Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
quinta-feira, outubro 20
O ESTATUTO DOS DOCENTES
Apresentando INSÓNIA
“Uma rápida passagem pelo sítio da FENPROF deixa claro que os sindicatos dos professores estão mais contra o Governo do que a favor do ensino. E estão contra o Governo de uma forma absolutamente obtusa.”
A LER NO INSÓNIA
ÍTACA
Leonardo da Vinci - La Belle Ferronniere - Louvre, Paris
Quando saíres a caminho da ida para Ítaca,
faz votos para que seja longo o caminho,
cheio de aventuras, cheio de conhecimentos.
Os Lestrígones e os Ciclopes,
o zangado Poséidon não temas,
coisas assim no teu caminho não acharás nunca,
se o teu pensamento permanecer elevado, se emoção
requintada o teu espírito e o teu corpo tocar.
Os Lestrígones e os Ciclopes,
o selvagem Poséidon não encontrarás,
se com eles não carregares na tua alma,
se a tua alma não os colocar à tua frente.
Faz votos para que seja longo o caminho.
Para que sejam muitas as manhãs de verão
nas quais com que contentamento, com que alegria
entrarás em portos vistos pela primeira vez;
para que páres em feitorias fenícias,
e para que adquiras as boas compras
coisas de nácar e coral, de âmbar e de ébano,
e essências de prazer de qualquer espécie,
quanto mais abundantes puderes essências de prazer;
para que vás a muitas cidades egípcias,
para que aprendas e aprendas com os letrados.
Deves ter sempre Ítaca na tua mente.
A chegada ali é o teu destino.
mas não apresses em nada a tua viagem.
É melhor durar muitos anos;
e já velho fundeares na ilha,
rico do que ganhaste no caminho,
sem esperares que dê Ítaca riquezas.
Ítaca deu-te a bela viagem.
Sem Ítaca não terias saído do caminho.
Mas já não tem para te dar.
E se um tanto pobre a encontrares, Ítaca não te enganou.
Sábio como te tornaste, com tanta experiência,
já hás-de de compreender o que significam Ítacas.
[1911]
Konstandinos Kavafis
In “Os Poemas” – Tradução de Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis - Relógio d´Água, Julho de 2005. (Nesta publicação é dada a conhecer a última tradução credível, em língua portuguesa, da poesia de Kavakis).
Aqui deixo o poema Ítaca e o acesso ao mesmo na sua língua original e também traduzido noutras línguas.
Paquistão - 49.739 mortos, 74.000 feridos e 3 milhões de desalojados
Fotografia do Pakistan Times
Reproduzo, no IR AO FUNDO E VOLTAR, na íntegra, o "despacho" da LUSA acerca da situação que persiste após o sismo no Paquistão.
Sismo: ONU vive "pior pesadelo logístico" de sempre no Paquistão
Segundo a ONU, cerca de três milhões de pessoas estão desalojadas desde o sismo que, de acordo com um balanço hoje divulgado pelo chefe de operações de auxílio, general Farooq Ahmad Khan, fez 49.739 mortos e 74.000 feridos.
"O sismo, que abalou três países, torna-se pior a cada dia que passa, à medida que surge a necessidade de auxílio", disse Egeland.
Espera-se ajuda, em particular, do "grande império do bem" a um dos países aliados mais importantes na guerra do Iraque!
WILMA O FURACÃO MAIS FORTE
A LER NO NEW YORK ON TIME
"Wilma é o furacão mais intenso já registrado no Atlântico, categoria cinco, a mais forte. Não se sabe ainda onde o olho do furacão vai bater em terra firme, mas todo o Caribe, de Cuba e a Flórida à costa do México e da América Central, está em alerta, com previsão de chuvas torrenciais.
Ao mesmo tempo, anuncia-se que este último mês de setembro foi o mais quente jamais registrado no planeta desde que as temperaturas começaram a ser medidas. Nos Estados Unidos, apesar dos furacões, este setembro foi o mais quente e mais seco jamais registrado."
quarta-feira, outubro 19
DE KENNEDY A SOARES
A Biography of John F. Kennedy: The 35th President of the United States
Esta era a campanha que me apetecia fazer. Apetece-nos muita coisa, não é? Mas, assim por assim, como vamos entrar, a sério, na pré-campanha presidencial em Portugal aviso a navegação que vou, sem compromissos de espécie nenhuma, em plena liberdade, apoiar a candidatura de Mário Soares.
