O dia 27 de março é consagrado como Dia Mundial do Teatro. Sempre assinalo esta data não por mera celebração de uma efeméride mas porque o teatro desempenhou um papel muito importante na minha vida. Na alta adolescência, por altura do meu 6ª ano do liceu, num tempo de trevas culturais, o meu irmão deve ter impulsionado a minha aproximação à atividade teatral. As relações com o Dr. Emílio Campos Coroa haviam sido estreitadas e daí deve ter resultado a minha integração no Grupo de Teatro do Circulo Cultural do Algarve - mais tarde "Teatro Lethes" - após ter já sido iniciado pelo Dr. Joaquim Magalhães nas atividades teatrais do liceu. Foi uma oportunidade de intensa sociabilização, aprendizagem da arte do teatro e exigente exercício de enfrentamento dos públicos. Muito entrada em cena, muito palco e fala e necessário conhecimento de dramaturgos de referência. Somente a minha saída da cidade de Faro para Lisboa me separou desta experiência que marcou a minha formação pessoal e cultural para sempre. Bem hajam aqueles que me impulsionaram e acompanharam nessa formalizável experiência teatral.
(As fotografias mostram o símbolo do GTCCA e a mim próprio - pelos meus vinte e poucos anos - numa cena de "Histórias para serem contadas", do dramaturgo argentino Osvaldo Dragun.)
Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
domingo, março 26
terça-feira, março 21
GRATIDÃO
Neste inicio de primavera umas palavras de gratidão. Nos últimos dias ficou a conhecer-se publicamente uma senhora de nome Luísa Ucha. Fiquei a saber, pelas notícias, que está a exercer funções no gabinete do Secretário de Estado da Educação. Conheço-a pessoal e profissionalmente da minha última estadia (em modo prateleira), numa direção geral do ME designada por DGIDC (julgo não me enganar). Ora é para dizer que, à época, conhecendo-me a Luísa havia pouco tempo, logo se disponibilizou para ser minha testemunha numa providência cautelar no âmbito de processo disciplinar que me foi movido pelas artes da santidade do Dr. Bagão Félix. Ganhei o processo, ganhei todos os processos, mas neste a Luísa Ucha, mostrou-se mulher intuitiva, inteligente e corajosa. Nunca mais esqueci o seu gesto e aproveito este incidente em que a envolveram para lhe demonstrar toda a minha gratidão. Acredito nela acima de todas as notícias que a queiram denegrir.
segunda-feira, março 20
domingo, março 19
Meu pai na janela do mundo
O meu pai Dimas à janela da casa onde nasci. Foi através dela que conheci um mundo banhado pela claridade da luz do sul. Vivi debruçado nesta janela até aos oito anos. Todo o tempo necessário para aprender a natureza.
Paredes brancas de cal. Ladrilhos coloridos. Ruas de terra batida. Vistas de campos espraiados até ao mar. Recantos floridos. Sombras de árvores de frutos. Mãos carinhosas. Telhas de barro quente. O azul transparente do mar.
A família sobreviveu a todas as adversidades próprias das épocas de guerra. Razão mais que suficiente para, apesar da tirania, se sentir feliz. O meu pai era uma pessoa honrada e ensinou-me a liberdade. Honra e liberdade. Foi essa a herança que dele recebi. Fica-lhe bem a moldura daquela janela na qual aprendi a sonhar.
A casa permanece intacta e habitada e esta é uma das suas duas janelas térreas. O encanto que lhe encontrava estendia-se à vizinhança, aos corredores internos e às ruas circundantes.
Paredes brancas de cal. Ladrilhos coloridos. Ruas de terra batida. Vistas de campos espraiados até ao mar. Recantos floridos. Sombras de árvores de frutos. Mãos carinhosas. Telhas de barro quente. O azul transparente do mar.
A família sobreviveu a todas as adversidades próprias das épocas de guerra. Razão mais que suficiente para, apesar da tirania, se sentir feliz. O meu pai era uma pessoa honrada e ensinou-me a liberdade. Honra e liberdade. Foi essa a herança que dele recebi. Fica-lhe bem a moldura daquela janela na qual aprendi a sonhar.
A casa permanece intacta e habitada e esta é uma das suas duas janelas térreas. O encanto que lhe encontrava estendia-se à vizinhança, aos corredores internos e às ruas circundantes.
domingo, março 12
GUERRA?
Imensa gente das mais variadas qualidades tem dito, e redito, sempre e, recentemente, com maior insistência e densidade: o mundo está perigoso! Qual é o espanto pelos reais sinais de guerra?
terça-feira, março 7
Foi bonita a festa ....
A minha tia Lucília mostrou-se, na festa do seu centenário, lúcida e resistente como sempre ao longo da sua vida. A família, e os amigos, marcaram presença e a Maria da Conceição (minha prima, organizadora da festa) "obrigou-me" a falar aos presentes. O prazer foi todo meu!
(Fotografias de Margarida Ramos)
(Fotografias de Margarida Ramos)
sexta-feira, março 3
O centenário da minha tia Lucília
Da esquerda para a direita: o meu irmão Dimas de flor na lapela. O meu pai Dimas, vestido a rigor, de fato e gravata. Minha mãe, Tolentina, de fina camisa branca. A avó, Maria da Conceição, já doente, austera no seu vestido preto. A tia Lucília, uma beleza cinéfila, brilha à luz quente que envolve o Algarve de todas as estações. O mais pequeno, eu próprio, circunspecto, talvez, pela contrariedade do traje.
A minha tia Lucília faz amanhã 100 anos e arrisco evocar o seu aniversário de véspera. Esta é a mais comovente de todas as celebrações. Irmã mais nova de meu pai. Nascida em 1917. Os fragmentos de suas memórias sempre me surpreenderam. A primeira mulher que me beijou chamada às pressas para ajudar no meu nascimento. Uma mulher linda que se desprende ao encontro dos outros. Nesta fotografia, no largo quintal de sua casa, somos os sobreviventes do grupo que mostra uma família feliz.
A minha tia Lucília faz amanhã 100 anos e arrisco evocar o seu aniversário de véspera. Esta é a mais comovente de todas as celebrações. Irmã mais nova de meu pai. Nascida em 1917. Os fragmentos de suas memórias sempre me surpreenderam. A primeira mulher que me beijou chamada às pressas para ajudar no meu nascimento. Uma mulher linda que se desprende ao encontro dos outros. Nesta fotografia, no largo quintal de sua casa, somos os sobreviventes do grupo que mostra uma família feliz.
sábado, fevereiro 25
Pelo 12º aniversário da morte do meu irmão Dimas
O meu irmão Dimas morreu faz hoje 12 anos. No outro dia, ao despertar de um sonho, ouvi a sua voz, clara, distinta e plena, seria eu criança - ele adolescente - indo ao mais fundo de minhas memórias.
quinta-feira, fevereiro 23
José Afonso - pelo 30º aniversário da sua morte
Passam hoje 30 anos sobre a morte de José Afonso. Mais que tudo o resto que da sua vida imana é ser um grande artista da nossa história contemporânea. Um grande poeta, poucas vezes reconhecido como tal, um grande músico, e intérprete, em que avultada a singularidade do timbre da sua voz. Uma personalidade simples, fraterna e solidária. A sua obra está viva, transborda de modernidade, e é apropriada pela juventude. Diversas gerações o admiram e ele merece ser admirado.
domingo, fevereiro 19
Um dia - vai para muitos anos ...
