quarta-feira, outubro 17

COOPERAÇÃO ESTRATÉGICA

Posted by PicasaFotografia daqui

Amanhã vai ser um grande dia. Terá início a reunião do Conselho Europeu Informal de Lisboa que deverá aprovar o chamado Tratado Reformador da UE. A presidência portuguesa e, por tabela, o governo e, por tabela, o PS, e assim sucessivamente, poderão proclamar uma vitória ou chorar uma derrota. Dizem que há arestas por limar … e eu acredito porque é sempre assim!

Se houver Tratado de Lisboa então ficarei a compreender melhor a estratégia do PSD ou, para ser mais preciso, do núcleo duro do “PSD institucional”. A coisa é simples de explicar: o presidente em exercício da Comissão Europeia, por acaso Durão Barroso, precisa de criar condições para se candidatar a um segundo mandato na UE e, dessa forma, ganhar tempo para se candidatar à presidência, sucedendo a Cavaco.

Ora para que esta ideia tenha pernas para andar não interessa ao “PSD institucional” correr o risco de ser governo em 2009. Seria demasiado cedo, em termos de calendário e demasiado desgastante, em termos políticos. Menezes já deve ter percebido que vai ser a lebre de serviço, queimando tempo e energias ao serviço de estratégia alheia. Santana Lopes – e a sua equipa – completam, na perfeição, este cenário ao serviço da verdadeira “cooperação estratégica”.

Sócrates sorri. Ele há imponderáveis mas o que tem que ser tem muita força!
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terça-feira, outubro 16

PÁGINAS CORRENTES


Reparo que o CATATAU me chama a participar na CORRENTE DA PÁGINA 161 que já corre vai para uns meses. Estas correntes têm um lado bastante estúpido e outro bastante estimulante. Vá lá saber-se porquê! A página 161? E a 5ª frase completa? Aceito na medida do prazer do jogo. Dedico-me a ler livros fora de moda e fora da minha área de actividade profissional. Mas isto não é invulgar nos consumidores. Bastante mais invulgar é nos criadores. Salvo quando a natureza do papel, por ser demasiado fino, me inibe sublinho e escrevo nos livros. Hoje em dia sempre, e só, a lápis.

As minhas leituras de hoje, e de sempre, têm duas referências luminosas: Albert Camus e Jorge de Sena. Comecei a ler o primeiro e só depois o segundo. Na verdade são quase contemporâneos: Camus nasceu em 1913, Sena em 1919. Afadigo-me a ler o máximo destes dois autores e o que escreveram aqueles que escreveram acerca deles. Não sei medir o caminho já percorrido e o que me falta percorrer. Também não interessa para nada. A minha leitura, como o título do programa de rádio, é “pessoal e intransmissível”.

Eu sei que dá para notar, nos blogs que alimento, essas paixões. Mas esta exposição dos gostos pessoais, para quem se dispõe a expô-los, é uma novidade impulsionada pela blogosfera. Mas também leio outras coisas como, por exemplo, os folhetos que acompanham as embalagens dos medicamentos (uma leitura muito instrutiva), alguns artigos de jornal, notícias, outros livros, opúsculos e folhetos, de autores e acerca de matérias diversas, mas não seria capaz de ler o último Harry Potter que o meu filho (que vai fazer 17 anos imaginem!) leu, sendo bilingue de alemão, na versão original em inglês (aí umas 700 páginas!).

Perdi um bocado a noção dos autores da moda mas às vezes encontro referências que me ajudam a evitá-los. Quando faço incursões pelos estudos acerca dos autores da minha paixão encontro nomes de outros autores, críticos e escribas diversos que, em épocas remotas, estiveram na moda e já ninguém se lembra deles, muito menos os cita ou lê. Não que a moda não seja importante e que da moda não se salvem alguns autores da moda. Mas todos sabemos que, na sua época, Pessoa não estava na moda e muito menos, no seu tempo, Sena.

