Fotografia de Philippe Pache
Imaginem que eu digo que Philippe Pache, nesta fotografia, sem saber, fixou a imagem perfeita do rosto de meu filho.
O fascínio da busca da beleza, o sujeito no seu labirinto, a reflexão sobre o tempo e a luz do nosso tempo, as mãos que amassam o peso da palavra e da imagem, o nosso olhar para o exterior que fixa os outros sempre coerentes e a nós mesmos sempre fragmentados.
A Páscoa, para mim, é um intervalo nas tarefas do quotidiano, não um intervalo no tempo de reflexão. Soube agora que, provavelmente, a busca da informação e da beleza, a reflexão continuada, sem paragem, a leitura e a escrita sempre excessivas, nos apaixonados, é pecado para a Igreja Católica. Porquê? Regresso à infância.
Não acredito no medo que nos querem impor. Não o aceito. Minha mãe não queria impor-me o medo mas a disciplina da época. Para que me tornasse feliz. Compreendo a sua necessidade de que me tornasse um homem de fé. Mas os homens de fé não precisam de dogmas mas de convicções, não precisam de penitência mas de liberdade, contra todas as sujeições, contra todas as tiranias, contra todos os dogmas, contra todos os medos.
Deixem-me ver, nesta fotografia de Pache, por excesso de imaginação, a imagem do rosto de meu filho. Pecarei mas a busca da beleza é, para mim, o caminho da salvação do homem.
Imaginem que eu digo que Philippe Pache, nesta fotografia, sem saber, fixou a imagem perfeita do rosto de meu filho.
O fascínio da busca da beleza, o sujeito no seu labirinto, a reflexão sobre o tempo e a luz do nosso tempo, as mãos que amassam o peso da palavra e da imagem, o nosso olhar para o exterior que fixa os outros sempre coerentes e a nós mesmos sempre fragmentados.
A Páscoa, para mim, é um intervalo nas tarefas do quotidiano, não um intervalo no tempo de reflexão. Soube agora que, provavelmente, a busca da informação e da beleza, a reflexão continuada, sem paragem, a leitura e a escrita sempre excessivas, nos apaixonados, é pecado para a Igreja Católica. Porquê? Regresso à infância.
Não acredito no medo que nos querem impor. Não o aceito. Minha mãe não queria impor-me o medo mas a disciplina da época. Para que me tornasse feliz. Compreendo a sua necessidade de que me tornasse um homem de fé. Mas os homens de fé não precisam de dogmas mas de convicções, não precisam de penitência mas de liberdade, contra todas as sujeições, contra todas as tiranias, contra todos os dogmas, contra todos os medos.
Deixem-me ver, nesta fotografia de Pache, por excesso de imaginação, a imagem do rosto de meu filho. Pecarei mas a busca da beleza é, para mim, o caminho da salvação do homem.
2 comentários:
Eduardo, como esta sua reflexão me tocou cá dentro! Sendo eu agnóstica só lhe posso dizer que, se Deus existir, ele só o poderá abençoar por não ter "intervalos no tempo de reflexão". Um abraço
a mim também. a mim, que sou agnóstico e não tenho por isso algum temor aos ditames da Igreja pressupondo até que se ele existir um homem bom - e já vimos como concordamos que a procura da beleza revela o homem no caminho da bondade - terá tanta intimidade com Deus como as suas muitas Igrejas, também. e gostei muito da forma como falas aqui do teu filho. Abraço
Enviar um comentário