sexta-feira, julho 4

Fidel, o PCP e a libertação de Ingrid Betancourt -

Burt Glinn - CUBA. CASTRO, Fidel. 2001.

Que mais não seja para efeitos de comparação de estilos a declaração de Fidel Castro, a propósito da libertação de Ingrid Betancourt é, politicamente, bastante cuidada ao contrário da do PCP. A diferença está no parágrafo, que transcrevo a seguir:

No restante não há diferenças de fundo mas há limites que Fidel sabe, por experiência, que não podem, nem devem, ser ultrapassados. E um desses limites é, mesmo descontando o cinismo próprio da diplomacia, o que ele designa como “elementar sentimento de humanidade”.
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quinta-feira, julho 3

PALAVRAS DE ORDEM

Às voltas com uma pesquisa dei de caras com uma listagem de palavras de ordem retiradas da colecção de Murais Artísticos de Abril, de Conceição Neuparth, depositada e tratada pelo Centro de Documentação 25 de Abril. Algumas delas pertencem inexoravelmente ao passado mas outras, à falta de ideias, ainda podem servir de inspiração a algumas lideranças partidárias.


A revolução triunfará
A terra a quem a trabalha
A vitória é difícil mas é nossa
Abaixo a exploração capitalista
Casas sim! Barracas não!
Dá mais força à liberdade
Democracia em Portugal só com Freitas do Amaral
Em frente com a Reforma Agrária
Fora com a canalha o Poder a quem trabalha
GNR fora das cooperativas
Greve ao papel higiénico. Compremos os jornais
Independência Nacional
Já não há eleições. D. Sebastião volta para a semana
Junta a tua à nossa voz
Morte ao fascismo
Não ao aumento do custo de vida
Nato fora de Portugal, Portugal fora da Nato
Nem Deus nem Chefe
Nem mais um faroleiro para as Berlengas
Nem Nato nem Pacto de Varsóvia
Ninguém há-de calar a voz da classe operária
O Chile vencerá
O sol brilhará para todos nós
Operários, camponeses, soldados, marinheiros, unidos vencerão!
Otelo para Presidente
Pão Paz Terra Liberdade, Independência Nacional
Por uma vida melhor
Quem tem medo do comunismo?
Rumo ao Socialismo
Sem cultura não há liberdade
Todos unidos com o MFA
Unir – Organizar – Armar (PRP)
Unir Organizar Vencer (MDP)
Viva o 25 de Abril
Viva Staline eternamente na Sibéria
Voto do povo para a vitória do povo

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Ingrid Betancourt em liberdade



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Nota do Gabinete de Imprensa do PCP
Em resposta a várias solicitações dos órgãos de comunicação social sobre a posição do PCP a propósito da operação de resgate de Ingrid Bettencourt por parte do exército nacional na Colômbia, o PCP considera o seguinte:
1. O resgate de Ingrid Bettencourt após um período em que esteve prisioneira na selva colombiana, coloca em evidência a gravidade da situação em que se encontram centenas de prisioneiros em ambos os lados do conflito e a necessidade de encontrar uma solução humanitária entre as partes.
2. Os complexos problemas em presença, exigem uma solução política e negociada de um conflito que se arrasta há mais de 40 anos sem solução, situação que é em si, inseparável da política de agravamento da exploração e de terrorismo de estado praticada pelo governo neo-fascista de Uribe, conforme tem vindo a ser denunciado pelas forças progressistas e democráticas da Colômbia.
3. O Povo colombiano poderá continuar a contar com a solidariedade dos comunistas portugueses na sua luta contra a opressão e exploração, pela justiça social, pela democracia e soberania nacional.

(A partir de um comentário de MFerrer que agradeço fui em busca da posição do PCP acerca da libertação de I.B.. Cada força política, em democracia, é livre de tomar as posições que entender sem o risco de rapto, degredo ou assassinato. Fico, ao menos, a saber que Ingrid Bettencourt foi resgatada “após um período em que esteve prisioneira na selva colombiana …” e que a Colômbia tem um governo “neo-fascista”. Prometo que vou dar mais um pouco de atenção a este conceito no caso em apreço e noutros.)
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quarta-feira, julho 2

Ingrid Betancourt

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MANUELA FERREIRA LEITE - NOCTURNOS (II)

Christine Lebeck - Nocturnes

Ainda a propósito da entrevista de Manuela Ferreira Leite (MFL) à TVI, está fora de causa a necessidade e relevância da oposição actuar segundos os processos que considere mais adequados e eficazes. Mesmo nas ditaduras, como todos sabemos, as oposições, embora actuando nas margens, ou fora da lei, de forma pacífica ou violenta, sempre existiram e existirão. Quanto mais em democracia! A questão está no patamar civilizacional em que se encontra a comunidade ao discutir os regimes políticos e as suas regras, nas quais se integra a questão das oposições. MFL disse que ao governo não compete fazer oposição à oposição. Compete-lhe governar. Estou de acordo. Mas à oposição, em democracia, compete mais do que bloquear as iniciativas e projectos do governo. À oposição compete apresentar alternativas quando as encontre melhores do que os projectos do governo ou concordar com os projectos do governo quando não lhes encontre melhores alternativas. É simples e fácil. MFL não é uma política caída do céu, desconhecedora de tudo e todos, uma virgem ofendida com a clausula dos projectos do governo. O jogo do fingimento de MFL não resistirá, como o debate de ontem mostrou, a um minuto de debate, a sério, com Sócrates. Pela simples razão, entre outras que não cabem neste já longo post, que MFL esteve presente no processo de gestação e decisão de todos os mais importantes projectos cujos estudos hoje afirma desconhecer. O azar de MFL é o facto de ter encontrado um primeiro-ministro – goste-se ou não do estilo – que é difícil de igualar no confronto com a adversidade. Quando antes alguns primeiros-ministros, ressalvados os seus méritos, se puseram ao fresco face às adivinhadas dificuldades da governação e aos expectáveis embaraços das explicações que deviam ao país, este primeiro-ministro parece que está disposto à luta (política, entenda-se) mesmo nas condições adversas que se desenham no horizonte. Ora esta atitude pessoal perante a política, indo além da política, faz toda a diferença!
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MANUELA FERREIRA LEITE - NOCTURNOS


