Na véspera de um feriado - 15 de agosto - e para que se entenda a importância dos feriados, e deste em particular, como marcos simbólicos na história de Portugal. [Repetindo uma posta antiga.]
Na verdade, o título de rei aparece pela primeira vez num documento autêntico em
10 de Abril de 1140, por sinal o primeiro dos que hoje se conhecem entre os bem
datados produzidos pela chancelaria régia depois da batalha de Ourique.
(...)
Os cronistas do século XVII puderam ainda consultar uma memória,
hoje perdida, procedente do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, na qual se
descreve a celebração de grandes festas em Coimbra no dia da Assunção da Virgem
Maria ao céu, a 15 de Agosto de 1139, e nos dias seguintes. A solene missa desse
dia foi celebrada por D. Bernardo, bispo da dioceses, e o sermão pregado por D.
João Peculiar. Os eruditos modernos, como Rui de Azevedo e A. de J. da Costa,
fiados na autoridade de Frei António Brandão, que menciona a referida memória,
admitem a autenticidade desta informação. Depois de termos examinados os vários
indícios que apontámos acerca das celebrações feitas em Coimbra por ocasião do
regresso de Ourique, essa notícia só vem confirmar os elementos que descobrimos
por via dedutiva. Tivesse ou não havido aclamação no campo de batalha, é lógico
admitir que o povo de Coimbra quisesse também aclamar o vencedor e passasse a
chamar-lhe rei. Não faltavam os motivos para isso.
In “D.
Afonso Henriques” de José Mattoso, ”12 – Rei de Portugal”, pgs 120 e 126/127.
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