sexta-feira, julho 11

CAMINHOS DA MEMÓRIA

Pano de fundo do I Congresso do MES (Aula Magna da Cidade Universitária de Lisboa)

Hoje nos Caminhos da Memória: I Congresso do MES - algumas reflexões tardias
.

O ESTADO DA NAÇÃO


Li, atentamente, o discurso que o primeiro-ministro proferiu hoje no Parlamento porque atribuo relevância ao debate político em geral e, em particular, quando se trava nos momentos em que os governos enfrentam crises graves. Para o que me havia de dar! Para falar, ou escrever, concordar ou criticar, é necessário conhecer minimamente as matérias sobre as quais se fala ou se escreve. Parece elementar, mas não é!

O discurso do primeiro-ministro está bem construído. Defende os aspectos centrais da política do governo, como seria de esperar, reconhece a crise mundial, com forte incidência nacional, que se pode sintetizar como “3º choque petrolífero”, é determinado e corajoso, quanto baste, e apresenta, de forma clara e perceptível para o comum dos cidadãos, medidas de natureza social que se resumem numa frase quase no final do discurso:

Não seria de esperar que o primeiro-ministro, num debate deste tipo, se arriscasse a tocar todas as matérias do arco da governação mas parece-me que ficou aquém das expectativas quanto, pelo menos, à abordagem das matérias da economia, com um desejável enfoque nas pequenas e médias empresas, assim como na reforma da justiça cuja “marcha lenta” condiciona, de forma brutal, o “ambiente envolvente” do desenvolvimento socioeconómico do país.

Mas o mais relevante na minha apreciação do “estado da nação”, certo que apreciei de forma positiva o discurso, é a distância entre as intenções anunciadas e a capacidade para as concretizar de forma adequada à realidade concreta da nossa sociedade.

O governo não se resume à figura do primeiro-ministro, nem as políticas dos governos se resumem a discursos e anúncios. Há uma miríade de dirigentes intermédios, a todos os níveis da administração, e uma multiplicidade de decisões e processos de trabalho, altamente exigentes, cuja qualidade de execução tem estado muito aquém das boas ideias, intenções e propostas do primeiro-ministro.

Um comandante determinado pode não ser suficiente para levar à vitória, ainda para mais numa conjuntura adversa, um exército pejado de oficiais incompetentes, que se comprazem em dar tiros nos pés ou se atropelam no afã de apresentar trabalho, assegurando lugares e prebendas, sem cuidar de administrar as políticas com a parcimónia, ousadia e eficácia que o “estado da nação” exige.

[Uma nota de rodapé para o novo líder do PSD em cujas inflexões discursivas se insinuam, sem desprimor, ecos da inconfundível e melíflua voz de Salazar.]
.

quinta-feira, julho 10

A (IN) JUSTIÇA FISCAL

Miguel Rio Branco

A injustiça fiscal – que consiste numa administração fraca para com os fortes e forte para com os fracos – vai contribuir para o afundamento do governo socialista e da sua liderança. Pelo que conheço não há volta a dar! As iniquidades são mais do que muitas e flagrantes! A falta de sentido de justiça e a desproporcionalidade das sanções – na área fiscal – aplicadas a muitos milhares de cidadãos honestos e a empresas no limiar da sobrevivência – ou que já nem sequer existem – é, ao que parece, irreversível. O governo socialista assume-se, cada vez mais, nas questões que tocam a vida quotidiana dos cidadãos e das empresas, como uma espécie de produto “marca branca”. E em política, como em tudo, a perda de identidade, em particular nas questões de justiça, paga-se cara. A ver vamos como dizia o cego!
.

GUERRILHEIRO SENTIMENTAL

Vi, de longe, Eurico de Figueiredo, um exilado, na verdadeira acepção da palavra e também da política contemporânea (como o compreendo!) numa visita a Cuba, faz agora um ano. Viajamos em grupos diferentes e não nos chegámos a falar. Encontrei-o mais tarde numa exposição de pintura e mostrou-me o seu desencanto com o que havia visto e sentido naquela viagem. No tempo de todos os desencantos é um bálsamo ser confrontado com este título: “Guerrilheiro Sentimental”. [A partir daqui.]

quarta-feira, julho 9

fazer tudo o que se exige a um homem fazer.