A propósito de notícias recentes que colocaram nas primeiras páginas as memórias de Cavaco, reproduzo grande parte de um post antigo - de novembro de 2005:
Um dia – vai para muitos anos – estava a assistir a uma aula do dito cujo no meio da maior das contestações que é possível imaginar – devia ser de finanças públicas que era (e é) a sua única especialidade – ele explicava a coisa com base no exemplo da ilha onde a comunidade era reduzida a um humano, ou a um casal de humanos, já não me lembro muito bem.
Estávamos fartos, como os jovens estão sempre fartos de formalismos e trejeitos autoritários, se forem jovens normais, claro, quando o dito a propósito de uma reivindicação, certamente exagerada, como são todas as reivindicações dos jovens, disse uma mentira cuja já não me lembro qual foi.
O homem, naquele momento, revelou-se, a meus olhos e ouvidos, um mentiroso compulsivo, e apossou-se de mim um desassossego fulminante que deu no que deu, ou seja, numa refrega forte e feia que o fez vacilar e, dizem, cair desmaiado mas eu não vi, ou já não me lembro, pois me debatia nos braços de quem me susteve os ímpetos.
Quem estava presente e assistiu à cena, digna de um filme de acção, a preto e branco, género série B, sabe melhor do que eu descrevê-la, que já mo têm feito, mas eu não acredito em nada do que se passou, passa e passará, com o dito cujo desde a ocorrência do infausto acontecimento.
Fiquei em estado de amnésia intermitente face à criatura – que sofre do mesmo mal mas do ramo político – e fiquei possuído por uma descrença, em geral, acerca do saber dos professores e, ainda mais, dos métodos por eles utilizados. É um clássico na matéria mas, graças a Deus, há excepções.
Toda esta prédica é para dizer que me preocupa, ligeiramente, ter de me assumir como concidadão da mentira elevada à mais alta dignidade do estado.
A pobrezinha da Nação merece melhor, na mais alta magistratura, que mais não seja, alguém, do cuja verdade sempre se possa duvidar, mas que assuma a política pelos cornos, sem vergonha e com coragem, elevando-se ao nível do que ela é, a mais nobre arte de transformar o homem e o mundo.
Desculpai o desabafo. A bem da Nação. Aos 14 de Novembro de 2005.
Um dia – vai para muitos anos – estava a assistir a uma aula do dito cujo no meio da maior das contestações que é possível imaginar – devia ser de finanças públicas que era (e é) a sua única especialidade – ele explicava a coisa com base no exemplo da ilha onde a comunidade era reduzida a um humano, ou a um casal de humanos, já não me lembro muito bem.
Estávamos fartos, como os jovens estão sempre fartos de formalismos e trejeitos autoritários, se forem jovens normais, claro, quando o dito a propósito de uma reivindicação, certamente exagerada, como são todas as reivindicações dos jovens, disse uma mentira cuja já não me lembro qual foi.
O homem, naquele momento, revelou-se, a meus olhos e ouvidos, um mentiroso compulsivo, e apossou-se de mim um desassossego fulminante que deu no que deu, ou seja, numa refrega forte e feia que o fez vacilar e, dizem, cair desmaiado mas eu não vi, ou já não me lembro, pois me debatia nos braços de quem me susteve os ímpetos.
Quem estava presente e assistiu à cena, digna de um filme de acção, a preto e branco, género série B, sabe melhor do que eu descrevê-la, que já mo têm feito, mas eu não acredito em nada do que se passou, passa e passará, com o dito cujo desde a ocorrência do infausto acontecimento.
Fiquei em estado de amnésia intermitente face à criatura – que sofre do mesmo mal mas do ramo político – e fiquei possuído por uma descrença, em geral, acerca do saber dos professores e, ainda mais, dos métodos por eles utilizados. É um clássico na matéria mas, graças a Deus, há excepções.
Toda esta prédica é para dizer que me preocupa, ligeiramente, ter de me assumir como concidadão da mentira elevada à mais alta dignidade do estado.
A pobrezinha da Nação merece melhor, na mais alta magistratura, que mais não seja, alguém, do cuja verdade sempre se possa duvidar, mas que assuma a política pelos cornos, sem vergonha e com coragem, elevando-se ao nível do que ela é, a mais nobre arte de transformar o homem e o mundo.
Desculpai o desabafo. A bem da Nação. Aos 14 de Novembro de 2005.
segunda-feira, fevereiro 13
HUMBERTO DELGADO
13 de Fevereiro de 1965 – A minha homenagem à memória do General Humberto Delgado pelo 52º aniversário do seu assassinato.
sexta-feira, fevereiro 10
TEMPOS CINZENTOS
Escrever faz-me falta mas são demasiados os dias cheios de tarefas a que me obrigo estreitando a margem para o exercício da escrita. O tempo em que vivemos, ou a perceção dele, é cinzento (escuro)repleto de ameaças, as mais agrestes das quais são a mentira que esmaga a verdade e a tirania que ameaça a liberdade. Somos cada vez mais obrigados a desconfiar de tudo o que mexe à nossa volta e de todos os que se cruzam no nosso quotidiano. Instituições que ao longo de gerações foram pilares da confiança dos cidadãos na vida em comunidade deixaram de ser confiáveis. Acredito no futuro mas o exercício de acreditar tornou-se uma tarefa hercúlea. Anunciam-se tempos de guerra, assuma a forma que vier a assumir. Como diz o povo: temos que estar preparados para tudo!
quinta-feira, fevereiro 2
Um tempo novo
Criei este blog em 2003 e nele tenho colocado opinião que só a mim responsabiliza, imagens, música, uma imensidão de peças, mas nunca senti um tão intenso sentimento de insegurança e de medo pelo futuro. Adensam-se os sinais de guerra. Basta esta perceção para nos tentar a mudar o tom da intervenção que está ao alcance da nossa inteligência e sensibilidade. Para aqueles que toda a vida lutaram pela dignidade nas relações humanas, a todos os níveis, pela liberdade no sentido mais amplo, pela paz, tolerância e concórdia entre os povos e as nações, pela defesa da democracia, vive-se um tempo de dúvidas e incerteza, como nunca antes sentimos em nossas vidas. Não há outra atitude a tomar, face a todos os perigos deste tempo novo, se não a de nos mantermos firmes na defesa dos mesmos valores humanistas de sempre, sem vacilações nem desfalecimento.
sábado, janeiro 28
A liberdade ameaçada
Quando se adensam no horizonte densas nuvens ameaçadoras para a liberdade e para a paz é necessário não perder tempo, nem hesitar, na denuncia de todas as situações que, na politica e na sociedade, para elas contribuam. Por vezes são de tal forma evidentes os sinais que, como soe dizer-se, tendem a ser encarados como um "novo normal".
Ou como está documentado por vasta obra de ficção, e pela evidência histórica, a brutalidade das consequências das medidas politicas proclamadas, e concretizadas, pelos aprendizes de feiticeiros insinua-se aproveitando a tibieza dos democratas no combate contra as ameaças à liberdade.
