Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"
Respeito os que apregoam o sim ao aborto, mas penso que há muita confusão nalgumas cabeças. Nenhuma mulher está presa por ter praticado o aborto, nem penso que algum Juiz vá mandar para a cadeia alguma infeliz que o venha a praticar. O que está em causa neste referendo não é se a mulher deve ir para a prisão se cometer um aborto "ilegal" (chamemos-lhe assim, eufemisticamente...). O que está em causa é a VIDA daqueles que, pequeninos e indefesos, não podem dizer que querem VIVER, que têm DIREITO A SER OUVIDOS, QUE SÃO SERES HUMANOS INTEIROS DESDE O MOMENTO DA CONCEPÇÃO (são conclusões científicas). Para esclarecer devidamente aqueles que apregoam que a mulher é dona do seu corpo, e ainda têm dúvidas sobre se devem votar a favor da Vida, ou da sua supressão homicida, nada melhor do que ouvir a voz da experiência de médicos e cientistas que lidam com o fenómeno atroz do aborto e com as suas sequelas físicas e psíquicas.
É um facto que os países desenvolvidos começam a repensar as suas leis abortistas. Para citar um exemplo, transcrevo a seguir parte de um manifesto assina¬do por 35 personalidades americanas (o governador da Pensilvânia, Robert Casey; o médico da Universidade de Chicago, Prof. Leon R. Kass e inú¬meros políticos e líderes religiosos das mais distintas confissões), publicado na revista FIRST THINGS (NEW YORK, NOVEMBERl92):
"...Após vinte anos de aborto sem restrições na sociedade ame¬ricana, constata-se que a mortalidade infantil continua sendo uma das mais altas dos países industrializados; continua a haver cada vez mais casos de maus tratos às crianças (e mais graves); continu¬am os abortos clandestinos... O aborto livre não satisfez a nenhuma verdadeira necessidade das mulheres, nem lhes devolveu a dignida¬de. De fato, produziu exatamente o contrário: estimulou a irresponsabilidade dos homens e jovens, que encontram no aborto uma escusa fácil para fugir de suas obrigações; aumentou enormemente a exploração das mulheres pela indústria do aborto... A licença para abortar não proporcionou liberdade nem segurança às mulheres..."
Como médico, sinto-me no dever de alertar as mulheres que pensam em abortar (principalmente as adolescentes) e também a todos os colegas que atendem a estas pacientes, lembrando umas palavras da Dra. M. Simon: "O aborto não somente aniquila uma vida humana ainda não nascida, mas também arruina a psique da mulher."
Numa das suas visitas a Portugal, Ribeiro e Castro, dirigente político domiciliado em Bruxelas, opinou sobre a questão do aborto. Assim, criticou os cartazes que apelam às pessoas para não se absterem e não manterem a pena de prisão para as mulheres que abortarem.
O arguto Ribeiro e Castro objecta que as mulheres não vão para a prisão e que o cartaz que contém esta palavra-de-ordem é demagógico. Ribeiro e Castro esquece duas questões:
A primeira é que o Código Penal prevê uma pena de prisão até três anos para as mulheres que abortem. Nem sequer prevê prisão ou multa — prevê só prisão.
Mas se é verdade que, na maioria dos casos, a pena não é aplicada, por que se regozija Ribeiro e Castro? Ele não quer mudar a lei, mas quer que a lei não seja cumprida? Um tão valoroso defensor da lei e da ordem quer um direito penal do faz-de-conta?
Uma outra questão que Ribeiro e Castro esquece, mesmo sem prisão efectiva, é que o aborto clandestino causa o sofrimento e, por vezes, a morte às mulheres. Isto não lhe interessa?
Com argumentos deste teor, nunca Ribeiro e Castro atingirá mais de cinco por cento de votos, mesmo no seu grupo parlamentar.
Ler em corporacoes.blogspot.com/2007/01/o-peregrino.html
[A questão que está em causa no referundo do próximo dia 11 não é uma questão referente a promover a compaixão pelas "infelizes mulheres" que praticam o aborto abrir as portas ao aborto "sem resticções". É simplesmente permitir "a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado." Exatamente o teor da pergunta do referendo.
3 comentários:
É notável o seu empenho nesta questão... muito obrigada!
