quarta-feira, dezembro 30

Presidenciais - take 6

No próximo dia 1, de ano novo, sexta-feira, ficam a faltar 23 dias para a eleição presidencial. Nada de novo na frente politica presidencial exceto sabermos dos candidatos, em numero de 10, e do lugar que ocupam no boletim de voto. Sei que vou votar mas ainda não sei em quem. Não votarei Henrique Neto, o 1º do boletim de voto, não pela sua idade, pois até já votei em Soares, (a idade para mim não conta) mas porque não acredito naquela componente do seu discurso providencial, com boas ideias, com uma pitada anti partidos. Sou favorável, sem reservas, ao regime democrático fundado em partidos. Assim mesmo sem prejuízo da reforma dos partidos e do regime, que se não fará sem os partidos e muito menos contra eles. Faltam ainda os debates entre os candidatos, os "grandes" no prime time das TV generalistas, e os "pequenos" nos canais cabo, porventura alguns deles em canal nenhum. Num tempo em que se discutem na praça pública somente dois assuntos: os negócios dos 3 grandes, na área futebolística, e as resoluções, na área da banca e redondezas, atenta a grandeza das nossas misérias, estimo que vai sobrar pouco espaço para os candidatos e muito para a abstenção.

segunda-feira, dezembro 28

Presidenciais - take 5


No sentido contrário da decisão do voto nas presidenciais, que só tomarei na véspera do dia do voto, posso dizer em quem não votarei. Não votarei em Marcelo não tanto por ser o candidato do centro/direita mas por querer parecer o candidato de todos, que a todos representa. Sou contra a União Nacional (de que já poucos se lembram!) assim como contra a supressão das diferenças ideológicas e o pragmatismo na indiferença geral. Haja saúde.

domingo, dezembro 27

Presidenciais - take 4

Fotografia de Hélder Gonçalves

A menos de um mês das eleições presidenciais - 24 de janeiro - ouvem-se algumas declarações de candidatos em ações de campanha sendo certo que o nº de candidatos não ultrapassará a dezena. O ambiente politico desta disputa eleitoral é o mais cinzento e falto de entusiamo de sempre. Parece cumprir-se um ritual obrigatório sem chispa. Com a entrada em cena dos debates nas TV s será possível dar-mo-nos conta da existência politica das eleições presidenciais no ano da graça de 2016. Mas nem por isso se elevará o tom nem se tornará mais espesso o debate. O centro do debate politico, em Portugal, deslocou-se para a Assembleia da República por força dos resultados eleitorais das legislativas e, após 10 anos da magistratura presidencial pseudo apolítica de Cavaco, a função desvalorizou-se a tal ponto que poucos lhe dão a importância que de facto tem. Ainda sem o meu voto definido. No dia 22 tomo a decisão com a única certeza de que votarei nestas eleições como sempre aconteceu em todas as que se realizaram no pós 25 de abril.

sexta-feira, dezembro 25

NATAL

NATAL DE 1971

Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Dos que não são cristãos?
Ou de quem trás às costas
as cinzas de milhões?
Natal de paz agora
nesta terra de sangue?
Natal de liberdade
num mundo de oprimidos?
Natal de uma justiça
roubada sempre a todos?
Natal de ser-se igual
em ser-se concebido,
em de um ventre nascer-se,
em por de amor sofrer-se,
em de morte morrer-se,
e de ser-se esquecido?
Natal de caridade,
quando a fome ainda mata?
Natal de qual esperança
num mundo todo bombas?
Natal de honesta fé,
com gente que é traição,
vil ódio, mesquinhez,
e até Natal de amor?
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm,
ou dos que olhando ao longe
sonham de humana vida
um mundo que não há?
Ou dos que se torturam
e torturados são
na crença de que os homems
devem estender-se a mão?

Novembro 71

Jorge de Sena

In “Poesia III” – “Exorcismos - 1972”

