
A gota de água que escorre
Pura

Azenhas do Mar, 31 de Dezembro de 2005

segunda-feira, janeiro 30

domingo, janeiro 29

NEVA EM LISBOA

Neva em Lisboa. Uma raridade. Não esperava ver nevar tão a sul depois de, em 1954, ter nevado em Lisboa e, mesmo, no Algarve. Olho pela janela e não há dúvidas. Neste preciso momento, um pouco antes das 3 da tarde, em Lisboa, os flocos de neve bailam no ar. Começa a engrossar. É um nevão!!!!!
Actualização: faltam cerca de 20 minutos para as cinco da tarde. Na zona de Lisboa onde me encontro, após um abrandamento, recomeçou a nevar. O suficiente para causar espanto mas insuficiente para se acumular. As crianças estendem as mãos procurando agarrar os flocos que se escapam.

PRESIDENCIAIS - TRÊS FENÓMENOS

Posted by Picasa Van Gogh – Retrato do Dr. Gachet - 1890 ( junho )

As eleições presidenciais revelaram três fenómenos interessantes dois dos quais têm sido quase esquecidos.

O primeiro fenómeno é a emergência de uma fobia social aos velhos, qualquer coisa que se poderia denominar gerontefobia, [geronte – do grego, “velho” (*)] que a candidatura de Mário Soares revelou. Dir-me-ão que se reuniram no personagem todas as rejeições possíveis de congregar no tempo e no lugar – o máximo denominador comum de todos os descontentamentos.

Não creio que seja só isso e é mais do que isso. É a revelação de um impressionante desprezo social pelos velhos e, mais impressionante ainda, a revelação da acrimónia dos velhos em relação a si próprios. Terrível e monstruoso fenómeno que tenderá a crescer – caso se desmereça a sua abordagem – ao longo dos tempos vindouros.

Os velhos serão os judeus do próximo holocausto e, eles próprios, como os condenados do “Goulag”, se darão por “culpados” apesar de se saberem “inocentes”.

O segundo fenómeno, de sentido contrário, foi o apagamento, nas presidenciais, das expressões políticas do populismo de direita. Os populismos de direita, e extrema-direita, não deixaram de existir mas Cavaco retirou-lhes espaço político aspirando os sentimentos revanchistas para um terreno potencial de concórdia nacional.

Os perigos do bloco central são incomensuravelmente menos ruinosos para a salvaguarda do essencial da democracia e da liberdade do que a tomada de parcelas do poder por facções políticas organizadas expressando os interesses e as ideologias de quaisquer populismos ou extremismos.

O terceiro fenómeno é tudo apontar para que Alegre, e os seus apoiantes, se deram conta do significado do resultado das eleições tendo refreado os ímpetos de alguns arrivistas, que sempre encontram aconchego nos “albergues espanhóis”, no sentido de dividir o PS e abater o governo maioritário socialista em troca da glória efémera de um dia de poder virtual.

Nada substitui a vertigem de um bom combate político mas, chegado o momento da verdade, a realidade é o remédio mais eficaz para combater a mais forte das desilusões. E a realidade é uma Assembleia da República com uma maioria socialista que legisla, um Governo do PS que governa, um Presidente do centro-direita que preside. Cada uma das instituições com o seu papel tendo os seus titulares sido eleitos pelo povo. Não é, convenhamos, nada mau.

Para todos os que desdenham da ordem política vigente o período pós eleitoral é um aborrecimento. Mas, sem prejuízo do dever de condenarmos todas as injustiças que se pratiquem à sombra deste regime, como dizia Winston Churchill: "O preço da grandeza é a responsabilidade."

(*) “cada um dos 28 magistrados , com idade superior a 60 anos, que formavam em Esparta e em outras cidades da Grécia antiga, o Senado, órgão com importantes competências jurisdicionais e políticas” - Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea – Academia das Ciências de Lisboa.

LIVRO DO DESASSOSSEGO


Original dos dois excertos apresentados, na tradução francesa, por Terres de femmes

324

“Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Atingirás assim o ponto supremo da abstenção sonhadora, onde os sentidos se mesclam, os sentimentos se extravasam, as ideias se interpenetram. Assim como as cores e os sons sabem uns a outros, os ódios sabem a amores, e as coisas concretas a abstractas, e as abstractas a concretas. Quebram-se os laços que, ao mesmo tempo que ligavam tudo, separavam tudo, isolando cada elemento. Tudo se funde e confunde.”

325

Ficções do interlúdio, cobrindo coloridamente o marasmo e a desídia da nossa íntima descrença.”

“Livro do Desassossego” – Fernando Pessoa, aliás, Bernardo Soares, Ajudante de Guarda-Livros na Cidade de Lisboa


Edição Richard Zenith, Parque Expo 98 SA
Assírio e Alvim

"Somos de longe ..."