Os amigos que estão a apoiar outras candidaturas não levem a mal algumas palavras, porventura, mais contundentes, desabrimentos variados, desabafos, “bocas”, mas isto de eleger um presidente não é brincadeira nenhuma.
Eu apoio o mais velho em nome dos valores mais jovens.
TURISMHOTEL
Lisboa – Fotografia de Angèle
A revista TURISMHOTEL do grupo Editel, dirigida ao trade turístico, na edição de Setembro, destaca, por sua iniciativa própria, o artigo “O Seu a Seu Dono”, publicado no “Semanário Económico”, disponível no IR AO FUNDO E VOLTAR.
Ao seu director Russo Cabrita, a quem não falta a memória, os meus agradecimentos e parabéns pela persistência na sua actividade editorial e qualidade das publicações que dirige.
O GRITO DO SILÊNCIO
Paula Rego – “Salazar”
“um povo corrompido que atinge a liberdade
tem a maior dificuldade em mantê-la”.
Maquiavel
Como te calas, poesia, longamente
deixando-me em silêncio dentro de ti.
Tenho esperado amargurado e triste
por um sinal que faças, despertando,
e nada vem dizer-me do que penso e vivo
na solidão do longe em tempo ou espaço,
onde a tua voz lembrava ou distinguia
memórias ou ideias que o vivido já
lançava como luz no não-vivido ainda,
ou no que dia a dia em terra nos transforma.
Eu sei porque te calas. Não é só
que os anos vão passando e nos despindo
de quanto se imagina ou vai julgando
que importa à ciência vácua de pesar-se
nessa balança de palavras tuas
o não pensado acerca de experiências
tão sem-valia no existir sem ti.
Ah não é só. Inquieta-te outra coisa
como um terror além da solidão.
Tu calas-te de angústia. Aquele país
em que nasceste, e sempre tu quiseste
como teu mundo, ainda que no mundo
sempre hás pensado mais que em mundo teu,
se despedaça: os gritos e estalidos
de um povo e um lar abrindo-se em chagas
de irreparáveis ódios e desastres
(quando tanto sonhas-te vê-los livres,
fraternamente em lutas por destinos
tão desde sempre merecidos na desgraça
de ser-se uma nação sempre dos outros),
atingem-te na face, nos ouvidos,
cobrem-te os olhos de visões sangrentas,
e cruzam na tua boca mãos diversas
que tão contrárias tudo calam. Como
hás-de falar da simples vida humana,
ou do viver-se só do amor perdido?
Mas como hás-de de cantar (cantaste outrora)
de uma revolta agora a desfazer-se
em lutas suicidas que condenas?
Mas que hás-de condenar que não pareça
traição aquilo mesmo que aguardavas?
E que aguardavas tu nessa ilusão
de que uma paz é quanto prevalece,
se se abrem de uma vez as portas todas
a mais que à liberdade, a quanto é fúria cega,
ou é sonhar-se negramente a vida
como revolução dos impossíveis?
Eu sei que não tens medo. Mas, perplexa,
recusas misturar-te a uma desordem
em que todos se perdem. Todavia,
é teu dever gritar além os gritos.
Ao menos grita o teu protesto agudo.
O grito do silêncio que te amarra.
A liberdade, a paz, a ordem necessária
a que um país resista ao próprio mal
que leva no seu sangue secular.
Grita por isso a voz do teu silêncio.
Não pela História que as nações inventam.
Mas pelo povo que se esquece inteiro
de que viver-se povo e ser-se povo é mais
que apenas desejar-se morte e sombras,
em nome seja do que for. Ah grita:
importa pouco se te escuta alguém,
no redemoinho tenso da surdez danada.
Porque há-de haver quem ouça, ainda há-de haver
quem ouça. E pouco a pouco pode ser
que o ter ouvido seja como as águas sobem,
cobrindo tudo num cansaço enorme
por essas mesmas águas consumido.