Camus sim esteve, e está, na moda mas entenda-se que a França, dos anos 40 e 50, era uma pátria das letras e Camus um sedutor, “pied-noir”, rapaz pobre, membro da resistência ao nazi-fascismo, jornalista e, mesmo assim, por ter denunciado os crimes de Stalin, à sua maneira, e por não ter dado hossanas à descolonização da Argélia foi colocado na fronteira pela esquerda e salvo do esquecimento pelo Nobel de 1957 ... mas morreu cedo.

Vamos então à corrente:

1ª) Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2ª) Abra-o na página 161;
3ª) Procurar a 5ª frase completa;
4ª) Postar essa frase em seu blog;
5ª) Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6ª) Repassar para outros 5 blogs.

O livro que está mais próximo de mim é “Isto tudo que nos rodeia – Cartas de amor” - um conjunto de cartas trocadas entre Jorge de Sena e Mécia de Sena, antes do seu casamento. As cartas datam do período entre 1944 e 1949 e nelas se envolvem os próprios e são referidos outros como, por exemplo, Alberto de Serpa que foi guardião de 16 delas as quais Mécia lhe enviou por saber ser ele um “meticuloso coleccionador de manuscritos e grande amigo do Jorge.”

Gosto muito, como tanta gente, deste género de literatura. Nela se conta a verdadeira história dos protagonistas envolvidos pois, por regra, escrever cartas é um gesto de intimidade, ou cortesia, que se não destina a ser conhecido do público. Neste caso ambos revelam não só uma paixão amorosa, igual a tantas outras, como, sem demérito para Mécia, Jorge de Sena desvenda alguns segredos da sua particular visão do mundo, dos homens e da sociedade do seu tempo (emigrou em 1959), além de explicar algumas singularidades da sua própria oficina de escrita.
Vou assim reproduzindo sublinhados desta minha recente releitura.
Felizmente na página 161, nos 4º e 5º parágrafo, (tinha que reproduzir o 4º infligindo as regras!) pode ler-se o final de uma carta escrita de Coimbra e datada de 5/5/48:

“É tardíssimo. Perdi-me a escrever-te e nem quero ver as horas. Vou apagar a luz. Dormir será difícil. A noite passada tive frio, nesta fervo. Hoje faltas-me mais vivamente do que me faltavas ontem.

Beijo-te efusivamente, meu querido Jorge
Tua
Mécia”

Como em poucas palavras se pode dizer tanta coisa! Passo o desafio ao JPN (parece muito ocupado, já entendi!), à MRF, ao AP, ao PS (salvo seja e parabéns!) e à HFM (esperando pelo seu regresso de Barcelona). Com as minhas desculpas para quem já antes foi apanhado nesta corrente ou se aborrece por ser confrontado com ela.
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ALBERT CAMUS - NOBEL DA LITERATURA EM 1957


Esta é uma efeméride que não podia deixar passar em claro. 16 de Outubro de 1957. Passam hoje 50 anos desde o dia em que Albert Camus tomou conhecimento que lhe tinha sido atribuído o Prémio Nobel da Literatura.

Oliver Todd, autor da que é considerada a melhor biografia de Camus, dedica um Capítulo, sob o título “O preço que há que pagar”, às incidências deste acontecimento na vida de Camus. Começa assim:

“Em 16 de Outubro de 1957, Camus almoça com Patricia Blake no primeiro piso do Restaurante Marius. Desde a véspera circulavam, em Paris, rumores, procedentes de Estocolmo. Um jovem, enviado por Gallimard, afasta um empregado, aproxima-se de Camus, e anuncia-lhe que vai ganhar o Prémio Nobel de literatura. Camus parece “sufocado” e diz, repetidamente, a Patrícia:
– Devia tê-lo ganho Malraux. Tu sabes, Malraux … “ (*)

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No dia seguinte Camus escreveu nos Cadernos:

“17 octobre.
Nobel. Étrange sentiment d´accablement et de mélancolie. À 20 ans, pauvre, et nu, jái connu la vraie gloire. Ma mére.”