Fotografia de Kate Breakey

segunda-feira, dezembro 21

BANIF

Não é muito estimulante escrever acerca de Bancos, finanças e assim...e logo a minha formação académica de base, sem passagens administrativas, é de finanças, tendo tido como profs algumas proeminentes figuras ainda no ativo ... aborrecidas que sempre foram... Não vou falar delas....Lembro-me de um dia o meu saudoso irmão, homem de negócios, sério e honrado que mais se não podia ser, dizer-me que estava enojado com os bancos (no tempo em que os bancos sorriam de felicidade), com suas exigências absurdas; e mais perto no tempo fui levado de visita a casa apalaçada de um amigo administrador de um banco (destes que se diz estarem de saúde...) e fiquei eu próprio mal disposto pelo que vi e ouvi,... adiante; embora saiba que a banca é necessária para a vida das nossas economias e sociedades, ela a banca, e seus administradores e gerentes, podia e devia ser obrigada a maior transparência pela comunidade, ou seja, pelo Estado, através de entidades ditas reguladoras, sabendo nós que, não podendo evitar todas as irregularidades e crimes, deveriam ser suficientemente fortes para a dissuasão dos mesmos, como mandam as regras que obrigam as entidades da regulação.. de outra forma sopra-se o lume da indignação que hoje, (digo hoje mesmo), varre as ruas de Portugal como um vendaval ... e um dia vai pegar fogo na pradaria e pagam os justos pelos pecadores... O que andou por cá a fazer a troika mais de 4 anos ... e os seus filhotes o que andaram a fazer? Os socialistas, esquerdistas e revolucionários, de todos os matizes, são um perigo, não é verdade? Apaguem o fogo e esperem por serem acusados de incendiários!

domingo, dezembro 20

Espanha - eleições 20D

O governo de Espanha vai mudar a partir das eleições legislativas de hoje. Como se pode ler nas mais diversas folhas informativas os resultados são imprevisíveis. Oh sublime verdade! O que se quer dizer é que não vão ganhar os mesmos que sempre ganharam as eleições nas últimas décadas (as vitórias em democracia medem-se pela maioria que for possível constituir nos parlamentos). O que está para acontecer, se formos à história, em democracia, em Espanha, é a retomada de uma tradição antiga no que respeita ao desenho partidário. Fala-se pouco, apesar de tudo, das mudanças politicas no que respeita ao modelo de constituição de maiorias de governo, quero crer por força da subjugação, ou captura, da politica pela economia. Ou pela distorção da vontade dos eleitores por forças organizadas, em grupos de pressão (e de poder) que, a nível global, põem e dispõem ("elegem e "depõem") governos e os mais diversos órgãos de soberania nacional, a todos os níveis, apesar e além do sufrágio popular. Ao que se assiste no presente é ao regresso da politica - o que já não seria pouco - associado à emergência dos nacionalismos (sob as mais diversas formas, com as mais diversas ideologias). A globalização ferve no fogo dos nacionalismos que se encarniçam cada vez mais tendendo a extremar os campos. Se os democratas, de todos os quadrantes politico-ideológicos, não assumirem a liderança deste processo imparável vamos ter problemas com esses bens preciosos que se chamam LIBERDADE e PAZ. Uma boa reflexão para a presente época natalícia.

sábado, dezembro 19

12º ANIVERSÁRIO

Deixar uma marca

Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,

nada dever ao esquecimento que esvazia o sentido do perdão olhando o mundo e tomando a medida exacta da nossa pequenez,

atravessar a solidão, esse luxo dos ricos, como dizia Camus, usufruindo da luz que os nossos amantes derramam em nós porque por amor nos iluminam,

observar atentos o direito e o avesso, a luz e a sombra, a dor e a perda, a charrua e a levada de água pura, crer no destino e acreditar no futuro do homem,

louvar a Deus as mãos que nos pegam, e nunca deixam de nos pegar, mesmo depois de sucumbirem injustamente à desdita da sorte ou à lei da vida,

guardar o sangue frio perante o disparar da veia jugular ou da espingarda apontada à fronte do combatente irregular,

incensar o gesto ameno e contemporizador que se busca e surge isento no labirinto da carnificina populista,

ousar a abjecção da tirania, admirar a grandeza da abdicação e desejar a amizade das mulheres,

admirar a vista do mar azul frente à terra atapetada de flores de amendoeira em silêncio e paz.

(um programa para o absorto)

Pelo 12º aniversário da criação deste blog deixo, além do "programa para o absorto", algumas das imagens que acompanham os posts com o maior número de visitas contadas.




quinta-feira, dezembro 17

Presidenciais - take 3

Começam a densificar-lhe as notícias, testemunhos e reportagens acerca dos candidatos presidenciais sempre com o favorecimento daqueles que, conforme costumam afirmar os meios de comunicação, estão à frente nas sondagens. Se este favorecimento pelos meios de comunicação social já é lamentável nas eleições legislativas quanto mais nas presidenciais que se destinam a eleger uma pessoa que, após eleita, se torna num órgão de soberania. Num estado democrático maduro, com respeito pelas regras da igualdade, todos os candidatos, desde que devidamente acautelada a sua idoneidade pessoal, ainda antes de cumpridas todas as formalidades legais, deveriam merecer igual tratamento, em particular, o mesmo tempo de exposição mediática, em especial, pelos canais de televisão. Qualquer cidadão maior de 35 anos, em Portugal, é livre de apresentar candidatura presidencial. Esta minha questão não é nenhuma brincadeira, nem ingénua aspiração à perfeição do regime democrático. As regras do mercado não deveriam sobrepor-se às regras da democracia. No que me toca continuo a achar que as regras do mercado podem contribuir para matar a democracia. Pelo menos a televisão pública, chamada de RTP (e a rádio pública chamada de RDP) deveriam dar o exemplo seja na pré campanha, seja no período da campanha eleitoral.