Posted by Picasa Van Gogh - CIPRESTES COM DUAS FIGURAS - 1890

(…)
Somos de longe e temos de voltar
(…)

Ruy Belo
NO TÚMULO DE SARDANAPALO
O Problema da Habitação

sábado, janeiro 28

SOM

Posted by Picasa André Bernard

Mais o som do silêncio se adensa
E a linha do horizonte se faz pura

Lisboa, 27 de Janeiro de 2006

[Nos 250 anos do nascimento de Mozart]

1952 - CAMUS/SARTRE

« Temps modernes (*). Ils admettent le péché et refusent la grâce. Soif du martyre. »

« L´enfer, c´est le paradis plus la mort. »

« L´enfer est ici, à vivre. Seuls échappent ceux qui s´extraient de la vie. »

« Qui témoignera pour nous ? Nos œuvres. Hélas ! Qui donc alors ? Personne, personne sinon ceux qui nos amis qui nous ont vus dans cette seconde du don où le cœur tout entier se vouait à un autre. Ceux qui nous aiment donc. Mais l´amour est silence : Chaque homme meurt inconnu. »

« Septembre 52. Polémique avec T. M. (**). Attaques « Arts » « Carrefour » « Rivarol ». Paris est une jungle, et les fauves y sont miteux. »

« Parvenu de l´esprit révolutionnaire nouveaux riches et pharisiens de la justice. Sartre, l´homme et l´esprit, déloyal. »

(*) Il s´agit de la revue de Jean-Paul Sartre

“Carnets – III” - Cahier nº VII (Mars 1951/Juillet 1954)
Gallimard

(Uma série de excertos, ao contrário do habitual, contendo parte da sequência de reflexões de Camus no auge da sua polémica com J.P. Sartre.)

RUA DO SOL A SANT´ANA

Posted by Picasa Fotografia de Angèle

(…)
e as farmácias começam a fazer negócio
e crescem muitas vezes nalgum pátio assustadoras vozes
e descem das montanhas elefantes brancos todos os rebanhos
e partem por nós dentro todos os caminhos
e a noite enfuna as árvores de vento
e unge em suas assombrosas mãos o corpo da cidade
esmaga-lhe a boca arquiva-lhe os cabelos
mata-lhe os olhos dá-lhe nas esquinas cotovelos
precisamente porque há um caminho para o mar
e em certos gestos nascem coisas muito grandes
e é dia lá onde o olhar dos loucos abre
Levanto-me dos olhos para o meu poema
regulo o vento evito-lhe as esquinas
e levemente o levo pela mão à noite
e dou-lhe a calculada dose em minha provisória morte
Levantam-se nas casas todas as mulheres
as menos belas olham as mais belas
as da Jónia passeiam levemente nuas
as de Tarso veladas e Paulo morto há pouco
E a esperança, quando o sol afasta as nuvens
com róseos dedos sobre Esparta ou a arenosa Pilos,
que o tempo para sempre haja mudado
E houve uma tarde e uma manhã primeiro último dia
Ó homens há séculos erguidos e caídos
magnanimi heroes nati melioribus annis
vindos no lombo dos meses menos habitáveis
de hirtas mãos abertas entre a vida
talvez vos não receba o coração
de uma grande cidade em construção

Ruy Belo
In “O problema da Habitação” – Alguns Aspectos
“Todos os Poemas –I” – Assírio & Alvim

[Na sequência de um comentário e sugestão da Helena, da Linha de Cabotagem, em sua homenagem, transcrevo aqui os versos finais do poema de Ruy Belo, “Rua do Sol a Sant´ana”, disponível, na íntegra, no IR AO FUNDO E VOLTAR, o que deve constituir uma estreia absoluta na blogosfera pois o não encontrei, senão na versão publicada em livro, após afanosas pesquisas]

sexta-feira, janeiro 27

Acerca da Crise da Justiça - Duarte Lima na A.R.

Posted by Picasa Van Gogh - A ponte em Langlois - 1888

“Tal como na prisão preventiva, as escutas telefónicas começaram por ser usadas como método de excepção para combater determinado tipo de crimes graves. Progressivamente, o seu âmbito foi-se alargando, até chegarmos à situação que hoje vivemos, em que a excepção se transformou a regra. Torna-se, por isso, imperativo tomar uma medida de sanidade elementar, que é a de restringir a admissibilidade das escutas telefónicas àquelas situações de gravidade extrema em que está em causa a vida e a segurança das pessoas, nomeadamente os crimes de terrorismo organizado, de tráfico de droga e os crimes de sangue. E, conhecidos os abusos de que se falou, tal utilização não pode deixar de ser fiscalizada por um órgão independente, eleito pelo Parlamento, com poderes de conhecer e verificar as circunstâncias em que as escutas se processam, garantindo a todos e a cada um que só naqueles casos excepcionais é admissível violar a intimidade da vida pessoal.”

(Leia, na íntegra, no IR AO FUNDO E VOLTAR, a corajosa intervenção, acerca da crise na justiça portuguesa, proferida pelo deputado eleito pelo PSD, Duarte Lima, aplaudida de pé por todas as bancadas parlamentares - excerto acima.)

