sábado, dezembro 12

Presidenciais - take 1

Começaram a aparecer uns sinais (tardios) que anunciam as eleições presidenciais. Data: 24 de janeiro de 2016. Deixemos-nos de conversas moles assumindo que, pensemos o que quisermos pensar de Marcelo, este é um daqueles jogos com o resultado, praticamente, marcado antes do próprio jogo. Não tanto pelos méritos políticos de Marcelo mas pela expetativa criada na sua antecipada vitória. Porquê? Porque se trata de um jogo ao qual a esquerda acabou por se apresentar fragmentada no maior número de fragmentos possíveis contra um único candidato de centro/direita. O único cenário que tornaria estas presidenciais numa batalha eleitoral renhida, e ideologicamente interessante, seria a que permitisse uma disputa entre Marcelo e Guterres. A ausência deste, por vontade própria, esvaziou uma alternativa credível de centro/esquerda, socialmente mobilizadora, culturalmente esperançosa e potencialmente vencedora. A partir do presente xadrez de candidatos à esquerda resta esperar pelo desgaste provocado pelo triunfalismo de Marcelo que o obrigue a disputar uma segunda volta para a qual partiria fragilizado pelas expetativas frustradas de uma vitória à primeira e pela nefasta tradição da derrota dos candidatos apoiados pela direita à segunda. Não votarei em Marcelo mas desta vez o meu voto será decidido de véspera, o que antes nunca aconteceu.

Sem comentários: