quinta-feira, dezembro 3

ELEIÇÕES - 3 de dezembro - Final

Terminou o primeiro episódio - em várias partes - desta nova época da democracia politica portuguesa. O governo minoritário do PS, liderado por António Costa, apresentou o seu programa de governo na AR e a maioria dos deputados eleitos derrotou uma moção de rejeição apresentada pela oposição. Penso que foi o que aconteceu hoje, de verdadeiramente relevante, na política nacional. Amanhã, dia 4 de dezembro, o governo inicia em plenitude de funções o seu trabalho. Sabemos que se confrontará com todas as dificuldades próprias de qualquer governo acrescidas pelas que advêm da originalidade de ser suportado por uma maioria de esquerda o que nunca antes havia acontecido em Portugal após a plena adoção da democracia representativa. Admira, mais que tudo, na envolvente deste processo o radicalismo das posições dos partidos da direita democrática. Admira a sua retórica tonitruante, e correspondente iniciativa politica, de recusa do diálogo com a esquerda no seu conjunto, ou com parte dela, e a postura displicente e, por vezes, ostensivamente provocatória do "tudo ou nada" evidenciada no decurso do debate parlamentar do programa do governo com o convulsivo ataque de riso de Passos Coelho no decurso da intervenção do Ministro das Finanças. Para finalizar esta série de pequenos textos acerca das eleições legislativas de 4 de outubro, que hoje termino, invoco a necessidade urgente de todos e cada um dos partidos e políticos, a todo e qualquer nível, reassumirem uma postura institucional democrática e republicana que se lhes exige, e a que estão obrigados, por respeito pela comunidade nacional. A politica democrática é um jogo de forças em que se debatem propostas, projetos e ideias no respeito pela lei e pelas diferenças, sem exclusões ou autoexclusões que mesmo proclamadas várias vezes em pouco tempo, não podem durar todo o tempo. Todos, afinal, sabem disso.

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