Os nacionalismos exacerbados são uma porta de entrada das tiranias e eis que, neste tempo que é o nosso, aí estão impantes em todo o seu esplendor. O que fazer? Denunciar sempre e, se for o caso, mais cedo do que tarde, estando em causa a liberdade, estejamos preparados para os enfrentar por todos os meios.
Ou como está documentado por vasta obra de ficção, e pela evidência histórica, a brutalidade das consequências das medidas politicas proclamadas, e concretizadas, pelos aprendizes de feiticeiros insinua-se aproveitando a tibieza dos democratas no combate contra as ameaças à liberdade.
Os nacionalismos exacerbados são uma porta de entrada das tiranias e eis que, neste tempo que é o nosso, aí estão impantes em todo o seu esplendor. O que fazer? Denunciar sempre e, se for o caso, mais cedo do que tarde, estando em causa a liberdade, estejamos preparados para os enfrentar por todos os meios.
sexta-feira, janeiro 27
A intervenção silenciada de ANTÓNIO SANTOS JÚNIOR no 1º de Maio de 1974
Morreu António Santos Júnior, histórico dirigente operário e sindical, militante e dirigente do MES desde a primeira hora. Integrou a primeira estrutura dirigente do MES logo após o 25 de abril de 1974. Foi o dirigente indicado para fazer um discurso, em nome do MES, no grande comício do 1º de Maio de 1974. Foi silenciado mas o seu discurso escrito sobreviveu:
Camaradas!
Trabalhadores!
Para os que não me conhecem: Eu fui presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Lisboa e da Federação dos Sindicatos dos Metalúrgicos durante 4 meses até ser destituído pelo Governo de Marcelo Caetano.
Estou aqui para, com a minha voz de trabalhador, vos falar em nome do Movimento de Esquerda Socialista (em organização).
Antes de mim falaram representantes do Movimento Democrático, do Partido Socialista, do Partido Comunista.
Já antes do 25 de Abril não eram só estas organizações que existiam.
Existiam outros movimentos que se manifestavam em lutas operárias:
- Na Fábrica.
- Nos Sindicatos.
- No nível político através dos grupos socioprofissionais mistos (surgidos na movimentação do período eleitoral de 1973 e que desde então continuam a trabalhar).
Manifestavam-se também nas lutas estudantis e na luta anti-colonial.
Em todas estas lutas fez-se sentir o peso esmagador dos trabalhadores que as levaram por diante, embora nelas também se tenham integrado cristãos revolucionários e elementos socialistas.
No fim de contas um grande grupo de pessoas lutava, luta e jamais deixará de lutar por um socialismo perfeitamente controlado em todos os seus aspectos, desde o económico ao político, do cultural ao social, pela classe operária! Repito, uma sociedade que seja controlada em todos os seus aspectos pela classe operária!
Camaradas Trabalhadores, neste momento saudamos os soldados de Portugal, o Movimento das Forças Armadas que derrubaram os aparelhos de Opressão constituídos e que criaram, portanto, condições absolutamente novas para o desenvolvimento da nossa luta de trabalhadores.
- efectivamente a censura acabou
- a PIDE, Legião e outras organizações estão a ser destruídas.
Mas … Tenhamos atenção. Nem todas as formas de repressão foram já abolidas.
Todos nós sabemos que a repressão que até agora vínhamos sentindo e sofrendo nas fábricas e em todos os locais de trabalho vai pretender continuar!
Formas de repressão tais como: despedimentos repressivos nas fábricas e em todos os locais de trabalho. As cargas policiais sempre que nós trabalhadores entrávamos em greve ou por qualquer outra forma lutávamos pela defesa dos nossos interesses. A recente luta dos trabalhadores da TAP foi disso o mais recente exemplo, mas foi também um dos raros momentos na história recente das nossas lutas em que nós trabalhadores nos conseguimos opor vitoriosamente à repressão: as forças policiais tiveram de recuar e nem um só dos nossos camaradas foi despedido. A acção dos bufos e de todos aqueles que nos locais de trabalho ajudam o patronato a impor-nos a sua tirania.
Contudo … Também a nossa exploração continua! Concerteza que os patrões vão pretender continuar a pagar-nos salários miseráveis e ajudados por essa miséria onde nos lançam obrigar-nos a aceitar horas extraordinárias em série em vez de satisfazerem as nossas reivindicações de redução de horário de trabalho.
Vão continuar a obrigar-nos a trabalhar em péssimas condições de higiene e segurança, vão no fim de contas continuar a explorar-nos!
Por isso perguntamos:
A exploração irá continuar?
As Caixas de Previdência vão continuar a estar ao serviço dos capitalistas e dos colonialistas ou vão passar a estar nas nossas mãos e portanto ao serviço do todo o povo?
Será que muitos de nós vão continuar em casas miseráveis ou em barracas enquanto outros vivem em luxuosas vivendas que são autênticos palácios?
Será que vamos continuar a perder longas horas do nosso dia em transportes incómodos e cada dia mais caros, enquanto outros têm vários automóveis, qual deles mais caro e com os seus motoristas particulares?
Será que as escolas dos nossos filhos vão continuar a ser fábricas e oficinas ou será que as escolas neste país se vão finalmente abrir para todos os filhos do povo?
Será que a Guerra e exploração coloniais vão continuar?
Se queremos ser nós a construir o futuro do nosso país e não admitimos que ninguém o faça em nosso nome, não devemos contribuir para que os povos das colónias possam também tomar nas suas próprias mãos os destinos dos seus países?
A resposta a todas estas perguntas devemos ser todos nós a dá-la diariamente da única forma que serve efectivamente os nossos interesses de trabalhadores, que serve efectivamente os interesses do povo!
A nossa luta tem de continuar sem desfalecimentos e só terminará com a construção de uma sociedade sem classes sem exploradores nem explorados, de uma sociedade onde não tenhamos de nos vender diariamente!
Temos de construir uma sociedade socialista!
Este é o nosso objectivo e para o atingir estamos abertos à mais ampla colaboração com todas as forças políticas que igualmente lutam pela emancipação de todo o povo, pela construção do socialismo.
CAMARADAS!
É necessário não esquecer nunca uma verdade que a história das lutas dos trabalhadores em todo o mundo tem demonstrado!
A EMANCIPAÇÃO DOS TRABALHADORES SÓ PODE SER OBRA DE NÓS PRÓPRIOS TRABALHADORES!!!
Camaradas!
Trabalhadores!
Para os que não me conhecem: Eu fui presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Lisboa e da Federação dos Sindicatos dos Metalúrgicos durante 4 meses até ser destituído pelo Governo de Marcelo Caetano.
Estou aqui para, com a minha voz de trabalhador, vos falar em nome do Movimento de Esquerda Socialista (em organização).
Antes de mim falaram representantes do Movimento Democrático, do Partido Socialista, do Partido Comunista.
Já antes do 25 de Abril não eram só estas organizações que existiam.
Existiam outros movimentos que se manifestavam em lutas operárias:
- Na Fábrica.
- Nos Sindicatos.
- No nível político através dos grupos socioprofissionais mistos (surgidos na movimentação do período eleitoral de 1973 e que desde então continuam a trabalhar).
