John Chervinsky US, b.1961
Albert Camus escreve a René Char no início da polémica suscitada pela publicação do seu livro “O Homem Revoltado” aquando do surgimento, no nº 307 dos “Cadernos do Sul”, de um excerto dessa obra que provocou uma reacção violenta de Breton através de um artigo publicado na revista Arts ao qual, aliás, Camus havia de responder com uma carta publicada nessa mesma revista em 19 de Outubro de 1951.
Camus, com “O Homem Revoltado” demarca-se do campo ideológico comunista, à época, dominante na esquerda, e seus companheiros de estrada. Tem início a ruptura com o grupo dos “Temps Modernes” e o afastamento de Sartre, Breton e quase todos os intelectuais que militavam, ainda, na esfera de influência da União Soviética. René Char mantém-se, firme, ao lado de Camus que, nesta carta, lhe manifesta reconhecimento.
Eis um excerto, significativamente belo e pleno de actualidade, dessa carta datada de 26 de Outubro de 1951:
“Il y a si peu d’occasion d’amitié vraie aujourd’hui que les hommes en sont devenus trop pudiques, parfois. Et puis chacun estime l’autre plus fort qu’il n’est, notre force est ailleurs, dans la fidélité. C’est dire qu’elle est aussi dans nos amis et qu’elle nous manque en partie s’ils viennent à nous manquer. C’est pourquoi aussi, mon cher René, vous ne devez pas douter de vous, ni de votre œuvre incomparable: ce serait douter de nous aussi et de tout ce qui nous élève. Cette lute qui n’en finit plus, cet équilibre harassant (et à quel point j’en sens parfois l’épuisement!) nous unissent, quelques-uns, aujourd’hui. Le pire chose après tout serait de mourir seul, et plein de mépris. Et tout ce que vous êtes, ou faites, se trouve au-delà du mépris.»
Albert Camus escreve a René Char no início da polémica suscitada pela publicação do seu livro “O Homem Revoltado” aquando do surgimento, no nº 307 dos “Cadernos do Sul”, de um excerto dessa obra que provocou uma reacção violenta de Breton através de um artigo publicado na revista Arts ao qual, aliás, Camus havia de responder com uma carta publicada nessa mesma revista em 19 de Outubro de 1951.
Camus, com “O Homem Revoltado” demarca-se do campo ideológico comunista, à época, dominante na esquerda, e seus companheiros de estrada. Tem início a ruptura com o grupo dos “Temps Modernes” e o afastamento de Sartre, Breton e quase todos os intelectuais que militavam, ainda, na esfera de influência da União Soviética. René Char mantém-se, firme, ao lado de Camus que, nesta carta, lhe manifesta reconhecimento.
Eis um excerto, significativamente belo e pleno de actualidade, dessa carta datada de 26 de Outubro de 1951:
“Il y a si peu d’occasion d’amitié vraie aujourd’hui que les hommes en sont devenus trop pudiques, parfois. Et puis chacun estime l’autre plus fort qu’il n’est, notre force est ailleurs, dans la fidélité. C’est dire qu’elle est aussi dans nos amis et qu’elle nous manque en partie s’ils viennent à nous manquer. C’est pourquoi aussi, mon cher René, vous ne devez pas douter de vous, ni de votre œuvre incomparable: ce serait douter de nous aussi et de tout ce qui nous élève. Cette lute qui n’en finit plus, cet équilibre harassant (et à quel point j’en sens parfois l’épuisement!) nous unissent, quelques-uns, aujourd’hui. Le pire chose après tout serait de mourir seul, et plein de mépris. Et tout ce que vous êtes, ou faites, se trouve au-delà du mépris.»
.
1 comentário:
Cada vez fico mais ansiosa por o ler!
Enviar um comentário