quinta-feira, novembro 27

novembro - dia 27


Nos últimos dias têm vindo a avolumar-se, ainda com contornos indefinidos, os sinais da construção de um muro que divide transversalmente a sociedade portuguesa. Não se tratam já das naturais divergências de opinião, com expressão na política partidária e no exercício de opiniões diversas, mas de um muro criado em torno de ódios e ressentimentos. Avolumam-se os sinais de apagamento das vozes autorizadas, e dos poderes empossados, que têm por missão, de direito e por tradição, exercer um papel de moderação na sociedade organizada sob as regras da democracia pluralista. À semelhança da maioria dos países da Europa acentuam-se as tendências para a diabolização dos políticos, e dos partidos, em que assenta a base da democracia representativa. São tímido os apelos, e não se sentem as ações, daqueles a quem cabe assumir a defesa do diálogo que permita que a justiça coabite com a liberdade. Um velho tema que sempre emerge com inusitada força em períodos de escassez.  

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