Dois dias depois escreveu:

“19 octobre.
Effrayé par ce qui m´arrive et que je n´ai pas demandé. Et pour tout arranger attaques si basses que j´en ai le cœur serré. Rebatet (**) ose parler de ma nostalgie de commander des pelotons d´exécution alors qu´il est un de ceux dont j´ai demandé, avec d´autres écrivains de la résistance, la grâce quand il fut condamné à mort. Il a été gracié, mais il ne me fait pas grâce. Envie à nouveau de quitter ce pays. Mais pour où?
La création elle-même, l´art lui-même, sont détail, tous les jours et la rupture … Mépriser est au-dessus de mes forces. De toutes manières il faut vaincre cette sorte d´effroi, de panique incompréhensible où cette nouvelle inattendue m´a jeté. Pour cela …

(*) – Tradução livre da edição em espanhol de Olivier Todd.
(**) – Crítico de extrema-direita que escreveu no Dimanche matin, a propósito da atribuição do Nobel a Camus, um texto no qual, por exemplo, se podia ler: “Desde a sua alegoria da Peste, já se diagnosticava em Camus uma arteriosclerose do estilo.”
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segunda-feira, outubro 15

MENEZES E A EXTINÇÃO DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL

Posted by PicasaElliott Erwitt

Podem acreditar que não estou obcecado com o congresso do PSD, nem sequer com a sua nova liderança, e tudo o mais, mas, como cidadão, estou preocupado com o PSD que, no nosso sistema político, é um partido de governo.

Ora os portugueses podem acordar um dia com o Dr. Menezes, não à cabeceira de um filho doente, mas como 1º ministro, acolitado pelo Dr. Lopes, sei lá em que pasta, mais a Dra. Zita, sei lá em que pasta, mais o Bota, sei lá em que pasta, mais, mais … sei lá quem, executando políticas que farão corar de vergonha os mais irascíveis opositores do governo socialista.

Tomem lá como exemplo emblemático a proposta de extinção do Tribunal Constitucional que ajuda a pôr a nu o pensamento político de Menezes e a falta de novidade das suas propostas.
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domingo, outubro 14

BLOG DO MENEZES

Posted by PicasaGÊNIO #2

“Um filho é a idéia de um filho: uma mulher é a idéia de uma mulher. Às vezes as coisas coincidem com a idéia que fazemos delas; às vezes não. Quase sempre não, mas aí o tempo já passou, e então nos ocupamos de coisas novas, que se encaixam em outra família de idéias.”
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MENEZES EM MINORIA


Para que Menezes perca tudo só falta Lopes ser eleito líder do grupo parlamentar. A divisão no PSD ganha contornos institucionais. Temos mais barafunda à vista.
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AL GORE


Al Gore tem dedicado toda a sua vida à luta pelas causas ambientais. Este galardão é um sinal de reconhecimento pelo seu empenho nessa luta que muito ajudou a tornar-se popular. E um sinal de alerta para a ligação intima entre o ambiente e a paz. Pois não vai ser, por exemplo, a disputa pela água potável um dos principais focos de tensões internacionais?
Mas, mais interessante, é verificar como Al Gore ainda suscita um movimento de apoio à sua nomeação como candidato democrata às próximas eleições presidenciais: If you want Gore to run, sign the petition
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sábado, outubro 13

CATÓLICOS FELIZES


“Ao menos os católicos são felizes: fizeram uma patifaria grave, dizem ao padre que pisaram o rabo ao gato, rezam dois padre-nossos, e voltam para casa, para repetir, tranquilos, a patifaria.”

In “ISTO TUDO QUE NOS RODEIA (Cartas de Amor)” – Mécia de Sena/Jorge de Sena –IN/Casa da Moeda – Excerto da carta de Jorge a Mécia, 26/1/47. [Sublinhados de leitura que publicarei aqui a partir de hoje.]
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CATILINA

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sexta-feira, outubro 12

COLABORAÇÃO ESTRATÉGICA

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TÃO TARDE

Posted by PicasaKerry Skarbakka

Escrevo tão tarde sem antes
me ter dado conta de quão tardia
era a minha vontade de dar forma
de versos ao que do passado havia
feito o labirinto que me habita.