DILEMA

Posted by Picasa André Bernard

"O problema é que os partidos já não estão no centro da vida democrática, descentraram-se, perderam esse papel, e uma defesa a outrance do sistema partidário versus o populismo não chega".

Pacheco Pereira, PÚBLICO, 26-01-2006


Diria exactamente o contrário. Os partidos, para o bem e para o mal, estão no centro da vida democrática. A não ser que com a ascensão de Cavaco Silva a Presidente, do qual JPP é um apoiante, se pretenda “deslocalizar” o centro da vida democrática para a Presidência da República.

Estaríamos, então, perante uma perversão do regime democrático que, salvo as ficções da democracia directa, participativa, cidadã, ou o que se quiser chamar, só encontra alternativa nas tiranias.

Que se saiba em todos os países da OCDE, da UE, do designado “mundo livre”, ou seja democrático, embora com diferenciação nas relações entre as diversas instâncias do poder, os partidos “estão no centro da vida democrática”.

Se os partidos deixarem de ocupar o “centro da vida democrática” quem o ocupará? Uma pergunta à procura de resposta.

HAMAS

Posted by Picasa "Claro que, por princípio, as eleições são boas, e no caso em concreto até já foram validadas. Mas o que fazer quando ganham os maus?"

George W. Bush, sobre a vitória do Hamas nas eleições palestinianas, "Público" 26-01-2006


Interessante reflexão não tanto por si mesma de tantas vezes repetida ao longo da história da democracia, por exemplo, acerca da ascensão de Hitler ou da vitória eleitoral dos integristas na Argélia, seguida de golpe de estado militar, mas pelo efeito boomerang em relação a quem a profere.

“Mas que fazer quando ganham os maus?” foi exactamente o que pensaram – e disseram – a maioria dos próprios americanos e a esmagadora maioria dos povos do mundo islâmico quando Bush ganhou as últimas presidenciais americanas.

A vitória do Hamas, a guerra no Iraque, a radicalização do regime iraniano, e tudo o que aí vem, não é tanto um problema da democracia mas, antes do mais, um problema da estratégia de “potência única” prosseguida pela administração Bush que, como muitos analistas têm sublinhado, ao contrário de combater o terrorismo, tem criado as condições para o robustecer.

“Por princípio as eleições são boas”… com a excepção dos casos em que ganham os “maus” … Qual o critério político, moral, ideológico, jurídico ou cientifico para identificar – e exterminar (!) – os maus? A raça, o credo, a ideologia…?

Quando os amantes da liberdade e da democracia hesitam, ou enveredam por apreciações erradas acerca da natureza dos seus inimigos, o resultado inevitável é a guerra injusta. Espero estar enganado.

quinta-feira, janeiro 26

"Se não amas ..."

Posted by Picasa Fotografia de Yves Noir

(…)
Se não amas o Deus que tu não vês
como hás-de – pois o vês – amar o homem teu irmão?
(…)

Ruy Belo

NO TÚMULO DE SARDANAPALO
O Problema da Habitação

No Deserto

Posted by Picasa Paula Rego – No Deserto

Durão Barroso diz que o "verdadeiro teste" ao programa de reformas português virá em 2007

Se não desse para chorar dava para rir. Então o nosso estimado ex-primeiro Ministro, três dias depois da vitória de Cavaco, seu criador, vem exortar o governo socialista a fazer aquilo que ele não fez.

Mais rigor, mais de tudo aquilo que os governos de direita, ao primeiro dos quais presidiu, entre Março de 2002 e Fevereiro de 2005, não realizaram …

O prazo de 2007 não podia ser menos inocente. No segundo semestre de 2007 Portugal assumirá a presidência da EU. A esquerda dá sinais de divisão e o PS, em particular, ameaça deixar Sócrates a pregar no deserto.

O mais tardar a partir dos inícios de 2008 iniciar-se-á o verdadeiro assalto ao poder. São os detentores dos mais altos cargos, protagonistas dos desastres do passado que, com o maior desaforo, anunciam veladamente a estratégia da direita portuguesa: “uma maioria, um governo, um presidente.”

quarta-feira, janeiro 25

As Praias do Brasil

Posted by Picasa Imagem daqui

« J´ai toujours aimé la mer sur les plages. Et puis sur les plages désertes de ma jeunesse la boutique a proliféré. Maintenant je n´aime plus que le milieu des océans, là où l´existence des rivages paraît improbable. Mais un jour, à nouveau, sur les plages du Brésil, j´ai compris qu´il n´est pas pour moi de plus grande joie que de fouler un sable vierge á la rencontre d´une lumière sonore, pleine des sifflements de la vague. »

Albert Camus

“Carnets – III” - Cahier nº VII (Mars 1951/Juillet 1954)
Gallimard

terça-feira, janeiro 24

"e partem ..."

Posted by Picasa Fotografia de Yves Noir

(…)
e partem por nós dentro todos os caminhos
(…)

Ruy Belo

RUA DO SOL A SANT´ANA
O Problema da Habitação