quinta-feira, fevereiro 11

ARTE POÉTICA III


Quem procura uma relação justa com a pedra, com a árvore, com o rio, é necessariamente levado, pelo espírito de verdade que o anima, a procurar uma relação justa com o homem. Aquele que vê o espantoso esplendor do mundo é logicamente levado a ver o espantoso sofrimento do mundo. Aquele que vê o fenómeno quer ver todo o fenómeno. E apenas uma questão de atenção, de sequência e de rigor.


Sophia de Mello Breyner Andresen - Arte Poética III

1 comentário:

Galeota disse...

"...Raro é que a poesia -tomada agora no sentido literário do termo-seja pura.Limita-se em geral a ser um reflexo, um ambiente, uma harmonia de fundo doutra atitude humana.Raramente se dá o milagre humano de ser alguém simplesmente poeta.De alguém que diz humildemente o que viu e sentiu quando um dia lhe aconteceu a vida.E que sabe ver em todo o momento e em tudo o que existe, o sinal secreto da beleza, o selo inapagável das origens.
Sophia de Mello Breyner Andresen surge assim na Poesia Portuguesa. Como alguém que não quis fazer versos; mas que precisou de dizer as visões maravilhosas que trazia, o entendimento misterioso do universo que nela canta a um ritmo intenso."...
in Sophia de Mello Breyner Andresen
-Mar(Posfácio de Francisco de Sousa Tavares)-Caminho

Uma fotografia que transmite uma BELEZA deslumbrante, uma LUZ muito forte.