24/7/2007

[“Vinte Poemas de Cuba” (8). Escritos a lápis nas páginas do livro “Poesia III”, de Jorge de Sena, nos dias de uma visita a Cuba. Editado, em simultâneo, no caderno de poesia.]
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ANTÓNIO CHAMPALIMAUD

Posted by PicasaFotografia daqui

"Fundação Champalimaud " cria hospital de dia e um centro de investigação contra o cancro

Ouvem-se ainda as palavras de ordem contra Champalimaud um símbolo do poder económico que sustentava o “antigo regime”. Quantas vezes a sua palavra foi pronunciada e escrita nas sebentas da oposição e, em particular, no catecismo do PCP. Ele era, para toda a esquerda, um ódio de estimação.

Hoje a Fundação que ostenta o seu nome, e foi criada com o seu dinheiro, é um exemplo de progresso e modernidade. Pelos fins que prossegue, pela excelência que promete, pelos métodos que adopta. Podem os demónios transformar-se em santos? Cuidado, pois, com a propaganda!
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quinta-feira, outubro 11

Charlize Theron

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UM PAR DE BANDARILHAS

Posted by PicasaIlustração daqui

2007: défice orçamental de 3%

Sócrates crava um par de bandarilhas no cachaço de Menezes. Antecipa objectivos e abre o espaço para inflectir a política fiscal e moderar o “aperto do cinto”. Política, a sério, na véspera do Congresso do PSD!
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DORIS LESSING - NOBEL DA LITERATURA 2007


Ora aqui está a notícia de um prémio que, em mim, despertou uma enorme vontade de ler uma autora que nunca li. É raro acontecer-me.
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A SANTA ZITA

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quarta-feira, outubro 10

O REGRESSO AO PASSADO

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LOBO ANTUNES (ANTÓNIO)

Posted by PicasaFotografia daqui

António Lobo Antunes: «Estou aqui diante de vós, nu e desfigurado»

Uma dor, um hospital, um exame, um diagnóstico. Uma palavra dita sem eufemismos: cancro. Aconteceu com António Lobo Antunes que, ao publicar o seu novo livro, fala pela primeira vez da doença que aproximou da morte: «Palavra de honra que é muito mais fácil do que se imagina»

A partir de umaetrintaesete mais António Lobo Antunes que vale a pena.
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AJUSTE DE CONTAS

Posted by PicasaJosé Rodrigues dos Santos

Este caso, como muitos outros casos, remonta a 2004. Eu também tenho um caso que remonta a 2003/2004. Um dia destes também me vou sujeitar a que passe para a opinião pública a ideia que fui perseguido por este governo. Não devia ser necessário dizer isto: os governos da República, entre os inícios de 2002 e 2005, foram formados com base numa maioria de direita, uma coligação PSD/CDS-PP. Os seus chefes foram José Manuel Durão Barroso e Pedro Santana Lopes com o apoio de Paulo Portas. E já agora: quem nomeou esta administração da RTP? Com respeito a perseguições, julgamentos sumários e linchamentos políticos, entorses ao funcionamento de um Estado de Direito, e tudo o mais que, um dia, a história desvendará, a direita, e os seus líderes, não deixam os seus créditos por mãos alheias e … estão todos no activo.
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FAUSTO CORREIA


Escrevo tarde acerca da morte de Fausto Correia. A razão, por ironia, é que escrevo num programa novo que acabou de ser instalado. Tacteio e hesito tal como no epidódio que vou contar.

É que Fausto Correia foi um dos poucos dirigentes socialistas ao qual, um dia, pedi qualquer coisa. Estava para ser assinado um protocolo entre o INATEL, a que presidia, e a Câmara Municipal de Aguiar da Beira, de maioria PSD, tendo em vista preparar as condições para a reabilitação do balneário termal das Caldas da Cavaca e a criação de um estabelecimento hoteleiro que lhe serviria de apoio. Projectos difíceis …

O governo era socialista, a Câmara era PSD, tendo como presidente da Assembleia Municipal Dias Loureiro e vivia-se em véspera de eleições autárquicas. A ideia daquele investimento era antiga e o concelho de Aguiar da Beira, rural e desertificado, mais que justitificava o apoio à reabilitação da sua única infraestrutura que poderia dar origem ao mais importante polo de desenvolvimento socio económico no concelho.

