sábado, novembro 28

O PRÓXIMO FUTURO

É cedo para saber qual vai ser o modelo de relacionamento entre as diversas forças de esquerda que suportam o governo socialista na Assembleia da República. Passaram 48 horas sobre a tomada de posse do governo minoritário do PS cujos membros ainda não se sentaram nos respetivos gabinetes. Deste processo resulta ainda a rotação de uma parte significativa dos deputados, contando com as entradas de deputados eleitos no novo governo e as daqueles que saíram do governo que cessou funções. Outras danças se seguirão, a todos os níveis, em particular, na administração. Da qualidade do desempenho dos membros do governo não falo antes de saber o bastante da sua ação, e dos deputados - nesta legislatura mais expostos do que nas anteriores - idem. Mas sabemos ao certo que se tratará de um período, com mais ou menos parcimónia dos principais atores, no qual a politica, em todas as suas formas, assumirá maior importância e o debate publico mais intensidade o que, em si mesmo, é uma coisa boa. Parece evidente, pelos primeiros indícios, já antes anunciados, que o debate mais relevante, numa primeira fase, será travado à esquerda por razões óbvias desde logo, e fundamentalmente, como condição da estabilidade governativa. Mas passado algum tempo, após a aprovação do orçamento de estado de 2016,as forças organizadas da direita politica sentirão uma irreprimível necessidade de se reorganizar ou, pelo menos, de se acomodar de forma diferente daquela que resultou do acordo de coligação PSD/PP. O resultado das eleições legislativas em Espanha, no próximo dia 20 de dezembro, poderá contribuir bastante para o desenvolvimento da situação portuguesa. A mais que certa mudança da liderança do PCP, no inicio de 2016, será outro facto importante assim como o modelo que a direção do PS escolher para a realização das diretas e do congresso que terá lugar em breve, um acontecimento ainda fora da agenda politica por razão das eleições Presidenciais de 24 de janeiro cujo resultado, por sua vez, será crucial ou, pelo menos, bastante relevante para o futuro do modelo do compromisso politico em que assenta o governo PS empossado em 26 de novembro. Até ao final do 1º trimestre de 2016, sem contar com as eventuais mudanças no contexto internacional, deveremos ficar mais esclarecidos.

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