Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
segunda-feira, dezembro 4
PINOCHET
Augusto Pinochet gobernó Chile con mano de hierro desde 1973 a 1990, tras dar un golpe de Estado al Gobierno de Salvador Allende para liberar al país del yugo del marxismo. En esos años, miles de personas fueron asesinadas y torturadas por su régimen. Nacido en Valparaíso el 25 de noviembre de 1915, ingresó en la carrera militar a los 17 años y fue ascendiendo hasta que el propio Allende le nombró comandante en jefe interino del Ejército, en 1972. En la foto, con Fidel Castro, durante el Gobierno de Allende.
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domingo, dezembro 3
FUTEBOL / FARENSE
Sporting Clube Farense (Equipa Actual)
O futebol exerce uma influência e um encantamento que ultrapassa a capacidade de entendimento de muitos. Compreendo aqueles que não entendem a paixão que o futebol suscita e admiro a sua tolerância para os arroubos dos apaixonados.
Como sempre acontece ao prazer de uns pode corresponder o desprazer de outros. É preciso conciliar a paixão com a indiferença e compreender os efeitos das paixões clubistas cruzadas, simultâneas e coincidentes, no espaço e no tempo.
O futebol profissional do nosso tempo é um negócio multinacional no qual medram os males inerentes a todo e qualquer negócio que tem como objectivo vencer, quantas vezes, sem olhar a meios.
Mas também sei que é, ao mesmo tempo, um desporto amador no qual participam, em Portugal, milhares de jovens e adultos, organizados em milhares de associações, clubes e grupos informais, em diversos escalões e categorias, abrangendo todo o território nacional.
É assim em todo o mundo, e em todos os tempos, desde a criação do futebol. Camus que era um apaixonado pelo futebol dizia, em 1953, a propósito da sua participação, como jogador, na equipa de futebol da Universidade de Argel: “ (...) o que no fundo sei com mais certeza sobre a moral e as obrigações humanas devo-o ao desporto (…)”.
Não comemorei a vitória do Benfica, no derby lisboeta deste fim-de-semana, por respeito pelo meu filho que regressou do estádio triste e conformado com a derrota do seu Sporting.
Mas sempre temos o Farense, o clube que, em comum, toca os nossos corações e de cujas facetas estamos permanentemente informados, através da blogosfera, imaginem! Obrigado aos “Leões de Faro”.
Podemos, pois, comemorar, em uníssono, as vitórias do Farense que, apesar de disputar a II Divisão Distrital do Algarve – divisão mais baixa não há! – venceu, mais uma vez, e vai em primeiro lugar na respectiva classificação. E lugar mais alto não há!
O futebol exerce uma influência e um encantamento que ultrapassa a capacidade de entendimento de muitos. Compreendo aqueles que não entendem a paixão que o futebol suscita e admiro a sua tolerância para os arroubos dos apaixonados.
Como sempre acontece ao prazer de uns pode corresponder o desprazer de outros. É preciso conciliar a paixão com a indiferença e compreender os efeitos das paixões clubistas cruzadas, simultâneas e coincidentes, no espaço e no tempo.
O futebol profissional do nosso tempo é um negócio multinacional no qual medram os males inerentes a todo e qualquer negócio que tem como objectivo vencer, quantas vezes, sem olhar a meios.
Mas também sei que é, ao mesmo tempo, um desporto amador no qual participam, em Portugal, milhares de jovens e adultos, organizados em milhares de associações, clubes e grupos informais, em diversos escalões e categorias, abrangendo todo o território nacional.
É assim em todo o mundo, e em todos os tempos, desde a criação do futebol. Camus que era um apaixonado pelo futebol dizia, em 1953, a propósito da sua participação, como jogador, na equipa de futebol da Universidade de Argel: “ (...) o que no fundo sei com mais certeza sobre a moral e as obrigações humanas devo-o ao desporto (…)”.
Não comemorei a vitória do Benfica, no derby lisboeta deste fim-de-semana, por respeito pelo meu filho que regressou do estádio triste e conformado com a derrota do seu Sporting.
Mas sempre temos o Farense, o clube que, em comum, toca os nossos corações e de cujas facetas estamos permanentemente informados, através da blogosfera, imaginem! Obrigado aos “Leões de Faro”.
