terça-feira, junho 28

À MEIA-NOITE, PELO TELEFONE


Foto de Fabiola Narváez

À meia-noite, pelo telefone,
conta-me que é fulva a mata do seu púbis.
Outras notícias
do corpo não quer dar, nem de seus gostos.
Fecha-se em copas:
“Se você não vem depressa até aqui
nem eu posso correr à sua casa,
que seria de mim até ao amanhecer?”

Concordo, calo-me.

Carlos Drummond de Andrade

In “O Amor Natural”
Record

1 comentário:

Anónimo disse...

Como se a fotografia e o poema nascessem um para o outro! Um abraço