(…)
O governo abriu caminho em áreas politicamente muito difíceis; ao mesmo tempo, reduziu o défice, embora não fosse ainda capaz de levar ao termo a alteração indispensável do processo orçamental. Começa agora a ser acusado de não ter conseguido, em matérias como a produtividade, a educação ou a formação profissional, corrigir em dois anos os resultados de erros acumulados em 20 ou 30, mesmo tendo feito mais para os corrigir do que todos os que o antecederam. Isso pode ser atribuído à inevitável luta política em democracia. O que verdadeiramente preocupa é a falta de alternativas coerentes que não se reduzam a esquecer o défice ou a contorná-lo mediante aumentos da dívida pública que mais não fariam do que voltar a agravar a situação.
Acontece que, no actual enquadramento, esse agravamento seria muito rápido. Primeiro porque o nível de endividamento, público e privado, é já muito – demasiado – alto. Depois porque, dentro da UE e fora dela, abundam as oportunidades de investimento em países competitivos e desejosos de se afirmar. O almejado objectivo de convergência com a Europa não se alcança com aumentos do défice orçamental ou da dívida pública, nem com o estímulo a investimentos assentes no endividamento e no mercado interno sustentado pelo sector público. O caminho para a retoma do mercado interno tem de passar pelo investimento virado para o exterior, que aumente simultaneamente o emprego e a produtividade, únicas bases sustentáveis de crescimento económico. Essa é a trajectória que a economia tem vindo a seguir e que deverá acelerar num enquadramento europeu mais favorável. Abdicar dela em troca de "resultados" a curto prazo apenas levaria à perda de credibilidade e à incapacidade de atrair as competências e o investimento – nacionais ou estrangeiros – indispensáveis para alcançarmos resultados reais em vez de simples miragens. Como Einstein lembrava, não podemos resolver problemas usando os mesmos métodos que nos levaram a criá-los.
.











“Se é bem claro que, logo após o cerco de Guimarães, se verificou uma aliança entre D. Afonso Henriques e as nobres que tinham abandonado a corte em 1122 e em 1125, é mais difícil decidir a quem pertenceu a iniciativa deste acordo. Mas as circunstâncias em que se deu o cerco, e a participação que nele tiveram pelo menos alguns dos nobres revoltados contra D. Teresa, devem ter facilitado as decisões imediatas, tanto da parte do infante como da parte dos nobres. Estes viram que podiam contar com um chefe decidido. Podiam tê-lo do seu lado se encorajassem as suas ambições.”