Podemos, pois, comemorar, em uníssono, as vitórias do Farense que, apesar de disputar a II Divisão Distrital do Algarve – divisão mais baixa não há! – venceu, mais uma vez, e vai em primeiro lugar na respectiva classificação. E lugar mais alto não há!
ESCOLA
Desenho de meu filho Manuel pelos seus nove anos
“A escola é o único lugar do mundo onde aqueles que sabem as respostas é que fazem as perguntas” (Philippe Meirieu)
[Ressonância de 3 de Dezembro de 2004 muito útil para os professores, pedagogos, pais...]
“A escola é o único lugar do mundo onde aqueles que sabem as respostas é que fazem as perguntas” (Philippe Meirieu)
[Ressonância de 3 de Dezembro de 2004 muito útil para os professores, pedagogos, pais...]
CAMUS - CASAMENTO, ADESÃO AO PARTIDO COMUNISTA E PAIXÃO PELO TEATRO
Sublinhados de Leitura das Obras Completas – Introdução e Cronologia (1)
1934
16 de Junho – Camus casa com Simone Hié, uma jovem de vinte anos (Camus tinha a mesma idade), sedutora e morfinómana, filha de um prestigiado oftalmologista de Argel; conheceu-a um ou dois anos antes através de Max-Pol Fouchet. O casal instala-se em Hydra e as suas relações depressa se tornam tempestuosas.
1935
Maio – Camus começa a escrever os “Carnets”.
Junho – Obtém a licenciatura em Filosofia.
Agosto ou Setembro – Adere ao Partido Comunista, sob a influência de Fréminville e J. Grenier, assumindo tarefas de propaganda nos meios muçulmanos (outras fontes biográficas situam esta adesão em 1934).
Outono – Funda, com alguns amigos, o “Théâtre du Travail”. Com dois jovens professores argelinos, Yves Bourgeois e Alfred Poignant, e uma amiga, Jeanne-Paule Sicard, escreve um “essai de création collective”: “Révolte dans les Asturies” (Peça de teatro em quatro actos que é a sua primeira obra publicada).
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“La passion du théâtre.
Peut-être est-ce pour échapper au moins un moment à la solitude, et en retrouver ensuite le désir, que Camus s’est tourné vers le théâtre ; il y a exercé toutes les activités liées à la représentation, tout en affrontant l’écriture dramatique : «J’ai écrit pour le théâtre parce que je jouais et je mettais en scène.» (…) «le plus haut des genres littéraires et en tout cas le plus universel» (…) «une scène de théâtre est un des lieux du monde où je suis heureux».
(1) In “Oeuvres complètes” – I (1931-1944) Gallimard, Introduction par Jacqueline Lévi-Valensi.
“La passion du théâtre.
Peut-être est-ce pour échapper au moins un moment à la solitude, et en retrouver ensuite le désir, que Camus s’est tourné vers le théâtre ; il y a exercé toutes les activités liées à la représentation, tout en affrontant l’écriture dramatique : «J’ai écrit pour le théâtre parce que je jouais et je mettais en scène.» (…) «le plus haut des genres littéraires et en tout cas le plus universel» (…) «une scène de théâtre est un des lieux du monde où je suis heureux».
(1) In “Oeuvres complètes” – I (1931-1944) Gallimard, Introduction par Jacqueline Lévi-Valensi.
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sábado, dezembro 2
O TERRORISMO NÃO PASSOU POR ALI
Imagem Daqui
As notícias dos envenenamentos de Londres nunca falam de terrorismo. Interessante!!! Não foi identificada uma substância radioactiva? Não estão a ser encontrados vestígios dessa substância em várias pessoas e equipamentos colectivos em Londres. Alguma vez as chamadas “forças do mal” usaram substâncias radioactivas nas suas acções? Londres não é a capital do mais importante aliado político e militar dos USA no combate ao terrorismo internacional? Então em Londres foram usadas essas substâncias como uma arma e não se convoca o ataque ao terrorismo como argumento para investir contra os suspeitos? Não há suspeitos? A polícia não persegue os suspeitos? Não atira contra ninguém? Não se trata de um ataque terrorista, é isso! Podemos ficar descansados: a utilização de substâncias radioactivas para matar no coração de Londres não é uma acção classificável como terrorista. Podemos dormir em paz!