Que as águas venham límpidas, lavando
este veneno antigo do fascismo vil
que nos pensou desordem quando livres fôssemos.
Que as águas venham para a terra seca
em séculos de glória e mesquinhez,
e em décadas de medo e de vergonha.
Tão seca há-de bebê-las. E a verdura
virá de verde recobri-la toda
(como à maldade como somos duros
de tanto ter bebido sangue humano),
trazendo sobre si aquele mundo
em que mesmo dos ódios se construa a casa
para um só povo que dos ódios faça
o espaço e o tempo de existir tranquilo,
com toda a raiva de viver que sempre
fez que viver nos fosse sendo a vida.
Jorge de Sena
Santa Bárbara, 19/10/75
(aniversário de um dia sangrento da história portuguesa)
In “40 Anos de Servidão” “Poemas Políticos e Afins "
(1972-1977) - Moraes Editores
(Um longo poema, no dia do 30º aniversário em que foi
escrito, pois um espaço público destes que mais pode ser
senão para dar a conhecer o que é tão raro ter-se
disponível à mesa dos telejornais e das bancas dos jornais.
Além do mais é, para mim, uma gota de água transparente
na reconciliação com a história que, nos dias
em que foi dado à luz este poema, tão extremados
estavam os campos nos quais, afinal, haviam simplesmente
portugueses que, na sua maioria, lutavam para restaurar
a dignidade de um povo e de um país que tinham sido
humilhados, e se deixaram humilhar, quantas vezes,
pelo fascismo. Isso mesmo o fascismo de Salazar
cuja triste memória tantos, ainda hoje, tentam
empurrar para debaixo do tapete.)
terça-feira, outubro 18
PORTUGAL ENTRE OS MENOS CORRUPTOS
ACABOU DE "CAIR" O "DESPACHO" DA LUSA QUE, NA ÍNTEGRA, REPRODUZO. APÓS TER OUVIDO A NOTÍCIA DE QUE KATIA GUERREIRO - A MÉDICA FADISTA - VAI SER MANDATÁRIA DA JUVENTUDE DO FUTURO CANDIDATO PRESIDENCIAL, NÃO RESISTI A REPRODUZIR O DITO "DESPACHO" QUE NOS ANUNCIA QUE, AFINAL, AO CONTRÁRIO DE TODA A PROPAGANDA, OPINIÃO, DITO CORRENTE, CONVICÇÃO, CERTEZA, JURA E CONJECTURA, PORTUGAL ESTÁ ENTRE OS PAÍSES MENOS CORRUPTOS DO MUNDO. ORA BOLAS CAVACO! COMEÇO A ACHAR QUE O PAÍS, DE FACTO, NÃO PRECISA DE TI.
Corrupção: "Muito grave" em 70 países, Portugal entre os menos corruptos
Lisboa, 18 Out (Lusa) – Setenta países têm um "problema muito grave de corrupção", segundo o Índice 2005 de Percepção da Corrupção, hoje divulgado pela organização não-governamental Transparency International, que coloca Portugal entre os 30 países menos corruptos do mundo.
O índice, elaborado anualmente pela organização com base na avaliação da percepção de corrupção por empresários e analistas, aponta como mais corruptos de um conjunto de 159 países o Chade e o Bangladesh, que obtiveram 1,7 pontos numa escala de 10, em que o valor máximo corresponde ao menor grau de corrupção.
Portugal, o 26/o mais transparente, subiu um lugar em relação a 2004, obtendo este ano 6,5 pontos na avaliação feita por nove fontes, entre as quais o Fórum Económico Mundial e o Centro de Pesquisa dos Mercados Mundiais.
Os membros da União Europeia (UE) mais bem classificados são a Finlândia (2/o lugar), Dinamarca (4), Suécia (6), Áustria (10), Holanda e Reino Unido (11), Luxemburgo (13), Alemanha (16), França (18), Bélgica e Irlanda (19), Espanha (23) e Malta (25).
