sexta-feira, novembro 17

POVOMFA

Posted by Picasa Um Cartaz da Revolução
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Convocatória para uma manifestação. O cartaz é, graficamente, interessante e revela, em si mesmo, um compromisso entre diversas sensibilidades. Por outro lado assinala uma aliança partidária pontual e, por essa razão, é um documento singular.

O símbolo do MES, na sua curta existência, surgiu associado ao do PCP muito poucas vezes. Não é por acaso que foram raros os membros do MES, após a sua extinção, que se encaminharam na direcção do Partido Comunista.

No ano de 1975 os meses com 31 dias foram os mesmos de sempre. Este mês com 31 dias situou-se, certamente, mais próximo do inicio que do fim do ano.

Atendendo à cronologia dos acontecimentos o mês deve ter sido o de Março, ou seja, antes das eleições para a Assembleia Constituinte (25 de Abril de 1975) e depois da tentativa de golpe do 11 de Março. Estarei enganado?
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Estava mesmo enganado. Verificado o calendário, no ano de 1975, só pode ter sido em Janeiro ou Outubro.

quinta-feira, novembro 16

FRANÇA - A CANDIDATA PRESIDENCIAL APOIADA PELOS SOCIALISTAS

Posted by Picasa Fotografia daqui

Ségolène Royal candidata do partido socialista francês às próximas eleições presidenciais. Nas eleições directas realizadas hoje, no seio do PS, todas as projecções apontam para a sua vitória.

"L'heure est au rassemblement", dit Ségolène Royal, investie candidate du Parti socialiste

A CULTURA VALE A PENA

Posted by Picasa Fotografia de Nana Sousa Dias

Um estudo da Comissão Europeia, acerca das indústrias culturais, indica que o sector da cultura contribui mais para a criação de riqueza na Europa do que a indústria química e o sector automóvel juntos, ou mais do que os sectores das tecnologias de informação e comunicação juntos. As indústrias culturais, na Europa, empregam 5,8 milhões de trabalhadores.
À atenção dos nossos excelsos responsáveis políticos (e não só), a nível central, regional e autárquico, pelas diversas variantes da actividade cultural.

NOÇÕES DE LINGUÍSTICA

Posted by Picasa Jorge de Sena

Ouço os meus filhos falar inglês
entre eles. Não os mais pequenos só
mas os maiores também e conversando
com os mais pequenos. Não nasceram cá,
todos cresceram tendo nos ouvidos
o português. Mas em inglês conversam,
não apenas serão americanos: dissolveram-se,
dissolvem-se num mar que não é deles.
Venham falar-me dos mistérios da poesia,
das tradições de uma linguagem, de uma raça,
daquilo que se não diz com menos que a experiência
de um povo e de uma língua. Bestas.
As línguas, que duram séculos e mesmo sobrevivem
esquecidas noutras, morrem todos os dias
na gaguez daqueles que as herdaram:
e são tão imortais que meia dúzia de anos
as suprime da boca dissolvida
ao peso de outra raça, outra cultura.
Tão metafísicas, tão intraduzíveis,
que se derretem assim, não nos altos céus,
mas na caca quotidiana de outras.

Outubro 70

(Obras de Jorge de Sena – Antologia Poética –
Edição de Jorge Fazenda Lourenço – ASA,
2.ª Edição – Junho 2001)

[Ressonância de 16 de Novembro de 2004.
Podem observar-se duas únicas diferenças
em relação à variante anterior. No último verso
merda foi substituída por caca e há uma divergência
na data. Não sei onde fui buscar a variante que
publiquei há dois anos. Confio mais nesta.]

BANCA SEMPRE À TONA

Posted by Picasa Imagem Daqui

"Arredondamentos deram 1,2 mil milhões em 10 anos

A banca deverá ter cobrado um valor próximo dos 1,2 mil milhões de euros nos últimos dez anos, com a prática do arredondamento das taxas de juro do crédito à habitação a um oitavo e a um quarto de ponto percentual."

Sem comentários!

quarta-feira, novembro 15

ESPANHA - ECONOMIA E IMIGRAÇÃO


Um estudo, hoje, divulgado pelo governo espanhol, de autoria de Miguel Sebastian, conselheiro económico do primeiro-ministro, evidencia a importância da imigração na economia espanhola: praticamente metade do crescimento da economia espanhola, nos últimos 5 anos, deve-se ao trabalho dos imigrantes. A importância dos imigrantes no desenvolvimento de Espanha ocorre num contexto em que a economia espanhola cresce, de forma sustentada, há mais de uma década.