As notícias dos envenenamentos de Londres nunca falam de terrorismo. Interessante!!! Não foi identificada uma substância radioactiva? Não estão a ser encontrados vestígios dessa substância em várias pessoas e equipamentos colectivos em Londres. Alguma vez as chamadas “forças do mal” usaram substâncias radioactivas nas suas acções? Londres não é a capital do mais importante aliado político e militar dos USA no combate ao terrorismo internacional? Então em Londres foram usadas essas substâncias como uma arma e não se convoca o ataque ao terrorismo como argumento para investir contra os suspeitos? Não há suspeitos? A polícia não persegue os suspeitos? Não atira contra ninguém? Não se trata de um ataque terrorista, é isso! Podemos ficar descansados: a utilização de substâncias radioactivas para matar no coração de Londres não é uma acção classificável como terrorista. Podemos dormir em paz!
Retrato carnal de um dia líquido
Fotografia de Simon Gris
Fui deitar-me perto da janela e ouvi o vento
Agucei o ouvido recolhendo o som da chuva
Que corria pelos canais abertos da memória
Deixa-me ficar calmo a ver o corpo enxugar
Lisboa, 24 de Novembro de 2006
Fui deitar-me perto da janela e ouvi o vento
Agucei o ouvido recolhendo o som da chuva
Que corria pelos canais abertos da memória
Deixa-me ficar calmo a ver o corpo enxugar
Lisboa, 24 de Novembro de 2006
quinta-feira, novembro 30
Espanha, desenvolvimento e imigração
Fotografia de Nanã Sousa Dias
O artigo com o título em epígrafe está disponível, na íntegra, no site do “Semanário Económico” e no IR AO FUNDO E VOLTAR.
“O tema da imigração está na ordem do dia sendo considerado, por muitos estudiosos, como o problema social mais importante da Europa do nosso tempo. Nele se entrecruzam a demografia e o emprego, a economia e a coesão social, a segurança e a globalização, a paz e a guerra, as migrações e os novos esclavagismos, a integração e a exclusão, a religião e a liberdade, enfim, as grandes questões que marcam as agendas dos governos e das organizações supra nacionais.”
O artigo com o título em epígrafe está disponível, na íntegra, no site do “Semanário Económico” e no IR AO FUNDO E VOLTAR.
“O tema da imigração está na ordem do dia sendo considerado, por muitos estudiosos, como o problema social mais importante da Europa do nosso tempo. Nele se entrecruzam a demografia e o emprego, a economia e a coesão social, a segurança e a globalização, a paz e a guerra, as migrações e os novos esclavagismos, a integração e a exclusão, a religião e a liberdade, enfim, as grandes questões que marcam as agendas dos governos e das organizações supra nacionais.”
FERNANDO PESSOA
1935. Última fotografia de Fernando Pessoa
FERNANDO PESSOA – 13 de Junho de 1888-30 de Novembro de 1935
ODE
Coroai-me de rosas,
Coroai-me em verdade
De rosas –
Rosas que se apagam
Em fronte a apagar-se
Tão cedo!
Coroai-me de rosas
E de folhas breves.
E basta.
Ricardo Reis
FERNANDO PESSOA – 13 de Junho de 1888-30 de Novembro de 1935
ODE
Coroai-me de rosas,
Coroai-me em verdade
De rosas –
Rosas que se apagam
Em fronte a apagar-se
Tão cedo!
Coroai-me de rosas
E de folhas breves.
E basta.
Ricardo Reis
quarta-feira, novembro 29
A VERDADE TORNA MAIS FORTE A DEMOCRACIA
Imagem daqui
A cimeira das Lajes foi o palco mediático da declaração de guerra ao Iraque. Mas, como é da praxe, escondeu a guerra suja. Prisões secretas em território de países da EU, escalas para voos secretos transportando prisioneiros e tudo o mais que nunca se virá a saber. Podem dar as voltas que quiserem mas na luta contra o terrorismo, como em tudo, os fins não justificam os meios.
