Fotografia de família
As suas mãos
As suas mãos sobre o seu peito
eram as mesmas mãos fraternas
que me acariciavam a face revolta
Eram umas mãos impensáveis
lindas de morrer, libertadoras
de tão gentis, generosas e boas
Tais mãos naquele dia que as vi
depositadas sobre o seu peito
eram as minhas mãos sem mim
As suas mãos frias e ausentes
deixaram de ser as minhas mãos
no dia em que sua vida se perdeu
In “Ir pela sua mão” – Editora Ausência
Maio 2003
Em memória de meu pai no aniversário da sua morte.
[Na fotografia adivinham-se o verde da vegetação e o cheiro próprio de uma ambiência mediterrânica. A minha avó paterna olha, embevecida, meu pai sorridente; eu aborrecido, de chapéu, recosto-me em minha mãe; minha tia Lucília, linda, com a filha mais velha ao colo junto a seu marido Graciano; logo atrás, de óculos, o meu irmão Dimas, entre outros, no quintal do palacete dos meus avós em Moncarapacho – Olhão.]
As suas mãos
As suas mãos sobre o seu peito
eram as mesmas mãos fraternas
que me acariciavam a face revolta
Eram umas mãos impensáveis
lindas de morrer, libertadoras
de tão gentis, generosas e boas
Tais mãos naquele dia que as vi
depositadas sobre o seu peito
eram as minhas mãos sem mim
As suas mãos frias e ausentes
deixaram de ser as minhas mãos
no dia em que sua vida se perdeu
In “Ir pela sua mão” – Editora Ausência
Maio 2003
Em memória de meu pai no aniversário da sua morte.
[Na fotografia adivinham-se o verde da vegetação e o cheiro próprio de uma ambiência mediterrânica. A minha avó paterna olha, embevecida, meu pai sorridente; eu aborrecido, de chapéu, recosto-me em minha mãe; minha tia Lucília, linda, com a filha mais velha ao colo junto a seu marido Graciano; logo atrás, de óculos, o meu irmão Dimas, entre outros, no quintal do palacete dos meus avós em Moncarapacho – Olhão.]