Mas é preciso que se tenha na devida atenção que o “trabalho de casa”, as chamadas reformas estruturais, incluindo a “consolidação orçamental”, que se está a levar a sério em Portugal, com o actual governo, foi desencadeado em Espanha a partir de 1985 aquando da adesão à União Europeia que ocorreu, aliás, em simultâneo com a adesão de Portugal.

Eu sei que os processos de transição da ditadura para a democracia foram diferentes em Espanha e Portugal. Mas nunca é tarde para aprender com a experiência dos outros e, em particular, numa matéria tão sensível como a imigração é bastante conveniente que o governo, e todos nós, estejamos atentos tanto aos seus problemas quanto às suas potencialidades.
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BOTERO

terça-feira, novembro 14

SIM

Posted by Picasa Fotografia de sophie thouvenin

"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"

SIM. SIM. SIM. SIM.

SANTANA LOPES

Posted by Picasa Fotografia daqui

“Santana Lopes quer liderar o Governo até 2014”

Esta frase resulta de uma afirmação de Santana Lopes que reproduzi em 14 de Novembro de 2004. O link já não está acessível mas foi substituído por outro que permite o acesso a afirmações frescas do mesmo Santana Lopes.

Santana Lopes é uma fonte inesgotável de afirmações improváveis. Uma espécie de bobo da República que conseguiu chegar a primeiro-ministro.

É um daqueles casos que permitiria ao Almirante Américo Tomáz, com a sua habitual clarividência, afirmar: "tive que o demitir porque o nomeei!"

segunda-feira, novembro 13

A BANCA REAPARECE


"Buraco" na lei permite às instituições financeiras adquirir imóveis sem pagar IMT

Uma vergonha para a banca. Mais do que isso, uma vigarice. Já agora podiam investigar que Ministro, ou ministros, das finanças e secretários de estado, toleraram este “buraco” na lei? Podiam investigar quais as ligações – directas e indirectas – entre os responsáveis da administração fiscal e o sistema financeiro?

Romy Schneider

(Clique na Fotografia para Ampliar)

Fotografias de César Lucas, no 28º aniversário da actriz, em Espanha, na rodagem do filme “10:30 P.M. Summer”, dirigido por Jules Dassin, baseado numa novela de Marguerite Duras. Da esq. para a dir.: PETER FINCH, ROMY, JULES DASSIN, MELINA MERCOURI, JULIÁN MATEOS

Duas imagens de uma actriz que ocupou o imaginário de gerações. A galeria de imagens de Romy Schneider é infindável mas estas, cedidas pelo “A Defesa de Faro”, são raras.

A sua carreira começou pela personagem da “Sissi” mas foi mais além tendo, na sua vida breve e trágica, filmado com realizadores consagrados e contracenado com muitos grandes actores.

Talvez tenha sido vítima da sua beleza “clássica” mas estas imagens, em particular a do “sombrero cordobés”, possuem a força da atracção das grandes divas.
Posted by Picasa Romy Schneider
(Clique na Fotografia para Ampliar)

domingo, novembro 12

A VIDA E O SEU REFLEXO

Posted by Picasa Fotografia de Elena Kulikova

Sócrates às voltas com o poder absoluto

Há dois anos atrás, exactamente neste dia, passado um mês sobre o Congresso do PS, escrevi a propósito de uma sondagem que dava o PS na frente com 40% das intenções de voto: “O problema não é a maioria absoluta do PS é o PS da maioria absoluta.”

O Congresso de Santarém terminou. Dois anos passados o problema anterior permanece e reforça-se. Face aos resultados deste Congresso, ao surpreendente desempenho de Sócrates, e à sua invulgar popularidade, o que dizer acerca do poder absoluto de Sócrates sobre o PS da maioria absoluta.

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Saramago às voltas com a infância e a Mocidade Portuguesa.

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A morte de Jack Palance fez-me lembrar, de novo, a Esplanada S. Luís Parque.