Até sempre
Respeito os que apregoam o sim ao aborto, mas penso que há muita confusão nalgumas cabeças. Nenhuma mulher está presa por ter praticado o aborto, nem penso que algum Juiz vá mandar para a cadeia alguma infeliz que o venha a praticar. O que está em causa neste referendo não é se a mulher deve ir para a prisão se cometer um aborto "ilegal" (chamemos-lhe assim, eufemisticamente...). O que está em causa é a VIDA daqueles que, pequeninos e indefesos, não podem dizer que querem VIVER, que têm DIREITO A SER OUVIDOS, QUE SÃO SERES HUMANOS INTEIROS DESDE O MOMENTO DA CONCEPÇÃO (são conclusões científicas).
Para esclarecer devidamente aqueles que apregoam que a mulher é dona do seu corpo, e ainda têm dúvidas sobre se devem votar a favor da Vida, ou da sua supressão homicida, nada melhor do que ouvir a voz da experiência de médicos e cientistas que lidam com o fenómeno atroz do aborto e com as suas sequelas físicas e psíquicas.
É um facto que os países desenvolvidos começam a repensar as suas leis abortistas. Para citar um exemplo, transcrevo a seguir parte de um manifesto assina¬do por 35 personalidades americanas (o governador da Pensilvânia, Robert Casey; o médico da Universidade de Chicago, Prof. Leon R. Kass e inú¬meros políticos e líderes religiosos das mais distintas confissões), publicado na revista FIRST THINGS (NEW YORK, NOVEMBERl92):
"...Após vinte anos de aborto sem restrições na sociedade ame¬ricana, constata-se que a mortalidade infantil continua sendo uma das mais altas dos países industrializados; continua a haver cada vez mais casos de maus tratos às crianças (e mais graves); continu¬am os abortos clandestinos... O aborto livre não satisfez a nenhuma verdadeira necessidade das mulheres, nem lhes devolveu a dignida¬de. De fato, produziu exatamente o contrário: estimulou a irresponsabilidade dos homens e jovens, que encontram no aborto uma escusa fácil para fugir de suas obrigações; aumentou enormemente a exploração das mulheres pela indústria do aborto... A licença para abortar não proporcionou liberdade nem segurança às mulheres..."
Como médico, sinto-me no dever de alertar as mulheres que pensam em abortar (principalmente as adolescentes) e também a todos os colegas que atendem a estas pacientes, lembrando umas palavras da Dra. M. Simon: "O aborto não somente aniquila uma vida humana ainda não nascida, mas também arruina a psique da mulher."
Numa das suas visitas a Portugal, Ribeiro e Castro, dirigente político domiciliado em Bruxelas, opinou sobre a questão do aborto. Assim, criticou os cartazes que apelam às pessoas para não se absterem e não manterem a pena de prisão para as mulheres que abortarem.
O arguto Ribeiro e Castro objecta que as mulheres não vão para a prisão e que o cartaz que contém esta palavra-de-ordem é demagógico. Ribeiro e Castro esquece duas questões:
A primeira é que o Código Penal prevê uma pena de prisão até três anos para as mulheres que abortem. Nem sequer prevê prisão ou multa — prevê só prisão.
Mas se é verdade que, na maioria dos casos, a pena não é aplicada, por que se regozija Ribeiro e Castro? Ele não quer mudar a lei, mas quer que a lei não seja cumprida? Um tão valoroso defensor da lei e da ordem quer um direito penal do faz-de-conta?
Uma outra questão que Ribeiro e Castro esquece, mesmo sem prisão efectiva, é que o aborto clandestino causa o sofrimento e, por vezes, a morte às mulheres. Isto não lhe interessa?
Com argumentos deste teor, nunca Ribeiro e Castro atingirá mais de cinco por cento de votos, mesmo no seu grupo parlamentar.
Ler em corporacoes.blogspot.com/2007/01/o-peregrino.html
[A questão que está em causa no referundo do próximo dia 11 não é uma questão referente a promover a compaixão pelas "infelizes mulheres" que praticam o aborto abrir as portas ao aborto "sem resticções". É simplesmente
permitir "a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado." Exatamente o teor da pergunta do referendo.
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