Os dirigentes das democracias ocidentais – incluindo o actual presidente da Comissão Europeia – José Manuel Barroso, devem uma explicação aos respectivos povos e, em geral, aos europeus acerca das conclusões que se anunciam da comissão criada pelo próprio Parlamento Europeu.
Ou pensam que ficarão impunes por desrespeitarem os princípios de defesa dos direitos humanos que proclamam, todos os dias, aos quatro ventos. Ficamos todos à espera de explicações. Eu sei que o assunto se vai tornar banal, velho, suspeito, maçador, mas, por mim, não deixarei de lembrar a presença de José Manuel Barroso na cimeira das Lajes e a sua conivência com a desastrada política de guerra de Bush.
A cimeira das Lajes foi o palco mediático da declaração de guerra ao Iraque. Mas, como é da praxe, escondeu a guerra suja. Prisões secretas em território de países da EU, escalas para voos secretos transportando prisioneiros e tudo o mais que nunca se virá a saber. Podem dar as voltas que quiserem mas na luta contra o terrorismo, como em tudo, os fins não justificam os meios.
Os dirigentes das democracias ocidentais – incluindo o actual presidente da Comissão Europeia – José Manuel Barroso, devem uma explicação aos respectivos povos e, em geral, aos europeus acerca das conclusões que se anunciam da comissão criada pelo próprio Parlamento Europeu.
Ou pensam que ficarão impunes por desrespeitarem os princípios de defesa dos direitos humanos que proclamam, todos os dias, aos quatro ventos. Ficamos todos à espera de explicações. Eu sei que o assunto se vai tornar banal, velho, suspeito, maçador, mas, por mim, não deixarei de lembrar a presença de José Manuel Barroso na cimeira das Lajes e a sua conivência com a desastrada política de guerra de Bush.
Até que a voz me doa!
terça-feira, novembro 28
R E C K O N
“A imagem é belíssima e o site vale bem mais do que uma visita.”
Foi este o comentário que hfm deixou a propósito da imagem de Camus que ilustra um post anterior. É, de facto, uma maravilha …
Foi este o comentário que hfm deixou a propósito da imagem de Camus que ilustra um post anterior. É, de facto, uma maravilha …
CAMUS - PRIMEIRAS OBRAS E ADESÃO AO MOVIMENTO ANTIFASCISTA
Imagem Daqui
Sublinhados de Leitura das Obras Completas – Introdução e Cronologia (1)
1932
Março : Camus publica no Sud «Un nouveau Verlaine».
Maio : publica no Sud «Le Poète da la misère, Jehan Rictus”.
Junho: publica no Sud «La philosophie du siècle» (sobre Bergson) e «Sur la musique». Obtém a segunda parte do « baccalauréat » com a menção de muito bom.
Aprendeu a apreciar melhor Gide graças ao “Journal”, ao ponto de o preferir a qualquer outro escritor; pelo contrário detesta Cocteau. Jean Grenier fá-lo descobrir Proust, que se torna a sua figura do “artista”.
1933
É provavelmente o ano em que Camus escreve uma novela cujo personagem principal dá pelo nome de Béritha e que se perdeu; o assunto é conhecido através de uma nota que ele endereça a Max-Pol Fouchet, de quem se tornou amigo.
30 de Janeiro: Hitler toma o poder na Alemanha. Camus cedo começa a militar no movimento antifascista Amsterdam-Pleyel.
Sublinhados de Leitura das Obras Completas – Introdução e Cronologia (1)
1932
Março : Camus publica no Sud «Un nouveau Verlaine».
Maio : publica no Sud «Le Poète da la misère, Jehan Rictus”.
Junho: publica no Sud «La philosophie du siècle» (sobre Bergson) e «Sur la musique». Obtém a segunda parte do « baccalauréat » com a menção de muito bom.
Aprendeu a apreciar melhor Gide graças ao “Journal”, ao ponto de o preferir a qualquer outro escritor; pelo contrário detesta Cocteau. Jean Grenier fá-lo descobrir Proust, que se torna a sua figura do “artista”.
1933
É provavelmente o ano em que Camus escreve uma novela cujo personagem principal dá pelo nome de Béritha e que se perdeu; o assunto é conhecido através de uma nota que ele endereça a Max-Pol Fouchet, de quem se tornou amigo.