terça-feira, dezembro 15

Presidenciais - take 2

Tudo na mesma, sem réstia de vibração. Estas eleições presidenciais não atraem mais do que os círculos restritos dos indefetíveis apoiantes dos candidatos. Os cidadãos eleitores estão mais do nunca afastados da campanha, e parecem não reconhecer nela mais do que um pró forma. Está a assistir-se - espero estar enganado - a uma formalidade exigida pelas regras do jogo do nosso sistema politico democrático. Não se vislumbra entusiasmo, e mobilização, em torno das candidaturas, restando esperar pelos debates nas TV s que, ao que parece, serão muitos, a ver se bons. O que está em curso é um processo eleitoral que deverá acabar com uma abstenção mais elevado do que nunca. Salvo qualquer acontecimento inesperado reinará o conformismo, mais ou menos disfarçado pela pluralidade das escolhas, no sentido da vitória da "evolução na continuidade" presidencial.

New ! BARBARA HANNIGAN & LONDON SyO Sir SIMON RATTLE dir GYöRGY LIGETI...

Hannigan on "Let me tell you"

sábado, dezembro 12

Presidenciais - take 1

Começaram a aparecer uns sinais (tardios) que anunciam as eleições presidenciais. Data: 24 de janeiro de 2016. Deixemos-nos de conversas moles assumindo que, pensemos o que quisermos pensar de Marcelo, este é um daqueles jogos com o resultado, praticamente, marcado antes do próprio jogo. Não tanto pelos méritos políticos de Marcelo mas pela expetativa criada na sua antecipada vitória. Porquê? Porque se trata de um jogo ao qual a esquerda acabou por se apresentar fragmentada no maior número de fragmentos possíveis contra um único candidato de centro/direita. O único cenário que tornaria estas presidenciais numa batalha eleitoral renhida, e ideologicamente interessante, seria a que permitisse uma disputa entre Marcelo e Guterres. A ausência deste, por vontade própria, esvaziou uma alternativa credível de centro/esquerda, socialmente mobilizadora, culturalmente esperançosa e potencialmente vencedora. A partir do presente xadrez de candidatos à esquerda resta esperar pelo desgaste provocado pelo triunfalismo de Marcelo que o obrigue a disputar uma segunda volta para a qual partiria fragilizado pelas expetativas frustradas de uma vitória à primeira e pela nefasta tradição da derrota dos candidatos apoiados pela direita à segunda. Não votarei em Marcelo mas desta vez o meu voto será decidido de véspera, o que antes nunca aconteceu.

terça-feira, dezembro 8

Os dias de dezembro

Venho aqui só para escrever que o governo do PS leva poucos dias(4)no exercício pleno de funções. Para os adivinhos dá para entender muita coisa, para o homem comum dá para entender muito pouco. O governo adotou um modelo tradicional e não seria de esperar que tivesse sido outro o modelo. Terá erros de casting mas é cedo para fazer avaliações. O mais relevante na arena política deste final de 2015/início de 2016 será o resultado das eleições legislativas em Espanha (20 de dezembro), com o anunciado fim do bipartidarismo, e suas consequências internas e externas, e das eleições presidenciais em Portugal (24 de janeiro) com uma única interrogação: Marcelo ganha à 1ª volta? Não me vou enredar em especulações mas o "namoro" de Marcelo ao eleitorado de esquerda na 1ª volta, caso não resulte numa vitória fulgurante, pode ser-lhe fatal na 2ª volta. Uma boa notícia: Cavaco está a escrever as memórias! Mais tarde darei o meu modesto contributo!