Manifestavam-se também nas lutas estudantis e na luta anti-colonial.
Em todas estas lutas fez-se sentir o peso esmagador dos trabalhadores que as levaram por diante, embora nelas também se tenham integrado cristãos revolucionários e elementos socialistas.
No fim de contas um grande grupo de pessoas lutava, luta e jamais deixará de lutar por um socialismo perfeitamente controlado em todos os seus aspectos, desde o económico ao político, do cultural ao social, pela classe operária! Repito, uma sociedade que seja controlada em todos os seus aspectos pela classe operária!
Camaradas Trabalhadores, neste momento saudamos os soldados de Portugal, o Movimento das Forças Armadas que derrubaram os aparelhos de Opressão constituídos e que criaram, portanto, condições absolutamente novas para o desenvolvimento da nossa luta de trabalhadores.
- efectivamente a censura acabou
- a PIDE, Legião e outras organizações estão a ser destruídas.
Mas … Tenhamos atenção. Nem todas as formas de repressão foram já abolidas.
Todos nós sabemos que a repressão que até agora vínhamos sentindo e sofrendo nas fábricas e em todos os locais de trabalho vai pretender continuar!
Formas de repressão tais como: despedimentos repressivos nas fábricas e em todos os locais de trabalho. As cargas policiais sempre que nós trabalhadores entrávamos em greve ou por qualquer outra forma lutávamos pela defesa dos nossos interesses. A recente luta dos trabalhadores da TAP foi disso o mais recente exemplo, mas foi também um dos raros momentos na história recente das nossas lutas em que nós trabalhadores nos conseguimos opor vitoriosamente à repressão: as forças policiais tiveram de recuar e nem um só dos nossos camaradas foi despedido. A acção dos bufos e de todos aqueles que nos locais de trabalho ajudam o patronato a impor-nos a sua tirania.
Contudo … Também a nossa exploração continua! Concerteza que os patrões vão pretender continuar a pagar-nos salários miseráveis e ajudados por essa miséria onde nos lançam obrigar-nos a aceitar horas extraordinárias em série em vez de satisfazerem as nossas reivindicações de redução de horário de trabalho.
Vão continuar a obrigar-nos a trabalhar em péssimas condições de higiene e segurança, vão no fim de contas continuar a explorar-nos!
Por isso perguntamos:
A exploração irá continuar?
As Caixas de Previdência vão continuar a estar ao serviço dos capitalistas e dos colonialistas ou vão passar a estar nas nossas mãos e portanto ao serviço do todo o povo?
Será que muitos de nós vão continuar em casas miseráveis ou em barracas enquanto outros vivem em luxuosas vivendas que são autênticos palácios?
Será que vamos continuar a perder longas horas do nosso dia em transportes incómodos e cada dia mais caros, enquanto outros têm vários automóveis, qual deles mais caro e com os seus motoristas particulares?
Será que as escolas dos nossos filhos vão continuar a ser fábricas e oficinas ou será que as escolas neste país se vão finalmente abrir para todos os filhos do povo?
Será que a Guerra e exploração coloniais vão continuar?
Se queremos ser nós a construir o futuro do nosso país e não admitimos que ninguém o faça em nosso nome, não devemos contribuir para que os povos das colónias possam também tomar nas suas próprias mãos os destinos dos seus países?
A resposta a todas estas perguntas devemos ser todos nós a dá-la diariamente da única forma que serve efectivamente os nossos interesses de trabalhadores, que serve efectivamente os interesses do povo!
A nossa luta tem de continuar sem desfalecimentos e só terminará com a construção de uma sociedade sem classes sem exploradores nem explorados, de uma sociedade onde não tenhamos de nos vender diariamente!
Temos de construir uma sociedade socialista!
Este é o nosso objectivo e para o atingir estamos abertos à mais ampla colaboração com todas as forças políticas que igualmente lutam pela emancipação de todo o povo, pela construção do socialismo.
CAMARADAS!
É necessário não esquecer nunca uma verdade que a história das lutas dos trabalhadores em todo o mundo tem demonstrado!
A EMANCIPAÇÃO DOS TRABALHADORES SÓ PODE SER OBRA DE NÓS PRÓPRIOS TRABALHADORES!!!
sexta-feira, janeiro 20
20 DE JANEIRO
Hoje é dia 20 de janeiro que assinala o final de um quadriénio presidencial americano e o inicio de mandato de um novo inquilino da "Casa Branca". Ao contrário dos últimos 8 anos, correspondentes a dois mandatos presidenciais nos USA, com inicio em 20 de janeiro de 2009, pouco tenho para dizer, quase nada me apetece dizer. Deixai falar o silêncio. Lembro-me de leituras antigas a cujos ensinamentos, com mais ou menos vigor, e lucidez, me mantive fiel ao longo do tempo. Nada, nem ninguém, me fará desesperançar no futuro do homem e na sua capacidade de resistir às ameaças à liberdade, à democracia, à paz e concórdia entre os povos e as nações. Com respeito aos valores fundamentais em que assentam as nossas sociedades democráticas, com seus vícios e virtudes, nada está definitivamente assegurado, mas também nada está definitivamente perdido. Existe pelo meio o tempo e o espaço nos quais se movem os mais mesquinhos interesses, e seus coros de guerra, mas também as forças do espirito da liberdade, da cultura e da paz que, no caso da Europa do pós guerra, durante mais de 70 anos foram capazes de resistir às tentações totalitárias. Estou convicto que continuaremos, atentos e vigilantes, a mantermo-nos fiéis, no próximo futuro, a essas extraordinárias conquistas alcançadas com o sacrifício de milhões de vidas de cidadãos do mundo.
segunda-feira, janeiro 16
A SAÚDE
Saindo da última curva das dores do corpo dou-lhe algum merecido repouso, a conselho, sentindo o inicio da revolta contra o marasmo da ação. Um problema que me acompanha a vida toda, qual seja, a de não dominar de forma adequada, a vertigem pelo movimento. Uma vez mais pude testemunhar a complexidade das atividades na área da saúde, a maturidade na gestão de equipas diversas e complementares, a qualidade técnica e humana dos seus profissionais (deverá haver, certamente, exceções) no cuidar de uma multidão de cidadãos aflitos por uma miríade de maleitas. O sistema português de saúde é um puzzle onde se encaixam vários subsistemas, complementando-se e concorrendo. Nada sei, de ciência certa, acerca das suas virtualidades a não ser da experiência de escassas frequências pessoais dos seus interstícios. Mas o que sei dá para perceber que, desde que o SNS não seja desmantelado, com mais ou menos recursos públicos afetos às restantes ofertas (privada e da economia social), os cuidados de saúde prestados aos portugueses ainda poderão melhorar. É um desígnio e um desejo. Haja saúde!
sexta-feira, janeiro 13
O CORPO
O corpo faz exigências que vergam as tarefas do quotidiano à sua pequenez. O corpo pode exigir descanso para recuperar do cansaço,tratamento para o curar da doença,relaxamento para beneficiar da preguiça. O pior de tudo é a doença. Daí a saudação tradicional, "haja saúde", sempre associada ao maior dos bens que pudemos possuir. Desde a passada 3ªfeira estou a recuperar de uma intervenção necessária para me devolver a qualidade de vida. Nada de grave e com expetativa positiva de rápida recuperação. Nos últimos 15 anos nunca havia adoecido (salvo pequenos achaques) nem faltado ao trabalho. Nem eu próprio tinha a noção exata deste longo período de tempo de vida saudável atravessando um período de vicissitudes da vida nem sempre fáceis de ultrapassar. Tudo para dizer que se aprende a apreciar o trabalho dos profissionais da saúde em todo o tipo de estabelecimentos - públicos, privados e da economia social - a nossa resistência à dor e a atenção dos nossos familiares e amigos. Adiante.
sábado, janeiro 7
sexta-feira, janeiro 6
Passam os anos ....
