quarta-feira, outubro 10

O REGRESSO AO PASSADO

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LOBO ANTUNES (ANTÓNIO)

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António Lobo Antunes: «Estou aqui diante de vós, nu e desfigurado»

Uma dor, um hospital, um exame, um diagnóstico. Uma palavra dita sem eufemismos: cancro. Aconteceu com António Lobo Antunes que, ao publicar o seu novo livro, fala pela primeira vez da doença que aproximou da morte: «Palavra de honra que é muito mais fácil do que se imagina»

A partir de umaetrintaesete mais António Lobo Antunes que vale a pena.
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AJUSTE DE CONTAS

Posted by PicasaJosé Rodrigues dos Santos

Este caso, como muitos outros casos, remonta a 2004. Eu também tenho um caso que remonta a 2003/2004. Um dia destes também me vou sujeitar a que passe para a opinião pública a ideia que fui perseguido por este governo. Não devia ser necessário dizer isto: os governos da República, entre os inícios de 2002 e 2005, foram formados com base numa maioria de direita, uma coligação PSD/CDS-PP. Os seus chefes foram José Manuel Durão Barroso e Pedro Santana Lopes com o apoio de Paulo Portas. E já agora: quem nomeou esta administração da RTP? Com respeito a perseguições, julgamentos sumários e linchamentos políticos, entorses ao funcionamento de um Estado de Direito, e tudo o mais que, um dia, a história desvendará, a direita, e os seus líderes, não deixam os seus créditos por mãos alheias e … estão todos no activo.
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FAUSTO CORREIA


Escrevo tarde acerca da morte de Fausto Correia. A razão, por ironia, é que escrevo num programa novo que acabou de ser instalado. Tacteio e hesito tal como no epidódio que vou contar.

É que Fausto Correia foi um dos poucos dirigentes socialistas ao qual, um dia, pedi qualquer coisa. Estava para ser assinado um protocolo entre o INATEL, a que presidia, e a Câmara Municipal de Aguiar da Beira, de maioria PSD, tendo em vista preparar as condições para a reabilitação do balneário termal das Caldas da Cavaca e a criação de um estabelecimento hoteleiro que lhe serviria de apoio. Projectos difíceis …

O governo era socialista, a Câmara era PSD, tendo como presidente da Assembleia Municipal Dias Loureiro e vivia-se em véspera de eleições autárquicas. A ideia daquele investimento era antiga e o concelho de Aguiar da Beira, rural e desertificado, mais que justitificava o apoio à reabilitação da sua única infraestrutura que poderia dar origem ao mais importante polo de desenvolvimento socio económico no concelho.

Do lado dos dirigentes socialistas locais, e regionais, a assinatura do protocolo era vista como inoportuna, do lado institucional correspondia a um compromisso assumido que, entre muitas hesitações, julguei dever honrar. Alguém me aconselhou a telefonar ao Fausto Correia – conhecedor dos meandros partidários da região - para ouvir a sua avisada opinião. A resposta, embora afável, foi fulminante, mais ou menos no seguinte tom: “São umas bestas, avança, não tenhas problemas”.

Tomei os meus cuidados e as assinaturas foram apostas no protocolo na sede do INATEL, em Lisboa, na certeza de que a Câmara de Aguiar da Beira havia de ser ganha, de qualquer maneira, naquelas eleições, pelo PSD que se confrontou, imaginem, com uma coligação PS/CDS-PP. ... Nunca mais esqueci o Fausto Correia que, ontem, infelizmente, nos deixou. Honra à sua memória.
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terça-feira, outubro 9

AMIGO, COMPANHEIRO, DEMOCRATA!

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A conduta rebentou

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Pelo vidro entreaberto dizem-me que rebentou uma conduta na Avenida da Índia. Longe, em volta de uma enorme coroa urbana, milhares de horas perdidas. Na Avenida de Ceuta rodou-se a uma média entre os 0 e os 5 km/h. Mas o placar do controle de velocidade marcava, impávido e sereno, o limite máximo de 50. A cidade não resiste ao rebentar de uma borbulha, o caos aflora brutal mal uma conduta adoece, a cidade apresenta sintomas de não estar preparada para uma pequena catástrofe quanto mais para uma grande. Mas o sistema de controlo de velocidade, na Av. de Ceuta, impávido e sereno, prossegue a sua vigilância perante o cortejo dos silêncios e dos atrasos. Oh Costa, por favor, aprende as lições!
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segunda-feira, outubro 8

LOPES, SEMPRE PRONTO!...

Posted by PicasaIlustração daqui

Lopes: “Sou um soldado que está sempre pronto para o combate”

Devo confessar que Lopes, mesmo considerando o seu estado, ainda vigente, de “ando por aí”, é um encanto. O melhor que poderia acontecer ao PS, e ao seu Governo, era ele candidatar-se a líder da bancada parlamentar do PSD.

É que ela (a bancada) foi obra sua e dificilmente lhe negaria a maioria dos votos que o faria vencedor, com a aquiescência de Menezes, ou contra Menezes, neste último caso tornando o PSD um partido com a originalidade de ostentar uma liderança bicéfala.