Não posso deixar mais tempo esta folha em branco por assinalar com um rabisco qualquer, o desejo de participar, estar presente, testemunhar, o medo da folha em branco, por esquecimento de nela assinar a palavra, uma palavra, qualquer palavra, o desejo de pertencer a um espaço, comunidade, lugar, escrever depressa, sem errar, sem entrar no trilho da escrita automática de que tenho ouvido falar e da qual às vezes sinto que passo mesmo a rasar, como agora, cansado, ao fim da noite, com a cabeça a tombar no teclado, num último estertor de energia, no fim do dia, cansado, como o meu pai se devia sentir cansado no fim do seu tempo, MANTENDO A VONTADE DE SE MOSTRAR DIGNO, RECOLHENDO-SE, REZANDO, REGRESSANDO AO TEMPO DAS ÁRVORES DE FRUTOS EM CUJA SOMBRA DESFRUTAVA DE TODO O TEMPO DO MUNDO, PARA PENSAR COMO FUGIR À MISÉRIA E CRIAR FAMÍLIA, QUE CRIOU, como tantos homens e mulheres do seu tempo que aprendi a admirar, DEIXANDO-ME A MIM QUASE PARA O FIM, como me sinto ligado a todas as tradições que os meus em mim depositaram sem saber e interrogo-me se serei capaz de legar a mesmo doce áurea de uma vida impoluta de fazer tudo o que se exige a um homem fazer. 8/7/2008

[Transcrito do Diário]
.

O AUTOMÓVEL ELÉCTRICO

A construção do automóvel 100% eléctrico vai mesmo avançar. Em Portugal foi hoje formalmente apresentado o projecto da parceria Nissan-Renault, após a Dinamarca (o primeiro país da UE que entrou em recessão técnica) e Israel. Resta saber onde será construído o carro eléctrico: talvez em Marrocos (mais certo no Japão). Sócrates tenta colocar Portugal na linha da frente das soluções energéticas do futuro. Perguntará atónita a Dra. Manuela: haverá dinheiro para um investimento destes? E estudos custo/benefício? É um novo mundo que se abre à nossa frente e, sem prejuízo dos mesmos, há mais vida para além dos estudos!
.

terça-feira, julho 8

LETRA DE FORMA

.

OS CALORES DO VERÃO



.

SEDES: NOVIDADE=0

Sophie Thouvenin

Depois de ler as notícias que anteciparam o mais recente documento da SEDES pensei que se tratasse de uma tomada de posição política arrasadora da acção do governo. Assim uma espécie de manifesto da oposição contra as políticas dos governos de Salazar e Caetano com as tonalidades próprias de um combate pela mudança de regime. Alguma coisa verdadeiramente estimulante. Afinal não! Esperei para ler o documento na íntegra e o que dele transparece são comentários razoáveis ao “estado da nação” apontando desvios em cada uma das áreas abordadas à medida das orientações ideológicas dos autores. Trata-se, pois, mais de um conjunto de recados dirigidos ao governo e, em particular, ao ministro A ou B do que uma crítica estruturada à acção do governo que para tal seria necessário pegar no seu programa e escalpelizá-lo. A SEDES não envereda por esse caminho e fica-se, com mérito, pelo comentário político permitindo, por demérito comunicacional, que a opinião pública não se sinta absolutamente nada chocada com a denúncia de um abrandamento da densidade das reformas promovidas pelo governo porque vêm aí eleições. Estavam à espera que o governo, em véspera de eleições, desencadeasse uma “guerra civil”?
.
.

FIDEL: PRINCÍPIOS ELEMENTARES DE POLÍTICA QUE O PCP NÃO APREENDE

Rene Burri

A sua imagen no diploma escolar é uma surpreendente faceta do culto da personalidade que o regime cubano, apesar de todos os disfarces, presta a Fidel Castro. Mas acerca da Colômbia, Fidel, no fim da vida activa, dá uma elementar lição de política aos dirigentes do PCP que estes não apreendem. Vale a pena ler o artigo “La paz romana” na íntegra.

Expresé con claridad nuestra posición en favor de la paz en Colombia, pero no estamos a favor de la intervención militar extranjera ni con la política de fuerza que Estados Unidos pretende imponer a toda costa y a cualquier precio a ese sufrido y laborioso pueblo.