Passam os anos e damo-nos conta que o nosso corpo muda, de forma desigual, cada vez mais exposto à erosão, ou desgaste, dos materiais de que é feito. Nada de novo. É a lei da vida que as estatísticas demográficas demonstram na sociedade inteira e os nossos corpos revelam na intimidade do nosso quotidiano. Para dizer que na próxima semana serei sujeito a uma cirurgia, que replica outra (única) realizada 15 anos atrás. Nada de grave salvo a ansiedade que antecede estes momentos em que a nossa resistência, física e psicológica, é posta à prova. Porque razão escrevo acerca deste acontecimento banal? Para que os meus amigos fieis na leitura deste blogue fiquem a saber. Nada de mais.
(A fotografia destina-se a comprovar visualmente o antes dito...)
quarta-feira, janeiro 4
Pelo 57º aniversário da morte de Camus
A última carta de René Char a Albert Camus é datada de uma segunda-feira de Dezembro de 1959. Char manifesta interesse em passar, ao menos, um dia com Camus, e família: (...) “Ne vous inquiétez pas. Je me ferai transporter en auto à Lourmarin* dans la matinée du jour fixé. Embrassez Catherine et Jean pour moi. Affection à Francine. De tout cœur à vous toujours. René Char.»
*Deux jours avant le départ d’Albert Camus, René Char vint, en compagnie de Tina Jolas, passer une journée avec lui. Au moment de se quitter, Albert Camus lui dit, en parlant de La Postérité du soleil : « René, quoi qu’il arrive, faites que notre livre existe !»
Char foi a última pessoa a visitar Camus antes da sua morte, na viagem de regresso a Paris, no dia 4 de Janeiro de 1960.
*Deux jours avant le départ d’Albert Camus, René Char vint, en compagnie de Tina Jolas, passer une journée avec lui. Au moment de se quitter, Albert Camus lui dit, en parlant de La Postérité du soleil : « René, quoi qu’il arrive, faites que notre livre existe !»
Char foi a última pessoa a visitar Camus antes da sua morte, na viagem de regresso a Paris, no dia 4 de Janeiro de 1960.
segunda-feira, janeiro 2
Marcelo 2017 - segundo dia
Ainda à entrada do ano novo umas palavras acerca do Presidente Marcelo no qual, enquanto candidato, não votei. Desde o inicio a sua notoriedade pessoal era tamanha que lhe permitiu conduzir uma campanha sem os constrangimentos do propagandismo tradicional. Uma vantagem que se casou bem com a sua personalidade permitindo-lhe surgir aos olhos do povo como um cidadão igual aos outros - sendo tão diferente! Nos tempos que correm, propensos às mais variadas derivas populistas, eis que Marcelo inventa um discurso politico, e uma postura cidadã, apropriáveis pelo maior número, até ao presente, passando ao lado do populismo tendencialmente anti democrático. Ser popular não é ser populista. Qual o segredo? Ser capaz de manter um ritmo na ação muito além da que resulta da vulgar postura institucional/burocrática; dispor de sensibilidade para entender quão importante se torna, nos nossos dias, encurtar a distância entre os políticos e os cidadãos; manter viva a inteligência para não desprezar o valor do tempo, na vida e na politica, apesar de tudo parecer nele excessivamente rápido; ser capaz de prevenir nas relações institucionais para não ter que intervir; ser autêntico na busca de acordos, equilíbrios, diálogos e, se possível, consensos entre forças e tendências aparentemente inconciliáveis; entender a dimensão e o peso, no contexto internacional, do país (pequeno e muito dependente) redimensionando a esfera da ação externa a todos os níveis. É pouco, é muito? É circunstancial, é permanente? É tático, é estratégico? Nunca se sabe ao certo numa época tão excessiva em disrupções e ameaças estruturais em cada estado nação e na esfera supra nacional. Mas já lá vai o tempo em que era aceitável mantermo-nos impávidos, e serenos, nas nossas certezas para não aceitarmos olhar e ouvir, atentamente, as certezas dos nossos adversários. Na politica, como na vida, mais vale a abertura critica à mudança, que corre em todos os sentidos, do que o silêncio das certezas mortas .
domingo, janeiro 1
1 de janeiro 2017
1 de janeiro. Faz frio em Lisboa, embora temperado; mudámos de ano civil mas não mudámos de vida. A guerra (fria? quente?) continua, embora Guterres, na sua primeira mensagem como SG da ONU, apele à paz. Este apelo à paz era expetável, embora não feito por ele. A eleição de Guterres é, para Portugal, o acontecimento mais relevante das últimas décadas. Um pequeno país, em dimensão física e demográfica, cuja afirmação no mundo só pode ser alcançada pela ousadia das iniciativas que promovam a sua projeção externa com visão estratégica. A União Europeia existe mas é vista pelas grandes potências globais, e regionais, como um projeto falhado (logo veremos!)que valorizam, cada vez mais, cada um dos países que a integram. Sem cair na armadilha do populismo, do nacionalismo exacerbado, é urgente entender que de fora nos olham pelo que valemos. E que valeremos, enquanto país, tanto mais quanto mais nos soubermos valorizar aos olhos dos outros.
sexta-feira, dezembro 30
ANO NOVO
Fim do ano, ano novo. Não há balanços, mas há balanços. Prefiro o ano novo ao ano velho. Revejo-me mais no futuro do que no passado. O futuro abre a porta a novos desafios. É uma porta de entrada no desconhecido, confirma expetativas ou contraria-as. O tempo fascina-me, o espaço conforma-me. Espero, tenho esperança, que o futuro nos surpreenda desdizendo os justificados receios dos arautos da desgraça. O medo é o pior inimigo da paz. Comecemos por nós próprios, nossos familiares e amigos.Busquemos em nós a força da esperança num futuro de paz e concórdia entre os povos e as nações. Bom ano de 2017.
segunda-feira, dezembro 26
NATAL 2016
O Natal de 2016 já passou, como se diria nas "praças financeiras", e em todas as praças, misto. Coisas boas e más se misturam o que, aliás, sempre acontece todos os anos. Além dos desastres que são próprios da natureza e, com mais intensidade, no nosso tempo, de ações terroristas (quantas, consumadas ou não,nunca se chegam a conhecer?) cada um de nós carrega as suas pena fazendo sofrer indiretamente os outros, em particular, os que nos são mais próximos. O espirito natalício, seja o que for o espirito natalício, não é remédio para os males do mundo e do homem, quanto muito uma trégua, um alivio, que não liberta a humanidade das suas insidias e lutas insanas. Mesmo os mais distraídos se apercebem que vivemos uma crise profunda ameaçando valores e princípios que, em todas as latitudes, conforme os credos e crenças, haviam sido dado como adquiridos. Acumulam-se as ameaças à paz enquanto se avoluma o medo. Como diria o outro: isto anda tudo ligado e não vale a pena fugir para parte incerta que, nos dias da chamada globalização, não há ínfima parcela da terra que possa ser dada por segura. Só há uma solução como, em desespero, proclamam os mais preclaros pregadores: que cada um de nós pratique todos os pequenos gestos de tolerância, e boa vontade, que estejam ao seu alcance, perante todos os outros.