CAMUS - "ARTISTE"

Posted by Picasa Albert Camus com a sua filha

Sublinhados de Leitura das Obras Completas – Introdução (*)

«Écrire, ma joie profonde!»

Carnets – 1935-48

«Il me faut écrire comme il me faut nager, parce que mon corps l’exige.»

Carnets – 1936

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C’est de tout son être que Camus s’est voulu écrivain ou – mais les deus termes sont bientôt équivalents pour lui – «artiste», comme il aimera à se définir.

…il ne croit pas «aux livres isolés», convaincu au contraire que « chez certains écrivains » - parmi lesquels il se range sans aucun doute – les « œuvres forment un tout où chacune s’éclaire par les autres, et où toutes se regardent» (**), Camus est conscient de l’unité profonde de son œuvre ; il souhaite cependant l’ouvrir à la diversité des thèmes, des formes, et des approches.

(*) “Oeuvres complètes” – I (1931-1944) Gallimard, Introduction par Jacqueline Lévi-Valensi. (Entre comas as citações de textos do próprio Camus referidos na Introdução).
(**) «Entretien sur la révolte» - Actuelles II

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sábado, novembro 11

PS - UM CONGRESSO PARA QUÊ?

Posted by Picasa Marilyn Monroe

O Congresso do Partido Socialista começou, ontem, em Santarém. Num regime democrático, assente em partidos políticos, este é um acontecimento importante. O PS, além do mais, é o partido maioritário dispondo, pela primeira vez, de uma maioria absoluta de deputados na Assembleia da República.

É estranho, convenhamos, que as eleições internas, que antecederam o Congresso, tenham tido os resultados que tiveram. O SG foi eleito com quase 100% dos votos e nenhuma outra moção, senão a sua, obteve o mínimo de apoios para poder ser aceite, sem apoios de última hora, à discussão no Congresso. Parece um facto comum mas é bom assinalar que não é normal.

Alegre que poderia polarizar uma corrente de opinião, após o episódio das presidenciais, afastou-se ao ponto de pôr em questão a sua presença no Congresso. Criou-se, no PS, como que um deserto em torno de Sócrates. O exercício do poder executivo, em época de austeridade, exige uma liderança forte mas é de todo improvável que saia beneficiado pela inexistência de alternativas, internas e externas, e pela redução do debate a um favor de circunstância.

Este Congresso, reduzido a um mero palco para a reafirmação da liderança de Sócrates, não augura nada de bom, nem para o PS, nem para o país.

Pelo que vi Sócrates, na abertura do Congresso, foi preciso e conciso. Só não entende o discurso político do líder do PS quem não quiser entender. O que ele quis dizer é que mais vale correr riscos desagradando na acção do que obter simpatias agradando na paralisia.

É estreita a margem de manobra para a política que está a ser prosseguida. Qualquer outro governo responsável teria de seguir um caminho muito próximo deste. O problema essencial não está nas políticas que se nutrem da legitimidade de compromissos externos e do cumprimento de profundas – e sempre adiadas – reformas internas.

O problema está na qualidade dos políticos, a todos os níveis, das razões e fundamentos que presidem às suas decisões, nos processos adoptados e nos interesses prosseguidos, no “miolo” dos aparelhos, nas relações entre os grupos que sustentam as clientelas, do modelo e da prática da fiscalização da acção do governo, ou seja, o problema está na própria qualidade da democracia.

Uma democracia da qual emerge, a nível partidário, uma maioria de quase 100% só pode suscitar interrogações e perplexidades. Este Congresso serve para quê? Dar mais força a Sócrates? Ainda mais? Pode ser perigoso para o próprio!

Lembrei-me que fui candidato, pelo PS, nas eleições legislativas de 1985 (e de 1987), no período, pós austeridade, que antecedeu a adesão de Portugal à UE e as maiorias absolutas de Cavaco. Não aconselho a ninguém a experiência política de participar em campanhas eleitorais nesses períodos pós austeridade.

E lembrei-me de um belo – e antigo – slogan do PS: “Dar mais força à liberdade”. A questão central que se coloca aos socialistas de hoje, nos quais me incluo, é a mesma de sempre: como conciliar justiça e liberdade? Será que neste Congresso vai ser dedicada uma única linha ao tema?