Critiqué con energía y franqueza los métodos objetivamente crueles del secuestro y la retención de prisioneros en las condiciones de la selva. Pero no estoy sugiriendo a nadie que deponga las armas, si en los últimos 50 años los que lo hicieron no sobrevivieron a la paz. Si algo me atrevo a sugerir a los guerrilleros de las FARC es simplemente que declaren por cualquier vía a la Cruz Roja Internacional la disposición de poner en libertad a los secuestrados y prisioneros que aún estén en su poder, sin condición alguna. No pretendo que se me escuche; cumplo el deber de expresar lo que pienso. Cualquier otra conducta serviría sólo para premiar la deslealtad y la traición. [Sublinhado meu.]
.

segunda-feira, julho 7

CULTO DA PERSONALIDADE

Un diploma y mucha confusión, ou seja, o diploma de 7º ano do filho de Yoani Sanchez
.

TGV

Martine Franck
The new train at the station "L'Homme de Fer."

Esta direita cujos interesses o PSD acolhe, centrifugando dirigentes a uma velocidade estonteante, consegue deixar de cara à banda qualquer vulgar cidadão. Eu não me queria meter por estes atalhos pois negócios são negócios e o TGV não está à margem dos interesses que se movem à ilharga e por dentro da política.

Mas, se bem entendo, aqueles que hoje são contra o TGV são os mesmos que antes o defendiam, com mais linhas, entre linhas e encargos. (através daqui).

Não se sabe, é certo, se Manuela Ferreira Leite é contra o TGV. O que ela diz é que não há dinheiro para nada e Cavaco parece que começou a mostrar o seu jogo ensaiando jogar o jogo dela, ou vice-versa.

O mais certo é que esta direita ultramontana, dos costumes às realizações materiais, nacional paternalista, clame contra a construção de uma estrada de ferro moderna que nos ligue à Europa, necessária por razões de integração no espaço geoestratégico que é o nosso, por razões de ecologia, por razões de economia, por todas as razões que a direita também conhece mas que, no lugar da oposição, desdenha.

Face a esta deriva, ao governo socialista compete, ponderada a relação custo benefício e o interesse nacional, fazer como Duarte Pacheco em relação a Salazar: realizar a obra que os cépticos e detractores depois se hão-de montar nela (a obra) e tecer-lhe loas como se fora obra sua!
.
.
.

NUCLEAR

.

sexta-feira, julho 4

Fidel, o PCP e a libertação de Ingrid Betancourt -

Burt Glinn - CUBA. CASTRO, Fidel. 2001.

Que mais não seja para efeitos de comparação de estilos a declaração de Fidel Castro, a propósito da libertação de Ingrid Betancourt é, politicamente, bastante cuidada ao contrário da do PCP. A diferença está no parágrafo, que transcrevo a seguir:

No restante não há diferenças de fundo mas há limites que Fidel sabe, por experiência, que não podem, nem devem, ser ultrapassados. E um desses limites é, mesmo descontando o cinismo próprio da diplomacia, o que ele designa como “elementar sentimento de humanidade”.
.

quinta-feira, julho 3

PALAVRAS DE ORDEM

Às voltas com uma pesquisa dei de caras com uma listagem de palavras de ordem retiradas da colecção de Murais Artísticos de Abril, de Conceição Neuparth, depositada e tratada pelo Centro de Documentação 25 de Abril. Algumas delas pertencem inexoravelmente ao passado mas outras, à falta de ideias, ainda podem servir de inspiração a algumas lideranças partidárias.