sexta-feira, dezembro 23
Anteontem foi solstício de inverno
Anteontem foi solstício de inverno, o dia mais pequeno do ano, inicio do inverno, verão nas antípodas, e tudo nas nossas vidas ficou na mesma, salvo o que resulta do efeito do tempo. Sempre aprendemos com nossas experiência, e as dos outros, ao longo do tempo que é o nosso, irrepetível, e como seria estimulante que o aproveitássemos em pleno. Fui um dia destes obrigado a frequentar, como utente, uma urgência de um hospital público durante uma madrugada inteira. Observei com atenção o que se passava à minha volta, nem era uma daquelas noites de intensa procura daqueles serviços (foi o que me disse a enfermeira), e na austeridade dos espaços, entre o sofrimento contido dos doentes, havia humanidade nos serviços prestados, razoável presteza e atenção ao sofrimento alheio. O serviço funcionava com um padrão de qualidade que aos olhos de um cidadão atento é mais que suficiente. Com queixas, é certo, dos prestadores dos cuidados, certamente, comuns a todos os servidores públicos. Mas não encontro razões para me queixar do serviço que me foi prestado, e que vi prestar, na qualidade de utente do SNS. Que haja capacidade politica, humana, técnica e financeira para o manter e melhorar. Os dias vão tornar-se maiores todos os próximos dias. Em breve chegará a primavera e a luz que nos ilumina mudará de tonalidade mas nós, no essencial, manter-nos-emos fieis às nossas crenças e aos nossos medos.
domingo, dezembro 18
13 ANOS
Fotografia enviada pela minha prima Conceição. No ambiente rural de inicio dos anos 50 do século passado os meus avós maternos, meus pais, irmão, tios e outros familiares, na "casa do campo" em Santo Estevão - Tavira - que, hoje, é de minha pertença. Um dia destes hei-de começar a tratar dela como merece.
Amanhã este blog faz 13 anos de vida. Como sempre acontece com altos e baixos, mais ou menos intensidade e diversidade, mas mantendo a maior regularidade possível num meio que, aparentemente, passou de moda. Mas nunca se sabe o futuro.
Aqui deixo as primeiras palavras publicadas na tarde do dia 19 de dezembro de 2003:
Estreia absoluta. Um lugar de comunicação. Experiência para a primeira impressão dos outros. Uma primeira audição para inicio de trabalho.
Amanhã este blog faz 13 anos de vida. Como sempre acontece com altos e baixos, mais ou menos intensidade e diversidade, mas mantendo a maior regularidade possível num meio que, aparentemente, passou de moda. Mas nunca se sabe o futuro.
Aqui deixo as primeiras palavras publicadas na tarde do dia 19 de dezembro de 2003:
Estreia absoluta. Um lugar de comunicação. Experiência para a primeira impressão dos outros. Uma primeira audição para inicio de trabalho.
sábado, dezembro 17
PAPA FRANCISCO - pelos seus 80 anos
240. O cuidado e a promoção do bem comum da sociedade compete ao Estado. Este, com base nos princípios de subsidiariedade e solidariedade e com um grande esforço de diálogo político e criação de consensos, desempenha um papel fundamental – que não pode ser delegado – na busca do desenvolvimento integral de todos. Este papel exige, nas circunstâncias atuais, uma profunda humildade social.
EXORTAÇÃO APOSTÓLICA - EVANGELII GAUDIUM DO PAPA FRANCISCO
24 de novembro de 2013
EXORTAÇÃO APOSTÓLICA - EVANGELII GAUDIUM DO PAPA FRANCISCO
24 de novembro de 2013
quarta-feira, dezembro 14
MÁRIO SOARES
Mário Soares por Júlio Resende
Um dia, só pode ter sido no ano de 1969, fui com o Xico Chaves e a Helena Moura e mais alguém, que já não me lembro quem, falar com o Soares à sede da CEUD. O Xico Chaves, que vive no Brasil e não sei que é feito, é que teve a ideia.
Ficamos à espera numa sala um tempo e apareceu-nos um Soares imponente com aquele ar triunfante mesmo quando está na mó de baixo. A conversa foi curta e inconclusiva pois, pelo menos eu, não estava virado, à época, para a social-democracia ou para o socialismo democrático.
O Soares impressionava mas era demasiado pouco estimulante para o nosso desejo de mudança. Sentia-me melhor na CDE. E assim foi.
No início dos anos 80 tudo mudou. Passei a apoiar todas as iniciativas do Soares e, desde o início, a sua “impensável” primeira candidatura presidencial que havia de sair vencedora.
Na sequência da extinção do MES, com um grupo de ex-militantes deste movimento, no qual se incluía o Ferro Rodrigues, ingressei, em 1986, no PS depois de ter sido candidato independente nas eleições legislativas de 1985 nas quais só faltou ser açoitado pelo povo nas ruas. Deve ter sido o pior resultado de sempre do PS.
Hoje o que me interessa assinalar é o hino à vida e à intervenção cívica de que Mário Soares é um exemplo. Que viva!
segunda-feira, dezembro 12
terça-feira, novembro 29
Fazer durar o tempo ...
Muitos portugueses ainda se interrogam - uns menos crispados, outros menos eufóricos - como foi possível chegar até à aprovação do 2º OE por uma maioria de esquerda apoiando um governo minoritário do PS. Não analisei a fundo a natureza politica dos governos europeus em funções, nem antecipo resultados de próximas eleições e referendos. Dizem as vozes da opinião publicada que a Europa está madura para ser governada à direita imoderada, não liberal, levando a cabo uma barrela fazendo desaparecer da face dela os infiéis de todas as estirpes. O processo pode ter começado a leste da Europa - Hungria, Polónia ... - caminhando para o centro - Áustria, Holanda - eventualmente mais para sul - Itália, França - com o Reino Unido em fase de rutura com a UE, via referendo. Pode ser um falso alarme, um exagero, mas convém não subestimar a realidade que vem anunciando ventos de inesperada(?)intolerância soprados dos USA. No entanto na fronteira mais a ocidente da Europa foi aprovado o OE/2017 por força de um acordo politico à esquerda. O teste da sua robustez ou fragilidade vai começar no próximo domingo quando se souberem os resultados do referendo na Itália e das eleições presidenciais na Áustria. Na frente interna as notícias dos indicadores não serão más, antes pelo contrário, podendo consolidar a prova da viabilidade de soluções de governo mais para além da rotatividade dos partidos do sistema. Se não faltar a clarividência, e coragem, aos partidos que apoiam o governo em funções escapando à defesa pura e dura do seu próprio espaço de sobrevivência politica eleitoral pode ser que seja possível fazer durar o tempo ...