30 de Janeiro: Hitler toma o poder na Alemanha. Camus cedo começa a militar no movimento antifascista Amsterdam-Pleyel.
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« Camus a découvert le jardin de la culture grâce à l´école, aux livres, à ses maîtres, bientôt aux « intercesseurs » qu´il se choisit, au sens baudelairien du terme, et parmi lesquels figure Baudelaire lui-même ; … la lecture de Gide est capitale, comme celle de Malraux, de Montherlant – mais aussi de Nietzsche ; Camus est fasciné par les classiques – Pascal, Molière -, par Stendhal ou Proust, mais il lit aussi les écrivains de la NRF et ne peut être insensible à l’exemple de Jean Grenier, qui offre à ses étudiants le modèle d’un philosophe élaborant devant eux sa pensée. Camus ne se contente pas d’apprendre, de recevoir, il commence à bâtir son propre édifice. »
(1) In “Oeuvres complètes” – I (1931-1944) Gallimard, Introduction par Jacqueline Lévi-Valensi.
« Camus a découvert le jardin de la culture grâce à l´école, aux livres, à ses maîtres, bientôt aux « intercesseurs » qu´il se choisit, au sens baudelairien du terme, et parmi lesquels figure Baudelaire lui-même ; … la lecture de Gide est capitale, comme celle de Malraux, de Montherlant – mais aussi de Nietzsche ; Camus est fasciné par les classiques – Pascal, Molière -, par Stendhal ou Proust, mais il lit aussi les écrivains de la NRF et ne peut être insensible à l’exemple de Jean Grenier, qui offre à ses étudiants le modèle d’un philosophe élaborant devant eux sa pensée. Camus ne se contente pas d’apprendre, de recevoir, il commence à bâtir son propre édifice. »
(1) In “Oeuvres complètes” – I (1931-1944) Gallimard, Introduction par Jacqueline Lévi-Valensi.
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segunda-feira, novembro 27
ELEIÇÕES NO EQUADOR
Será uma estratégia da administração Bush? Na América Latina, eleição após eleição, os candidatos da esquerda, de feição populista, vão tomando o poder. A herança da administração Bush torna-se, dia a dia, mais pesada. A cimeira dos Açores abriu o caminho para uma derrota global dos neo conservadores e dos seus apoiantes.
Espera-se, ansiosamente, que José Manuel Barroso, o anfitrião daquela cimeira, se pronuncie acerca dos últimos desenvolvimentos políticos e militares na cena internacional. Pode mesmo ser numa das múltiplas entrevistas, aparições e declarações que tem produzido para consumo interno. Diga lá qualquer coisinha que vá além da Taprobana.
domingo, novembro 26
MÁRIO CESARINY MORREU
Fotografia Daqui
PASTELARIA
Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante!
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício]
e cair verticalmente no vício
Não é verdade, rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
Mário Cesariny
PASTELARIA
Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante!
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício]
e cair verticalmente no vício
Não é verdade, rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
Mário Cesariny
JORGE DE SENA
Nubar Alexanian
“Que fazer? Exorcismos. E depois vagar como Camões numa ilha perdida, meditar sobre esta praia aonde a humanidade se desnude, e declarar simplesmente que terminamos (e começamos) por ter de declarar: Conheço o sal … sim, o sal do amor que nos salva ou nos perde, o que é o mesmo. O mais que vier não poderá deixar de continuar esta linha de, sobretudo, fidelidade “ à honra de estar vivo”, por muito que às vezes doa.
Mas – espero – voltaremos brevemente a encontrar-nos na leitura de Poesia – IV ou Quarenta Anos de Servidão, em que reunirei dispersos e inéditos dos quarenta anos de pública servidão poética que se cumprem em 1978. Que hei-de eu fazer senão comemorar-me a mim mesmo, se não sirvo para as comemorações de ninguém, e às vezes até estrago algumas?”
Jorge de Sena
(In Prefácio a “Poesia III”, Santa Bárbara, Julho de 1977)
“Que fazer? Exorcismos. E depois vagar como Camões numa ilha perdida, meditar sobre esta praia aonde a humanidade se desnude, e declarar simplesmente que terminamos (e começamos) por ter de declarar: Conheço o sal … sim, o sal do amor que nos salva ou nos perde, o que é o mesmo. O mais que vier não poderá deixar de continuar esta linha de, sobretudo, fidelidade “ à honra de estar vivo”, por muito que às vezes doa.