A revolução triunfará
A terra a quem a trabalha
A vitória é difícil mas é nossa
Abaixo a exploração capitalista
Casas sim! Barracas não!
Dá mais força à liberdade
Democracia em Portugal só com Freitas do Amaral
Em frente com a Reforma Agrária
Fora com a canalha o Poder a quem trabalha
GNR fora das cooperativas
Greve ao papel higiénico. Compremos os jornais
Independência Nacional
Já não há eleições. D. Sebastião volta para a semana
Junta a tua à nossa voz
Morte ao fascismo
Não ao aumento do custo de vida
Nato fora de Portugal, Portugal fora da Nato
Nem Deus nem Chefe
Nem mais um faroleiro para as Berlengas
Nem Nato nem Pacto de Varsóvia
Ninguém há-de calar a voz da classe operária
O Chile vencerá
O sol brilhará para todos nós
Operários, camponeses, soldados, marinheiros, unidos vencerão!
Otelo para Presidente
Pão Paz Terra Liberdade, Independência Nacional
Por uma vida melhor
Quem tem medo do comunismo?
Rumo ao Socialismo
Sem cultura não há liberdade
Todos unidos com o MFA
Unir – Organizar – Armar (PRP)
Unir Organizar Vencer (MDP)
Viva o 25 de Abril
Viva Staline eternamente na Sibéria
Voto do povo para a vitória do povo

.

Ingrid Betancourt em liberdade



.

Nota do Gabinete de Imprensa do PCP
Em resposta a várias solicitações dos órgãos de comunicação social sobre a posição do PCP a propósito da operação de resgate de Ingrid Bettencourt por parte do exército nacional na Colômbia, o PCP considera o seguinte:
1. O resgate de Ingrid Bettencourt após um período em que esteve prisioneira na selva colombiana, coloca em evidência a gravidade da situação em que se encontram centenas de prisioneiros em ambos os lados do conflito e a necessidade de encontrar uma solução humanitária entre as partes.
2. Os complexos problemas em presença, exigem uma solução política e negociada de um conflito que se arrasta há mais de 40 anos sem solução, situação que é em si, inseparável da política de agravamento da exploração e de terrorismo de estado praticada pelo governo neo-fascista de Uribe, conforme tem vindo a ser denunciado pelas forças progressistas e democráticas da Colômbia.
3. O Povo colombiano poderá continuar a contar com a solidariedade dos comunistas portugueses na sua luta contra a opressão e exploração, pela justiça social, pela democracia e soberania nacional.

(A partir de um comentário de MFerrer que agradeço fui em busca da posição do PCP acerca da libertação de I.B.. Cada força política, em democracia, é livre de tomar as posições que entender sem o risco de rapto, degredo ou assassinato. Fico, ao menos, a saber que Ingrid Bettencourt foi resgatada “após um período em que esteve prisioneira na selva colombiana …” e que a Colômbia tem um governo “neo-fascista”. Prometo que vou dar mais um pouco de atenção a este conceito no caso em apreço e noutros.)
.

quarta-feira, julho 2

Ingrid Betancourt

.

MANUELA FERREIRA LEITE - NOCTURNOS (II)

Christine Lebeck - Nocturnes

Ainda a propósito da entrevista de Manuela Ferreira Leite (MFL) à TVI, está fora de causa a necessidade e relevância da oposição actuar segundos os processos que considere mais adequados e eficazes. Mesmo nas ditaduras, como todos sabemos, as oposições, embora actuando nas margens, ou fora da lei, de forma pacífica ou violenta, sempre existiram e existirão. Quanto mais em democracia! A questão está no patamar civilizacional em que se encontra a comunidade ao discutir os regimes políticos e as suas regras, nas quais se integra a questão das oposições. MFL disse que ao governo não compete fazer oposição à oposição. Compete-lhe governar. Estou de acordo. Mas à oposição, em democracia, compete mais do que bloquear as iniciativas e projectos do governo. À oposição compete apresentar alternativas quando as encontre melhores do que os projectos do governo ou concordar com os projectos do governo quando não lhes encontre melhores alternativas. É simples e fácil. MFL não é uma política caída do céu, desconhecedora de tudo e todos, uma virgem ofendida com a clausula dos projectos do governo. O jogo do fingimento de MFL não resistirá, como o debate de ontem mostrou, a um minuto de debate, a sério, com Sócrates. Pela simples razão, entre outras que não cabem neste já longo post, que MFL esteve presente no processo de gestação e decisão de todos os mais importantes projectos cujos estudos hoje afirma desconhecer. O azar de MFL é o facto de ter encontrado um primeiro-ministro – goste-se ou não do estilo – que é difícil de igualar no confronto com a adversidade. Quando antes alguns primeiros-ministros, ressalvados os seus méritos, se puseram ao fresco face às adivinhadas dificuldades da governação e aos expectáveis embaraços das explicações que deviam ao país, este primeiro-ministro parece que está disposto à luta (política, entenda-se) mesmo nas condições adversas que se desenham no horizonte. Ora esta atitude pessoal perante a política, indo além da política, faz toda a diferença!
.
.