A viabilidade da solução em apreço parece muito afastada da realidade mas quem conheça o PSD, e a ambição dos personagens que ocupam a cena mediática, compreenderá que todos os cenários são possíveis.

Com Lopes, ou sem Lopes, à frente da bancada parlamentar do PSD, a verdade é que, como escreveu Miguel Sousa Tavares na última edição do Expresso: (…) [Menezes] traz consigo alguma da pior gente que alguma vez habitou na nossa política, do género que faz querer gritar: 'Socorro, que eles vão voltar! ‘. Como também não disse ao que vinha e se limitou a contar votos e espingardas e a alimentar uma guerra suja que as directas consentem, apresenta-se ao país (Gaia à parte) com o pior cartão de visita possível.

Como se diz lá na minha terra: “Agachem-se ...”
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ASSOCIATIVISMO POPULAR

Posted by PicasaDivas & Contrabaixos

Que bela réplica a de MRF ao meu escrito acerca do futebol. Fiquei contente, pá! Por experiência sei que “os maiores resistentes são os clubes não futebolísticos.” Ao contrário do que a cortina de silêncio mediático possa fazer crer os “clubes não futebolísticos”, formais e informais, ancorados no associativismo popular, têm, em Portugal, uma enorme dimensão.

O reconhecimento social do papel do associativismo popular é inquestionável; os benefícios para a sociedade da sua acção, nas áreas a que mete mãos, não têm paralelo no cotejo com muitas, e subsidiadas, instituições profissionais que se dedicam às mesmas actividades; o poder político, em Portugal, não prestigia, nem protege, suficientemente o associativismo popular por razões, entre outras, de natureza histórica; do meu ponto de vista, têm a ver com a herança do duplo controle político a que o associativo popular foi sujeito, primeiro pelo “antigo regime” – temeroso do seu papel na resistência – depois pelo PCP – voraz na tentativa de tomada do dito.

Este tema do associativismo popular merece mais atenção, e mais detida análise, nas antípodas do esquecimento a que os poderes formais, reiteradamente, o têm votado; não falo em subsídios, que também contam, mas na necessidade de um novo enquadramento legislativo e na elevação institucional do seu papel na hierarquia da “coisa pública” (vide o exemplo de França).

Nos meus 7 anos de INATEL (1996-2003) dediquei-me, com muitos outros, com entusiasmo e persistência, ao estudo e dinamização do associativismo popular. Nem tudo se perdeu mas dessa experiência retirei a lição que, no nosso Portugal democrático, infelizmente, as penas sofridas pelas “boas acções” são pesadas ao contrário dos benefícios da inacção ou do prosaico, portuguesmente falando, “deixa andar”.
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CHE GUEVARA

Posted by Picasa“Che Guevara” – Alberto Korda, Março/1960

Passam amanhã 40 anos desde o dia em que Che Guevara foi assassinado. As razões da importância da efeméride, nas suas controversas facetas, estão bem explicadas aqui e aqui – com as suas consequentes ramificações - o que me dispensa de mais considerações. Acrescento, no Caderno de Poesia, “Os Últimos Revolucionários”, de Jorge de Sena, poema muito pouco conhecido e que, apesar de escrito em 1971, mantém plena actualidade.
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sexta-feira, outubro 5

"Tratado Reformador" - Lisboa - Outubro de 2007

Posted by PicasaImagem daqui

Foi hoje disponibilizado o projecto do “Tratado Reformador” da União Europeia que, ao que informa a Presidência portuguesa, foi objecto de acordo técnico entre os 27 países membros. A propósito do tema escrevi, recentemente, dois artigos que podem ser lidos aqui e aqui.

Volto ao assunto, de forma breve, para sublinhar a importância do facto político, em si mesmo, de ter sido possível chegar a um entendimento de princípio acerca do teor do presente Tratado, certamente com salvaguardas e concessões mútuas, entre todos os países e, em particular, em benefício das pretensões da Inglaterra e da Polónia.

Mas, de forma realista, mais vale ter um Tratado que guarde o essencial do espírito da União Europeia, considerando a sua composição actual a 27 países, do que tornear esta nova realidade geo-estratégica condenando a UE à estagnação senão mesmo a um futuro declínio político.

Aproxima-se, pois, o dia em que os críticos do governo – quer os que clamam da sua geral incompetência quer os que sempre desvalorizaram as dificuldades da celebração de um acordo europeu em torno do futuro Tratado de Lisboa – tenham que mudar de estratégia. O PSD já preparou o terreno para essa mudança da forma mais radical possível, ou seja, mudando de líder.

Caso o Tratado seja aprovado, na data prevista, a questão politicamente relevante que ficará em aberto é da fórmula a adoptar para a sua ratificação pelos Estados, ou seja, para simplificar, a questão da realização, ou não, de referendos nacionais.

Por mim continuo a defender que, em Portugal, se deveria realizar, pela primeira vez, um referendo acerca da questão da integração do país na UE. É esse o compromisso político do governo, vertido para o seu programa, e o seu não cumprimento só poderá fundar-se em razões de excepção que carecem se ser muito bem explicadas aos portugueses.