quinta-feira, dezembro 3

ELEIÇÕES - 3 de dezembro - Final

Terminou o primeiro episódio - em várias partes - desta nova época da democracia politica portuguesa. O governo minoritário do PS, liderado por António Costa, apresentou o seu programa de governo na AR e a maioria dos deputados eleitos derrotou uma moção de rejeição apresentada pela oposição. Penso que foi o que aconteceu hoje, de verdadeiramente relevante, na política nacional. Amanhã, dia 4 de dezembro, o governo inicia em plenitude de funções o seu trabalho. Sabemos que se confrontará com todas as dificuldades próprias de qualquer governo acrescidas pelas que advêm da originalidade de ser suportado por uma maioria de esquerda o que nunca antes havia acontecido em Portugal após a plena adoção da democracia representativa. Admira, mais que tudo, na envolvente deste processo o radicalismo das posições dos partidos da direita democrática. Admira a sua retórica tonitruante, e correspondente iniciativa politica, de recusa do diálogo com a esquerda no seu conjunto, ou com parte dela, e a postura displicente e, por vezes, ostensivamente provocatória do "tudo ou nada" evidenciada no decurso do debate parlamentar do programa do governo com o convulsivo ataque de riso de Passos Coelho no decurso da intervenção do Ministro das Finanças. Para finalizar esta série de pequenos textos acerca das eleições legislativas de 4 de outubro, que hoje termino, invoco a necessidade urgente de todos e cada um dos partidos e políticos, a todo e qualquer nível, reassumirem uma postura institucional democrática e republicana que se lhes exige, e a que estão obrigados, por respeito pela comunidade nacional. A politica democrática é um jogo de forças em que se debatem propostas, projetos e ideias no respeito pela lei e pelas diferenças, sem exclusões ou autoexclusões que mesmo proclamadas várias vezes em pouco tempo, não podem durar todo o tempo. Todos, afinal, sabem disso.

sábado, novembro 28

O PRÓXIMO FUTURO

É cedo para saber qual vai ser o modelo de relacionamento entre as diversas forças de esquerda que suportam o governo socialista na Assembleia da República. Passaram 48 horas sobre a tomada de posse do governo minoritário do PS cujos membros ainda não se sentaram nos respetivos gabinetes. Deste processo resulta ainda a rotação de uma parte significativa dos deputados, contando com as entradas de deputados eleitos no novo governo e as daqueles que saíram do governo que cessou funções. Outras danças se seguirão, a todos os níveis, em particular, na administração. Da qualidade do desempenho dos membros do governo não falo antes de saber o bastante da sua ação, e dos deputados - nesta legislatura mais expostos do que nas anteriores - idem. Mas sabemos ao certo que se tratará de um período, com mais ou menos parcimónia dos principais atores, no qual a politica, em todas as suas formas, assumirá maior importância e o debate publico mais intensidade o que, em si mesmo, é uma coisa boa. Parece evidente, pelos primeiros indícios, já antes anunciados, que o debate mais relevante, numa primeira fase, será travado à esquerda por razões óbvias desde logo, e fundamentalmente, como condição da estabilidade governativa. Mas passado algum tempo, após a aprovação do orçamento de estado de 2016,as forças organizadas da direita politica sentirão uma irreprimível necessidade de se reorganizar ou, pelo menos, de se acomodar de forma diferente daquela que resultou do acordo de coligação PSD/PP. O resultado das eleições legislativas em Espanha, no próximo dia 20 de dezembro, poderá contribuir bastante para o desenvolvimento da situação portuguesa. A mais que certa mudança da liderança do PCP, no inicio de 2016, será outro facto importante assim como o modelo que a direção do PS escolher para a realização das diretas e do congresso que terá lugar em breve, um acontecimento ainda fora da agenda politica por razão das eleições Presidenciais de 24 de janeiro cujo resultado, por sua vez, será crucial ou, pelo menos, bastante relevante para o futuro do modelo do compromisso politico em que assenta o governo PS empossado em 26 de novembro. Até ao final do 1º trimestre de 2016, sem contar com as eventuais mudanças no contexto internacional, deveremos ficar mais esclarecidos.