MANUELA FERREIRA LEITE - NOCTURNOS


Após ouvir, por mero acaso, a entrevista de Manuela Ferreira Leite na TVI lembrei-me do milagre de Ponte de Lima: "Foi uma graça do Cristo crucificado. Ela bem merecia, depois de quatro anos a sofrer, acamada e sem poder fazer nada" (…) "O miúdo começou a chorar e a pedir ao Senhor para ajudar a madrinha, que estava em sofrimento e que sentiu um grande calor por ela abaixo. Mas só ao chegar a casa se apercebeu de que conseguia andar".
MFL também precisa de um grande calor que a percorra por ela abaixo para ganhar eleições. Pois se “não há dinheiro para nada”, tanto melhor para ela que sejam os mesmos a continuar no governo. Com ela não há obras, nem coisa nenhuma, pois não há dinheiro. O pessoal o que precisa é mesmo de uma cangalheira como chefe de governo. Sempre à espera que o telefone toque para a cerimónia do funeral, ora de uma empresa, ora de um projecto sem estudos em ordem, ora de um novo pobre da classe média, ora de um pobre dos verdadeiros, a preços sociais, ela está pronta a organizar o funeral da Pátria. Se ela for a primeira eu também quero morrer. Sei que vou ter um velório de estado! O miúdo começou a chorar e a pedir ao senhor para ajudar a madrinha, que estava em sofrimento ... e coisa e tal …
.

terça-feira, julho 1

CD-R GENERACIÓN Y

Yoani Sanchez en Generación Y publicou hoje um post que faz lembrar os tempos da luta contra a ditadura em Portugal: Red ciudadana. Hoje como antes “no hay nada que me resulte más atractivo que aquello que se me impide hacer.” Aqui está um sentimento que Fidel deveria conhecer melhor do que ninguém!
.

NEM SEMPRE A CULPA MORRE SOLTEIRA

.

segunda-feira, junho 30

UM PRÉMIO

Lara Silva e Manuel Graça vencem o prémio
“Best Delegate Award”

Estou proibido pelo meu filho Manuel de usar imagens suas mas no caso em apreço não estou a transgredir. A imagem surge no site da Escola Alemã de Lisboa associada à divulgação de um prémio, obtido no English Modellparlament in St. Petersburg. Só mesmo quem o conheça será capaz de o identificar.
.

CHARLIZE THERON - MADAME FIGARO



.

PORTUGAL EM JUNHO DE 2008 SEGUNDO A OCDE

(*) Étude économique du Portugal, 2008

Le Portugal a grandement progressé dans l’assainissement budgétaire et lancé d’importantes réformes structurelles pour moderniser son économie et accélérer sa croissance. Après les performances médiocres de 2001 à 2005, la croissance de la production s’est améliorée ces deux dernières années pour atteindre 1.9 % en 2007, taux encore insuffisant pour combler le net écart de revenu par rapport aux pays plus riches de l’OCDE. Pour tirer pleinement parti de la mondialisation grâce à une croissance plus forte et plus durable et une baisse durable du chômage, il faudra consolider l’assainissement des finances publiques, améliorer l’environnement des entreprises et rendre le marché du travail plus adaptable.
.

sexta-feira, junho 27

CABO VERDE - GOVERNO PARITÁRIO

.

SENHORIO - UMA LINDA PALAVRA

Gary Cawood

o sequestro dos senhorios

Abordei o tema, recentemente, aqui. Quem conheça minimamente o assunto sabe que se trata de um festival de horrores. A “nova” Lei do Arrendamento é um nado morto. Essa é que é realidade. O governo tem que ter a coragem de avaliar os resultados da aplicação dessa “nova” lei e proceder em conformidade. Ou a coisa só se resolverá através de uma catástrofe natural?
.
.

quinta-feira, junho 26

OBAMA NA FRENTE

Uma sondagem, realizada pela Universidade de Quinnipiac, divulgada hoje, incidindo nos estados de Colorado, Michigan, Minnesota e Wisconsin aponta para uma vitória clara de Obama nas próximas eleições presidenciais americanas. Obama congrega os votos das mulheres, das minorias e dos jovens eleitores. Se nada de essencial mudar até Novembro estamos nas vésperas de assistir, com a eleição de Obama, a um acontecimento histórico .
.