Do lado dos dirigentes socialistas locais, e regionais, a assinatura do protocolo era vista como inoportuna, do lado institucional correspondia a um compromisso assumido que, entre muitas hesitações, julguei dever honrar. Alguém me aconselhou a telefonar ao Fausto Correia – conhecedor dos meandros partidários da região - para ouvir a sua avisada opinião. A resposta, embora afável, foi fulminante, mais ou menos no seguinte tom: “São umas bestas, avança, não tenhas problemas”.

Tomei os meus cuidados e as assinaturas foram apostas no protocolo na sede do INATEL, em Lisboa, na certeza de que a Câmara de Aguiar da Beira havia de ser ganha, de qualquer maneira, naquelas eleições, pelo PSD que se confrontou, imaginem, com uma coligação PS/CDS-PP. ... Nunca mais esqueci o Fausto Correia que, ontem, infelizmente, nos deixou. Honra à sua memória.
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terça-feira, outubro 9

AMIGO, COMPANHEIRO, DEMOCRATA!

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A conduta rebentou

Posted by PicasaIlustração daqui

Pelo vidro entreaberto dizem-me que rebentou uma conduta na Avenida da Índia. Longe, em volta de uma enorme coroa urbana, milhares de horas perdidas. Na Avenida de Ceuta rodou-se a uma média entre os 0 e os 5 km/h. Mas o placar do controle de velocidade marcava, impávido e sereno, o limite máximo de 50. A cidade não resiste ao rebentar de uma borbulha, o caos aflora brutal mal uma conduta adoece, a cidade apresenta sintomas de não estar preparada para uma pequena catástrofe quanto mais para uma grande. Mas o sistema de controlo de velocidade, na Av. de Ceuta, impávido e sereno, prossegue a sua vigilância perante o cortejo dos silêncios e dos atrasos. Oh Costa, por favor, aprende as lições!
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segunda-feira, outubro 8

LOPES, SEMPRE PRONTO!...

Posted by PicasaIlustração daqui

Lopes: “Sou um soldado que está sempre pronto para o combate”

Devo confessar que Lopes, mesmo considerando o seu estado, ainda vigente, de “ando por aí”, é um encanto. O melhor que poderia acontecer ao PS, e ao seu Governo, era ele candidatar-se a líder da bancada parlamentar do PSD.

É que ela (a bancada) foi obra sua e dificilmente lhe negaria a maioria dos votos que o faria vencedor, com a aquiescência de Menezes, ou contra Menezes, neste último caso tornando o PSD um partido com a originalidade de ostentar uma liderança bicéfala.

A viabilidade da solução em apreço parece muito afastada da realidade mas quem conheça o PSD, e a ambição dos personagens que ocupam a cena mediática, compreenderá que todos os cenários são possíveis.

Com Lopes, ou sem Lopes, à frente da bancada parlamentar do PSD, a verdade é que, como escreveu Miguel Sousa Tavares na última edição do Expresso: (…) [Menezes] traz consigo alguma da pior gente que alguma vez habitou na nossa política, do género que faz querer gritar: 'Socorro, que eles vão voltar! ‘. Como também não disse ao que vinha e se limitou a contar votos e espingardas e a alimentar uma guerra suja que as directas consentem, apresenta-se ao país (Gaia à parte) com o pior cartão de visita possível.

Como se diz lá na minha terra: “Agachem-se ...”
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ASSOCIATIVISMO POPULAR

Posted by PicasaDivas & Contrabaixos

Que bela réplica a de MRF ao meu escrito acerca do futebol. Fiquei contente, pá! Por experiência sei que “os maiores resistentes são os clubes não futebolísticos.” Ao contrário do que a cortina de silêncio mediático possa fazer crer os “clubes não futebolísticos”, formais e informais, ancorados no associativismo popular, têm, em Portugal, uma enorme dimensão.

O reconhecimento social do papel do associativismo popular é inquestionável; os benefícios para a sociedade da sua acção, nas áreas a que mete mãos, não têm paralelo no cotejo com muitas, e subsidiadas, instituições profissionais que se dedicam às mesmas actividades; o poder político, em Portugal, não prestigia, nem protege, suficientemente o associativismo popular por razões, entre outras, de natureza histórica; do meu ponto de vista, têm a ver com a herança do duplo controle político a que o associativo popular foi sujeito, primeiro pelo “antigo regime” – temeroso do seu papel na resistência – depois pelo PCP – voraz na tentativa de tomada do dito.