sábado, novembro 26
Morreu Fidel Castro
Visitei Cuba no verão de 1976 (com Víctor Wengorovius e Francisco Farrica - uma delegação do MES). Levava uma carta de Otelo (candidato presidencial) para Fidel. Não nos encontrámos com Fidel, nem chegámos a conhecer o teor da mensagem, por vontade própria, nem Fidel, por razões indecifráveis. No dia em que o mundo conhece a notícia da morte de Fidel Castro, sinto o olhar nostálgico e caloroso dos cubanos, sua sede de futuro e de liberdade. Mas a lenda do Fidel revolucionário, carismático na sua presença e oratória fascinantes, persistirá para sempre.
sexta-feira, novembro 25
UM ANO DE GOVERNO NOVO
Passado um ano sobre o "achado" do governo socialista apoiado por uma maioria de esquerda o que há dizer que não digam todos? Uma nova solução politica, como dizia dias atrás Correia de Campos, que bloqueia a emergência do populismo de esquerda, um passo no processo de refundação da esquerda caso as lideranças resistam às pulsões partidaristas das bases, a apresentação de um caso de estudo não só para exercícios académicos de cientistas da politica, mas também, e principalmente, para os eurocratas ao serviço ou capturados pelo capital financeiro, uma plataforma politica transitória destinada a preparar a emergência de novos equilíbrios na relação capital/trabalho, centros/periferias, ... não certamente um mundo novo, mas uma nova esperança na superioridade do papel da politica sobre a economia, abrindo espaço para a afirmação de uma nova geração de dirigentes políticos com um brilhozinho nos olhos e uma luz bruxuleante no coração. É o meu desejo e a minha esperança.
quinta-feira, novembro 24
sexta-feira, novembro 18
GUERRA E PAZ
Ana Hatherly
Voltando a um tema que, de súbito, entrou na agenda. Não é uma minudência mas, tão somente, o magno tema da guerra e da paz. Do silêncio dos salões, e subtilezas de comentadores da politica e da "coisa pública", ao debate aberto em todos os meios foi um instante. Não é por acaso que emergem por todo o lado sinais de intolerância através de protagonistas que julgávamos irremediavelmente afastados do centro da decisão politica, ainda para mais na maior potência militar conhecida no mundo. As ameaças à paz mundial deixaram de ser uma longínqua inquietação de seres enredados em rebuscados pensamentos, os pessimistas da razão. Elas são expostas e propaladas aos quatro ventos, como noutros tempos de sinistra memória, como se anunciassem o melhor dos mundos. Em guarda!
Voltando a um tema que, de súbito, entrou na agenda. Não é uma minudência mas, tão somente, o magno tema da guerra e da paz. Do silêncio dos salões, e subtilezas de comentadores da politica e da "coisa pública", ao debate aberto em todos os meios foi um instante. Não é por acaso que emergem por todo o lado sinais de intolerância através de protagonistas que julgávamos irremediavelmente afastados do centro da decisão politica, ainda para mais na maior potência militar conhecida no mundo. As ameaças à paz mundial deixaram de ser uma longínqua inquietação de seres enredados em rebuscados pensamentos, os pessimistas da razão. Elas são expostas e propaladas aos quatro ventos, como noutros tempos de sinistra memória, como se anunciassem o melhor dos mundos. Em guarda!
segunda-feira, novembro 14
FUTURO? Sim, acredito!
Tantas pessoas diferentes, estamos rodeados de uma multidão de pessoas diferentes. O progresso da nossa sociedade ocidental e, em geral, de todas as sociedades fez com que as diferenças - de religião, crença, cor de pele, ideologia, orientação sexual .... - não fossem razão, ao fim de muitos séculos, em cada vez mais larga escala, na ordem jurídica e social, de discriminação e perseguição. Sou obrigado a reconhecer que pairam fortes ameaças sobre conquistas que, quase sempre, fomos tentados a acreditar terem sido aquisições civilizacionais definitivas. Afinal os sinais dos últimos tempos, que os últimos dias acentuaram, obrigam-nos a pensar o contrário. Mas havemos de encontrar o caminho da liberdade sem negar a justiça, o caminho da justiça em liberdade. Futuro? Sim, acredito!
sexta-feira, novembro 11
Que ninguém diga que não foi avisado
Que ninguém diga, no tempo que é o nosso, que não foi avisado desde há muito tempo:
“Eu moro no bairro judeu, ou o que assim se chamava até ao momento em que os nossos irmãos hitlerianos limparam tudo. Que barrela! Setenta e cinco mil judeus deportados e assassinados, é a limpeza pelo vácuo. Admiro esta aplicação, esta paciência metódica! Quando não se tem carácter, é preciso ter método.”
Albert Camus, in "A Queda"
“Eu moro no bairro judeu, ou o que assim se chamava até ao momento em que os nossos irmãos hitlerianos limparam tudo. Que barrela! Setenta e cinco mil judeus deportados e assassinados, é a limpeza pelo vácuo. Admiro esta aplicação, esta paciência metódica! Quando não se tem carácter, é preciso ter método.”
Albert Camus, in "A Queda"
quinta-feira, novembro 10
segunda-feira, novembro 7
MES - Pelo 35º aniversário do jantar de extinção
7 de novembro de 1981- Jantar de extinção do MES
É notável como, invariavelmente, os rostos ostentam um sorriso de serena felicidade e alegria. O encerramento de uma experiência fascinante poderia ser celebrado com melancolia ou crispação mas, no caso do jantar de extinção do MES, aconteceu o contrário.
Muitos anos passados, cada um de nós, ainda se revê, com prazer, nas imagens daquele momento simbólico de renúncia à continuidade de um projecto político. Porque nos libertamos? Porque fomos capazes de assumir o fracasso? Porque sabíamos que éramos, individualmente, capazes de prosseguir novos caminhos e abraçar novos desafios? Porque, afinal, nos reconciliávamos connosco próprios, reconstruindo os nossos sonhos utópicos?
Como disse Camus: “Ir até ao fim, não é apenas resistir mas também não resistir.”
(Fotografias de António Pais.)
É notável como, invariavelmente, os rostos ostentam um sorriso de serena felicidade e alegria. O encerramento de uma experiência fascinante poderia ser celebrado com melancolia ou crispação mas, no caso do jantar de extinção do MES, aconteceu o contrário.
Muitos anos passados, cada um de nós, ainda se revê, com prazer, nas imagens daquele momento simbólico de renúncia à continuidade de um projecto político. Porque nos libertamos? Porque fomos capazes de assumir o fracasso? Porque sabíamos que éramos, individualmente, capazes de prosseguir novos caminhos e abraçar novos desafios? Porque, afinal, nos reconciliávamos connosco próprios, reconstruindo os nossos sonhos utópicos?
Como disse Camus: “Ir até ao fim, não é apenas resistir mas também não resistir.”
(Fotografias de António Pais.)
Albert Camus - pelo aniversário da seu nascimento
Albert Camus nasceu em 7 de novembro de 1913, na Argélia, e morreu num acidente de viação, a caminho de Paris, em 4 de janeiro de 1960.