Mas – espero – voltaremos brevemente a encontrar-nos na leitura de Poesia – IV ou Quarenta Anos de Servidão, em que reunirei dispersos e inéditos dos quarenta anos de pública servidão poética que se cumprem em 1978. Que hei-de eu fazer senão comemorar-me a mim mesmo, se não sirvo para as comemorações de ninguém, e às vezes até estrago algumas?”
Jorge de Sena
(In Prefácio a “Poesia III”, Santa Bárbara, Julho de 1977)
sábado, novembro 25
SEM TÍTULO - XXXVII
Fotografia de Elena Kulikova
Estendo a memória até onde a mão alcança
o tempo submerso resplandece de sabedoria
23 de Novembro de 2006
Estendo a memória até onde a mão alcança
o tempo submerso resplandece de sabedoria
23 de Novembro de 2006
MES - IV CONGRESSO
Fotografia de António Pais
(Clique na fotografia para ampliar)
Esta fotografia, da colecção de António Pais, retrata um momento de descanso do IV Congresso do MES (1979). Eu próprio surjo nela, ao centro, com o Diomar Santos e o Eduardo Ferro Rodrigues. Tinha deixado de fumar cigarros dois anos antes e dedicava-me ao cachimbo arte que, entretanto, abandonei.
Este foi o derradeiro Congresso do MES e aquele que, de facto, abriu o caminho para a sua extinção. No I Congresso era inevitável a vitória da linha “esquerdista” e no último era previsível a vitória da linha “moderada” ou “liquidacionista”.
Pensando bem no MES todas as decisões políticas decisivas foram tardias. Tardio foi o I Congresso, realizado só oito meses após o 25 de Abril, e ainda mais tardio foi o jantar de extinção realizado mais de dois anos após o IV, e último, Congresso.
Mas, apesar de todas as hesitações e derivas, fomos capazes, de forma mais ou menos consciente, mais ou menos determinada, de tomar uma decisão historicamente relevante no universo partidário da III República: assumir, aberta e frontalmente, o esgotamento político de um projecto partidário. Vamos ver quanto tempo passará até que aconteça algo de semelhante na política portuguesa.
(Clique na fotografia para ampliar)
Esta fotografia, da colecção de António Pais, retrata um momento de descanso do IV Congresso do MES (1979). Eu próprio surjo nela, ao centro, com o Diomar Santos e o Eduardo Ferro Rodrigues. Tinha deixado de fumar cigarros dois anos antes e dedicava-me ao cachimbo arte que, entretanto, abandonei.
Este foi o derradeiro Congresso do MES e aquele que, de facto, abriu o caminho para a sua extinção. No I Congresso era inevitável a vitória da linha “esquerdista” e no último era previsível a vitória da linha “moderada” ou “liquidacionista”.
Pensando bem no MES todas as decisões políticas decisivas foram tardias. Tardio foi o I Congresso, realizado só oito meses após o 25 de Abril, e ainda mais tardio foi o jantar de extinção realizado mais de dois anos após o IV, e último, Congresso.
Mas, apesar de todas as hesitações e derivas, fomos capazes, de forma mais ou menos consciente, mais ou menos determinada, de tomar uma decisão historicamente relevante no universo partidário da III República: assumir, aberta e frontalmente, o esgotamento político de um projecto partidário. Vamos ver quanto tempo passará até que aconteça algo de semelhante na política portuguesa.
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O IV Congresso do MES realizou-se em 8 de Julho de 1979.
sexta-feira, novembro 24
Imagem daqui
O Binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo
O que há é pouca gente para dar por isso.
óóóó---óóóóóó óóó---óóóóóóó óóóóóóóó
Álvaro de Campos, 15-1-1928
(O vento lá fora.)
O Binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo
O que há é pouca gente para dar por isso.
óóóó---óóóóóó óóó---óóóóóóó óóóóóóóó
Álvaro de Campos, 15-1-1928
(O vento lá fora.)
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