Portugal está atrás destes, mas classifica-se à frente de dois dos quinze países da UE pré-alargamento - Itália (40/o lugar) e Grécia (47) - e de nove dos dez novos membros - Estónia (27), Eslovénia (31), Chipre (37), Hungria (40) Lituânia (44), República Checa e Eslováquia (47), Letónia (51) e Polónia, o mais corrupto dos países europeus, que se classifica em 70/0 lugar.
Destes, merecem "nota negativa" (abaixo de cinco pontos) a Lituânia, a República Checa, a Grécia, a Eslováquia, a Letónia e a Polónia.
E quatro - Finlândia, Dinamarca, Suécia e Áustria - integram o grupo dos "dez mais" transparentes: Islândia, Finlândia, Nova Zelândia, Dinamarca, Singapura, Suécia, Suíça, Noruega, Austrália e Áustria.
Mais de dois terços dos países da lista têm nota negativa, mas os casos qualificados de "muito graves" pela organização são 70 e correspondem aos países que obtiveram menos de três pontos na avaliação feita.
Entre eles figuram, além de Moçambique e Angola, países como a Índia, a Argentina, a Rússia, a Indonésia, o Paquistão, o Afeganistão e o Iraque.
No fundo da lista estão o Bangladesh e o Chade, como uma nota de 1,7 pontos, seguindo-se o Haiti, Birmânia e Turquemenistão, com 1,8 pontos, a Costa do Marfim, Guiné Equatorial e Nigéria, com 1.9 pontos, e Angola, com 2 pontos.
Para a organização, o índice "testemunha o duplo fardo da corrupção e da pobreza carregado pelos países menos desenvolvidos do mundo": "A corrupção é a principal causa da pobreza e, ao mesmo tempo, o maior obstáculo à sua eliminação", disse Peter Eigen, presidente da Transparency International.
No comunicado que acompanha a divulgação do relatório, a organização refere que todos os 19 países que beneficiaram de perdões parciais da sua dívida ao abrigo da Iniciativa para os Países Altamente Endividados do FMI e do Banco Mundial, obtiveram uma pontuação de quatro ou menos pontos, que corresponde a "níveis graves ou muito graves de corrupção".
O texto refere, por outro lado, que se registaram "progressos assinaláveis" no último ano na Estónia, França, Hong Kong, Japão, Jordânia, Cazaquistão, Nigéria, Qatar, Taiwan e Turquia.
Em contrapartida, sofreram retrocessos ao nível da corrupção países como o Brasil, que passou do 59/o lugar em 2004 para o 62/o, Moçambique (do 90/o para o 97/o), Angola (do 133/o para o 151/o), e ainda Rússia, Costa Rica, Gabão, Nepal, Papuásia Nova-Guiné, Seicheles, Sri Lanka, Suriname, Trinidade e Tobago e Uruguai.
MDR.
Lusa/fim
(Os sublinhados são meus e as minhas desculpas pela imensidão do post mas já sei que a comunicação social vai tornar esta notícia, provavelmente, noutra notícia...).
CARLO E SOPFIA
Carlo Ponti e Sophia Loren (1966)
Uma imagem extraordinária de ternura (ou pura pose?) de duas figuras marcantes do cinema europeu de duas décadas. A ligação perfeita entre a capacidade de produzir e de seduzir!
Espanha - El inaplazable reto del "made in Spain"
Continuando a reflexão acerca da situação espanhola no âmbito da tecnologia, ciência e inovação, o "El País", de hoje, aprofunda o seu diagnóstico implacável.
"España es un 20% menos rica por la falta de inversión en I+DEl - conjunto de las empresas privadas 'tira' de la investigación mucho menos que la media de los países de la Unión Europea.
El salto adelante que propone el Gobierno sólo tendrá éxito si la empresa privada abandona su tibieza investigadora y acompaña a los poderes públicos en ese esfuerzo extraordinario. España precisa, desde luego, de una mayor y mejor financiación pública, pero, sobre todo, de una cultura empresarial de compromiso con la investigación aplicada.
El fútbol goza de mayor relevancia social en España que la ciência
La mayoría de los ejecutivos no ve en la Universidad un motor de desarrollo económico
La tibieza investigadora de la empresa privada obliga al sector público a cargar con el esfuerzo”.
