quarta-feira, junho 25

OS RICOS QUE PAGUEM A CRISE?


A ideia de aumentar os impostos sobre os imóveis (vulgo casas), em particular, as que se destinam ao arrendamento é muito fácil de proclamar e parece simpática aos ingénuos crentes no velho ideário socialista. Mas, na verdade, trata-se de um notável contributo para o suicídio eleitoral do governo socialista. Os proprietários que arrendam casas pagam impostos sobre os rendimentos além de taxas municipais. Na esmagadora maioria dos concelhos o IMI e as taxas têm aumentado substancialmente pois os municípios carecem de receitas como de pão para a boca. Por outro lado a nova lei do arrendamento, apresentada como um trunfo, é um rotundo fracasso. Pergunto-me, aliás, acerca das razões da melancolia que reina no governo a este propósito. Acontece que, como é público e notório, estalou uma crise profunda na construção civil, a nível internacional, atingindo duramente os mercados adjacentes, que em Espanha, num curtíssimo espaço de tempo, atingiu um elevado grau de intensidade. O governo de Espanha, entre outras respostas à crise, antecipou a extinção do chamado Impuesto del Patrimonio, medida que consta do seu programa de governo. Em Portugal a crise parece não ser levada a sério e o governo até se dá ao luxo de fazer anúncios de agravamento de impostos que parecem inspirados naquele velho slogan da UDP: “Os ricos que paguem a crise”! A Dra. Manuela Ferreira Leite agradece pois este é um item importante das suas, por enquanto, ideias soltas a respeito da classe média e da sua agonia. O assunto é sério!
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