Este tema do associativismo popular merece mais atenção, e mais detida análise, nas antípodas do esquecimento a que os poderes formais, reiteradamente, o têm votado; não falo em subsídios, que também contam, mas na necessidade de um novo enquadramento legislativo e na elevação institucional do seu papel na hierarquia da “coisa pública” (vide o exemplo de França).

Nos meus 7 anos de INATEL (1996-2003) dediquei-me, com muitos outros, com entusiasmo e persistência, ao estudo e dinamização do associativismo popular. Nem tudo se perdeu mas dessa experiência retirei a lição que, no nosso Portugal democrático, infelizmente, as penas sofridas pelas “boas acções” são pesadas ao contrário dos benefícios da inacção ou do prosaico, portuguesmente falando, “deixa andar”.
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CHE GUEVARA

Posted by Picasa“Che Guevara” – Alberto Korda, Março/1960

Passam amanhã 40 anos desde o dia em que Che Guevara foi assassinado. As razões da importância da efeméride, nas suas controversas facetas, estão bem explicadas aqui e aqui – com as suas consequentes ramificações - o que me dispensa de mais considerações. Acrescento, no Caderno de Poesia, “Os Últimos Revolucionários”, de Jorge de Sena, poema muito pouco conhecido e que, apesar de escrito em 1971, mantém plena actualidade.
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sexta-feira, outubro 5

"Tratado Reformador" - Lisboa - Outubro de 2007

Posted by PicasaImagem daqui

Foi hoje disponibilizado o projecto do “Tratado Reformador” da União Europeia que, ao que informa a Presidência portuguesa, foi objecto de acordo técnico entre os 27 países membros. A propósito do tema escrevi, recentemente, dois artigos que podem ser lidos aqui e aqui.

Volto ao assunto, de forma breve, para sublinhar a importância do facto político, em si mesmo, de ter sido possível chegar a um entendimento de princípio acerca do teor do presente Tratado, certamente com salvaguardas e concessões mútuas, entre todos os países e, em particular, em benefício das pretensões da Inglaterra e da Polónia.

Mas, de forma realista, mais vale ter um Tratado que guarde o essencial do espírito da União Europeia, considerando a sua composição actual a 27 países, do que tornear esta nova realidade geo-estratégica condenando a UE à estagnação senão mesmo a um futuro declínio político.

Aproxima-se, pois, o dia em que os críticos do governo – quer os que clamam da sua geral incompetência quer os que sempre desvalorizaram as dificuldades da celebração de um acordo europeu em torno do futuro Tratado de Lisboa – tenham que mudar de estratégia. O PSD já preparou o terreno para essa mudança da forma mais radical possível, ou seja, mudando de líder.

Caso o Tratado seja aprovado, na data prevista, a questão politicamente relevante que ficará em aberto é da fórmula a adoptar para a sua ratificação pelos Estados, ou seja, para simplificar, a questão da realização, ou não, de referendos nacionais.

Por mim continuo a defender que, em Portugal, se deveria realizar, pela primeira vez, um referendo acerca da questão da integração do país na UE. É esse o compromisso político do governo, vertido para o seu programa, e o seu não cumprimento só poderá fundar-se em razões de excepção que carecem se ser muito bem explicadas aos portugueses.

A este propósito apetece-me citar Maquiavel em “O Príncipe”: “Não há nada que torne um príncipe tão estimado como concluir com êxito grandes e magnânimas empresas e dar exemplos dignos de ficarem na memória”.

Seja qual for o desenlace desta questão – desde que o governo não se
“esqueça” de explicar o que tiver que ser explicado – a assinatura do novo Tratado, em Lisboa, será um momento crucial na abertura de um novo ciclo político, que antecede as eleições legislativas de 2009, abrindo o caminho para uma nova vitória eleitoral do PS.

A natureza política dessa vitória e a sua dimensão eleitoral são outras questões que a seu tempo virão a talhe de foice.
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