Após ouvir, por mero acaso, a entrevista de Manuela Ferreira Leite na TVI lembrei-me do milagre de Ponte de Lima: "Foi uma graça do Cristo crucificado. Ela bem merecia, depois de quatro anos a sofrer, acamada e sem poder fazer nada" (…) "O miúdo começou a chorar e a pedir ao Senhor para ajudar a madrinha, que estava em sofrimento e que sentiu um grande calor por ela abaixo. Mas só ao chegar a casa se apercebeu de que conseguia andar".
MFL também precisa de um grande calor que a percorra por ela abaixo para ganhar eleições. Pois se “não há dinheiro para nada”, tanto melhor para ela que sejam os mesmos a continuar no governo. Com ela não há obras, nem coisa nenhuma, pois não há dinheiro. O pessoal o que precisa é mesmo de uma cangalheira como chefe de governo. Sempre à espera que o telefone toque para a cerimónia do funeral, ora de uma empresa, ora de um projecto sem estudos em ordem, ora de um novo pobre da classe média, ora de um pobre dos verdadeiros, a preços sociais, ela está pronta a organizar o funeral da Pátria. Se ela for a primeira eu também quero morrer. Sei que vou ter um velório de estado! O miúdo começou a chorar e a pedir ao senhor para ajudar a madrinha, que estava em sofrimento ... e coisa e tal …
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terça-feira, julho 1

CD-R GENERACIÓN Y

Yoani Sanchez en Generación Y publicou hoje um post que faz lembrar os tempos da luta contra a ditadura em Portugal: Red ciudadana. Hoje como antes “no hay nada que me resulte más atractivo que aquello que se me impide hacer.” Aqui está um sentimento que Fidel deveria conhecer melhor do que ninguém!
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NEM SEMPRE A CULPA MORRE SOLTEIRA

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segunda-feira, junho 30

UM PRÉMIO

Lara Silva e Manuel Graça vencem o prémio
“Best Delegate Award”

Estou proibido pelo meu filho Manuel de usar imagens suas mas no caso em apreço não estou a transgredir. A imagem surge no site da Escola Alemã de Lisboa associada à divulgação de um prémio, obtido no English Modellparlament in St. Petersburg. Só mesmo quem o conheça será capaz de o identificar.
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CHARLIZE THERON - MADAME FIGARO



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PORTUGAL EM JUNHO DE 2008 SEGUNDO A OCDE

(*) Étude économique du Portugal, 2008

Le Portugal a grandement progressé dans l’assainissement budgétaire et lancé d’importantes réformes structurelles pour moderniser son économie et accélérer sa croissance. Après les performances médiocres de 2001 à 2005, la croissance de la production s’est améliorée ces deux dernières années pour atteindre 1.9 % en 2007, taux encore insuffisant pour combler le net écart de revenu par rapport aux pays plus riches de l’OCDE. Pour tirer pleinement parti de la mondialisation grâce à une croissance plus forte et plus durable et une baisse durable du chômage, il faudra consolider l’assainissement des finances publiques, améliorer l’environnement des entreprises et rendre le marché du travail plus adaptable.
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sexta-feira, junho 27

CABO VERDE - GOVERNO PARITÁRIO

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SENHORIO - UMA LINDA PALAVRA

Gary Cawood

o sequestro dos senhorios

Abordei o tema, recentemente, aqui. Quem conheça minimamente o assunto sabe que se trata de um festival de horrores. A “nova” Lei do Arrendamento é um nado morto. Essa é que é realidade. O governo tem que ter a coragem de avaliar os resultados da aplicação dessa “nova” lei e proceder em conformidade. Ou a coisa só se resolverá através de uma catástrofe natural?
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quinta-feira, junho 26

OBAMA NA FRENTE

Uma sondagem, realizada pela Universidade de Quinnipiac, divulgada hoje, incidindo nos estados de Colorado, Michigan, Minnesota e Wisconsin aponta para uma vitória clara de Obama nas próximas eleições presidenciais americanas. Obama congrega os votos das mulheres, das minorias e dos jovens eleitores. Se nada de essencial mudar até Novembro estamos nas vésperas de assistir, com a eleição de Obama, a um acontecimento histórico .
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FRANCISCO MARTINS RODRIGUES (Entrevista)

Uma entrevista a Francisco Martins Rodrigues, por Miguel Cardina, (1) e (2), em Caminhos da Memória.
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EDP - AGORA AS "PUXADAS"


A EDP prossegue a sua campanha para pressionar a opinião pública no sentido dos clientes cumpridores assumirem as suas perdas. A entidade reguladora faz o seu papel, apresenta propostas, coloca-as à discussão pública, mas o tema é excessivamente técnico para que qualquer vulgar cidadão possa participar na discussão. Assim resta-nos, no papel de consumidores de energia, fornecida em regime de quase monopólio pela EDP, reclamar que não nos obriguem a pagar as dívidas incobráveis e os roubos. Dizem-me os cépticos que havemos de pagar de qualquer maneira. Mas, se for esse o caminho, sem concorrência a sério nem imaginação realista, podem acreditar que as dívidas incobráveis e as “puxadas” vão continuar a subir em flecha.
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