Ler texto integral no IR AO FUNDO E VOLTAR.
segunda-feira, outubro 17
CORPO DE AROMA
Se foste corola ou barco,
mas quando?
minha irmã,
minha leve amante, minha árvore,
que o mundo levantava
na inocência absoluta
do instante.
Alta estavas no amplo e recolhida
como uma lâmpada,
alta estavas na varanda branca.
Se acaso ainda podes ser aroma
dos meus olhos,
corpo no corpo,
retiro e substância, linha alta
da delícia,
nada te pedirei na minha ânsia
de puro espaço,
de azul imediato,
de luz para o olvido e o deserto.
António Ramos Rosa
No dia do seu aniversário. Poeta maior
da língua portuguesa e da minha cidade
de Faro, por lembrança
de Pura Coincidência da qual “roubo” a
fotografia e mudo o poema,
In “Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa”
de Eugénio de Andrade. “Campo das Letras".
NADA CONSTA
Fotografia de Angelle
Falta-me a folha cinco
E entretanto a barba foi crescendo
a minha barba veio crescendo ferozmente
indiferente à morte de um ou outro amigo
às letras protestadas aos desgostos domésticos
às viagens lunares às convenções às lutas
Quando as coisas se erguem contra o homem
se eriçam agressivas contra ele
nem ao poeta basta o parapeito das palavras
Eu por exemplo homem de pouco tempo
trazido pelos dias aqui estou
Continuo a dizer: se alguma coisa há
que podias perder e ainda não perdeste
de que já a perdeste podes estar certo
Falta-me a folha cinco
Estou com a barba feita
Ainda este ano talvez em marienbad
eu vi mulheres curtidas pelos lutos
Mal de morte é o meu
em plena posição de pé às três da tarde
em meio do movimento do rossio
sentado à tarde no cinema em dias de semana
Já caem carnes já se perdem pêlos
já quase só me resta a devoção
lisboa certos dias um amigo às vezes
Poucas coisas importantes pensei durante a vida
uma mesa de sol em pleno inverno
um mar incontroverso alguns papéis
- continua a faltar-me a folha cinco -
pois apesar de tudo nada consta
Ruy Belo
"País Possível"
Editorial Presença
ESPANHA - "Se buscan 60.000 Científicos"
Observatorio de Roque de los Muchachos en la isla de La Palma.
(INSTITUTO DE ASTROFÍSICA DE CANARIAS)
Dou a conhecer um artigo, publicado no "El País", no qual se expoem as preocupações dos espanhóis acerca do seu atraso no plano tecnológico. É muito útil para comparar com os projectos portugueses na mesma área, aliás bandeira política do governo socialista, que se deverão espelhar no OE, para 2006, apresentado hoje mesmo.
"Ésa es la cifra (60.000) que calculan los expertos para permitir que España se suba al tren tecnológico. Mientras tanto, el crecimiento de la economía puede ser sólo un espejismo a medio plazo
La investigación científica se ha convertido en la palanca que marca diferencias en el crecimiento económico. Aunque el conocimiento y la información han sido siempre fuentes de riqueza y poder, nunca habían adquirido un papel tan relevante en el mercado. España se la juega en unos pocos años si quiere alcanzar el tren de la nueva economía.
España dedica a I+D la mitad que Francia y una tercera parte que EE UU. En 2000 registró poco más de 100 patentes, frente a las 6.000 de Alemania y las 15.000 de EE UU”.
(Texto integral do artigo no IR AO FUNDO E VOLTAR)
domingo, outubro 16
A TUA MÃO
Fotografia de Bogdan Jarocki
A tua mão é outra que não a mão
Com as rugas que reconheci
A tua mão louca
Na minha mão entrelaçada
A tua mão solta
Em minha mão determinada
Lhe reconheço as unhas
A tua mão na minha carne cravada
A tua mão fala
Soletra sons e alinhava palavras
Lhe reconheço a voz
A tua mão na minha reticulada
A tua mão vive
Curiosa audaz expedita
Lhe reconheço o toque no corpo
E me excita na minha mão pousada
Lisboa, 14 de Julho de 2005
BENFICA
Nuno Gomes
FCPorto-0 Benfica-2
Que me desculpem os que detestam o futebol – com mil razões – mas este, sim, é um acontecimento verdadeiramente importante!
sábado, outubro 15
ANTEVISÃO
Retribuição
Monica Bellucci
Ai como me tenho esquecido de retribuir aqueles que se não esqueceram do mim!