A este propósito apetece-me citar Maquiavel em “O Príncipe”: “Não há nada que torne um príncipe tão estimado como concluir com êxito grandes e magnânimas empresas e dar exemplos dignos de ficarem na memória”.

Seja qual for o desenlace desta questão – desde que o governo não se
“esqueça” de explicar o que tiver que ser explicado – a assinatura do novo Tratado, em Lisboa, será um momento crucial na abertura de um novo ciclo político, que antecede as eleições legislativas de 2009, abrindo o caminho para uma nova vitória eleitoral do PS.

A natureza política dessa vitória e a sua dimensão eleitoral são outras questões que a seu tempo virão a talhe de foice.
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5 de Outubro

Posted by PicasaImagem daqui

Toda a noite ouço o estampido brutal do canhão, que por vezes chega ao auge, para depois cair sobre a cidade um silêncio mortal, um silêncio pior. Que se passa? Distingo o assobio das granadas, e de quando em quando, um despadaçar de beiral que cai à rua. E isto dura até de madrugada. De manhã as tropas do Rossio rendem-se e os marinheiros desembarcam na Alfândega. Às oito e meia está proclamada a República. Passa aqui na Rua de S. Mamede um resto de Caçadores 5, soldados exaustos, entre populares que os aclamam.

O rei fugiu. Um genro do Cayola, oficial de Infantaria 16, contou ao Maximiliano: Acompanham-no no parque das Necessidades o Sabugosa, o Faial, o Tarouca e o Ravara. Um deles dizia-lhe: - Vossa Majestade já fez o que tinha a fazer. – O rei estava lívido e num gesto maquinal tirava e metia os anéis nos dedos.

Um farmacêutico da Ericeira assegurou que o viu chegar a Mafra dentro dum automóvel. O D. Afonso embarcou no Estoril, mostrando aos que o acompanharam até ao fim uma carteira com duzentos mil réis. – É o que levo ... – A D. Amélia partiu também de Sintra para Mafra. Tinha-se espalhado entre o povo que fora a raínha quem mandara assassinar o dr. Bombarda. Se a apanham matam-na.


Raúl Brandão

Memórias “O meu diário”– Volume II
Perspectivas & Realidades
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quinta-feira, outubro 4

Chile: contra o esquecimento

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Uma família muito especial!

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FUTEBOL – “FLUXO” E RESISTÊNCIA

Posted by PicasaIlustração daqui

Scolari e Mourinho, treinadores de futebol, representam, no imaginário popular, o desejo de lideranças fortes, mobilizando ódios e paixões, criando expectativas de vitórias que resgatem a honra de comunidades, povos e nações.

Nenhum outro fenómeno, senão o futebol, na maior parte dos países, regiões e continentes, mobiliza o interesse de tanta gente, sem distinção de idades, raças, credos, estatutos sociais ou económicos.

É um fenómeno paradigmático em que o jogo – actividade de lazer – se transformou num espectáculo de massas que, não deixando de criar a ilusão do jogo, deu origem, nas sociedades contemporâneas, a um “fluxo futebolístico” no qual o que se consome é o próprio fluxo.

[O artigo com o título em epígrafe, publicado no “Semanário Económico”, pode ser lido, na íntegra, também aqui.]
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quarta-feira, outubro 3

PERDER OU GANHAR - UMA GRANDE DIFERENÇA

Posted by PicasaQuaresma

Para completar o triângulo futebolístico da participação portuguesa na maior competição europeia de clubes de futebol – e desculpem tanto futebol pois amanhã há mais – o Benfica mostrou a sua insignificância e o F.C. Porto a sua grandeza. As coisas são como são ...
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MELODIAS DE SEMPRE

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SPORTING

Posted by PicasaSporting

A vitória do Sporting no jogo de ontem com o Dinamo de Kiev, na Ucrânia, merece um post por três razões: o meu filho já merecia uma alegria; o Sporting nunca tinha ganho, fora do seu terreno, um jogo para a Liga dos Campeões e Polga, um jogador de eleição, marcou o primeiro golo ao serviço do Sporting. Pode ser que este resultado abra uma nesga de esperança para o sucesso dos clubes portugueses nas Taças Europeias de Clubes em Futebol. Seguem-se, hoje, F.C. Porto e Benfica. A ver vamos.
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terça-feira, outubro 2

VIVAM AS NOVELAS

Posted by PicasaFOLHA ONLINE

Estava, tranquilamente, a fazer uma revista da imprensa, com mais títulos estrangeiros que nacionais, e isto não é, ao contrário do que possa parecer, snobismo, quando dei de caras com uma peça que só aparentemente não é da vida real, é da vida das novelas. No Brasil, como em Portugal, na Índia como em Angola, por toda a parte é desmedido, e intenso, o consumo das autênticas novelas de ficção que são um mal menor face às novelas da vida real que metem intrigas, polícias, crimes, denúncias, arguidos, testemunhas, fugas de informação servidas nas primeiras páginas … prefiro as novelas autênticas: Loira má de "Paraíso Tropical" posa amarrada na cama …
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