Camus publicou, em vida, dezanove obras, de 1937 a 1959, entre as quais se destacam os romances (“L’Étranger” em 1942, “La Peste” em 1947), as novelas (“La Chute” em 1956, “L’Exil et le Royaume” em 1957) as peças de teatro (“Caligula” e “Le Malentendu" em 1944, “L’État de siège" em 1948, “Les Justes” em 1950), e os ensaios (“L’Envers et l’Endroit" em 1937, “Noces” em 1939, “Le Mythe de Sisyphe” em 1942, “Les lettres à un ami allemand” em 1945, “L´Homme révolté” em 1951 e”LÊté” em 1954). É necessário ainda juntar três recolhas de ensaios políticos (“Les Actuelles”), “Les deux Discours de Suède” (pronunciados aquando da atribuição do Nobel) e a contribuição para a obra de Arthur Koestler intitulada “Réflexions sur la peine capitale”.
Outras obras foram editadas após a sua morte entre as quais se contam o “diário” dos seus pensamentos e leituras, assim como notas de trabalho, publicado sob o título “Carnets”; o diploma de estudos superiores de 1936: “Métaphysique chrétienne et néoplatonisme”, publicado pela “La Pléiade”; o romance inédito, “La Morte heureuse”, cuja redacção data de 1937; o manuscrito inacabado, encontrado na pasta de Camus depois do acidente de viação que o vitimou:“Le Premier Homme”, esboço do que viria a tornar-se o seu grande romance quasi autobiográfico e ainda a sua correspondência com o amigo Jean Grenier.
sexta-feira, novembro 4
Coisas curiosas da politica
Escrevi, através do telemóvel, um breve post no facebook: "O orçamento de estado para 2017 foi aprovado na generalidade. Uma realidade curiosamente julgada impossível por muitos faz pouco tempo. Antes de julgar talvez pensar das razões." O que aconteceu hoje na AR, com a aprovação do OE, já é quase considerado um desfecho normal, previsível, dado como certo pela maioria dos comentadores. É uma situação curiosa pois pelo fim de 2015, após as eleições de 4 de outubro desse ano (ainda se lembram?), poucos eram aqueles que anteviam a atual solução governativa e ainda menos os que nela acreditavam. Mas a politica voltou por momentos ao posto de comando e tornou possível, entre outros eventos notáveis, que seja estimável que no final do presente ano de 2016 um governo do PS, apoiado pelos partidos que se convencionou considerar à sua esquerda, o chamado deficit possa ser o mais baixo dos últimos 42 anos. Ora se é verdade que os governos de esquerda (ou de centro esquerda) valorizam o fator trabalho na politica de rendimentos, em desfavor do fator capital, menos expetável será que alicercem a sua politica orçamental na busca do equilíbrio orçamental... e o alcancem. Sem entrar em detalhes, se tal vier a acontecer, será a esquerda a alcançar objetivos que a direita não desdenharia e que, em democracia, nunca alcançou. Curioso e desarmante ...
domingo, outubro 30
CUIDADO
Fotografia de Hélder Gonçalves
Esta semana, e a próxima, serão marcadas pelas eleições nos USA. O seu resultado será mais do que um indício, a medida quase final da força do populismo no mundo. A medida do grau de ameaça ao modelo da democracia representativa, nas suas diversas formulações, por esse mundo fora. Tudo aponta para que estejamos a viver uma época com as características próprias daquelas que antecederam as grandes confrontações conhecidas do século XX. As expetativas para as eleições municipais no Brasil, hoje, são terríveis com a mais que certa ascensão das forças politicas mais retrógradas que algum dia ganharam parcelas do poder; os acampamentos de refugiados em Paris são um símbolo da impotência da Europa em lidar com a crise que ajudaram a criar com o apoio às chamadas "primaveras árabes"; a renúncia politica da esquerda democrática em Espanha aponta para a erosão do peso politico do PSOE em favor dos partidos radicais de esquerda e de direita. Começa a ser estreita a margem para o campo democrático se afirmar através de politicas ativas que defendam, com apoio popular, os valores da democracia e da liberdade. Ao virar da esquina, para espanto de muitos, podemos dar de caras com a tirania. Cuidado!
quinta-feira, outubro 27
Pelo aniversário do meu filho Manuel
Fazer o caminho caminhando. Ser inteiro e probo. Olhar em frente. Não renegar as nossas origens nem abdicar das nossas convicções. Longe ou perto, cedo ou tarde, nos veremos sempre.
domingo, outubro 23
Eduardo Ferro Rodrigues, Presidente da AR
No primeiro aniversário da eleição do Eduardo para a presidência da Assembleia da República republico, e reafirmo, o que escrevi a 24 de outubro de 2015:
Mais de 40 anos depois do 25 de abril de 1974, como resultado de eleições livres e democráticas, por sobre as mais diversas vicissitudes, incluindo um histórico de tentativas de assassinato de carácter, Ferro Rodrigues foi eleito Presidente da Assembleia da República. O contexto e as circunstâncias politicas desta eleição são dissecadas, em todos os sentidos, pró e contra, pelos políticos e pela comunicação social. Nada a acrescentar. O que me leva a escrever estas linhas é a necessidade de assinalar que, pela via democrática, esta eleição coloca no lugar da segunda figura do Estado um cidadão impoluto, livre, justo e incorruptível. Para o exercício destas funções são, certamente, necessários os votos e não é indiferente a cor politica e ideológica do eleito. Mas o mais relevante é o seu perfil pessoal e a confiança de que, em circunstância alguma, deixará de honrar os princípios da ética republicana. Não que a anterior presidente da AR e outros que a antecederam, desde Henrique de Barros, Presidente da Assembleia Constituinte, não tenham honrado os compromissos próprios da função. Mas a eleição de Ferro Rodrigues, no inicio de uma nova época politica, com redobradas exigências de equilíbrio entre as instituições e firmeza na defesa da democracia, são uma garantia de abertura, diálogo e busca incessante de consenso apesar de toda a crispação deste início de mandato.
Haja saúde!
Mais de 40 anos depois do 25 de abril de 1974, como resultado de eleições livres e democráticas, por sobre as mais diversas vicissitudes, incluindo um histórico de tentativas de assassinato de carácter, Ferro Rodrigues foi eleito Presidente da Assembleia da República. O contexto e as circunstâncias politicas desta eleição são dissecadas, em todos os sentidos, pró e contra, pelos políticos e pela comunicação social. Nada a acrescentar. O que me leva a escrever estas linhas é a necessidade de assinalar que, pela via democrática, esta eleição coloca no lugar da segunda figura do Estado um cidadão impoluto, livre, justo e incorruptível. Para o exercício destas funções são, certamente, necessários os votos e não é indiferente a cor politica e ideológica do eleito. Mas o mais relevante é o seu perfil pessoal e a confiança de que, em circunstância alguma, deixará de honrar os princípios da ética republicana. Não que a anterior presidente da AR e outros que a antecederam, desde Henrique de Barros, Presidente da Assembleia Constituinte, não tenham honrado os compromissos próprios da função. Mas a eleição de Ferro Rodrigues, no inicio de uma nova época politica, com redobradas exigências de equilíbrio entre as instituições e firmeza na defesa da democracia, são uma garantia de abertura, diálogo e busca incessante de consenso apesar de toda a crispação deste início de mandato.
Haja saúde!
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