Albert Camus In “escritos de juventude”, A queda da Luz – Notas de Leitura (Abril 1933)
Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
domingo, agosto 12
A Queda da Luz
Amaciadas pelo calor, as grandes lajes convidavam ao
repouso. E saboreava-se o esquecimento num tecido de sol, vivendo sem pensar e
sobretudo sem agir, estendido preguiçosamente e absorto na total sensação do
calor envolvente. Por sobre tudo isto, via-se o céu de um azul orgulhoso e
arejado. Nenhum ruído, nenhum canto de ave, nenhum coaxar de rãs – apenas o
zumbido indistinto e entorpecedor do grande calor. (…) Não se importava de
acolher as paixões e as loucuras, o que o não impedia de se voltar para o
infinito azul e repousante, na deliciosa bruma do longe.
Albert Camus In “escritos de juventude”, A queda da Luz – Notas de Leitura (Abril 1933)
Albert Camus In “escritos de juventude”, A queda da Luz – Notas de Leitura (Abril 1933)
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