Fotografia de Hélder Gonçalves
É extraordinária a capacidade destruidora da inércia. Mais extraordinária ainda é a eficácia das mensagens negativas lançadas contra os que ousam contrariar a inércia. O Estado não tem o monopólio da inércia. Onde a inércia atinge a sua máxima capacidade destruidora é no plano individual. Quando a inércia se casa com a manha atinge-se a perfeição. Um inerte manhoso é um ser talhado para os mais altos voos ou as mais inenarráveis desgraças. O problema do combate à inércia das instituições em geral, e das públicas em particular, é que elas, regra geral, estão pejadas, de alto a baixo, de seres inertes manhosos. Para contrariar a força gerada pela inércia manhosa é preciso aplicar uma força contrária brutal o que, em democracia, está ao alcance de poucos. Além do mais se o poder democrático vacila e o líder falha a inércia consagra-se como virtude e a manha eleva-se à categoria suprema da arte de bem viver. A opinião pública rejubila pois a tradição histórica portuguesa está repleta de inertes manhosos, desde reis a presidentes, de meretrizes a pederastas, de religiosos a laicos, de onzeneiros a pobretanas. Todos os dias somos confrontados com fragmentos desta luta que, em Portugal, não é um acontecimento da história mas a própria história. Uma das tragédias mais pungente do ser português.
É extraordinária a capacidade destruidora da inércia. Mais extraordinária ainda é a eficácia das mensagens negativas lançadas contra os que ousam contrariar a inércia. O Estado não tem o monopólio da inércia. Onde a inércia atinge a sua máxima capacidade destruidora é no plano individual. Quando a inércia se casa com a manha atinge-se a perfeição. Um inerte manhoso é um ser talhado para os mais altos voos ou as mais inenarráveis desgraças. O problema do combate à inércia das instituições em geral, e das públicas em particular, é que elas, regra geral, estão pejadas, de alto a baixo, de seres inertes manhosos. Para contrariar a força gerada pela inércia manhosa é preciso aplicar uma força contrária brutal o que, em democracia, está ao alcance de poucos. Além do mais se o poder democrático vacila e o líder falha a inércia consagra-se como virtude e a manha eleva-se à categoria suprema da arte de bem viver. A opinião pública rejubila pois a tradição histórica portuguesa está repleta de inertes manhosos, desde reis a presidentes, de meretrizes a pederastas, de religiosos a laicos, de onzeneiros a pobretanas. Todos os dias somos confrontados com fragmentos desta luta que, em Portugal, não é um acontecimento da história mas a própria história. Uma das tragédias mais pungente do ser português.
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