FRANCISCO MARTINS RODRIGUES (Entrevista)

Uma entrevista a Francisco Martins Rodrigues, por Miguel Cardina, (1) e (2), em Caminhos da Memória.
.

EDP - AGORA AS "PUXADAS"


A EDP prossegue a sua campanha para pressionar a opinião pública no sentido dos clientes cumpridores assumirem as suas perdas. A entidade reguladora faz o seu papel, apresenta propostas, coloca-as à discussão pública, mas o tema é excessivamente técnico para que qualquer vulgar cidadão possa participar na discussão. Assim resta-nos, no papel de consumidores de energia, fornecida em regime de quase monopólio pela EDP, reclamar que não nos obriguem a pagar as dívidas incobráveis e os roubos. Dizem-me os cépticos que havemos de pagar de qualquer maneira. Mas, se for esse o caminho, sem concorrência a sério nem imaginação realista, podem acreditar que as dívidas incobráveis e as “puxadas” vão continuar a subir em flecha.
.

quarta-feira, junho 25

INATEL FUNDAÇÃO

Darryl Baird

Foi hoje publicado em DR o diploma que institui a Fundação INATEL, “pessoa colectiva de direito privado e utilidade pública”. Muitos anos depois é consagrada, em forma de lei, uma ideia cuja paternidade reivindico. Já abordei o tema, de forma estruturada, em diversos artigos e posts dos quais respigo este e este. Sublinho, hoje, o que sempre afirmei a propósito do assunto: esta reforma, no essencial, e no detalhe, já estava pronta há dez anos (10). De qualquer maneira, como dizia o outro, mais vale tarde do que nunca. Voltarei ao assunto pois nunca nada do que nos ocupa muito tempo na vida deixa, verdadeiramente, de nos interessar.
.

George Lucas Calls for 'Third Internet'

.

LORENZO HOMAR

.

OS RICOS QUE PAGUEM A CRISE?


A ideia de aumentar os impostos sobre os imóveis (vulgo casas), em particular, as que se destinam ao arrendamento é muito fácil de proclamar e parece simpática aos ingénuos crentes no velho ideário socialista. Mas, na verdade, trata-se de um notável contributo para o suicídio eleitoral do governo socialista. Os proprietários que arrendam casas pagam impostos sobre os rendimentos além de taxas municipais. Na esmagadora maioria dos concelhos o IMI e as taxas têm aumentado substancialmente pois os municípios carecem de receitas como de pão para a boca. Por outro lado a nova lei do arrendamento, apresentada como um trunfo, é um rotundo fracasso. Pergunto-me, aliás, acerca das razões da melancolia que reina no governo a este propósito. Acontece que, como é público e notório, estalou uma crise profunda na construção civil, a nível internacional, atingindo duramente os mercados adjacentes, que em Espanha, num curtíssimo espaço de tempo, atingiu um elevado grau de intensidade. O governo de Espanha, entre outras respostas à crise, antecipou a extinção do chamado Impuesto del Patrimonio, medida que consta do seu programa de governo. Em Portugal a crise parece não ser levada a sério e o governo até se dá ao luxo de fazer anúncios de agravamento de impostos que parecem inspirados naquele velho slogan da UDP: “Os ricos que paguem a crise”! A Dra. Manuela Ferreira Leite agradece pois este é um item importante das suas, por enquanto, ideias soltas a respeito da classe média e da sua agonia. O assunto é sério!
.

terça-feira, junho 24

PARIDADE

Marina Edith Calvo

A questão da paridade, ou seja, para falar curto e grosso, da participação das mulheres na vida política está consagrada, em Portugal, através da Lei Orgânica n.º 3/2006, de 21 de Agosto.

Lei da paridade: estabelece que as listas para a Assembleia da República, para o Parlamento Europeu e para as autarquias locais são compostas de modo a assegurar a representação mínima de 33% de cada um dos sexos.