sexta-feira, novembro 27

TEMOS GOVERNO - 27 de novembro

Na madrugada do dia seguinte ao da posse do governo de António Costa que ocorreu em 26 de novembro de 2015 no Palácio da Ajuda. Fiz questão de estar presente, na qualidade de cidadão, porque sei o que quer dizer a palavra liberdade e também a palavra responsabilidade. Acabou um ciclo politico acerca de cuja natureza a história se encarregará. Não julgo útil, necessário e prudente, para beneficio da comunidade, contribuir para agudizar a crispação politica que, por ora, se tem circunscrito aos círculos políticos, apesar dos esforços de muitos meios de comunicação social (quase todos) para a propagar à maioria da população. Um dos mais interessantes fenómenos observáveis neste período pós eleitoral é o insucesso desses esforços. Como todos os que estavam melhor informados sabiam António Costa - até pelo que foi dito por ele próprio, e escrito nos documento oficiais do PS - nas condições de não obter uma maioria absoluta, dispunha de condições para alcançar um acordo à esquerda. Será, porventura, o único politico português no ativo capaz de obter sucesso em tal empreendimento. Neste dia em que escrevo não tenho tempo nem disposição para elaborar acerca dos motivos de tal vocação que merecem uma abordagem séria e aprofundada. Interessa-me, em especial, acompanhar as consequências do desenlace da crise politica e participar, tanto quanto seja capaz, na concretização de um programa politico que será hoje aprovado pelo Conselho de Ministros e cujo teor é conhecido por ter sido divulgado, ao contrário de uma nefasta tradição nacional, com antecedência. A respeito das politicas serão certamente assinaladas ruturas e continuidades, sinais de futuro e tonalidades diversas do presente, métodos e abordagens diversas do habitual, protagonistas novos e renovados relacionamentos de protagonistas antigos, um mundo de diferenças face às politicas do anterior governo e seus executantes. Aspiro a poder assinalar que este governo vai fazer diferente, sem arrogâncias nem autoritarismos; que julgará a herança do governo anterior de forma objetiva, justa e sem precipitações; que mudará o que houver a mudar, com o objetivo central de servir o bem comum em prol da melhoraria da vida dos cidadãos e da qualidade da democracia. Colocar no lugar cimeiro da politica a defesa da liberdade sem descurar a justiça e a igualdade.

quarta-feira, novembro 25

ELEIÇÕES - 25 de novembro

Após as eleições legislativas de 4 de outubro,temos novo governo. Deverá terminar, nos próximos dias, o processo que conduzirá à tomada de posse de um governo do PS apoiado numa maioria de esquerda. Uma solução inédita na história da nossa democracia no pós 25 de abril. O mais que posso desejar, como democrata e amante da liberdade, é as maiores felicidades a António Costa e ao governo a que preside. A sua tarefa é difícil e a sua ação, estou certo, será alvo de um fortíssimo escrutínio por parte da oposição e da opinião pública e publicada. A democracia politica é feita de escolhas, a mor das vezes difíceis, e os protagonistas da politica, no exercício dos seus poderes, têm que ser assertivos, prudentes e transparentes na sua relação com os cidadãos. O tempo e a experiência contam, mas ainda mais conta o caráter dos que assumem responsabilidades públicas. Espero que a escolha dos ora anunciados governantes, alguns dos quais conheço bem, nunca frustre a alta expetativa criada no seu desempenho em favor do bem comum, do progresso socio económico de Portugal, da promoção da justiça social e do fomento da participação cívica dos portugueses em defesa da democracia e da liberdade.

domingo, novembro 22

ELEIÇÕES - 22 de novembro

Este fim de semana arrefeceu, (o tempo atmosférico), escureceu, (o céu encoberto), reina a paz nas ruas, nos jornais, telefonias e TV.s passam as mesmas notícias, dominadas pelo terror que se estendeu à Europa, os mesmos divertimentos para o povo, entre comentários, em regra, imbecis. A politica ganhou espaço no debate público e a liberdade faz, no quotidiano, prova de vida. Entre perdas e ganhos, a saúde da democracia, até ao presente, apresenta melhorias. Segue o ciclo eleitoral com as eleições presidenciais, a 24 de janeiro. É também uma mudança de ciclo politico que se adivinha, em simultâneo com os sinais emitidos pelos centros de poder da Europa. Está em falta um governo em plenitude de funções...

quarta-feira, novembro 18

ELEIÇÕES - 18 de novembro

Tudo leva a crer que está a chegar ao fim o "interregno", ou seja, haverá decisão presidencial, acerca da solução de governo, provavelmente na próxima semana. O tempo pode ser medido de diversas maneiras como sabemos, além da ciência do tempo, sendo pouco para quem tem pressa, e muito para quem tem vagar. O tempo é só uma entre diversas variáveis que comandam a nossa vida individual e coletiva. "Estou sem tempo para nada", "tenho todo o tempo do mundo", "chego a tempo", "chego atrasado", pode ser indiferente, e pode fazer toda a diferença, conforme as circunstâncias. Desta vez, no processo pós eleitoral de 4 de outubro, o tempo pode ter sido cruel para os vencedores e bonançoso para os vencidos que o usaram para mudar o modo. A politica tomou o lugar onde se pensava morar a ancestral administração. A surpresa da súbita ascensão da politica não suspende a democracia nem a desvirtua pois é parte dela. Acredito que todos os políticos, em democracia, lutam pelos seus ideais, seja qual for o seu campo, e que estão preparados para outras surpresas que se sucederão. Não julgo prudente da parte dos políticos a impreparação para as surpresas da politica (ela própria), nem a recitação da história como justificação dos hipotéticos males do mundo do porvir.