terça-feira, setembro 30

O REGRESSO DO FERRO


Uma escolha é uma escolha. No caso de Ferro Rodrigues é o regresso à "grande política" de quem nunca, na verdade, se afastou. Apenas se ausentou para recobrar forças. Sinto este ressurgimento como um ato de justiça. Vai ser duro para ele conjugar sentimento e razão. O seu regresso à ribalta não anuncia somente o regresso da política, que a vitória de Costa pronuncia, mas um sinal de abertura ao diálogo em todas as direcções. As soluções politicas de governo de futuro não se jogam na tradicional alternativa, pura e dura, esquerda/direita. Nem sequer num jogo de palavras em torno de alternativa versus alternância. É preciso ir mais longe. Fundar um novo modelo de alianças políticas em cuja matriz nem hajam excluídos à partida, nem escolhidos eternos. Um novo pacto social que viabilize uma verdadeira reforma do estado social. É difícil fazer POLITICA que nunca dispense a aceitação da diversidade, a superação das contradições e a busca dos consensos em torno de soluções que satisfaçam o maior número. A sociedade organizada - os cidadãos de todas as condições - espera por propostas nas quais acredite e lhes dêem alento para lutar por um futuro melhor para si e para a comunidade. Políticos são precisos. Por isso o regresso do Ferro Rodrigues é uma boa notícia para além da nossa velha e profunda amizade.  

1 comentário:

Miguel disse...

A franqueza é uma excelsa virtude. Ainda bem que reconheces que os cargos de embaixador na OCDE, de deputado (essa coisa menor de “representar” o povo, em nome da qual – “representação” – se funda todo o conceito de “democracia”, o voto popular e bla, bla, bla) e de Vice-Presidente da Ass. República não cabem no domínio da “grande política”, devem por conseguinte caber na pequena política, coisa pouco nobre; e que esses cargos, com certeza miseravelmente remunerados, de acordo com a sua insignificância, não passam de uma ausência para recobrar forças, ou seja, de um refastelado descanso, que é o que faz quem quer recobrar forças. Entretanto, o futuro ex-deputado Pedro Marques, costista assanhado, um dos dois (sim, 2) deputados do círculo de Portalegre, ou seja, um dos dois “representantes” do povo do distrito de Portalegre, renunciou a esse repousante cargo, para exercer, imagine-se, funções profissionais de “consultadoria”. O rapaz vê longe… Tenho um palpite de quem o vai substituir, e… bem, é melhor ficar por aqui.

Marvão, Miguel Teotónio Pereira