AS SUAS PALAVRAS

Posted by Picasa Fotografia de Elena Kulikova

As suas palavras eram castelos de areia
Que erguia acima das mãos levantadas
Como sonhos fugazes ofertados ao céu
Onde a esperança brilhava eternamente


9 de Novembro de 2006

sexta-feira, novembro 10

MÁRIO VIEGAS

Posted by Picasa Fotografia daqui

Obrigado Tomás Vasques por me teres lembrado o dia de aniversário do Mário Viegas.
Fizemos parte da tropa juntos ali no quartel do Campo Grande. Por sorte calhou-nos na rifa o 25 de Abril. Contei, tempos atrás, um recital singular do qual não há outro registo senão a memória dos que nele participaram.

Morreu cedo porque não podia esperar o tempo suficiente para morrer. Quando nos víamos era uma festa. Um dia em pleno espectáculo no pequeno teatro, que leva o seu nome, no S. Luís, de cima do palco meteu-me ao barulho. Era, certamente, uma personalidade difícil, um perfeccionista da palavra e da expressão corporal.

Lembro a sua interpretação da personagem de D. João VI. A poesia dita na sua voz é um autêntico acto de criação. Viu-o, pela última vez, para as bandas do Chiado a descer de carro, no lugar do pendura, a caminho do Cais de Sodré. Esbracejou, como sempre, em larga e esfusiante saudação. Correspondi sem saber que esse seria o aceno final.

Foi um cometa luminoso, e raro, que atravessou a nossa vida cultural.

quinta-feira, novembro 9

A DERROTA DOS ALIADOS PORTUGUESES DE BUSH

Posted by Picasa Imagem Daqui

A derrota de Bush aprofunda-se. Os democratas ganharam, como se esperava, a maioria na Câmara de Representantes. Mas também ganharam, o que era mais difícil, a maioria no Senado.

São as virtualidades da democracia. É bom assinalar que só um regime democrático torna possível promover, sem violência, mudanças políticas. É o acaba de acontecer nos USA.

Por outro lado a derrota Bush, sacrificando Rumsfeld, arrasta a derrota de outras figuras menores cuja voz tem andado, por estes dias, muito sumida: queria lembrar, ao nível português, o Dr. José Manuel Barroso e o Dr. Paulo Portas.

Não esqueço a fotografia das Lajes e a posição do primeiro-ministro José Manuel Barroso arrastando Portugal, sem reservas, para o apoio à “Declaração de Guerra” ao Iraque de Saddam Hussein.

Esta derrota de Bush foi também uma nova, e pesada, derrota para a direita portuguesa e para os líderes da defunta coligação de governo PSD/CDS-PP ainda com idade para aspirarem a exercer, no futuro, um papel político activo em Portugal.

Lembro, a propósito, as posições críticas de Freitas do Amaral face à política de guerra dos USA e os ataques, ao mais baixo nível, de que foi alvo assim como a sua mal explicada saída do governo.

Era da mais salutar higiene política que todos assumissem, hoje, na hora da derrota de Bush, as suas responsabilidades, a todos os níveis, dando-nos, ao menos, na velha tradição maoista, o prazer de ouvir a sua autocrítica.

A BANCA

Posted by Picasa Imagem Daqui

Se as medidas anunciadas pelo governo a respeito da banca são pura cosmética como se justifica a reacção violenta da banca e, em particular, de João Salgueiro?

E já todos se esqueceram desta tomada de posição recente do mesmo João Salgueiro? E da questão dos arredondamentos? E da chamada “Operação Furacão”? E julgam que as autoridades judiciais espanholas estão a brincar às escondidas com o BES?

Quando João Salgueiro acusa Sócrates de “peronismo”, por "atacar" a banca nas vésperas do Congresso do PS, não estará, por sua vez, a criar uma cortina de fumo para desviar as atenções da opinião pública para um conjunto de graves acusações que recaem sobre a banca?

Não esqueçamos que João Salgueiro representa os interesses da banca mas nem por isso deixa de ser um político!

quarta-feira, novembro 8

A DERROTA DE BUSH


Os democratas ganharam a maioria na Câmara dos Representantes e podem ganhar a maioria no Senado.

Aconteça o que acontecer é uma derrota pesada para a política global de Bush e da sua administração. O Iraque é só uma das facetas desta derrota.
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Veja também aqui e aqui
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