Fotografia de Angèle
Disse a ave esconjurada:
Vai tu aos confins da Lunda
Não metas pedras na funda
Nem carregues a lingada
Vê a bela desterrada
Incendeia a cidadela
Não olhes p´ra ele nem ela
Depois da praça esturrada.
Foge que o mal não é teu
O que fizeste te escapa
Põe-no debaixo da lapa
O que lá vai já ardeu.
Tens para ti o futuro
Deixa-os lá que eles não acabam
Quando as paredes desabam
Fique apenas o teu muro.
O que a ave disse fiz.
Só não disse o que não quis.
13.12.56
José Blanc de Portugal
Disse a ave esconjurada:
Vai tu aos confins da Lunda
Não metas pedras na funda
Nem carregues a lingada
Vê a bela desterrada
Incendeia a cidadela
Não olhes p´ra ele nem ela
Depois da praça esturrada.
Foge que o mal não é teu
O que fizeste te escapa
Põe-no debaixo da lapa
O que lá vai já ardeu.
Tens para ti o futuro
Deixa-os lá que eles não acabam
Quando as paredes desabam
Fique apenas o teu muro.
O que a ave disse fiz.
Só não disse o que não quis.
13.12.56
José Blanc de Portugal
In “ENÉADAS – 9 Novenas”
Imprensa Nacional – Casa da Moeda