Manuela Ferreira Leite, na composição dos órgãos dirigentes do PSD, deu um sinal negativo à sociedade. Nada a obrigava a fazer diferente mas está obrigada a cumprir, em todas as eleições, no ano de 2009, (e todas se realizam nesse ano), a lei da paridade.

Ora aqui está uma boa oportunidade para o PS dar um passo em frente, colocando-se na vanguarda, a exemplo do PSOE, exigindo a si próprio a constituição de listas verdadeiramente paritárias: 50% homens, 50% mulheres ou, no mínimo, com uma representação feminina sempre acima dos 33% impostos pela lei. Esta não é uma questão de mais ou menos obras públicas mas uma questão da qualidade da própria democracia. Esperemos para ver!
.

Dias com árvores

.

Gitanos en la pasarela de Milán

.

segunda-feira, junho 23

MANUELA FERREIRA LEITE E AS MULHERES

Todd Stewart

Ontem terminaram os trabalhos do Congresso do PSD. Em continuação assinalo como verdadeiramente interessante: 1) salvo o caso de partidos minoritários, sem expressão parlamentar, (Isabel do Carmo e Carmelinda Pereira) é a primeira vez que uma mulher alcança a liderança de um grande partido da área do poder; 2) Apesar da presidência do PSD ser ocupada por uma mulher a Comissão Política é composta por 6 (seis) vice-presidentes integrando somente uma mulher e onze (11) vogais integrando, também, somente uma mulher; 3) o Conselho de Jurisdição Nacional, composto por 9 membros, integra somente uma (1) mulher, oriunda da lista de Passos Coelho; 4) o Conselho Nacional, principal órgão entre congressos, em 55 membros, integra apenas duas (2) mulheres ocupando os lugares – 29º e 37º. Nenhuma delas é oriunda da lista apresentada por Manuela Ferreira Leite; 5) para ser exaustivo, a Mesa do Congresso, integra em sete (7) membros duas (2) mulheres – o rácio menos mau.

Conclusão: no que respeita à questão do género, o PSD, saído deste Congresso, é um lamentável mundo de homens, um partido desfasado da realidade social, paradoxalmente, presidido por uma mulher. Manuela Ferreira Leite andou muito distraída na constituição das suas listas, ou melhor, foi consequente com a sua ideologia passadista: as mulheres querem-se em casa a tratar da família … nunca em lugares dirigentes. Quando comecei a fazer as contas nem queria acreditar: Manuela Ferreira Leite é afinal um ícone do poder masculino usando a sua qualidade de mulher, exclusivamente, para fins de pura propaganda.

FRANCISCO MARTINS RODRIGUES (CONCLUSÃO)

In Memoriam de Francisco Martins Rodrigues
(VI Parte e conclusão)
(Todos os posts aqui).
.

domingo, junho 22

CONGRESSO DO PSD


Hoje terminam os trabalhos do Congresso do PSD. Verdadeiramente interessante: 1) a Comissão Política – órgão executivo - que sairá deste congresso não integra nenhum elemento da anterior (ruptura total); 2) foram apresentadas dez (10) listas para o Conselho Nacional, principal órgão do partido entre Congressos (divisão máxima); 3) o anterior líder Luís Filipe Menezes praticamente não foi referido (a rasura da memória); 4) Santana Lopes remeteu-se ao papel de militante de base (o "príncipe" simulando a retirada).

Este é o Congresso da balcanização do PSD tendo sido traçadas as fronteiras entre tendências e grupos hostis, com base em regiões e interesses, corporações e lugares, ressentimentos e vinganças … A nova líder madura pela idade, mas imatura pela experiência partidária, sem desígnio nem programa, dedicar-se-á a gerir uma espécie de populismo iluminado, no qual o silêncio substitui a grita de todos os descontentamentos.

Daqui a uns tempos Manuela Ferreira Leite sairá, sem honra nem glória, amofinada com os que, no interior do seu castelo, a não deixaram trabalhar e derrotada por aqueles que, no poder, ocupam o espaço político que é o seu. O seu “inimigo” não está em S. Bento, mas em sua própria casa; o seu “amigo” está em Belém, mas a amizade pessoal é “inimiga” da aliança política. Olhemos atentos em nosso redor!
.