Em Dezembro farei uma revisão desta matéria e também das simpatias, citações e referências relevantes.
Para agora, em retribuição, linkei os seguintes blogs:
Aviso à Navegação
Mapa dos Dias
Diários do Inesperado
Ligeiramente Desfocado
O Cafajeste
Viagem
Inquietações
Bloco das Musas
ALI FARKA TOURÉ
IMAGENS DE MARROCOS
A Política Segue Dentro de Momentos
Nas palavras do inefável Espada, Cavaco tem dado mostras de um “notável sentido de equilíbrio” (in “Expresso”). Mas se alguém se der ao trabalho de analisar as datas dos diplomas que criaram os corpos especiais na administração pública, os institutos públicos, as empresas municipais, as bonificações da contagem do tempo de serviço, os sistemas de saúde especiais, e por aí adiante, verificará que ostentam, na sua maior parte, datas de 1985 a 1995.
Nesses dez anos Cavaco concretizou uma política de distribuição de rendimentos apoiado na abastança dos fundos da adesão plena de Portugal à UE (1985) que Soares viabilizou e a que ele, num primeiro momento, se opôs (lembram-se?).
Cavaco, ao contrário do que querem fazer crer os seus epígonos, foi um despesista. Ora o povo quanto mais se lhe dá mais exige. O príncipe perde o brilho com as mãos vazias face às clientelas que criou. Foi o que, em 1995, aconteceu a Cavaco.
Hoje, dez anos passados, Cavaco representa uma desvantagem para Sócrates pois não é fácil ao candidato apoiado pelo PS (Soares) defender o desmantelamento do sistema de privilégios que Cavaco propiciou a vastas clientelas dentro, e fora, da administração pública.
Cavaco vai surgir como o homem providencial que deu progresso ao país e um relativo bem-estar ao povo, com honestidade e competência. Mas Cavaco corre o risco de vir a ser apelidado de esquerdista, quer pela sua tendência irreprimível para interferir na acção do governo, quer pela necessidade de dar satisfação ao eleitorado, da extrema-direita à extrema-esquerda, que nele procurará refúgio para a “salvação” de privilégios em vias de extinção.
Soares vai surgir como o político que, em Portugal, é o expoente máximo da democracia e do europeísmo o que, convenhamos, não é nada pouco. Soares garantirá uma magistratura de influência aberta, fundada na experiência e na distância face às minudências da governação. Mas Soares corre o risco de não conseguir distanciar-se da imagem do “homem do regime” sobre o qual se avolumam as sombras de fim de época.
Tudo visto e ponderado, apesar da dramatização da campanha presidencial, até finais de 2008, seja qual for o futuro presidente, não haverá crise política a sério. A razão é simples: o Estado não terá, nos próximos anos, nada para distribuir que valha a maçada de uma crise política pura e dura.
A não ser que haja um golpe de estado constitucional! Pois se até Alberto João Jardim anunciou o seu apoio a Cavaco e Morais Sarmento, seu incondicional, afirmou ontem: “O Presidente deve sobrepor-se ao Governo”.
sexta-feira, outubro 14
... é a coerência.
Imagem In ph&-no
“ – Está certo de que o contágio é inevitável, de que o isolamento é recomendável? – Já não tenho a certeza de nada, mas tenho a certeza de que os cadáveres abandonados, a promiscuidade, etc., não são recomendáveis. As teorias podem mudar, mas há qualquer coisa que vale sempre e em todos os tempos, é a coerência.”
Albert Camus
Caderno n.º 4 (Janeiro 1942/Setembro 1945) – Tradução de António Quadros. Edição “Livros do Brasil”. (A partir da “Carnets”, 1962, Éditions Gallimard).
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