quinta-feira, julho 29

"Presidência Aberta" - 9

O dia 15 de Julho, sexta-feira, foi dedicado à viagem de regresso a Lisboa, ou melhor, às Azenhas do Mar. O mar por aqui, mais frio, está excepcionalmente calmo e atraente.

Desta semana de férias na minha terra ficou-me o sabor amargo de uma derrota política de geração. Dando o poder executivo à direita o PR desiludiu uma geração que nele se revia como referência ética.

Não vale a pena ter ilusões. O poder corrompe absolutamente a ideia romântica de justiça e liberdade em que a minha geração acreditou (e acredita). Os outros são sempre os outros. Os mais fracos são sempre os mais fracos. Os mais pobres são sempre os mais pobres.

Como ouvi dizer, vezes sem conta, nesta "presidência aberta" para quê votar num presidente se ele pode, mais tarde, fazer o contrário do que dele esperava o seu eleitorado?

Para que servem os votos? Para que servem as campanhas eleitorais? Para que servem os eleitos? Para que serve o poder? Para que serve a democracia representativa?

Compreendo agora melhor as frases que, antes, desprezava, e que se ouvem ao povo humilde. Aqueles frases terríveis de desprezo pelos políticos.

O PR fez, num momento breve, o pior serviço que um eleito pode fazer à democracia. Torná-la letra morta. Fazer o povo desacreditar no poder do seu voto.

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